História I don't believe this happen to me - Astoria Greengrass, "The Saint One"

"Nunca diga nunca, é um erro!"

Astoria não podia acreditar na sua sorte, ou maldito azar na realidade, sentia o corpo todo dolorido e cansado. Ela era boa e sempre queria ajudar os outros, como o bom ensinamento cristão, não era?

Ela olhara o tecto, cruzando os braços, como negociando onde errou com o altíssimo para estar naquela situação.

Nunca em seus anos de escola, tal lhe havia acontecido. Nunca mesmo, sempre se comportava bem e direito, nunca faltara com os trabalhos de casa, sempre tinha altas notas, era admirada e popular, sempre ajudava quem lhe pedia.

Então, porque demónios ela estava numa detenção?

E o som incessante de alguém mascando chiclete com a boca aberta, começara a perfurar na sua mente, fazendo-a irritar, porque nem com seus pensamentos, ela podia estar quieta e na paz.

Quando olhara na direcção do som irritante, vira que era quem ela na realidade já esperava que fosse.

Sentado de modo despreocupado, como se ali fosse seu habitat natural encontrava-se Draco Malfoy, sentado de mal jeito na cadeira, mascando chiclete de boca aberta num gesto de incrível má educação, de pernas jogadas no alto, sobre a mesa.

Quem o visse nos eventos sociais não diria que ele era assim, sempre mostrava-se o contrário, porque simplesmente ele não podia continuar sendo assim na Escola?

Não, ele tinha que ser um ogro mal- amado e inconsequente, que só se comprazia no sofrimento alheio e Astoria bem, ela o odiava sério, ela sabia perfeitamente que não devia de odiar ninguém, se sua mãe a ouvisse estaria pagando penitência por pecar.

Mas por amor de Deus, ele era irritante demais da conta, ela simplesmente não o conseguia entender.

E por causa dele, estava ali, como lhe sobrava muitas horas ainda de acordo com o relógio de tecto, ela começara a relembrar como acabara naquela situação.

“ Era um dia bem normal para Astoria, ela havia acordado, tomado seu café da manhã, tomando um relaxante banho e levado a passear seu cachorro, por mais que seu pai odiasse o animal, por causa dela gostar ele deixava que ela o mantivesse. Ela sabia levar o sue pai na manha, como sua mãe muitas vezes, sorrindo lhe dizia.

Daphne acabara de descer, indo na direcção da antessala, parecia ter altas olheiras como se não tivesse dormido direito, o que não era comum na sua irmã, que para ela era vital, oito horas de sono para manter sua beleza intacta, se havia alguém mais apaixonado por seu reflexo esse alguém era sua irmã, dava-se com ela porque apesar do seu complexo de Narciso, ela era incrivelmente doce e bem- disposta, isso ajudava bastante.

Aquilo a intrigava mas ela estava ocupada hoje como para saber que iria acontecer.

Tudo porque tinha o baile de Primavera da Escola para organizar, que iria ajudar a custear os custos da dispendiosa e elegante festa de formatura dos Estudantes que iriam formar naquele ano, Daphne incluída.

Mesmo que fosse do primeiro ano, ela era a que chefiara em pouco tempo, a associação de estudantes da Escola, suspirara mas aceitara o encargo, afinal ela era responsável, amava ser organizada e principalmente, amava deixar os outros felizes e contentes, por isso ela não se importava, mas era incrivelmente extenuante todas essas tarefas.

Assim, ela aprontara-se com seu uniforme de Cheerleading, já que teria treino e saíra, caminhando sentindo o ar fresco da manhã, sentindo a brisa tocar-lhe o rosto, ela realmente amava esse ritual matutino e amava ainda mais fazê-lo sozinha.

Quando entrar na Escola, cumprimentava a todos que se lhe cruzavam no caminho, afinal ela era popular e sabia disso, ainda mais porque ela amava que gostassem dela, por sua vez, ela os tratava bem e adorava.

Quando chegara perto dos banheiros femininos, indo beber água no bebedouro, ela notara fungos chorosos, não sabia dizer de onde vinham, mas era com certeza alguém chorando de modo que não seria muito saudável.

Voltara-se na direcção dando de caras com Neville Longbottom, primeiramente achara que ele estava com dor ou algo, até ver que…

Oh, haviam pegado com ele de novo, estava com as cuecas puxadas até ao cimo e parecia com dor, sem saber como resolver a situação.

Ela ficara com pena dele, se aproximando ao que ele ao vê-la iluminara-se-lhe o rosto, pois sabia que não lhe humilharia, afinal era ela.

—Asty…

—Olá, Neville…que te fizeram dessa vez?

—Foi o Malfoy…

O rosto dela contorcera-se em desgosto e seus lábios encresparam, como não podia deixar de ser, era o Malfoy, como não?

Aquele lá se comprazia em deixar os outros humilhados e infelizes, oh céus, lentamente o ajudara a levantar, ajudando-o com algo de dificuldade, porque realmente estava muito preso e apertado, podia machuca-lo, mas acabara em todo o modo conseguindo, o que este lhe agradecera.

Quando olhara a hora estava atrasada para o treino, amaldiçoara-se a si mesma, correndo de modo distraído, até que entrara no Ginásio, vendo todas esperando já, incluindo sua irmã que normalmente se atrasava, mas algo ali estava raro.

Nenhuma parecia particularmente preocupada com seu atraso, o olhar ia de Daphne para Pansy, ambas se encaravam mortalmente e pareciam francamente cansadas. O mais bizarro era que eram melhores amigas. Ela franzira o cenho, que estaria acontecendo?

—Bom dia…

Primeiramente, as outras colegas da equipe cumprimentaram-na, menos Daphne e Pansy que se entreolhavam direto sem pestanejar, como numa Guerra silenciosa de ver quem ganha mais, entre elas Hermione Granger, Luna Lovegood  e Ginny Weasley, que lhe olharam significativamente, ela aproximara-se e estas cochicharam.

—É por causa de Draco Malfoy, parece que andava com as duas ao mesmo tempo, e a Pansy descobriu fez maior escândalo, e ao que parece Crabbe foi mandado para terminar a relação com elas, está circulando por todos os grupos da Escola no Whatsapp…

Ela franzira ainda mais o cenho, como assim ela não estava sabendo disso? Ocupada, como estava não duvidava que não soubesse, suspirara longamente, contendo a sua vontade de esganar alguém loiro que só lhe estava causando problemas, desde que tinha acordado.

Rezara mentalmente de modo, a acalmar-se. Com um apito, chamou a atenção de todas, incluindo elas.

—Bem, vamos fazer o esquema que treinamos, semana passada…posso contar com você Daphne e com você também, Pansy?

Elas assentiram afirmativamente e começaram o aquecimento, até começarem a fazer as acrobacia e quando ia para o topo da pirâmide, parece que a dupla que a devia sustentar no caso, Daphne e Pansy não fizeram correto o movimento e que aconteceu, ela caiu com tudo no colchão, que mesmo que seja bom amortecedor, não era de todo maravilhoso, ela sentia o bumbum e parte das costas dolorida, olhara as duas que ficaram preocupadas na hora se aproximando, mas ao verem-se perto uma da outra, afastavam-se que nem a peste.

Ela contivera um suspiro de enfado, simplesmente erguera-se do chão, olhando todas falando num tom baixo e muitíssimo controlado.

—Estão dispensadas… Daphne, Pansy…logo falamos… preciso de ir na enfermaria…

E determinando sua sentença, todas assentiram e Pansy e Daphne pareciam querer esganar-se uma a outra, sussurrando coisas como “viu, minha irmã se machucou por sua culpa…” , “nem vem maldita, você que executou mal…”.

Novamente, Draco Malfoy conseguira estragar seu dia, tinha como piorar?

Erro crasso, pensar nessa pergunta, porque sim, tinha como piorar, ao chegar na enfermaria dera de caras com Denis Creevey, ela arquejara a sobrancelha, vendo-o todo pintado e com um cheiro forte a …lixo? Parecia esfolado, ele vira o olhar dela sob o seu, ficando corado, tentando sorrir. Ele era do segundo ano, mesmo ano de Ginny Weasley, era muito tímido, muito inteligente e simpático, como estava assim?

—Oi, Greengrass…

—Oi, Creevey…que aconteceu com você?

—Foi que errei uma equação em álgebra e o Malfoy não gostou muito…mandou Goyle me bater…

Fora ai que a paciência dela voara para o Espaço, Deus sabia que ela tinha muita, quando a Madame Pomfrey ia ter com ela, perguntar que teria acontecido, ela simplesmente saíra furiosa, esquecendo da sua dor e do quão precisava de um analgésico.

Ela percorrera os corredores de Hogwarts High School com o seu destino bem demarcado, todos que a viam passar, olhavam surpreso, normalmente Astoria Greengrass era simpática e sorridente, muito doce e carinhosa, naquele momento parecia furiosa e com vontade de matar quem se atravessa-se na sua frente.

Viram ela dirigir-se na zona dos armários, lá dera de caras com quem esperava, encostado de modo despreocupado, sorrindo muito descontraído, estava Draco Malfoy com seu séquito de brutamontes, conhecido como Vincent Crabbe e Gregory Goyle, perto dele estavam outros que ao menos Astoria gostava um pouco, Theodore Nott e Blaise Zabini, que pareciam francamente surpresos de a ver ali.

—Malfoy….- Falara sonoramente, ao que ele inicialmente ignorar e ela ficara ainda mais irritada se possível, pois batera o pé e falara ainda mais alto.- MALFOY…

Fora ai que ele virara-se, arquejando a sobrancelha, perguntando –se mentalmente que ela quereria, vendo-a de alto a baixo, dando um sorrisinho sacana que ela sinceramente odiou de morte, céus como ele era irritante.

—Que foi, Greengrass?

—Que merda você anda fazendo?

Ele sorrira ainda mais de canto, como notando uma gaffe nela, ao que ela arquejara por sua vez a sua sobrancelha.

—Nossa, quem diria que a santa Greengrass sabia xingar… é feio, olhe que Deus não perdoa…

Ela contivera muitos impropérios que queriam sair, fechando ainda mais a cara, á medida que ele alastrava seu sorriso.

—Qual seu maldito problema, hm? Você primeiro de tudo, faz bullying com os outros? Depois anda com duas garotas e ainda zoa da cara delas, entre elas minha irmã, ao que o treino correu horrível, por sua causa…e depois para cúmulo, um garoto doce e simpático, você bate e atira com lixo, porque ele fez mal seus malditos trabalhos de casa…você é um arrogante maldito, sabia…? Largue de karma na minha vida...- Ela falara tudo de uma assentada, como se tivesse com aquilo entalado ao tempo, gradualmente a cada palavra dita a expressão de Malfoy, fora fechando não gostando que ela falasse aquilo.

—E você, sempre tão certinha, sem animação nenhuma nessa vida, tão puritana ajudando os outros? Porque sua opinião haveria de importar para mim? Quem acha que é para falar assim comigo?

Ela pouco ou nada se importara com seu tom de autoridade, pois apontara um dedo bem na cara dele.

Toda a escola observava silenciosa, aquela discussão inédita entre os dois, que desde que ela havia ingressado na Escola, evitavam-se que nem a peste, mas havia alturas que não se podia acobardar ou evitar o conflito, alguém o tinha que parar.

—Pouco me importo com seu status e se é poderoso, você a mim não pisara, maldito fodido…você é só um infeliz que não sabe que é sequer ser amado…

Fora ai que ele fechara completamente a expressão, olhando-a com seus olhos azuis acinzentados bem raivosos,ela arrependera-se um pouco só um pouquinho de ter falado, o que tinha falado, mas logo depois descartara, quando ele se virou, ela ficara ainda tomada da fúria indomável e impensadamente, pegando um milkshake de alguém que nem lograra ver quem era do lado, atirando com ele na cabeça de Malfoy, que olhara para trás irado demais da conta, mas quando ia lançar toda uma serie de ofensas a ela, ele empalidecera e Astoria não entendera o porque, olhando para trás, o que por sua vez, ela também o fizera, ficando igual a ele.

O milkshake em questão era da professora mais severa e temida da Escola, a Professora Minerva McGonagall, a sub-diretora e professora de álgebra.

E para cúmulo, ela estava meio suja com um pouco de milkshake na roupa dela e seu olhar recaira para o milkshake estragado no chão e quando o olhar voltara a eles, ficaram sérios e em sentido.

—Srta.Greengrass, Sr.Malfoy…no meu gabinete, agora …mesmo…

E eles foram encarando-se furiosamente, culpando-se mutuamente de estarem naquela situação, quando entraram a professora mandara-os sentar-se, o que estes fizeram.

Eles iam começar a falar, mas foram interrompidos pela mão erguida da professora.

—Não quero nem saber o motivo pelo qual discutiam ou porque a srta.Greengrass pegou no meu milkshake e atirou no Sr, Malfoy…simplesmente esse é um comportamento inaceitável para alunos desta Instituição de ensino, …esperava mais da senhorita…- Falara com seu olhar severo e enfadada na direcção de Astoria, que ficara envergonhada com a constatação.- E não quero que meus alunos se comportem como macacos …. pelo que ficarão de detenção depois das aulas, creio que amarão limpar a sala de Biologia durante uma semana e depois sentarem-se, escrevendo uma redacção de mais de 3000 palavras, sobre o quão não é saudável mau ambiente estudantil e outros temas que irei passar pelo tempo que ficarão de detenção…ficarão até oito horas da noite, se sobrar tempo refletindo, sairão com o zelador…

Eles ficaram abrindo a boca quando iam falar, ela ajeitara seus óculos.

—Se quiserem que prolonge mais vosso castigo, só começarem a reclamar…

Ambos calaram-se e saíram, com Astoria amaldiçoando este.”

Ela olhava o tecto, tinha acabado a sua redacção fazia horas e ainda faltava duas horas para acabar aquele tormento de castigo.

Olhando Malfoy, ele também já havia terminado.

Ela tentara em vão, pensar noutra coisa, ou arranjar o que fazer, celulares tinham sido confiscados por Filch, que parecia todo animado de ter tido ajudar a limpar pelo menos a sala mais fedorenta da Escola, por causa das aulas práticas. Livro, ela já havia terminado faltavam pouco mais de vinte páginas, matéria para estudar, as provas tinham acontecido semana anterior ainda não havia necessidade.

Ela começara a bater o pé, num stress não muito característico dela. Sentira o movimento de cadeira se movendo, até que vira Malfoy olhar para ela, ao que arquejara a sobrancelha.

—Podemos conversar, Greengrass?

Ela ia preparar-se para mandá-lo para o outro lugar, mas acabara controlando-se, afinal ela ainda estava em detenção, pensara recusar, mas olhando as horas ainda faltavam miseras uma hora e cinquenta e cinco minutos.

—Podemos…

E assim, ela concordara, normalmente sabia que não o faria, mas aquele estava sendo um dia bastante irregular, não era mesmo?