História I Found You - Beauany - Chapter Thirteen

Dia seguinte….

Pov Shivani

Como todos os dias levanto antes do despertador tocar e vou para o banheiro fazer minhas higienes matinais.

Ao retornar para o quarto me assusto ao ver a figura magra da japonesa em pé na varanda, ela estava dormindo quando entrei no banheiro.

Para falar a verdade ela é o motivo de eu levantar todos os dias mais cedo, tento evita-la mesmo sabendo que é errado.

- Hina? Você está bem? - sua cabeça balança em negação e me aproximo dela, quando paro de frente a mesma minha única vontade é abraça-la pois seu rosto está encharcado de lágrimas, porém eu sei que não devo fazer isso. A machucaria mais. - O que eu posso fazer por você?

Hina- Nada…vou ficar bem.

- Hina...- inconscientemente minha mão vai em direção ao seu ombro mas ela desvia antes que eu chegue a toca-la. - perdão, perdão...não sei o que me deu.

Hina- Você pode me deixar sozinha por um momento? - assinto. Retorno para o quarto, pego meu celular e saio do mesmo. Encosto na parede do corredor e respiro fundo enquanto tento controlar as lágrimas.

Hina e eu crescemos juntas, nunca uma sem a outra. Mas isso tudo mudou quando tínhamos nove anos e acidentalmente ela me empurrou do escorredor, fiquei apagada por três dias. Todos entenderam que foi um acidente, nossos pais não ficaram chateados porém Hina mudou. Ela desenvolveu uma fobia de contato físico, e a culpa a corroeu tanto que ela simplesmente se afastou de mim e agora quase não conversamos.

Eu sinto falta da minha irmã...mais que tudo no mundo.

Mesmo ela estando a poucos metros de distância, é como se estivéssemos em polos opostos no mundo.

Heyoon- Shiv, está tudo bem? - pergunta ao sair do seu quarto, do outro lado do corredor.

- Sim…vamos descer? - ela assente e caminhamos em direção ao elevador, durante o percurso até o refeitório me mantive calada apenas escutando Heyoon falar sobre as últimas notícias do colégio e algumas fofocas.

Heyoon- De qualquer forma, eu não acredito que isso seja verdade. - assinto mesmo não tendo ouvido nada. Assim que vejo Krys parado ao lado de Any e Josh, ando na sua direção deixando Heyoon na fila sozinha.

- Posso falar com você? A sós. - ele parece entender e me acompanha para o jardim. - A Hina estava chorando hoje cedo.

Krys- Ela te contou o motivo?

- Não, você sabe que ela me evita. Você poderia ir até o nosso quarto para ver como ela está? Estou preocupada.

Krys- Provavelmente foi apenas outro sonho ruim, ela diz que anda tendo alguns esses dias.

- Sonhos ruins?

Krys- Sim, sonhos em que você não acorda depois dos três dias.

- Ela está sonhando com a minha morte?

Krys- É o que eu acabei de dizer, vou atrás dela agora mas depois te dou notícias. - assinto e ele retorna para dentro.

Meu coração dói ao imaginar como esses sonhos devem ser para ela, não queria que ela passasse por essas coisas apenas por causa de um acidente, de anos atrás.

{….}

Pov Any

Quando Josh pediu ontem para deixa-lo ficar comigo durante todas as tardes, pensei que era apenas da boca para fora. Porém não. Assim que o sinal tocou para as aulas dos clubes, Josh surgiu do meu lado na mesa me esperando para irmos, o que resultou em encaradas nenhum poucos discretas dos meus amigos que estavam à mesa.

Agora estou sentada no chão de seu quarto, enquanto ele está deitado na cama apenas olhando para o teto.

- Eu descobri que odeio silêncio.- resmungo ainda olhando para o livro em meu colo, o qual não consigo ler pois Josh tira minha concentração. - Você disse que iríamos estudar mas só está deitado.

Josh- Quer deitar também?

- Não era essa a resposta que eu estava esperando.

Josh- Então não quer?

- Mas eu não neguei também. - fecho o livro o deixando no chão, e vou me deitar ao lado de Josh que chega um pouco para a parede me dando mais espaço. - o que você tanto pensa?

Josh- Em tudo e ao mesmo tempo em nada, eu acho.

- Então...o que você está achando disso tudo? Não te incomoda?

Josh- O que? - diz virando para mim e faço o mesmo.

- Você não tem escutado? As pessoas estão falando sobre nós dois, deveríamos parar de sentarmos juntos na aula de literatura e não comermos juntos também.

Josh- Você se incomoda?

- Não é esse o ponto…

Josh- Então qual é?

- Esquece, vamos esquecer que eu mencionei isso.

Josh- Tem certeza? - assinto. - Tem mais alguma coisa que você queira falar para mim?

- Não, por que?

Josh- Por nada…Noah me ensinou que para manter as amizades devemos sempre dizer tudo que pensa e tentar não guardar coisas que a possa prejudicar.

- Noah não está errado.

Josh- Se eu mentisse para você algum dia, você seria capaz de me perdoar?

- hurum. - ele sorri fraco e me puxa para mais perto de si, fazendo com que eu deite minha cabeça em seu peito. - Seu coração está batendo muito rápido.

Josh- Estranho, né? - diz e no mesmo segundo me recordo de ontem quando ele pegou em minha mão e eu disse a mesma coisa. - O que você está pensando agora?

- No quão estranho tudo está sendo ultimamente.

Pov Sina

Se somos jovens por que me sinto tão cansada?

Noah- Porque você é muito...Sina. - diz sentando ao meu lado e obviamente leu o que escrevi no livro.

- Sina não é um adjetivo.

Noah- Para mim Sina é tudo, adjetivo, substantivo, verbo e uma menina perfeita.

- Não enche Noah, não estou no clima para suas idiotices hoje.

Noah- O que está lhe preocupando tanto?

- Nada que seja da sua conta.

Noah- Suas notas provavelmente? - assinto ainda rabiscando o livro. - Sabe, nossos pais costumam achar que isso é tudo que importa mas não é verdade.

- O que você sabe sobre isso Noah? Você só está aqui porque é amigo de infância do Josh. Suas notas não significam nada.

Noah- Ai..isso doeu.- seu tom não é de humor e olho para ele, que agora está sério fitando minha mão. - Apenas não quero desperdiçar minha juventude preocupado com as notas, não é como se eu soubesse se serei feliz quando me formar então quero ser agora.- permaneço em silêncio e logo ele levanta seu olhar para mim- Não é errado, ser feliz agora Sina.

- Noah, eu..- ele levanta da cadeira impedindo que eu continue e sai da sala.

Sabina- Você não devia ter falado com ele dessa forma, ele só quer te ajudar. - dispara tudo e sai da sala atrás dele. Deito minha cabeça sobre a mesa remuendo tudo que disse, não foi a minha intenção ofende-lo desse jeito e para falar a verdade nem imaginava que Noah se ofendia com alguma coisa.

Levanto recolhendo todas as minhas coisas e me retiro da sala também, porém não vou atrás de Noah, irei para o meu quarto. Estou realmente cansada e não posso lidar com ele agora, talvez amanhã eu peça desculpas.

Pov Joalin

- É tudo uma grande bagunça. - digo enquanto esperamos nossos sucos no refeitório. - É serio, essa escola é uma bagunça total.

Bailey- Você sempre diz isso meu amor.

- Então eu sempre estou certa. - pegamos nossos sucos e saímos para o jardim. - O modo como tudo acontece aqui, é injusto e desigual.

Bailey- Você realmente quer falar sobre as políticas da escola agora?

- Não, não quero.- ele sorri e me abraça, e deixa alguns beijos em meu cabelo. - o que eu faria sem você em?

Bailey- Falaria de coisas injustas e políticas o tempo todo. - ele me solta um pouco, apenas o suficiente para olhar em meus olhos. - Minha futura presidente.

- Não, obrigada. - sorrio e ele sela seus lábios nos meus, por um momento esqueço de todas as minhas preocupações.

Bailey sempre consegue me fazer sentir assim, acho que foi esse uns dos motivos pelo qual me apaixonei perdidamente por ele.

Bailey- Jo..você quer matar as últimas horas no clube?

- E ir para onde?

Bailey- Vamos sair um pouco da escola, ir em um lugar calmo e silencioso.

- Calmo e silencioso? O que você está querendo aprontar senhor May?

Bailey- Tudo que pudermos. - como se fosse possível meu sorriso cresce mais, assinto e ele deposita um selinho em meus lábios. - Então vamos.

- Vamos.

Dia seguinte….

Pov Krys

Hina despertou em mim algo que nunca havia sentido antes; proteção. Eu sinto que preciso protege-la a qualquer custo, sei que ela tem muitos traumas por isso se sente perdida e sozinha em alguns momentos e é por essa razão que sempre estou ao seu lado. Para faze-la perceber que não está e nem nunca estará sozinha, pois eu estou aqui.

Hina- Krys, você não precisa vir aqui todos os dias.- reclama assim que abre a porta de seu quarto.

- Eu disse que iríamos juntos hoje.

Hina- E disse ontem, ontem de ontem, semana passada e a retrasada…realmente não é necessário, eu sei chegar no refeitório sozinha.

- Você me odeia por caso? - ela nega prontamente.- Então por que me trata tão friamente quando sou quase um sol de tanto calor com você?

Hina- Ei.- ela ri e sua mão vem na minha direção quase me dando tapa de leve porém ela para no caminho e a abaixa. - Obrigada.- sorri.- por ficar do meu lado, mesmo quando sou rabugenta com você.

- Por que você sorri desse jeito? É quase que doloroso não poder te abraçar agora e apertar suas bochechas.

Hina- Não pode.- diz colocando suas mãos pequenas em suas bochechas. - Elas são somente de minha propriedade.

- Ah é mesmo? - pergunto brincalhão e ela corre em direção ao elevador rindo alto, e corro atrás dela.

Estar com Hina é algo realmente mágico. Mesmo não podendo toca-la fisicamente, acredito que nossas almas já se tocaram e talvez até mais do que isso.…mas irei ocultar isso por enquanto.

- Ei me espera. - ela ri mais enquanto apertao botão do elevador para fechar, mas entro a tempo.- Você realmente ia me deixar para trás?

Hina- Essa era a intenção.

- Lamento mas terá que ser mais rápida se quiser fugir de mim.

Hina- Então serei mais lenta a partir de hoje.

Pov Heyoon

Um amor unilateral? Talvez seja isso.

Amar alguém e não conseguir ser capaz de dizer a essa pessoa o que se sente é horrível. Essa sensação de formigamento a todo instante é horrível.

Eu queria apenas dizer a ele uma vez, apenas uma vez. Com todas as palavras, explicar o tanto que o amo e a dimensão de todo esse sentimento na minha vida.

Dizer que eu escolhi canto porque ele havia escolhido e encontrei nisso uma forma de ficar mais tempo com ele, apesar que a maioria de nossas aulas são as mesmas.

A questão é que não importa quantas horas passamos juntos, eu sempre irei querer mais. Mais do que é realmente possível querer sendo apenas sua amiga de escola.

Há tantas coisas que eu queria dizer à ele mas por enquanto irei dizer apenas que sempre estarei ao seu lado, como amiga.

Lamar- Você já escolheu a música? - pergunta me tirando dos meus devaneios.

- Que música?

Lamar- Em que mundo você está Heyoon?- ele ri.- A música para o trabalho de canto, você disse que queria escolher sozinha.

- Ah isso então...eu pensei em Invisible. Mas não sei, o que acha?

Lamar- invisible? - diz pegando seu celular, olho por cima de seu ombro e ele está procurando a letra.- Oh uma música sobre romance, ok gostei. Pode ser essa.

- Que bom que você gostou.- tento dizer o mais natural, mas minha voz ainda sai um pouco amarga. Porém como o esperado, ele não notou.

Lamar- Eu já vou indo, tá bem? - assinto. Ele levanta e sai do refeitório.

Como você pode ser tão lento assim lamar?

Sou muito idiota por pensar que ele iria sequer imaginar o motivo que escolhi essa música.

- Penso em você o tempo inteiro- deito minha cabeça na mesa e começo a cantarolar a musica- Você faz eu me sentir burra E eu estou tropeçando nos meus próprios pés E eu estou brava que você pegou o melhor de mim Me apaixono lentamente por você Mas de longe Estou apaixonada por alguém que não sabe que eu existo