História I Hate Everything About You - Really?

POV PETE

Quando Mike disse para eu ficar para almoçar, imaginei que algum empregado(a) fosse chegar e fazer qualquer coisa que o mesmo pedisse, mas para minha surpresa ele mesmo foi quem fez o almoço.

E não algo simples como macarrão instantâneo com queijo, o infeliz fez “rosbife com batatas à dorê” e sei lá mais que viadagem ele inventou, só sei que, devo admitir, estava bom pra caralho!

Nunca, nem em um milhão de anos eu imaginaria que esse riquinho sabe cozinhar, mas ele provou que sabe, e me fez com que eu me sinta um bosta por não saber nem fritar um ovo direito. Na real, ele usa algum tipo de “hack” na vida? Tipo “ah foda-se eu não quero só saber cozinhar ou ser rico, quero ser inteligente, rico, bonito e popular. Ah e para não desconfiarem vou dizer que nem sou humano e me fazer de vampiro igual um retardado!”

Continuando, após o almoço ele disse que precisava resolver algo rápido e me deixou sozinho na sala de jantar. Como eu não sou uma planta ou cachorrinho obediente que faz tudo que é mandado, eu simplesmente fui fazer um “tour” pela casa.

A mesma não chegava a ser uma mansão como a dos Black, mas a diferença não parecia ser tão extrema. Agora pensando, nunca entrei na mansão dos Black para saber, nem em qualquer casa maior que o “padrão” (como a da Henrietta, Michael ou até do Firkle).

De qualquer forma, eu comecei a explorar o que havia adentro daqueles corredores largos, altos e brancos espelhados, com seus lustres extravagantes. Um escritório aqui, sala de estar ali, qualquer cômodo maior que minha casa, estava me sentido mal só de olhar. Decidi subir as escadas e ver o que havia lá além do quarto de Mike e de hospedes.

Havia uma janela enorme que tomava conta de praticamente toda uma parede ao lado da escada, no final do corredor encontra-se duas portas grandes que supus ser o quarto dos pais de Makowski. Já estava ficando entediado de olhar as portas, cruzar entradas e imaginar o que haveria atrás das mesmas, quando algo me chamou atenção.

Era mais uma porta, porem diferente. Ela possuía placas com escritos de “não entre” e “mantenha distancia ou morrerá” em letras rabiscadas e vermelhas, provavelmente em uma tentativa de imitar sangue. Certo, isso me interessou. Quer dizer, quem mais poderia morar aqui? Seria um segundo quarto de “Vampir”? Talvez eu estivesse certo sobre ele ser um psicopata disfarçado, e ali fosse seu “covil” onde escondia os corpos de suas vítimas.

Minha mão direita tocou a maçaneta cor de cobre, e quando finalmente ia vira-la, ouvi um alto som de batidas. Daquele tipo quando alguém entra em um lugar arregaçando e batendo com força. Hesitei na hora, recolhendo o braço rapidamente e sentindo meu corpo ficar cada vez mais tenso, conforme o som de passos, provavelmente botas pesadas batendo com força contra o chão e degraus da escada, se aproximava.

Recuei, afastando-me da porta e tentando raciocinar que porra estava acontecendo. Meus olhos e atentos a qualquer movimento alheio ou diferente, apenas esperando ver quem ou o que estava vindo.

E o que vi realmente me surpreendeu. Um garoto loiro de cabelos rebeldes, alto para cacete (serio, ele deve ter o que? 1,95?)  usando uma regata preta sob um colete rasgado e vermelho, expondo seus braços musculosos e tatuados, jeans rasgado preto, coturnos pretos cano médio e para completar o visual “bad boy” corrente de ouro no pescoço, piercings e olhar de mau, estranhamente familiar.

-Quem é você e que porra está fazendo na frente do meu quarto?! Ou melhor, NA MINHA CASA?!- ele disse em tom ameaçador se aproximando bruscamente. Eu queria responder “te pergunto o mesmo”, mas esse cara definitivamente me assusta, e recuei ate dar de encontro com a parede atrás de mim. Droga Mike, onde esse desgraçado esta quando preciso dele?!

-EI! – falando no Diabo, parece que ele resolveu aparecer, subindo a escada com pressa, quase tropeçando no processo – Trent com quem você est- - o moreno voltou seu olhar para mim- ah, aí está você Pete.

-Pete? – o loiro arqueou a sobrancelha e encarou o “vampiro” - Quem é ele, o que caralhos está fazendo aqui e porque peguei esse infeliz quase entrando no meu quarto?! – questionou agressivo enquanto cruzava os braços.

Mike se dirigiu ao meu lado ficando um pouco a frente, ele não parecia intimidado pela presença do outro, na verdade acho que estava bem relaxado.

-Relaxa Trent, esse é o Pete, e Pete esse é o Trent – disse enquanto fazia gestos apontando para ambos de nós- Pete é meu amigo da escola, ele veio para fazermos um trabalho em dupla.

-Sério? -o aparente delinquente parecia descrente, mas resolveu não prolongar- Você realmente trocou suas amiguinhas gostosas por isso? -ele ri em tom de deboche- Que seja, mas mande seu amiguinho ficar bem longe do meu quarto – seus olhos se estreitaram.

O louro apenas deu as costas e seguiu ao seu quarto, apenas dizendo um “usem camisinha e nada de gritar muito alto” antes de fechar a porta e tranca-la de vez. Me deixando levemente travado, aliviado por sua saída, e puto com seu comentário.

-Você está bem? – Mike perguntou, colocando a mão no meu ombro, cuja qual foi imediatamente afastada por mim.

-Acho que sim..., mas me explica, o que aquele loiro com cara de delinquente está fazendo na sua casa?!

-Ah, sobre isso, ele é meu meio irmão.

MAS QUE MERDA É ESSA?! O CERTINHO DO MIKE MAKOWSKI TEM UM IRMAO BAD BOY?!

-Mas....como assim? – questionei incrédulo.

Ele apenas fez sinal para eu me calar e me arrastou para o andar de baixo, olhou para os lados como se estivesse se certificando de não estarmos sendo observados e suspirou.

-Hã, bom é uma longa história...

-Então resuma. - Cortei-o.

-Certo -ele bufou revirando os olhos- você já ouviu falar de Trent Boyett certo? -forcei-me a tentar lembrar onde havia ouvido o nome.

-Ah você está falando daquele garoto que ateou fogo naquela professora enquanto ainda estava na pré-escola? E cinco anos depois voltou para terminar o serviço?

-É, exatamente. Ele é meu meio irmão por parte de mãe. Quando eu te pedi para esperar na sala de jantar -deu ênfase em seu pedido-  é porque estava atendendo um telefonema da minha mãe que avisou sobre ele estar vindo.

Nossa conversa foi interrompida pelo som de uma música que reconheci como sendo “Awake and Alive” da banda Skillet. Ele apenas pegou o celular e desligou a chamada impaciente.

-Serio? - indago em tom sarcástico.

-O que? – os olhos verdes se voltam para os meus.

-Skillet?

-Bom, se você reconhece é porque gosta ou pelo menos já ouviu- antes que eu pudesse responder com uma patada, ele passa por mim em passos rápidos, pegando algo que depois identifiquei como sua jaqueta preta de couro, e indo para a porta na mesma velocidade.

-De qualquer forma, não estou afim de discutir agora. Você já pegou suas coisas? – processei por um minuto antes de apalpar meu corpo e então balançar a cabeça em negação – certo, vai lá pegar, eu estou ligando o carro.