História I Feel You - Soreun

Seu lobo estava agitado durante a noite quase toda. Sentia uma agonia no peito e na barriga, mas felizmente conseguiu dormir por um longo tempo, pelo menos até que novamente este voltar a ficar agoniado; chamando sua atenção. Jimin levantou as pálpebras ao sentiu a marca em seu pescoço arder e seus olhos capturaram as orbes castanhas lhe observando. Estes estavam vermelhos e lágrimas banhavam seu rosto, rolando por suas bochechas.

Estava meio acordado ainda, porém aproximou-se rapidamente quando Jeon puxou seu corpo para si e o envolveu em seus braços. O lúpus dava pequenos solavancos por conta do choro descontrolado e Jimin estava começando a se desesperar com a situação.

Suas mãos mantiverem nos fios do alfa, afagando seus cabelos até que ele começasse a se acalmar pouco á pouco.

— Kookie? — chamou baixinho, ouvindo-o resmungar um "Hm" como resposta. — Por que estava chorando?

— E-Eu... Tive um pesadelo. — engoliu a seco, inspirando profundamente o seu cheiro para normalizar sua respiração.

— Quer falar? — inquiriu.

— Não. Não quero ter que lembrar. — afastou-se, acariciando as bochechas cheinhas do ômega e encostou seus lábios aos semelhantes. — Bolinho, podemos ficar aqui hoje? É sexta-feira, não vamos hoje, hm? — ditou, voltando a envolver sua cintura e deitou a cabeça em seu peito. 

— Aqui no quarto? — Jeon assentiu. — Tudo bem, podemos ficar hoje aqui. Mas podemos ir visitá-la a tarde? Eu quero passar lá em casa também.

— Está preparado? — afastou-se minimamente um do outro, iniciando afagos na cintura do ômega, enquanto o mesmo acariciava os fios de sua nuca. — Sei que vai ser difícil entrar lá novamente.

— Não vai ser fácil, mas eu quero ir. Quero ver as coisas da minha mãe... Conhecê-la um pouquinho. — segredou.

— Então iremos lá pela tarde, tudo bem? — questionou e Jimin assentiu, abraçando-o mais uma vez.

Jungkook sorriu, lembrando do que havia feito na noite anterior e retirou as mãos do mais velho de seus fios, segurando seus dedos e envolvendo-o aos seus. Ergueu seu tronco, apoiando-se na cabeceira da cama e colocou o menor por cima de si, envolvendo sua cintura enquanto brincava com seus dedinhos. Segurou sua destra e acariciou-a.

— Acho que eu tenho um ômega muito desatento as coisas. — sorriu nasalmente. — Sei que não foi um pedido comum, mas como não notou isso?

— Quando foi qu... Jungkook! — afastou-se do mais novo, sentando sobre suas pernas. — Jeon, eu não acredito que... — levou suas mãos a boca ao ver o acastanhado levantar sua própria destra.

— Tem o meu nome nela. — ditou, segurando sua mão. — Na minha tem o seu. — retirou o anel e mostrou ao ômega, que o segurou por entre seus dedos. — Eu quero que você seja meu, Jimin. Nós queremos isso, então... — puxou o rosado para seu colo novamente. As pernas de menor se envolveram em sua cintura, quando passou os braços em sua semelhante. — Namora comigo, bolinho?

As lágrimas já rolavam as bochechas do ômega, estava trêmulo e emotivo demais para poder lhe dizer alguma coisa no momento. Jeon sorriu terno para si e beijou seus lábios em uma leveza tão conhecida paro si. Ao se afastarem o mais velho segurou sua destra e colocou o anel prateado de volta ao seu dedo, assentindo com a cabeça, dizendo sim para o mesmo enquanto se recuperar para sem seguida envolve seu pescoço, distribuídos beijos em seu rosto, assim como ele fazia consigo. 

Passaram mais algum tempo assim; em meio a carícias, beijos e selos molhados. Jimin olhava para os dedos entrelaçados em meio a conversa vez ou outra, sorrindo bobamente e arrancando alguns risos contidos do lúpus, que lhe selava os lábios.

— Kookie, eu sei que não deveria estar falando isso agora, mas eu pensei bastante esse dias. — virou-se para o mais novo. A perna esquerda do alfa por entre as suas e a direitas por cima, sua destra em sua cintura, enquanto a do acastanhado acariciava seu fios. — Eu adoro seus pais e estar aqui com todos vocês, mas eu quero voltar para casa. Não a casa que eu cresci, não vou conseguir morar lá sem lembrar de tudo que passei.

— O que você decidiu? — inquiriu.

— Vou comprar uma para mim. — ditou. — Namjoon hyung falou que uma parte das coisas do meu pai está no meu nome e ele quem cuidava de tudo durante todo esse tempo, então vou comprar uma casa e viver minha vida.

— Vai ir embora daqui? — murmurou baixinho, tentando absorver o que lhe foi dito. — Você vai se afastar?

— Claro que não, coelho. — sorriu, acariciando a bochecha do alfa. — Não vou deixar meu namorado sozinho por ai. — ditou no mesmo tom que o garoto a sua frente, mordendo seu próprio lábio inferior ao sentir seu rosto ruborizar. — Você pode me visitar quando quiser.

— Eu poderia era ir com você. — resmungou em um murmurou, mas o suficiente para que o menor ouvisse.

— Você pode. — selou seus lábios aos do mais novo e levantou.

— O que disse? — vociferou, vendo-o correr para o banheiro. — Park Jimin!

O ômega sorriu despindo-se ao ouvir um gritinho vindo de dentro do quarto e adentrou ao boxe. Do outro lado da porta o alfa estava com a cabeça enterrada ao travesseiro, sentindo o cheiro do rosado enquanto sorria. Estava feliz e não via a hora de contar para seus pais que agora eles, enfim, estavam juntos. Estavam namorando!

Com esse pensamento o lúpus pegou seu celular, mandando uma mensagem para seu irmão; pedindo para que este viesse assim que as aulas acabassem e o loiro lhe respondeu minutos depois dizendo que passaria lá junto aos seus ômega.

Yoongi estava feliz. As coisas entre ele e os ômegas estavam tranquilas e nada mais havia dado errado; exceto por algumas desavenças que tinham, mas logo voltavam ao estado afetivo que um com o outro. Tudo estava bem e só tinha tendência a melhorar com o passar do tempo, já que a cada dia que se passava eles estavam cada vez mais unidos.

— Eu aceitei, Jungkook. — ditou ao que ouviu o barulho da porta do boxe se fechar. — Aceito a sua proposta!

Saiu de dentro do quarto com as bochechas rubras, assim que ouviu o mais novo lhe dizer que essas coisas não se faz e que ele deveria falar sobre isso com o Jeon por perto para que pudesse lhe beijar. Jimin caminhou até a cozinha, sentando-se a cadeira ao comprimentar os mais velhos.

— Como você está, Jiminnie? — indagou o alfa, qual estava sentado ao lado do ômega enquanto bebericava uma xícara de café.

— Estou bem. — sorriu. — Eu quero conversa com vocês, hyung. — ajeitou-se sobre a cadeira, recebendo uma xícara de café com leite servida pelo mais velho. — Eu quero agradecer por terem cuidado de mim por todo esse tempo, até mesmo por me receberem aqui. Sou grato a vocês por tudo, mas... — superou, brincando com a borda da xícara. — Eu quero ter minha própria casa.

— Aish! Eu já estava acostumado com a casa cheira, agora você vai embora? — indagou o ômega, choroso. — O Jungkook já sabe dessa decisão? 

— Sei. Ele falou comigo agora pouco. — beijou as bochechas de seu pai, seguindo de seu appa e se sentou ao lado do rosado. — E, pai quero falar com o senhor sobre isso tam...

— E-Eu preciso pegar algo lá em cima. — nem precisava saber o que o filho queria dizer, só pelo que o menor falou já deduziu o que seria e não queria ouvir aquilo no momento. Levantou-se, caminhando apressado para o andar de cima.

Jimin fitou os alfas sem entender o que havia acabado de acontecer e Namjoon sorriu terno para si.

— Eu fico feliz por vocês. — apontou para o anel no dedo de seu filho. Minutos depois que o ômega apareceu na cozinha ele havia percebido o acessório em seu dedo e provavelmente seu esposo também. — Eu vou falar com ele e depois você conversa com ele direito filho. Jin é muito apegado a você. — Jeon assentiu, cabisbaixo, em concordância.

Assim que Namjoon adentrou ao quarto pode ver o mais velho encolhido por entre os lençóis. Chorando, enquanto abraçava ao próprio corpo.

— Jinnie. — chamou baixinho, puxando-o para próximo de si.

— Ele vai me deixar, Jonnie. — choramingou, envolvendo a cintura do mais novo. — Eu sou o pai dele, cuidei dele por todos esse anos e agora ele vai embora.

— Amor. — acariciou os fios negros, afagando-os. — Você sabe que está sendo egoísta com ele, não é? — questionou. Seokjin rapidamente empurrou seu corpo tentando se afastar, enquanto chorava ainda mais alto e resmungava xingamentos para o alfa. — Anjo, Jungkook será nosso para sempre. Ele será nosso filho para sempre! Não importa se ele vai estar fora de casa, não é como se ele fosse morrer ou morar do outro lado do mundo, ele vai estar sempre por aqui. Pode ser que seja um pouco distante, mas ele vai continuar nos amando do mesmo jeito.

— T-Todas as tardes? Até quando você estiver em casa? — indagou, limpando as lágrimas de suas bochechas.

— Você sabe que não será todos os dias. — voltou a abraçar seu marido. — Jinnie, ele tem alguém agora. Tem que dar atenção ao ômega dele. No fim os filhos são criados para o mundo, amor. Não se pode prendê-los para o resto da vida.

— Mas é disso que eu tenho medo. — apertou o alfa por entre seus braços. — Não quero ficar sem meu menino.

— Não vai, meu amor. Eu sei que não.

Como nenhum dos Kim desceu nos minutos que se seguiram, comeram em meio ao silêncio, por mais que não estivessem em um clima desconfortável. Apesar de tudo não queriam desmarcar o que haviam programado mais cedo, além — é claro — de dar tempo o suficiente para o ômega pensar. Subiram para o quarto depois que terminaram de arrumar a cozinha afim de se arrumarem, avisaram que estavam saindo próximo a porta do quarto do casal e poucos minutos depois já estavam na estrada.

Foi impossível para Jimin segurar as lágrimas que escorregaram de seus olhos assim que adentrou a casa. Tudo estava arrumado, afinal uma empregada era paga por Shyho para que limpasse o local a cada dois dias e mesmo estando preso, seu dinheiro era depositado e a casa limpa.

Não passou pelo seu quarto, seguiu direto para o quartinho que o lúpus havia se avisado onde era. O choro se intensificou assim que teve acesso ao quarto.

Haviam algumas roupas delas ali, sapatos e vários acessórios. As revistas as quais ela havia pousado estavam todas ali; guardadas e intactas, por mais que o alfa passasse boa parte de seu tempo — quando estava em casa — dentro daquele quarto. Park abriu uma por uma, vendo a imagem de sua mãe estampada em quase todas as páginas. Inclusive uma a qual ela pousou quando estava grávida, onde a barriga estava imensa. Em algumas tinham pequenos sapatinhos branco sobre sua tez, em outras ela tinha as mãos sobre a barriga enquanto olhava para a mesma com um sorriso estampado em seu rosto. Jimin tinha seu sorriso! Aquele qual o lúpus adora; o sorriso que deixava seu olhos em dois risquinhos. Seu sorriso com os olhos.

Park já havia chorado muito, tanto que parecia que suas lágrimas estavam secas por dentro, assim como seu corpo que ja dava sinais de cansaço: sua cabeça doía e um leve enjoou o acometeu. Como se estivesse esgotado. Por fim seu choro cessou depois de alguns minutos em frente a lápide de sua mãe. Jeon havia se afastado um pouco quando o garoto se acalmou e deixou que ele tivesse um momento de privacidade.

— Omma, queria que você estivesse aqui. — sgredou em sussurro, acariciando a imagem da mulher numa pequena foto que havia ali. Tinha algumas flores brancas sobre sua lápide junto as rosas que os garotos haviam levado consigo, dando uma cor em meio às outras flores brancas que estava ali. — As coisas seriam diferentes, certo? Eu não teria sofrido por todos esses anos. — ditou, agachando-se ao chão. — Não estou te culpando, sei que não tem culpa de nada, mas eu queria te ter por perto. Queria saber como é ter o amor de uma mãe, ter alguém para chamar de omma, sabe? Poder te abraçar como o Jungkook faz com os pais dele. — sorriu, lembrando de como eles eram apegados uns aos outros. — Omma, eu sei que você conheceu o Jeon, mas queria que você me visse ao lado dele agora. Eu gosto de estar com ele. — como se pudesse lhe ouvir, o outro virou acenando para si e logo retribuiu. — Eu amo ele, omma. Amo muito o Jungkook e meu lobo também o ama. — confessou em um murmúrio, como se a mulher realmente estivesse ali, sentada ao seu lado. — Mesmo sem nunca ter tido a senhora ao meu lado eu sinto sua falta e queria que você estivesse comigo. Que tivesse me visto crescer, que me levasse a escola e que me fizesse passar vergonha em frente aos meus amigos, com eu via acontecer no celegial. Eu queria ter tido uma vida normal ao seu lado omma.

Jimin manteve seu monólogo por mais alguns minutos, dizendo todas as coisas que estavam acontecendo em sua vida. Falou como se sua mãe estivesse ali consigo e sorria em meio as palavras ditas. Porém teve que se despedir após um tempo e seguiu para perto de seu alfa abraçando-o ao saírem do cemitério.

Minutos depois adentraram a casa podendo ver o casal deitado enquanto assistiam a algum dorama como de costume, enredados em um cobertor enquanto comiam pipoca. Jungkook seguiu até eles deitando entre os dois e levou o ômega consigo, deitando-o entre suas perna e envolvendo-lhe a cintura com sua destra. Repetiu o mesmo ato com o ômega mais velho, porém com sua canhota e beijou sua bochecha.

— Pai? — chamou baixinho, recebendo um "Hm" como resposta. — Eu não vou te abandonar, se é o que está pensando. Você é meu pai e ninguém irá substituir seu local aqui dentro. — levou a destra ao seu peito, sinalizando o seu coração. — Eu tenho um ômega agora e tenho que me dedicar a esse ômega manhoso. — ditou, arrancando um riso de seus pais e um muxoxo do rosado. — Vou cuidar dele e o proteger com toda a minha vida, assim como o appa faz com o senhor. — segurou a mãe do alfa. — Eu amo vocês e nunca vou deixá-los de lado. Tenho que cuidar do Jimin, mas vocês são meus pais e nada vai mudar isso!

— Faz tempo que eu não vejo o papai chorar desse jeito. — ditou o alfa se aproximando. — Por que todo esse choro?

Jimin se afastou do lúpus, sendo abraçado pelo loiro e logo depois pelos ômega ao seu lado. Namjoon também falou com os garotos, mas continuou deitado ao lado de seu filho e esposo. Yoongi se juntou a eles e os ômega apenas observavam a cena da família reunida no sofá grande, enquanto dividiam o menor.

— Foi difícil ver o Yoon sair de casa, agora você também. — resmungou Seokjin, agora mais contido.

— Jungkook vai embora? — indagou e lúpus assentiu.

— Nós estamos namorando agora. — sorriu para seu ômega. — Jimin quer ter o lugarzinho dele e eu não quero deixá-lo sozinho.

— O senhor pode visitá-los, papai, assim como faz comigo. — ditou, acariciando aos fios escuros do mais velho. — A família vai crescer agora.

— É verdade. — sussurrou. — Vocês poderão ficar comigo quando puderem. — estava deitado entre os dois alfas mais novos e aproveitou para abraçá-los. — Desculpa por fazer todo esse drama.

— Eu te amo muito, pai. — sussurrou o lúpus próximo ao seu ouvido, ganhando um beijo em sua bochecha.

— Eu também te amo. — ditou o loiro, também recebendo um beijo em sua bochecha, seguido de um riso do ômega mais velho.

— Todos nós te amamos, Jinnie. —  Namjoon envolveu-os em um abraço.

Riram pela fala do mais moreno, mas continuaram no abraço. Com a calmaria dos ânimos Jungkook suspirou aliviado, entretanto ao fazer tão ação pode sentir um cheiro diferente e um pouco mais suave por perto. Franziu o cenho, procurando no ar  de onde vinha o cheiro desconhecido por si. Eram vários cheiros ali dentro, mas tinha certeza que o sentido por si era totalmente diferente do que estava acostumado.

— Pai, você está com um cheiro estranho. — ditou o lúpus, aproximando-se para cheirar mais de perto ao reconhecer que vinha do mais velho da casa. — Não é ruim, mas... — inspirou profundamente. — É diferente.

— O que? — indagou Namjoon, descendo o rosto para cheirar o local qual o mais novo cheirava. — É verdade! — elevou sua cabeça, fitando os olhos do mais velho. — Jinnie, será que...

— Você está grávido, hyung? — questionou Hoseok.