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História I know he's married - Bandeirada final.


Escrita por: mydarlingzayn

Notas do Autor


HOLA MIS AMORES! Demorei pra caramba eu sei, maas tive motivos. O fim do período foi um loucura, muito projeto pra entregar, muita prova pra fazer e por isso só pude começar a escrever no início das férias. E como vocês sabem eu só posto um capítulo quando acho que ele está da forma que eu imaginei e por isso demorei mais um pouco até que a inspiração viesse.
Enfim, quero agradecer por todos os comentários, favoritos e a cada um que não desistiu dessa história. Vocês me fazem continuar, vocês me fazem escrever todos os dias. Obrigada por tudo e aproveitem o capítulo.

Capítulo 42 - Bandeirada final.


Me olhei no espelho uma última vez antes de irmos, calça jeans preta, tênis branco e um camisa curta também branca. Lewis me disse para ir com algo confortável e eu bolei tudo de forma que combinasse com a cena na minha mente. Ele também me emprestou uma jaqueta de sua parceria com a Tommy Hilfinger, que achei um luxo por ter saído do desfile direto para meus ombros. 

Para completar um óculos de sol grande e o boné da mercedes. 

— Agora sim, uma Mercedes girl — brincou ele ao me olhar com o boné.

— Nem parece que já foi Ferrari — brinquei fazendo o piloto revirar os olhos. 

— Nem pense e sujar sua pele com vermelho Mia Saton! 

Lewis estava com uma calça jeans e uma camisa mercedes branca cheia de logos dos patrocinadores, além do seu típico boné. 

Descemos juntos até o subsolo e sorrimos ao parar diante do veículo. 

Como uma bala cortando o vento disparamos na direção das docas, o vento marítimo fazia meus cabelos chicotearem as costas e meus braços envolviam a cintura do piloto com uma certa tensão. 

— Relaxe, não vou te deixar cair — brincou, a voz um pouco abafada pelo capacete. 

O inglês desviava dos carros, ondulando entre as brechas como se estivesse em um vídeo game. Adrenalina percorria minhas veias, meu coração disparado. Era uma sensação diferente não estar no controle, mas ainda sim gostar disso. 

Ter acesso ao paddock foi fácil, todos reconheciam Lewis e justamente por isso sua chegada virou um evento. Espaço foi aberto na rua diante das garagens a medida que a MV agusta f3 800 ia avançando, os mecânicos, pilotos e convidados que passavam tinham os olhos sobre nós, mas não só eles. Os paparazzi que circulavam por ali atrás de famosos simplesmente verteram as lentes para nós, vários flashes dispararam enquanto passávamos.

Sorri por dentro da viseira escura do capacete vendo o início de um burburinho se formar ao redor. Wis foi diminuindo a velocidade até chegar na garagem da Mercedes e parar diante dela. 

— Lewis! Lewis! — Chamavam os paparazzi impovorrosos. 

Ele tirou o capacete e passou as mãos pelos cabelos. 

— Quem é ela Lewis? 

Eu desci da traseira da moto, no enquanto não tirei meu capacete, exatamente como tínhamos planejado. 

Wis desceu depois, não só os paparazzi tiravam fotos, mas várias pessoas com seus celulares também. 

— Ela é sua namorada? 

Juntos caminhamos para dentro da garagem. 

— Vocês estão juntos?

Eu queria rir, era engraçado ver o desespero deles por um furo. Os paparazzi até tentaram vir trás da gente, mas foram barrados no portão da escuderia pelos seguranças.

Nós seguimos mais para dentro, dava para ouvir seus berros em perguntas especiosas, ainda tentando pegar alguma foto interessante pelas brechas. 

La dentro os engenheiros e mecânicos iam de um lado para o outro com seus grandes fones e pranchetas se dividindo entre os carros e as várias telas de computador desde o centro até as paredes laterais. Mantas térmicas envolviam os pneus, os mantendo quentes para corrida e várias mangueiras vindas do teto estavam acopladas aos carros. 

— Ótimo jeito de começar um dia de corrida irmão— Bottas brincou e o inglês riu me levando mais para dentro. 

— E não é?!

— Bom dia Mia! — Bottas berrou.

— Bom dia! — Acenei. 

Só quando estávamos "seguros" em relação as fotos que tirei o capacete. Eu e Lewis gargalhamos como crianças que aprontaram.

— Viu como eles ficaram doidos? 

— Achei que fossem invadir o boxe. 

— Seria hilário!

— Lewis, Lewis, você gosta de causar, não é!? — Angie disse do topo da escada com as mãos na cintura. 

— Você me conhece Angie! — Ele piscou para ela dando um beijo no alto de sua testa. 

— Tem um vídeo para gravar, precisa descer em 15 minutos e depois direto para o Hospitality — ela avisou. 

Lewis e explicou que o Hospitality era uma construção móvel onde eles passavam maior parte do tempo do fim de semana do GP, cada equipe tinha o seu e o complexo continha salas para os fotógrafos e mídias, escritórios do engenheiros, refeitório, cozinha, salas para os pilotos onde tinham os objetos pessoais deles ( capacetes, roupas etc ) e onde faziam fisioterapia pré-treino e corrida.

No enquanto em Mônaco o Hospitality ficava no segundo andar já que eles não tinham espaço de um estacionamento. Apenas a cozinha e o refeitório que ficavam atrás da garagem.

— Ok, desço rápido. 

Nós seguimos para a salinha de Lewis e ela rumou para o andar de baixo. Eu me sentei mo sofá e ele pegou as roupas dobradas na estante e foi para o banheiro.  

— Vamos manter entre nós o fato de eu não ter feitos os exercícios hoje de manhã, tudo bem? — Falou lá de dentro.

— Eu sinto que estou te induzindo ao meu caminho e como fisioterapeuta parece que esse peso só piora — falei algo enquanto observava os 3 capacetes que ele trouxe, todos tinham uma homenagem ao Brasil por causa do seu maior ídolo, Senna. Desde as cores da bandeira ao Cristo Redentor. Lewis saiu do banheiro já com o macacão pela metade e sorriu.

— Relaxa bobinha, eu já fiz isso antes — tocou a ponta do meu nariz e se sentou ao meu lado para amarrar os tênis.

Reviro os olhos. 

— Mas sabe...tem uma coisa que pode funcionar mais que simples exercícios — seu corpo adernou na direção do meu, o braço deslizando pela encosto no sofá. 

— Sabe que não podemos — falei baixinho, embora meu corpo implorasse por isso.

Desde ontem que eu estava me controlando e ele também. Porque Angie o indicou a não ter relações sexuais horas antes da corrida. Mas agora com toda a adrenalina antes de uma competição...era excitante, difícil de resistir. 

— Vai me ajudar Mia, eu juro — sussurrou. 

Deixei que chegasse perto com um sorriso malicioso nos lábios. Merda! Eu não queria estar desejando tanto Lewis agora. 

— Angie disse 15 minutos — sussurrei contra seus lábios, já sentindo a mão dele deslizar pela minha coxa. 

— Vamos aproveitar esse tempo então — então ele avançou faminto.

Mas antes que seus lábios tocassem os meus a bateram na porta. Lewis parou a milímetros, nossa respiração já se cruzando, e respirou fundo. 

— O que? — Esbravejou se afastando um pouco.

— Lewis, a equipe já está aqui. Melhor gravar logo — a voz de Angie soou de trás da porta. 

Ele bufou.

— Tudo bem, já estou descendo.

Suspirei enquanto nós afastávamos. Estava decepcionada? Sim, mas foi melhor assim. 

De pé diante de mim ele passou as mãos no cabelo e falou:

— Vou chamar David para te acompanhar a sede. 

— Eu não posso ficar aqui? 

— Poder pode, mas é melhor lá. Mais confortável pra você. 

— Mas Wis... — ele tirou o boné do acento e colou na minha cabeça. 

— Não, agora vamos — fiz careta, mas ainda sim o segui. Juntos descemos, Wis encontraria a equipe na garagem, mas avistei David no segundo andar.

— Deixa que eu me viro aqui, vai lá — falei e o piloto se virou para mim na escada. 

Eu não queria atrapalhar ele, seu foco devia ser a corrida e somente. Além do mais sei que ele tem várias coisas para cumprir antes de entrar no carro, vídeos para gravar, últimos detalhes para acertar, fotos, amigos para receber. Posso me virar sozinha. 

— Tem certeza? 

— Claro — pisquei e ele subiu um degrau para me abraçar. 

Ficamos em silêncio por um tempo, não precisava dizer nada ele sabia tudo.

— Vai lá e arrasa, ta bom?

— Pode deixar, doutora.

— Só lembra que depois da corrida ta tudo liberado — sussurrei e ele deslizou a mão para minha bunda apertando-a.

— Você não me escapa Mia.

Sorri. 

Nos separamos. Ele desceu e eu fui atrás de David. 

O rapaz estava falando com outro membro da equipe quando eu o chamei. 

— Mia! 

— Bom dia! — Sorri para ele. — Preparado para mais um dia de babá? 

David riu. 

— Ainda bem que será o último — minha vez de rir. 

Nós dois seguimos para andar de baixo, vi Lewis com a equipe de filmagem, eles o seguiam pela garagem acompanhando seu "dia a dia" antes do grande prêmio. Ele falava com o câmera, que também fazia as vezes que entrevistador. Acho tão sexy a ideia de um homem com poder e Lewis se encaixa muito bem nessa ideia. O atual campeão mundial, ele era o cara da F1, e isso, não me pergunte porque, me dava tesão. 

Passamos por lá direto para o paddock, eu com meu boné, óculos. Se ontem isso aqui estava cheio hoje está muito mais, fora as pessoas que trabalham aqui com as equipes, tem a imprensa, os convidados e muitos deles causam burburinho por onde passam. Vi vários rostos conhecidos, gente que só vi pelo instagram, no máximo. 

Kris Jenner e o namorado, um homem muito alto com pele cor de café, e outro homem que não conhecia, mas devia ser muito importante também. Eles estavam cerrados por seguranças e eram perseguidos por paparazzis.  

— Me diz, porque tem tanta gente famosa aqui hoje? 

Sei que é normal ter famosos por aqui, mas essa quantidade...creio que não. 

— Essa semana estão acontecendo alguns eventos em Cannes e já que muitos famosos estão pela costa, eles acabam vindo. Por isso também a quantidade triplicada de paparazzis. 

Arqueei as sobrancelhas.

— Muita coisa faz mais sentido agora. 

— Então, animada pra sua primeira corrida? 

— Algo entre excitação e nervosismo — admiti. 

— Vai ser legal, vai ver! — Garantiu.

Andamos até a sede e enquanto isso David falava sobre como estavam os bastidores das equipes, as fofocas mais quentes das últimas horas antes da primeira bandeirada. 

— Qualquer canal de esportes daria a vida para saber de tudo isso — ri.

— Sinta-se privilegiada então. 

Com os crachás tivemos acesso ao "camarote" no rooftop da sede, mas diferente de ontem o local estava bem cheio e não apenas de entusiastas e patrocinadores. Havia modelos, cantores, atrizes e atores, famosos da internet, donos de empresas, donos das equipes, chefes de estado, até mesmo o príncipe estava ali. Sim, o príncipe de Mônaco, David o apontou para mim. 

— Acho que nunca estive em um local com tanta gente importante assim — comentei e ele sorriu. 

— Esse é o poder dos esportes, eles unem todo tipo de gente — sorri de canto. 

— É um bom pensamento, lindo e utópico. 

Rimos juntos. 

Diante de nós as ruas de Mônaco estavam tomadas por torcedores, cada um que levasse a bandeira de sua equipe favorita para deixar as tribunas coloridas. Além das tribunas do próprio Gran Prix tinham os camarotes particulares, que iam desde varandas de apartamentos próximos a barcos ancorados dos piers ao redor. 

David não estava errado em tudo, os circuitos de rua realmente poderiam ser acessados por qualquer um, e isso fazia um esporte carro e elitista como a F1 parecer mais democrático. Parecer...

— O segredo de estar em um lugar desses e fingir que todos aqui não são ninguém — ele ofereceu o braço para mim. — Agora, vamos procurar um lugar para sentar e falar mal das pessoas antes da corrida começar — piscou e eu sorri. 

— Dessa vez você está falando minha língua. 

Ficamos quase duas horas e meia conversando em um dos sofás confortáveis da cobertura, e embora não tenha ficado circulando demais pelo lugar, dizer que não fui notada seria um mentira. Várias vezes peguei pessoas me olhando dos pés a cabeça, me medindo, me estudando. Não era uma questão de roupas, postura ou algo relacionado a aparência e sim com entrosamento. Todos ali pareciam pertencer ao mesmo mundo e por isso entrosados, por mais que em grupos diferentes.

" Quem é ela? O que faz aqui?"

Procurei ignorar os olhares e continuei conversando com David como se nada houvesse.

— Parece que a grande chegada de você e Lewis deram o que falar, está em todos os sites e perfis de fofoca — o loiro disse para mim enquanto deslizava a tela do celular. 

— Serio? O que dizem? 

— Que você é o mais novo caso de Lewis e que sua identidade ainda é um mistério. Creio que a última parte seja proposital, certo? 

Eu comprimi os lábios prendendo um sorriso e anui. Ele me mostrou algumas matérias uma delas dizia: 

" O piloto da Mercedes, Lewis Hamilton, tem dado o que falar no fim de semana do Gran Prix de Mônaco, mas dessa vez não só por suas façanhas na pista. O inglês sempre está muito bem acompanhado, e apesar de ter recebido as modelos Kendall Jenner, Gigi e Bella Haddid hoje horas antes do início da corrida, o que mais está chamando atenção é a presença sequencial de uma certa mulher misteriosa em sua passagem pelo principado. 

Fazendo de tudo para esconder a identidade a moça ao menos tirou o capacete ao chegar na garupa do piloto para o circuito, e a pergunta que fica é: Quem será o novo affair do campeão mundial?"

Arqueei as sobrancelhas ao perceber que as maiores modelos da atualidade tinham perdido o título da matéria para minha pessoa. 

Várias fotos nossas, tanto de ontem quando de hoje recheavam essas matérias. Nós dois sobre a moto chegando, eu descendo da moto, Lewis tirando o capacete, depois nós dois entrando na garagem. Nenhuma dava para ver meu rosto, o capacete impedia. E fiquei feliz eu ver que fiquei bem gostosinha sentada na garupa da moto. 

— Marketing é tudo nessa vida — David cantarolou e eu ri. 

Minutos antes de a corrida começar seguimos para o balcão antes que ele ficasse cheio demais. Foi dito e feito assim que os telões anunciaram que os carros estavam sendo movidos para o Grid de largada tanto o peitoril quanto o telões ficaram lotados, todos a espera do momento, da bandeirada.

20 carros apostos de acordo com os resultados de ontem. Meu coração estava disparado enquanto meu olhos focavam no carro 44, primeiro das fileiras de largada.

— Vai dar tudo certo — David garantiu, ele era tão confiante que passava segurança. 

 A contagem regressiva começou.

10! 

Lembrei de nossas conversas ontem.

Os motores ligaram, e seus ruídos soaram contra a camarária de uma cidade litorânea.

7! 

Havia uma rachadura em sua confiança e ele me deixou ver isso. 

O ronco dos motores mais potentes do mundo preenchiam meu redor, despertando frenesi no público. 

5! 

Mas ainda sim eu sei que ele é bom, por mais que circuito seja difícil. Ele saiu em primeiro, tem um grande carro e uma equipe incrível. 

As pessoas gritavam, motores aquecendo ao sol, o mar turquesa, barcos e iates o pontilhando, ao meu redor a tensão estava prestes a estourar como uma bolha. 

1! 

A bandeira preta a branca tremulou e os painéis de led deram sinal verde. O som de quatro pneus riscando o asfalto já era alto, oitenta de uma vez era enlouquecedor. De zero a trezentos quilômetros em segundos, uma verdadeira sinfonia mecânica rasgando o vento, como a ponta de metal de uma flecha. Gritos soaram ao meu redor, o ápice foi alcançado. Mas eu tinha a impressão que não seria o último. 

Lewis manteve a frente até sumir na curva, rápido como um jato. Sorri o e olhei para o telão, era de lá que acompanharíamos tudo a partir de agora. 

As primeiras voltas foram movimentadas do meio até as últimas posições, a tabela mudando a cada ultrapassagem fechava a ser confuso. Do meio para frente tudo se manteve como no treino. Lewis disparou na frente alguns segundos de distância de Vettel o que me deixou muito tranquilizada. 

Os dois campeões mundiais ficavam alternando na melhor volta da corrida, até que Bottas fez a sua ultrapassado Versttapen e passando para a 3ª posição na 20ª volta.

— Ae! — David e eu comemoramos.

Em um momento vi as amigas de Lewis assim como Kris Jenner andando pelo rooftop nas poucas vezes que desviei a atenção da corrida. 

As curvas fechadas, muita irregularidade dava emoção a quem assistia, mas dificultava as ultrapassagens devido ao risco de colisão, por isso o maior cuidado deveria ser tido. Tanto que em uma tentativa de ultrapassagem o piloto 29 da Honda bateu na asa do piloto de uma equipe de "acesso" da Ferrari, a Sauber-Ferrari, piloto este que era da casa. 

— Que merda Leclerc! — O assistente xingou ao meu lado levando as mãos ao rosto. 

— Eles não vão conseguir voltar, não é? — Perguntei. 

— A asa quebrou, não tem como. Agora para Brendon vai ser pior, a punição o fará ficar a baixo de Leclerc. 

Na 34º volta Sebastian se aproximou mais de Hamilton, apenas alguns segundos que fizeram meu coração acelerar, mas logo o inglês se recuperou. 

— Isso Lewis, mantém essa distância — falei e David riu ao meu lado. — Que foi? 

— Você torce com vontade — fiz careta para ele e rimos juntos. 

Na quadragésima volta eu decidi que estava tudo tranquilo e fui ao banheiro. Ele ficava perto do corredor dos elevadores e tinha uma decoração bem clássica como a maioria do edifício. Entrei e duas mulheres estavam conversando sentadas em uma chaise no centro do cômodo. Elas me olharam dos pés a cabeça duas vezes assim que cruzei a porta e instintivamente me encolhi seguindo até uma das cabines. As vozes que antes falavam em um tom normal a baixo, agora passaram a cochichar, mas eu ainda conseguia ouvir. 

— Desde quando a sede está convidando sub celebridades para o coquetel? — Uma perguntou. 

— Como sabe que é sub celebridade Margo? 

— Nunca vi em canto nenhum e também não se veste como alguém de berço, então... — risadinhas soaram. 

Engoli seco e apertei os dentes. 

— Quem sabe o que essa gente faz para conseguir estar aqui. Talvez esteja até trabalhando, chamam de permuta — sussurrou a outra voz e ambas estavam prestes a rir quando abri a porta. 

Mais uma vez as mulheres me olharam de cima a baixo e depois, para disfarçar, voltaram a conversar. As ignorei e fui lavar as mão, no entanto a de cabelo castanho me encarou até o reflexo, como se quisesse me colocar para baixo, me acuar com seus olhos claros. 

Abaixei o rosto terminei que lavar minhas mãos, as sequei e sai sentindo dois pares de olhos pesando sobre mim. 

Eu não sei como, mas esse comportamento não me surpreende. 

Rumei até onde David estava, mas não o encontrei. 

Ah! Era só o que me faltava ficar sozinha aqui! 

Olhei eu redor um pouco apreensiva até que o vi em um dos sofás acenando para mim. Sorri de alívio. 

— Achei que tivesse ido embora — falei ao me sentar no lugar que ele conseguiu. 

— Eu vi sua cara de desespero — disse rindo e eu o empurrei com o ombro. 

— Ridículo isso. 

— Ta reclamando sentada? — Ele arqueou as sobrancelhas. 

— To — cruzei os braços. — Mas minhas pernas agradecem, ficar em pé cansa — ele fez cara de deboche. 

—  De nada então! 

Virei o rosto para ele.

— Obriga...

De repente as vozes diminuíram e percebi que as pessoas começaram a olhar mais para o telão.

Eu e David nós voltamos para a tela na mesma hora. 

Havia um ícone com uma foto de Lewis escrito "Radio Lewis Hamilton", mas mesmo com a voz bastante ruidosa pelo rádio eu conseguir ouvir: 

— Estou com um problema aqui. 

Meu sangue gelou, fiquei sem fala. Era exatamente a volta 48, ele e Vettel tinham uma distância de alguns segundos ainda. 

O piloto começou a reportar o problema para os engenheiros pelo rádio e embora eu não entendesse nada, a cara de David me dizia que não era algo tranquilo. Como o áudio foi cortado no meio e não consegui ouvir bem, não acho que as televisões tinham o direito a tudo ainda mais no andamento de uma competição. 

— Você entendeu? 

— Algum problema no volante. 

— O que isso significa? — Perguntei a David. 

— A garagem consegue operar boa parte dos recursos do volante, mas o mais importante fica com Lewis, ele tem autonomia — ele percebeu meu olhar de leve desespero e continuou rapidamente: 

— O mais indicado seria ele ir para os boxes e tentar resolver o problema, mas demorará demais já que ele precisa trocar os pneus também — engoli seco. 

— Isso pode ser perigoso para ele? 

— Não, não chega a ser perigoso, mas vai exigir mais muito mais dele, para manter o carro manualmente — Respirei fundo, o corpo todo tenso, o clima tinha ficado mais tenso. 

— E agora? — Perguntei ainda olhando para a tela, o carro 44 ainda estava bem na frente, mas aquele era o tipo de problema que só olhos técnicos podiam ver. 

— Provavelmente vai esperar Vettel ir aos boxes, dependendo de como ele volta eles vão decidir se deve ir aos boxes para trocar os pneus e fazer os reparos ou se deve apenas trocar os pneus. 

— Ele tem ainda chance de ganhar? 

— Tudo depende de como Vettel for nos boxes — respirei fundo e comprimi os lábios voltando o olhar para a tela. 

Ele mantinha a frente, mas não devia estar sendo fácil, tanto físico, como psicologicamente.

Droga! A gente tinha conversado tanto ontem, eu falei que ia dar tudo certo. 

David tinha os olhos grudados na tela e esfregou as mãos. 

Respirei fundo. Vai dar tudo certo. Lewis é um bom piloto. 

Ao redor um público maior se aglomerava, alguns preocupados outros só querendo saber o que havia acontecido. 

Na 50ª volta Vettel rumou para o paddock na direção do pit da Ferrari. Foram segundos de desespero, e ele nunca foi tão intenso em tão pouco tempo. Enquanto a grande equipe de técnicos ia trocando os 4 pneus de uma vez só na velocidade da luz eu ia acompanhando a classificação. 

Assim que a placa subiu e o piloto acelerou para fora, para a pista eu parei de respirar e só voltei assim que ele deslizou pelo asfalto das ruas de Mônaco. 

Parecia ter ido tudo bem, até que a classificação se embaralhou e de repente quem ocupava o primeiro lugar era o alemão. 

Não! Não! 

Meus ombros caíram, olhei para aquilo com um peso enorme no peito. E a distância só ia aumentando entre os dois.

Apenas virei para David, ele tinha o corpo vertido para frente, os braços apoiados nos joelhos e as mãos unidas diante no queixo. 

— Essa era a pior hipótese? — Perguntei, só bastou ele anuir. 

Cada segundo a distância ia aumentando, as gravações de áudio de Lewis já não eram mais transmitidas e eu me sentia meio cega. Apenas Vettel perguntou se estava na frente e a equipe dele disse que sim, que mantivesse o ritmo. 

Olhei para o 44 na tela, Hamilton tinha que confessado que ganhar em Mônaco era um sonho. O principado foi palco das maiores vitórias de Ayrton Senna e de outros grandes ídolos seus, mas ele mesmo nunca subiu no lugar mais alto do pódio ali. 

Olhei ao redor, as pessoas começavam a se dispersar, outras olhavam totalmente apáticas. Ninguém esperava isso, ainda mais a poucas voltas do final.Batendo o pé no chão vi a 53ª volta chegar e Lewis não reagir. Não queria ficar ali parada, apenas assistindo de mãos atadas, sem saber o que de fato estava acontecendo de verdade.

— Me leva para lá David! — O loiro me olhou receoso. 

— Mia eu não sei...

— Me leva de volta — pedi, o fazendo respirar fundo. 

 

...

 

Nós seguimos com o sol a pino pelas calçadas lotadas da ruas de Mônaco, jornalistas, fãs, turistas, tinha de tudo. Fomos driblando cada um até chegar na área de trás do pit da Mercedes, não poderiam entrar pela frente como antes porque a corrida já havia começado e o paddock ficava perigoso. David e eu fomos passando pelo meio dos conteiners refeitórios das equipes, que essa hora estavam vazios, apenas a galera de serviços gerais limpando tudo, depois entramos por trás da garagem e descobri um corredor. A primeira porta era da cozinha, a segunda dos serviços gerais e depois de dobrar uma esquina já demos na garagem. Diferente de antes ela pegava fogo, técnicos, operadores e engenheiros de um lado para o outro, os olhares oscilando entre os vários monitores, as mãos percorrendo os botões e tomadas na mesa, um gritando informação para outro devido ao barulho da corrida e das pessoas ao redor. As duas equipes, tanto a que trabalhava com Bottas quando a que trabalhava com Hamilton se comunicavam intensamente.

— Fica aqui, vou ver o que aconteceu — anui, me mantendo longe para não atrapalhar.

David seguiu até uma parte da equipe, não consegui ouvir o que eles falavam, por isso esperei que ele viesse com a resposta. 

Instantes depois o assistente veio com uma cara não muito boa. 

— Era o que eu temia, o volante deu problema. Algo muito raro, o carro estava perfeito quando saiu...parte da equipe está trabalhando lá em cima para entender motivo e resolver o problema. 

— E qual o plano? — Ele suspirou e pareceu relutante em dizer. 

— O plano é para tentar manter ele no pódio depois do pit stop.

Franzi o cenho. 

— Quer dizer que estão desistindo? Não tem chance de ele ganhar? 

Deus! A poucos minutos atrás a vitória era quase certa, agora a equipe estava lutando para ele ao menos permanecer no pódio. 

— É muito difícil, ele não vai conseguir manter o carro sozinho e precisa do pit. A equipe vai tentar fazer Bottas cuidar da retaguarda dele, impedindo se seja ultrapassado, melhor ter dois no pódio que apenas um, pelo menos para a equipe — explicou.

Não Lewis, ele não era esse tipo de piloto. 

— Não parece digno dele, não depois de tudo o que ele fez, de como se esforçou. 

David anuiu, ele sabia disso e também não parecia feliz com isso.

— É, eu sei. Mas é nossa única alternativa Mia. 

Acompanhamos toda a movimentação nos boxes e a corrida pelos computadores da garagem, Bottas veio fazer a troca de pneus primeiro. Foram segundos, o carro parou na frente dos boxes, só ouvi o barulho do desparafusar e o parafusar dos pneus em uma velocidade alucinante. Havia duas pessoas para cada pneu, uma equipe de oito ademais uma pessoa para segurar a sinalização, outros um engenheiro para ver se tava tudo certo com o carro e o assistente para dar água ao piloto. Nunca vi tanta gente fazendo um único trabalho ser tão organizado e rápido. Segundos depois que o carro parou ele já estava arrancando para fora como um jato prestes a voar.

Meu coração palpitava, Bottas estava fazendo um bom trabalho em fazer uma barreira para Lewis. 

— As outras equipes já devem estar desconfiando de um suposto problema — ouvi a conversa de um dos engenheiros com uma técnica. 

Olhei para David, ele também tinha ouvido.

— Isso não é bom. 

— 44 vai vir para os pits — alguém gritou para a equipe já se organizar novamente. Eu me ouricei. 

Os engenheiros e técnicos se apertavam diante dos monitores, olhos atentos, muita falação. Eles falavam com Lewis. 

E quanto tudo parecia estar rápido demais, frenético demais, meu cérebro me fez ficar em câmera lenta. Agoniada com o alvoroço, tendo ideia de que depois do pit stop Lewis poderia estar arruinado e que com certeza seu sonho seria adiado eu me vi de repente no meio dos operadores e engenheiros diante dos monitores. 

— Posso falar com ele — foi o falei não para alguém em específico e alguns me olharam cochichando. Na realidade tudo parecia uma alucinação, um sonho até Angie, a fisioterapeuta de Lewis perguntar:

— O que faz aqui? Achei que fosse ficar na sede. 

— Eu não ia conseguir ver tudo isso de lá — a loira me olhou dos pés a cabeça e depois virou para falar com um dos técnicos.  

Eu quase me encolhi, dei as costas e fui embora. Ninguém tinha dado importância. Além do mais o que eu era? No que eu poderia ajudar? Eu estava atrapalhando. 

— Dêem um fone para ela — falou o homem. 

Em segundos um dos assistentes veio correndo e me colocou o fone em mim o conectando com os monitores e ajeitando o microfone diante dos meus lábios. 

— É melhor ser rápida — foi o que a fisioterapeuta disse antes de um zunido preencher meus ouvidos. 

— Mia Saton na linha — uma voz masculina ruidosa soou.

— Mia? — Agora era voz de Lewis, tremida, mas tudo bem. Levei as mãos aos fones para ouvi-lo melhor. 

— Lewis, escute bem, não temos muito tempo — os operadores e técnicos olhavam para mim enquanto faziam seu trabalho. Quase tinha escrito na sua face: O que essa mulher pensa que está fazendo? 

— Ok, estou escutando.

— Lembra do que conversamos ontem, do que eu te disse quando falávamos da corrida? 

— Sim — chiou o rádio.

— Pois é, eu só quero que lembre que você é o melhor e portanto o único que consegue fazer isso. O único que pode Lewis, no fundo sabe disso. 

O rádio vez silêncio por alguns segundos, aguardei com o maxilar travado até que ele chiou do outro lado e a voz ruidosa dele soou: 

— Tudo bem, vejam só: eu não vou para os boxes. Vou fazer tudo manualmente e recuperar meu lugar. 

Todos se olharam totalmente apáticos. Eu também fiquei, mas depois fiquei entre o orgulho e o receio. 

— Lewis isso é muito arriscado — o engenheiro disse indignado e cauteloso. Agora eles olhavam para mim comi se eu fosse a louca que fez o piloto deles cometer uma insanidade. Talvez eu fosse.

— Eu consigo Derek — ele disse após um chiado alto. 

— O pneu é duro demais. Lewis, você precisa parar aqui — outro falou e dessa vez o piloto demorou para responder. 

— Eu sei o que eu to fazendo, se existe uma chance eu vou tentar — então o chiado se prolongou e eu vi pelos monitores o carro 44 passar como um jato pela entrada dos boxes. 

Ao meu redor alguns chiaram ao ver a cena, outros ficaram calados apenas observando. 

Eu olhei para David. Sua face transmitia o limiar entre o espanto e a excitação.

— Eu não sei se te dou um soco — Angie diz perto o suficiente para só eu ouvir. Naquele instante travei cada músculo. — Ou te abraço pelo que fez — completou, quase me fazendo relaxar.

— Vamos esperar até o fim da corrida, daqui pra lá você decide — falei e ela sorriu de canto me dando tapinhas no ombro. 

— Você é das minhas garota — disse ao pé do meu ouvido. 

Assisti o desenrolar da corrida ali, com David e Angie de cada lado e o fone nos ouvidos. Todos estavam um pouco tensos, a equipe atenta aos dois pilotos mas com um certa ênfase em Lewis.

Acompanhar tudo daqui, de perto me dava mais tranquilidade e ansiedade. Saber de tudo tinha seus pontos positivos e negativos. Os operadores estavam se desdobrando para tentar suprir os recursos que faltavam no carro 44, ainda sim podiam fazer pouco. O trabalho maior era de Lewis, via o esforço que fazia ao dirigir. 

Existia um medo mínimo de ter despertado nele uma força que não daria resultado, mas eu sentia mesmo que Hamilton era bom demais e que ele não poderia desperdiçar essa vontade e essa força que tinha. Não nesse momento. Eu sinto que ele pode. Eu acredito nele.

O inglês estava indo bem, mantevesse a bons segundos de seu companheiro de equipe, mas ainda estava distante de Vettel. Ele parecia estar no limite de esforço...

— Ainda tá longe — David murmurou. 

— Ele vai conseguir — afirmei com convicção.

Angie olhava apreensiva para o monitores, as vezes falava com Lewis o dando alguns toques. Sei que Lewis era conhecido por ser frio da pista, mas a situação é extressante e exige muito do psicológico da pessoa. Até os pilotos mais experientes ficariam tensos e isso poderia gerar problemas após a corrida. 

25 voltas para o final da corrida, era iniciada a reta final. Nervos a flor da pele e já havia gente da Ferrari comemorando, bandeiras vermelhas e verde pontilhavam as tribunas. Eu tentava colocar na minha cabeça que nada estava resolvido ainda. 

Até que em um momento um operador gritou: 

— 5 segundos! — Olhei para o relógio da classificação e vi a diferença entre Lewis e Sebastian diminuir. 

— Isso! — A equipe comemorou quase como um gol. Cada segundo era um vitória. 

Um segundo contava muito na F1, e essa subtração fez com que ele aproximasse do circuito da Ferrari. Seria difícil ultrapassar, mas cada vez mais possível. 

— Boa Lewis! — O engenheiro chefe falou para ele. 

Sorri, internamente rezando, orando e fazendo todo tipo de prece pra dar certo. 

Pela vista superior ainda não dava para ver Lewis e Vettel no mesmo enquadramento, mas não estava distante disso. 

20 voltas. Pela câmera acoplada a máquina 44 vi o inglês virar a direção inteira em uma curva bem fechada e acelerar na reta. Foi de 300 a 320 km/h, uma velocidade que eu nem conseguia discernir, mas já sentia a adrenalina percorrer minhas veias só de olhar. 

Na tabela a distância diminuiu mais, apenas 4 segundos o separavam no primeiro lugar. 

Isso Wis! Falta pouco. 

Esfreguei as mãos diante dos monitores, a equipe ao meu redor conversava entre si debatendo estratégias e também tentando ler o que a da escuderia italiana. 

— Eles sabem que nosso carro está com algum problema e isso é bom — me explicou David. Eu realmente não via lógica nisso. — Acham que vamos nos contentar com o segundo e terceiro lugar, como é padrão, e que Lewis só está tentando fazer a melhor volta para ganhar pontos e se afastar dele na classificação. Mas é na surpresa que vamos pega-los. 

— Quando perceberem Lewis está perto demais para ser evitado — completo o pensamento e o loiro sorri. 

— Lewis é um bom estratégista e ele sabe que apesar de Vettel ser um ótimo piloto ele não pode ir além dos motores do seu carro. 

Mais um aumento no número de voltas, marcando 63/78. O zunido dos carros preenchiam nossos ouvidos, quase toda equipe já estava reunida ali diante dos monitores para ver as ultimas 15 voltas.

Foram 9 voltas conquistando os preciosos segundos devagar, como quem não quisesse nada. Lewis muitas vezes era obrigado a manter a velocidade para não dar muito na cara, um verdadeiro martírio para agonizar com o coração de todos, inclusive dele imagino. 

— Diminua, estamos perto o suficiente — foi o que Tomas, o chefe da garagem falou assim que Wis ficou a meros 3 segundos de Vettel. 

O ar parecia pesado demais, todos tensos na expectativa. Eu mal conseguia tirar os olhos do monitor. Na 72ª volta ouvi tanto no fone quanto presencialmente a voz de Tomas: 

— Essa é a hora Lewis! 

— Copiado — o piloto acelerou conquistando mais e mais espaço na pista. 

Segurei a o braço de David assim que o carro da Mercedes chegou perto da traseira do vermelho Ferrari. 

" — O que ele ta fazendo aqui? " — Esbravejou o piloto pelo rádio do canal que transmitia a corrida. 

E acho que parei de respirar nos segundos que se seguiram. 

Hamilton jogou o carro para o lado na intenção se ultrapassar Sebastian, mas o alemão foi mais esperto e jogou o carro para o mesmo lado. 

Filho da...

— Ele não vai permitir a ultrapassagem — David falou com os olhos vidrados no monitor que mostrava a vista superior. 

— Merda! — Alguém rugiu. 

Vettel se mostrou um adversário a altura no decorrer da corrida. Ele fez meus nervos ficarem a flor da pele a cada tentativa de ultrapassagem, e as 5 voltas até a última se tornaram uma verdadeira briga de gato e rato. 

A televisão já anunciava "A corrida mais emocionante de todos o tempos" mesmo antes terminar. 

E assim que os dois passaram pela faixa iniciando a última volta, Vettel ainda a frente, eu sequer movi um músculo.  

— Mantém — Tomas aconselhou Lewis a se manter atrás da Ferrari. — Mantém! 

Eles passaram por uma curva e depois por outra subindo para Monte Carlo, um carro atrás do outro sem sequer dar um respiro para cada um. No topo eles fizeram a curva do Hotel de Paris e desceram para a parte baixa dos casinos. 

— Agora! — O chefe sinalizou e mais uma vez o inglês tentou a ultrapassagem e quase conseguiu, mas Sebastian o espremeu na parede. 

Ouvi Lewis xingar pelo microfone. 

— Ta muito difícil aqui, eu não sei se consigo sustentar o carro e ultrapassar ao mesmo tempo — Lewis falou a voz ruidosa, cansada. 

Olhei ao redor e vi a equipe já ficar triste. Estavam dando por vencido. Até mesmo o segundo após Tomas se apoiou na mesa e abaixou a cabeça. 

Não! Falta muito pouco. Não pode terminar assim. 

— Finta! — Falei mais alto que meus pensamentos, até David me olhou estranho. — Finta é uma estratégia muito comum em vários esportes, principalmente esgrima, não sei se no automobilismo já foi feito antes, mas talvez dê certo. 

Todos olhavam para mim de novo, achei que Tomas fosse rir de mim, ou me mandar ficar quieta, me ignorar. Mas ele apenas apertou um botão na bancada e disse: 

— Você consegue campeão, só você pode fazer isso. Só espera a última reta chegar e... — ele explicou a finta par Lewis e eu fiquei orgulhosa de ter dado uma ideia boa, mas receosa que não desse certo. 

— Copiado, vou fazer isso — ouvi a voz de curta e direta de Lewis.

— Mas a última reta é perto da linha de chegada Tomas — um engenheiro disse cauteloso. 

— É por isso é a melhor chance que temos. 

Era tudo ou nada. 

Ao redor todos se abraçaram, deram as mãos e esperaram. 

Vi David engolir seco e ao meu lado Angie apertou o encosto da cadeira de um dos operadores. 

Passei a mão pelo ombro dela e falei: 

— Vai dar tudo certo — ela sorriu de canto e pegou minha mão. 

Do lado direito eu abracei David pelo ombro e ele passou o braço pela minha cintura. Juntos observamos o dois carros fazerem a última curva e adentrarem a grande reta até a linha de chegada. 

Acho que houve um minuto de silêncio porque eu só consigo me lembrar da imagem. Lewis pisou  fundo atingindo os 350 então jogou para a direita e Vettel caiu seguindo para o mesmo lado e deixando a esquerda desprotegida. A questão de metros da faixa quadriculada Lewis jogou para o outro lado e acelerou finalmente ultrapassando o alemão e logo depois a linha de chegada. Pareceu tão rápido que senti que se tivesse piscado teria pedido tudo. 

O silêncio foi quebrado pelo grito em uníssono de todos assim que o carro 44 passou pela faixa e a última bandeirada foi nada. Angie, eu e David nos abraçamos, a equipe toda pulava, gritava e se abraçava. 

Ouvi o grito de Lewis pelo fone e pelo monitor o vi levantar o braço enquanto cumpria a distância para o pódio. 

— Parabéns Lewis, você fez a coisa mais brilhante que já vi nos meus 30 anos de fórmula 1— Tomas falou entre as comemorações. 

— Obrigado, obrigado a todos. Oh meu Deus! Vocês são foda — a voz dele soava bem emocionada e cheia de felicidade extravasada. 

Eu estava com o coração disparada de tanta alegria, toda minha tensão foi embora a força do meu grito.

— O que acabamos de ver foi a corrida mais emocionante da história da F1! Lewis Hamilton fez uma ultrapassagem jamais vista antes a beira da linha de chegada e deixa Sebastian Vettel em segundo lugar — o comentarista do canal de transmissão falava em um nos monitores. 

— Dia histórico na fórmula 1, depois de uma corrida emocionante Lewis Hamilton ultrapassava Sebastian Vettel e vende o grande prêmio de Mônaco — outro comentarista falava em outra emissora. 

 

… 

 

Enquanto a equipe toda seguiu para frente do pódio comemorar e ver Lewis levantar a taça David pediu que a assessora deles me encaminhasse para a parte de trás do pódio, para onde Lewis iria quando saísse. Eu realmente queria comemorar com todo mundo lá em baixo, me senti muito parte daquilo, mas como não queria revelar minha identidade ficar de frente para as câmeras não era a melhor ideia. Me despedi de todos na garagem e expliquei porque não poderia ir com eles. Ainda sim recebi vários agradecimentos tanto de Angie quanto de Tomas, o engenheiro chefe, segundo eles isso não teria acontecido se eu não estivesse lá não tivesse fibra o suficiente para falar o que devia ser falado.

Fiquei tímida com tudo isso, eu realmente não tinha muita dimensão de que ajudei tanto assim. Mas o que mais me deixou chocada foi quando a fisioterapeuta pegou minhas mãos e falou: 

— No início eu achei que você fosse apenas mais uma daquelas "amiguinhas" do Lewis, mas você se mostrou muito mais. É de pessoas como você que ele precisa, fico feliz que ele tenha te conhecido. Acho que ele finalmente achou alguém. 

Eu sorri e falei que eu que era agraciada por ter um amigo como ele, que ele foi uma das melhores pessoas que já apareceram na minha vida. Mas fingi que não entendi a parte final. 

Me despedi de David com um forte abraço e agradeci por tudo, no final ele disse: 

— Tenho certeza que a gente ainda vai se ver muito Mia. 

Meg me guiou pela multidão até o backstage do pódio que ficava no alto e diante de uma das tribunas. A festa vermelha e verde foi substituída pela branca e prata. Subimos por escadas um pouco apertadas e então tivemos acesso ao corredor que dava para o pódio. Havia mais uma pessoa ali e pelas camisa vermelhas percebi que era o assessor da Ferrari. Me apoiei na parede e por uma televisãozinha na parede vi a festa que acontecia a uma porta de distância. Lewis e Bottas levantando os troféus, jogando champanhe um no outro, na equipe lá em baixo, bebendo, rindo. Vettel pareceu um pouco chateado, comemorou seu segundo lugar apenas bebendo sozinho e jogando na sua equipe. Eu entendo a decepção dele, é como levar dois gols nos 45 do segundo tempo. Mas estava feliz demais por Lewis. Ele merecia essa vitória, merecia realizar esse sonho. 

— Se prepara, eles vão chegar — avisou Meg e então uma multidão de pessoas com câmeras, crachás, celulares apareceram no corredor. Ela e a assessora da Ferrai formaram meio uma uma barreira entre os jornalistas e a porta e começaram a negociar o poderia ser perguntado assim que os pilotos saíssem pela porta. 

Eu fique no meu canto, com meus óculos escuros e chapéu querendo chamar o menos atenção possível. 

— Por favor sem fotos e vídeos agora — pediu a assessora da Mercedes.

Então a porta se abriu, Vettel saiu primeiro e como um furacão passou pelos jornalistas não concedendo nada, por mais que perguntas fossem feitas. 

Era direito dele o silêncio. 

Depois de Vettel Bottas veio e todo sorridente respondeu algumas perguntas com bom humor embora muito centrado. Pela forma que ele respondeu eu senti que Lewis não ia falar muito, e dito e feito. 

Assim que Lewis saiu a onda de repórteres foi difícil ser condida pelos seguranças, os olhos se dele até encontraram os meus e eu senti que ele falar comigo, me abraçar. Eu também queria, mas a quantidade de gente querendo falar com ele, fazendo perguntas...era ruim demais. Então o britânico pegou minha mão e cortou a multidão de jornalistas, apenas dizendo: 

— Estou muito feliz, foi a corrida da minha vida. 

— Foi difícil, Vettel fez uma corrida muito boa e me deu trabalho, mas nossa estratégia foi melhor. 

— Sim, tivemos problema na direção e não podíamos trocar os pneus se ainda quiséssemos uma chance de 1º lugar, então tive que fazer tudo manualmente. 

Meg mediava tudo atrás de nós, garantindo nada de errado saísse, que nenhuma pergunta que não devia fosse respondida. 

Como não eram repórteres de fofoca e as câmeras estavam abaixadas eu não tinha com o que me preocupar, mas eu ainda sentia meu coração disparado por toda essa situação. 

Descemos as escadas e logo fomos encaminhamos na direção da sede. Várias pessoas paravam quando passávamos, queriam ver o campeão, falar com ele. Em momento algum Lewis me largou, sua mão estava firme na minha. 

Entramos pela sede pela entrada de funcionários para não causar muito alvoroço na entrada, no elevador Meg passou a lista das pessoas influentes que queriam falar com ele. Vi pela cara de Lewis não era algo que ele estava muito afim de fazer, mas era uma obrigação social. Manter os patrocinadores, dos admiradores e a seu nome em estima. 

O tempo todo enquanto subíamos ele apertava minha mão, sabia que queria falar comigo, mas Meg não parava de falar e era para ser um momento só nosso, em paz. Mas paz era a última coisa que ele ia ter por enquanto. 

Chegamos no rooftop e Lewis foi recebido abaixo de ovação e "assedio". Ele sorria e era gentil com todos, os cumprimentava e agradecia pela parabenização. As pessoas que se a aproximavam, as pessoas que Meg o indicava para falar. Flashes eram disparados, brindes com champanhe em comemoração. 

Conversávamos com um grupo de magnatas donos de hotéis e suas esposas, alguns deles me olharam estranho quando estive aqui sozinha. Era engraçado como essa gente se abria para quem estava no topo, para quem iria lhes dar algo, será notoriedade, dinheiro ou poder. 

— Você foi incrível hoje Hamilton, realmente uma de suas corridas mais espetaculares — falou o homem alto, magro e moreno com alguns fios grisalhos. 

— Obrigado, mas tudo foi culpa dessa mulher que estão vendo aqui — ele disse me fazendo ficar surpresa. Todos eles que mal olhavam para mim, como se eu fosse uma acompanhante, uma meretriz, agora se vertem para mim com rostos tentando formular alô próximo da simpatia. — Ela que me fez não desistir, ela que pegou o microfone e falou que se tinha alguém que podia fazer isso era eu. E foi ela que deu a ideia da ultrapassagem para o engenheiro da equipe — eles pareceram muito surpresos, com sorrisos falsos e tudo. Eu estava um pouco corada. 

— Ainda bem que ela fez isso então — disse um deles.

— Não é pra tanto Lewis, você que foi incrível que segurou o carro sozinho. 

— Ela é muito modesta. Na verdade essa vitória é nossa — eu corei mais e comprimi os lábios vendo as mulheres se morderem. 

Assim que conseguimos nos afastar das pessoas e parecia que teríamos nosso momento...

— Finalm... — mas antes mesmo que completasse a frase Meg apareceu. 

— Ah que bom que eu te achei! A filha do dono da Tommy quer falar com você. 

— Meg eu nã...

— Ela é filha do seu patrocinador...agrade a filha e agradará o pai — falou entre dentes. 

O piloto bufou. 

— Ta. Onde ela está? — Ele olhou a redor. 

— Ali — Meg indicou com o queixo e o britânico anuiu. 

Assim que meus olhos encontraram a mulher vi era a mesma que estava rindo de mim no banheiro. Meu sangue gelou. 

— Seja gentil com ela Lewis — acrescentou a assessora antes de sumir entre os convidados VIPs. 

Lewis pegou minha mão e começou a caminhar na direção dela e da amiga que logo reconheci também. Que ótimo, lindo, perfeito. Nem fazendo questão de fingir que não o tinha o chamado seu olhar pousou nele, mas depois veio para mim. E eu realmente quis rir da sua reação. Olhos olhos arregalaram levemente e esquadrinharam cada detalhe até nossas mãos entrelaçadas, que tiraram seu sorriso do rosto e o da sua amiguinha também.

Mas o que mais fez seu sorriso murchar foi que ao envés do piloto seguir em frente e chegar a ela ele virou na direção nos elevadores. 

— E a filha do seu patrocinador? — Indaguei. 

— Posso falar com ela outra hora — falou me puxando para o saguão dos elevadores, para longe da festa, longe de todos. 

Eu ri. 

— Você é louco — o inglês piscou e entramos no elevador. 

O elevador começou a descer. 

— Ah você não tem ideia! 

Lewis apertou em um botão maior na parte inferior do painel e estancamos. 

O olhei confusa. 

— O que está fazendo? — Um sorriso cresceu no canto dos seus lábios, maldoso o suficiente para fazer meu coração acelerar e meu meio ficar húmido.

— Eu disse que você não ia fugir de mim — a voz soou baixa e grave enquanto ele se aproximava devagar. 

Humedeci os lábios. 

Em um movimentando rápido Lewis segurou minha cintura e me virou contra a parede fria de metal. Senti adrenalina percorrer meu corpo e tudo formigar, o que só piorou quando ele encostou o corpo no meu. 

Deus! Seu cheiro de suor misturado com champanhe, testosterona saindo pelos poros. O jeito que ele me imprensava e me segurava. 

Lewis jogou meu boné do chão e passou a mão pela minha nuca puxando meus cabelos para cima.

Bruto.

Então senti sua boca bem ali.

Delicioso.  

A língua traçando um caminho desde a nuca até o ombro, onde ele puxou a camisa para que ficasse desnudo. 

Mordi o lábio tombando a cabeça para trás, minha pele inteira eriçou. E naquele momento pareceu que meu mundo se resumia a aquele cubículo. 

Nos seguramos tanto e agora quando nada mais nos impedia, quando nada podia nos atrapalhar.

Vamos deixar queimar. 

Ele lambia, chupava e mordia minha carne, me fazendo tremer sobre minhas próprias pernas. 

— Lew... — gemi fraco e involuntariamente projetei minha bunda para trás 

— Mia, Mia... — ronronou no meu ouvido então a mão livre dele desceu até meu quadril e o segurou contra si. Perdi uma respiração ao sentir...se eu já estava húmida fiquei encharcada. 

— Não sabe o quanto eu estava me segurando para não foder você — sussurrou e estremeci tanto que o pré-gozo escorreu entre minhas pernas.

— E você não sabe o quão ansiosa eu estava para isso — rebolei naquele grande volume, louca ela senti-lo. 

Ele sorriu contra meu pescoço então deslizou a mão para o cós da calça. Tão rápido quanto  é com seu carro desabotoou , abriu o zíper da minha calça e deslizou a mão para dentro. Sobre a calcinha de renda senti deu dedo médio deslizar pela rachadura. 

— Awn! — Apertei os olhos e empurrei a mão na parede. 

— Gosto de você assim, tão húmida que escorrega — e assim seu dedo escorregou para minha entrada, ele fez como se fosse penetrar, mas apenas ficou alisando. Me levando a loucura. Era tesão guardado a tempo demais, eu estava queimando por dentro, urrando por dentro a cada vez que ele me tocava.

— Lewis, por favor...  

— Por favor o que Mia? — Indagou rouco roçando em mim. 

— Por favor me fode — não tive receio em pedir. Eu queria aquilo. Deus! Eu queria demais.

Em resposta Hamilton puxou minha calça para baixo, me deixando apenas com a calcinha. Pelo espelho o vi se afastar um pouco e me olhar inteira apertando o pau pelo macacão pela metade, senti meu corpo borbulhar com isso. Via fome e luxúria nos seus olhos, eu era sua presa, seu objeto de desejo. 

Sua mão moveu pelo meu quadril me fazendo empinar para ele e em seguida fazendo uma  carícia deslizando desde a coxa até minha nádega dando um tapa forte nela depois. 

— Ah! — Dei um gritinho.

— Gostosa — rosnou e eu fechei os olhos ao sentir meu um tapa que fez minha pele arder seguido de um aperto firme. 

Arranhei as paredes sem ter onde segurar e assim que abri os olhos o vi colocando o membro para fora, tão duro e irrigado que fiquei mais molhada. Mas então engoli seco lembrando do que eu havia pedido. 

Fechei os olhos novamente e esperei. Lewis não foi tão carinhoso dessa vez, ele apenas colocou minha calcinha para o lado passou o pau entre meus lábios antes de entrar de uma vez só. Apertei os olhos cheios de lágrimas e gemi baixinho. 

— Quando quiser que eu pare é só gritar vermelho, tudo bem? — Anui. 

E assim que começou a estocar, o início devagar e aos pouco foi aumentando o ritmo. Eu fui voltando a me costumar também e apesar de o início ser doloroso tudo foi ficando melhor com o tempo. Lewis ia e vinha sem parar, seu ritmo era incrível para algumas tinha acabei de passar uma hora e 10 minutos em uma pista. Ele estava apoiado pelo braço na parede e a outra mão se mantinha no meu quadril, o trazendo para si. 

Nós pulsávamos juntos, minha lubrificação o cobrindo e escorrendo pelo seu mastro grosso. Meus seios duros como pedra balançavam a cada estocada e meu clitores doía de tanto tesão. Com as mão espalmadas na parede eu tentava me segurar, mas era difícil devido as estocadas fortes de Hamilton. Meu corpo todo estremecia a cada uma, principalmente porque ele sempre atingia meu fim, várias e várias vezes me fazendo gemer alto. 

Era selvagem, transávamos como animais no cio. Rosnados, gemidos, tapas, puxões de cabelo. 

— Para por favor! — Pedi quando ele segurava minha garganta e aquilo só o fez ir mais fundo e apertar mais. 

Mais um tapa na minha bunda e eu senti o primeiro espasmo do orgasmo. 

— Quer que eu pare baby? 

— Awn...ta doendo tanto — continuei e ele pulsou forte. 

— Você que pediu lembra? — Rosnou ofegante. — Vou te foder até você chorar.

— Awn... — gemi quase perdendo os sentidos. 

Nossos corpos suavam, o elevador parecia uma sauna, o vidro estava embaçado, mas eu ainda conseguia ver o a silhueta de nos dois. Lewis me comia com força, bruto e sem piedade. E Deus! Eu não sabia que sentiria tanto tesão em um sexo assim. Eu não sabia que sentiria tanto tesão em ver Lewis me comer como uma vadia. 

— Você é o que Mia? 

— Sua putinha — falei entre gemidos prestes a irromper. 

— Isso, putinha goza pro seu homem, vai — eu não segui me segurar e gozei gemendo tanto que ele teve que colocar a mão na minha boca. 

E aquela sensação se prolongou enquanto ele ainda estocava, seu quadril batendo na minha bunda, seu pau fazendo vai e vem dentro de mim toda contraída pelo orgasmo. Pouco tempo depois eu senti aquele jato quente e o corpo dele relaxou atrás de mim. 

Recuperamos nossas respirações em silêncio e então o piloto puxou meu rosto pelo queixo e me roubou um beijo. Foi intenso e cheio de tesão, mas carinhoso também, terminamos com selinhos. 

Nos dois nos separamos devagar. Meus cabelos colados na testa e o suor deslizava pelo rosto dele. Coloquei minha calça e arrumei meus cabelos totalmente bagunçados, ao meu lado Lewis se ajeitou, só apertando o botão novamente assim que teve certeza que estava tudo em ordem. 

De repente o elevador parou no primeiro andar onde uma fila esperava. Simplesmente todos olhos olhos se verteram para nós dois. Deus! Se soubessem o que a gente acabou de fazer. Enquanto Lewis ficou com cada de paisagem, como se nada tivesse acontecido eu fitei o chão com as bochechas queimando. As pessoas começaram a entrar e nós recuamos até a parede. 

Começamos a descer e aquele silêncio constrangedor se instaurou, então senti dedos deslizando pela parte posterior da minha coxa.

— Deixa a gente chegar em casa que eu vou te chupar todinha baby — sussurrou no meu ouvido, fazendo um arrepio percorrer minha espinha e meu meio encharcar novamente. 

Quis muito, muito, muito bater nele. 

Respirei fundo e olhei para o o painel vendo que o próximo andar era o subsolo. 

Assim que as portas abriram eu e Lewis saímos e quando estávamos distantes o suficiente olhamos um para o outro com sorrisos cúmplices. 

 

Ele pegou minha mão e me levou até sua moto estacionada em uma das vagas. Subimos e ele arrancou para fora. Mas no instante que o sol incidiu sobre nossos rostos flashes também vieram. Uma multidão de paparazzi e repórteres estavam na frente da sede todos esperando as celebridades descerem, esperando o campeão aparecer. Lewis parou para tirassem as fotos que queriam tanto. Pelo capacete vi todos eles se matando na grade para tirar uma foto, para receber uma resposta, um furo...qualquer coisa. 

Um sorriso malicioso brotou nos meus lábios. 

— Eu os darei o que desejam — falei para Lewis. 

— Manda ver. 

Levei as mãos ao fecho capacete e então o tirei, balançando meus cabelos no vento gostoso da tarde, sentindo o sol no meu rosto. Só então virei para as dezenas de câmeras apontadas para mim. 

— Não é a Mia Saton? 

— A fisioterapeuta? 

— É ela mesmo.

— Mia, vocês estão namorando? 

— Ela é sua namorada Lewis? 

— Vocês estão juntos? — Dispararam eles e eu apenas sorri puxando o óculos pendurar na minha camisa e colocando. 

— Vamos embora daqui — o piloto obedeceu cantando pneu ao acelerar direto para a rua. 

 

Com os braços envolta da cintura de Lewis sentia o vento fazer meu cabelo açoitar meu rosto e o sol do início da tarde nos banhar enquanto cortávamos a via marítima de Mônaco. Joguei a cabeça para trás, inspirando o ar com maresia, sentindo-me leve, livre. A velocidade da moto já não me deixava insegura, na realidade eu estava aprendendo a apreciar o prazer que a adrenalina causava. 

 

Ia entrar no meu quarto para tomar um banho, mas Lewis me impediu. 

— Nada disso, precisamos cumprir a tradição primeiro — franzi o cenho. 

O piloto me puxou na direção da área externa e quando chegamos já foi logo pedindo: 

— Celular, óculos, carteira, boné e roupas — eu rapidamente entendi o que ele queria com aquela mão estendida. 

Sorri e comecei a o entregar tudo. Assim que a última peça se foi ele suspirou satisfeito. 

— Sua vez campeão. 

Apenas com nossas roupas íntimas corremos até a piscina e pulamos. 

O som das risadas preenchem o ar assim que emergimos, a água fria é perfeita para amenizar o calor daquele dia.

— Que loucura meu Deus! — Joguei a cabeça para trás levando as mãos ao rosto.  

— Foi corrida mais louca e emocionante da minha vida — o piloto diz jogando o corpo para trás e boiando na piscina. 

— Achei que fosse enfartar várias vezes — ele olhou para mim. 

— Acho que devia te recompensar por isso — e aos poucos foi se aproximando. 

Sorri maliciosamente deixando que me puxa-se para si. Prendi as pernas na lateral do seu corpo e os braços ao redor do pescoço. 

— Não tem perigo de alguém parecer por aqui, tem? — Perguntei antes que nossos lábios se tocassem. 

— Estamos completamente sozinhos baby — sorri e o puxei. 

As mãos do inglês deslizaram até minha bunda a apertando enquanto o beijo ia se aprofundando. Era lento, nossas línguas colidiam em sincronia, o ritmo perfeito para causar prazer e não apenas saciar nossas vontades fugazes. E apesar de adorar um sexo selvagem, essa lentidão me deixava louca. 

Em um momento durante o beijo senti minhas costas contra a parede da piscina. Ele separou nossos lábios fazendo um caminho pelo meu pescoço, chupando as goticulas de água, mordiscando a carne e arrepiando cada pelo com isso. Tombei a cabeça, suspirando de revirar os olhos com sua brincadeira de atiçar e recuar, de subir até minha boca morder meu lábio e descer até a curva do pescoço. As mãos deslizando pelo meu corpo, também brincando com minha langerie.  

O puxei para um beijo necessitado, a água já morna ao nosso redor, o sol com um calor delicioso sobre nossas peles. Meus dedos entrelaçados entre suas tranças nos rimos no final do beijo e ainda mais quando seus lábios foram descendo do pescoço pelo meu colo e suas mãos na minha cintura me suspenderam até a beirada na piscina. Lewis não parou, beijando o vale entre meus seios descendo pela barriga. 

— O que está pensando em fazer? — Indaguei ao sentir sua mão deslizar sutilmente pelas minhas cotas e desfazer o feixo do meu sutiã em uma piscada. 

Ele apenas me olhou nos olhos e ergueu o canto dos lábios. 

Eu ri. 

— Você é louco, louquinho — o piloto piscou e mordeu o lábio puxando minha calcinha. 

Então eu fiquei completamente nua na borda da piscina e Hamilton, como um bom amigo, envolveu minha cintura com as mãos e meu seio com a boca. 

Sua língua girou ao redor do meu mamilo e os lábios o sugaram. Apertei a beirada com uma das mãos outra foi para a nuca dele. Ele lambeu, chupou, apertou, alternando entre os dois seios de forma que não desse mais atenção a um do que a outro, mas seus olhos...eles estavam nos meus. Eu mordia meus lábios para não gemer alto demais, arrepios percorriam minha pele enquanto eu o puxava para mim sentindo meu meio pulsar fortemente de tanto tesão acumulado.

Soltei um grunhido assim que o piloto mordiscou meu bico rijo me fazendo ir na lua e voltar. Aí já é demais Lewis Hamilton! 

— Quero você em outro lugar agora — falei sem um fio de voz o empurrando para baixo. 

Com um sorriso ele obedeceu e em dois segundos puxou uma de minhas pernas para cima da borda. Seus olhos abaixaram até minha intimidade e os vi brilhar de desejo. Devagar me deitei e assim acompanhei cada movimento do seu corpo ao se debruçar sobre mim, beijar minhas coxas sem presa até finalmente... 

— Awn! — Arquejei. 

Fechei os olhos, o sentindo me acariciar entre os lábios, indo para cima e para baixo, passando pelo clitores, girando ao redor. Meu corpo respondia com ondas de prazer, era tão difícil controla-lo. E Deus, Lewis brincava com minha sanidade ao penetrar a língua em mim, me fazendo desmanchar diante dele. Mas eu queria mais. 

— Enfia os dedos — falei em um gemido e assim ele o fez. Lambuzando dois dedos no meu pré-gozo antes de penetrar. 

— Deus! — Arfei apertando os olhos. Minhas paredes pulsaram fortemente ficando ainda mais húmidas para recebê-lo. 

— Você está tão molhada Mia — senti o ar sôfrego na sua voz e só de imaginar sua ereção fiquei mais molhada ainda. 

— O que você quer fazer baby? — Indaguei ofegante. 

— Te foder— pulsei.  

— Ainda não, quero sentir seus dedos. Me fode com eles — ele obedeceu sem pensar duas vezes. 

Começou a sair e entrar com força e bem fundo , a língua cobrindo cada polegada na minha intimidade. O vai e vem foi cadenciando aos poucos com as lambidas, em uma harmonia que me fazia revirar os olhos empurrando o quadril na direção de sua boca. 

— Lew...— ele chupou o meu ápice e arqueei as costas puxado o ar totalmente surpresa. — Isso! — Ele o fez novamente e senti o primeiro espasmo do orgasmo. 

Meu clitores já estava inchado de tão estimulado e o piloto começou a lambe-lo devagar me fazendo agonizar.  

— Own...ta tão bom — apertei meu seio tão duro que doía. 

Ele me fazia me sentir como uma Deusa me tendo na beira da piscina, obedecendo aos meus desejos. Olhei para o céu azul sem nuvens sentido-o me chupar, lamber e penetrar no ritmo perfeito. 

Eu até tentei me segurar mais quando ele chupou meu clitores mais uma vez eu pedi completamente a consciência e deixei que as ondas de prazer tomassem conta do meu corpo e que o gozo deslizasse para fora de mim. 

Demorei alguns segundos para recobrar a realidade, Lewis ainda ficou me estimulando com os dedos até eu tremer perante dele. 

Quando o olhei ele sorriu e tirou os dedos os colocando na boca, provando a consequência do meu prazer. 

— Desde o Brasil eu estava louco para saber o gosto que tinha — mordi o lábio já sentindo um arrepio. — Você é deliciosa baby — sussurrou voltando e beijando minha virilha, minhas coxas, os lábios. 

— Lewis... — Me sentei apoiada nas palmas das mãos. — Oh! — Sua língua fundou entre os lábios, lambendo devagar a região tão sensível. Eu tremi. 

— Sh! — Pediu e me ofereceu os dois dedos que estavam em mim. Obviamente eu os coloquei na boca, chupando-os, ainda sentido meu gosto neles. 

Quando acabei, os deixando bem lubrificados ele me penetrou de novo. Foi como alcançar o céu. Os dois dedos deslizavam com facilidade e boca dele me massageava toda. 

O ritmo era bem mais lento e torturante, e exigia mais de mim.    

Deslizei uma das mãos pelos cabelos dele o empurrando contra meu meio, enquanto movimentava os quadris implorando. 

— Oh! Não para! 

Foi rápido atingir o gatilho, meu corpo estava sensível demais e dava muito tesão ver ele me chupando de cima. E meu Deus! Ele não parava, não me deixava respirar. Eu estava adorando isso. 

O suor pingava dos meus seios escorrendo pelo meu abdômen, pingava da sua testa. Seus braços musculoso, a pele negra, as mãos na minha cintura, as minhas coxas. Perdi a noção dos meus gemidos, do volume deles e de tudo a minha volta.

Completamente absorta de prazer sentindo meu corpo tremer pedi: 

— Quero sentir seu pau em mim. 

Lewis me colocou de costas para si, contra a parede da piscina, dobrou minhas pernas e então colou nossos corpos. Mordi os lábios ao senti-lo tão rijo atrás de mim e rebolei de propósito para ouvi-lo gemer. 

— Mia não faz isso ou... — sorri. 

— Ou...? — Rebolei de novo sentindo muito bem tos seu comprimento dentro da cueca. 

Ele grunhiu baixo e segurou minha cintura. 

— Ou eu vou fazer bem devagar — sussurrou e apertou meu seio. — Você não quer isso— O nariz deslizou pela minha nuca e os dentes puxaram o lóbulo da minha orelha, então só para piorar esfregou sua ereção na minha bunda. — Quer?

— Não — falei em um fio. 

— Boa garota — beijava meu pescoço e por trás o sentia se desfazer da boxer até que...

— Awnh! — Apertei a borda da piscina ao senti-lo de uma vez só. 

Foi delicioso. 

Lewis segurava meu quadril contra si enquanto projetava-se para dentro de mim, a mão livre apertava meu seio e a boca gostava de percorrer meus ombros, nuca, pescoço. Não demorou para que eu alcançasse mais um orgasmo, não quando o piloto atingia meu ponto de prazer repetidas vezes, me deixando tão ébria que ao menos lembrava meu próprio nome. Os dois gemiam, suados, molhados e ofegantes. Até a respiração dele no meu ouvido a cada estocada me dava tesão. Gozei enquanto nos beijávamos e foi um dos melhores orgasmos da minha vida. 

Me virei para ele e com as pernas presas ao seu redor comecei a quicar no seu pau. Lewis apertou minha bunda soltando alguns palavrões a medida que eu cobria todo seu membro com minha boceta e beijava seu pescoço deixando algumas marcas como ele fizera comigo. 

Wis me puxou pela nuca para um beijo cheio de desejo, seu pau pulsando tão forte contra mim, o coração tão acelerado. Não parei de quicar, buscando seu prazer, buscando o satisfazer. Então suas mãos me apertaram com mais força e seu jato quente me atingiu. 

— Oh baby...  — gemeu entre o beijo ofegante. 

Fui parando aos poucos e deixei ele recuperar a respiração. 

Recuperado ele passou o polegar pela minha bochecha com o cenho franzido em expresso sôfrega.

— Porra, porque você tinha que ser tão gostosa? — Eu ri. 

 

 

— Mia eu não tenho como te agradecer pelo que fez hoje por mim — estávamos deitados no chão a beira da piscina olhando para o céu. 

— Por mais que eu tenha te desobedecido e ido para garagem?  — Ele sorriu. 

— As vezes sua teimosia gera algo bom, ainda bem que não me ouviu — sorri também. — Mas sério mesmo, foi incrível — o piloto me fitou. — Nunca alguém entrou assim na minha vida, ocupou um lugar tão rápido e fez tanta diferença. 

Corei. 

— Assim vai me fazer chorar Hamilton — ele sorriu de canto. 

— Eu... — Lewis comprimiu os lábios desviando brevemente o olhar antes de completar: 

— Você é muito especial para mim Mia — seus olhos passavam tanta verdade. Acho que um homem nunca foi tão carinhoso, sincero e falou assim comigo antes. 

Sorri e rolei para seu braços o abraçando. 

— Você também é muito especial para mim Lewis. 

Eu sabia o que ele queria dizer com aquilo, mas esse não era o momento de eu me envolver com alguém. Não, eu não estou repetindo o mesmo que fiz com Marco, porque dessa vez não estou fugindo por medo de sentir, de me entregar. Eu só quero me descobrir sozinha, como mulher, como pessoa, sem estar ligada a ninguém emocionalmente. E sei que ele entenderia isso, ele é maduro o suficiente para saber que o tempo é a melhor cura. 

— Mas eu não quero me envolver assim com ninguém agora — respirei fundo. — Acho que passei boa parte da minha vida ligada a alguém, sabe? E eu acho que por isso nunca nada deu certo, preciso de um tempo meu, eu preciso me amar antes de amar outra pessoa. 

Lewis sorriu de canto, havia sim tristeza nos seus olhos, mas o canto do seu lábio se ergueu. 

— Quando eu achei que você não conseguia ser mais perfeita você me vem com essa? Que merda Mia! — Sorri fraco alisando seu rosto. 

— Você entende, não entende? — O piloto me puxou para si, me fazendo deitar no seu peito.

— Claro que sim — ouvi ele suspirar e então despejou um beijo na minha cabeça. — Claro que sim.

Ficamos um tempo em silêncio, apenas apreciando a companhia um do outro, o momento, o dia até que percebi que hoje era domingo e lembrei das minhas responsabilidades.

— Preciso ir arrumar minhas malas, meu voo é daqui a três horas — o pilo gemeu em protesto. 

— Fica mais um pouco, eu mando o jato te levar mais tarde.

O olhei cética, ele fez bico.

 

 

 

— Ah! Melhor não levar o celular — falou o inglês antes de sair do quarto. 

Franzi o cenho. 

— Não deixaram usar o celular nessas festas, baby. Para não incomodar ninguém e todo mundo ficar mais a vontade  — fiz careta. 

— Deus! Que tipo de coisa rola dessas festas? Menage, orgia? — Ele gargalhou. 

— Olha, no hotel quem sabe, mas no salão eu nunca vi não. 

— Que chic, adorei isso — Lewis me olhou com uma careta engraçada e surpresa. — Não as práticas sexual em grupo. O fato de não ter celulares. 

— Ah! Porque caso você...

— Não! Não! To bem no sexo a dois — ele riu. — Agora me deixa me arrumar em paz, vai — o empurrei porta a fora e fechei antes que começasse de novo. 

— Você tem que tomar banho mesmo to sentindo o cheiro daqui — falou por trás da porta. 

— Vai se foder Hamilton! — Cantarolei indo para o banheiro. 

Lewis tinha me convencido a ir para uma super festa que tem sempre em Mônaco após o GP, oferecida por o dono de um dos maiores hotéis do principado na boate do hotel. A festa simplesmente juntaria todas as celebridades, pilotos e milionários que estavam pela cidade e proximidades. Simplesmente seria uma loucura e eu lembrei muito de Sarah. Seria a hora de arrumar seu magnata rico e ir morar em uma mansão na beira mar. 

Uma pena minha ginger não estar comigo. Am também, mas ela está muito bem com Isco e obrigado. 

Depois de um bom banho quente escolhi um tubinho rose gold com alças finas, saltos finos não tão altos e coloquei alguns acessórios de ouro. Prendi meus cabelos para valorizar o busto e a nuca. Estava finalizando a maquiagem quando Lewis se apoiou no porta e cruzou os braços. 

Ele sorriu ao me ver dançar diante do espelho. Obsessed - Mariah Carey. Parei a música o olhando pelo reflexo levemente corada.

— Não precisa parar não, tava bem bom — fiz careta e o mostrei meu dedo do meio. Lewis riu. 

— To te esperando na cama. 

A frase soou um pouco sugestiva embora tenho certeza que não foi sua intenção. Sorri maliciosamente e ele piscou. Retiro o que disse. 

Terminada a maquiagem nós seguimos para a recepção onde o Leon nos esperava. O hotel não era nada longe e logo chegamos na entrada principal cheia de paparazzis. As mesmas perguntas de antes foram atiradas, novamente não respondemos e os seguranças deram um jeito de os afastar e nos deixar entrar em paz. 

Já dentro Lewis me guia pelo saguão até os corredores laterais. Um portal era a entrada da boate, a hostess sorriu para nós dois e ao menos consultou a lista. Quanto a parte da entrada...eu estava errada. Passamos por um corredor escuro com tiras luzes de led iluminando-o pelo teto, chão e paredes. No final a festa acontecia.

Luzes coloridas, piscando, musical alta, muita gente. O salão se abriu diante de nós, dois andares de luxo, sofisticação e agitação. 

Imediatamente Lewis já foi reconhecido e parabenizado por algumas pessoas a medida que caminhamos entre a multidão chic. 

— Vem, vou te apresentar a galera. 

 

… 

 

Minha cabeça pesava alguns quilos a mais assim que acordei e quando abri os olhos ela começou pulsar. Não havia luminosidade, mas ainda sim doía. Gemendo baixinho eu enfiei a cabeça no travesseiro rezando para a dor se cabeça passar. Queria voltar a dormir, mas lembrei de que já devia estar em casa desde ontem. 

Porra! Eu devia estar em casa desde ontem! 

Mas quase sorri ao lembrar da minha noite. Assim que chegamos na boate Lewis me levou para um tipo de camarote e só tinha gente famosa ali. Suas amigas Gigi, Bella Hadid, Kendall e não só elas como Zayn Malik e Abel ( The Weeknd ). No início achei que não fosse me dar bem com eles, não sabia muito o que dizer. Mas o piloto foi me apresentando, me colocando a conversa aos poucos até que fiquei por mim mesma. Logo ficamos amigos, ainda mais porque todos pareciam no mesmo clima: bebida e curtição. 

Deus! Foi uma das noites mais loucas da minha vida. 

Virei para o lado e percebi que a cama estava vazia. 

Esfreguei os olhos e com o corpo implorando para ficar na cama eu me sentei, o quarto estava escuro a pouca luz vinha das frestas entre as cortinas. O sol devia estar forte la fora, mas aqui no friozinho do ar-condicionado em baixo do edredom estava gostoso demais.

Mas infelizmente esta na hora de levantar. 

Antes que pudesse ousar me arrastar para fora da cama a porta abriu devagarinho e uma das funcionárias entrou de fininho. Ela pensou que eu estava dormindo até levantar o rosto. 

— Bonjour madame! — Falou com um sorrisinho tímido. 

Francês era tão lindo.

— Bonjour — respondi. 

— O Sr.Hamilton me pediu para trazer seu café da manhã

Sorri de canto esticando o braço para ligar a luz ao lado da cama. 

A mulher caminhou até mim e colocou a bandeja ao meu lado com cuidado. 

Ao ver a comida meu estômago fez barulho.

— Obrigada, acho que estava mesmo com fome. 

Ela sorriu. 

— Quer que eu abra as persianas? — Anui. 

Uma hora eu teria que sentiu a luz do sol mesmo. 

Assim que ela o fez cerrei um pouco os olhos. Enquanto comia ela foi no banheiro, devia estar arrumando as coisas porque voltou o cesto de roupas sujas. 

— Sabe onde Lewis está? 

— Na academia, primeiro andar no corredor é a 2ª porta a direita — sorri. 

— Valeu!

Comi e depois de satisfeita me levantei, tomei um banho e rumei até a academia. 

Depois entendi porque os celulares eram proibidos na festa, todos pareciam bem mais a vontade, na realidade até pareciam outras pessoas longe das câmeras. Era tanta bebida, tanta gente conhecida se pegando...se tivesse uma câmera lá dentro teria matéria para meses de um site de fofocas. Eu dancei tanto e bebi o suficiente para minha cabeça pulsar como um coração, foram várias garrafas enormes de vodka russa, champanhe e gim com aquelas velas de estrela.

A academia era grande e bem iluminado por uma parede de janelas com vista para a costa. Várias máquinas ultramodernas e nas barras Lewis fazia uma série.

Apoiada na moldura observei os músculos do seu braço e das suas costas, eles contraindo e relaxando em perfeita harmonia com as marcas das minhas unhas.

Elas me fizeram lembrar a madrugada, o que fizemos na sua cama...

— Bom dia Mia — a voz de Lewis me fez despertar. Ele bebia água na garrafa. 

— Bom dia Lewis — sorri de canto cruzando os braços. — Vejo que acordou disposto — o piloto sorriu. 

— E você? — Mostrei meu próprio corpo coberto por sua camisa e o cabelo preso em um coque alto. 

— Super. 

— Cadê aquele mulherão de ontem? Será o preço da intimidade? — Fiz careta caminhando até uma pilha de colchões e sentando nela. 

— Que cretino — revirei os olhos e levei a caneca com café aos lábios. 

Lewis caminhou para mim e ficou entre minhas pernas. 

— Me da um gole? 

O olhei por cima da caneca e demorei um pouco para lhe entregar. Ele deu um gole, dois, três... 

— Me devolve! — Bati no seu braço e ele riu. — Deus! Você acabou com tudo! — O olhei perplexa, ainda mais pelo seu sorriso idiota. — Eu odeio você! 

— Odeia nada! — Piscou apoiando os braços de cada lado do meu corpo e deixando nossos corpos mais próximos. — Se o preço da intimidade for te ver assim tão linda logo de manhã vai ser difícil não me apaixonar. 

Corei brutalmente. 

— É! Eu sei que sou irresistível — dei de ombros. Lewis riu negando com a cabeça. — Sabe, eu deveria estar em Madrid desde ontem. 

— Você me disse ontem que não tinha trabalho hoje. 

— Não tenho, mas a essa hora devia estar pegando Rome na casa de Marco.

Lewis coloca meus cabelo atrás da orelha. 

— Manda uma mensagem para ele e avisa que vai pega-lo amanhã, aposto que Marco não vai morrer de ficar mais um dia com Rome. 

Cruzei os braços. 

— E meu trabalho Lewis? — Ele respirou fundo e meneou a cabeça.

— De que horas você precisa estar lá amanhã? 

— As nove.

— A gente sai daqui de 6:30 então — franzi o cenho. 

A gente?

— Achei que ia para o Canadá. 

— Sim, mas tenho uma reunião em Madrid amanhã. 

— Essa vida de astro internacional, quem aguenta? — O piloto fez careta. 

— É menos legal do que parece. Mas tudo bem para você? — Suspirei apoiando os braços atrás do corpo. 

— Contanto que eu não chegue atrasada — impulsionando o corpo para trás ele se afastou.

— Não vou deixar, pode confiar em mim — Wis piscou antes de seguir para a próxima máquina. 

 

Alguns minutos depois um dos amigos de Lewis que conheci ontem na festa ligou nos convidando para um passeio de iate. A namorada dele, uma das modelos da Victoria Secret, e eu nos demos muito bem inclusive ela pegou o celular dele exigindo minha presença. Não tivemos como dizer não. 

Seguimos para uma das várias marinas Monte Carlo e lá encontramos o iate de Rick. Havia vários iates enormes na marina, mas o dele era impressionante.

Vinho branco e lagosta na polpa do barco, o som da embarcação cortando o mar, a linda vista da costa mediterrânea francesa. Paramos em algumas piscinas naturais pelo caminho, os meninos até fizeram competição de pulos mais ridículos dos quais eu e Grace gravamos rindo muito, até vimos golfinhos. 

— Meu Deus! Você lembra quando eu caí na pista? — Nós gargalhamos juntas. 

— Eu e as meninas ficamos te procurando um tempão — falei entre risadas. — De repente você ta sentada no chão bebendo. 

— Garota! Eu estava tão embriagada que nem ligava mais — rimos mais. 

— Foi louco demais — goleei meu copo de água ( bebam água enquanto bebem meninas ). — Aliás, as meninas foram para onde mesmo? 

— Bella e Gigi foram para Cannes, Kendall para Paris — disse depois engolir um pedaço de queijo. 

— Ah é! Agora lembrei que elas falavam algo sobre a chopard. 

Só lembro quando vi o Zayn quase congelei, tinha maior curso nele na época de One Direction. Mas ele era da Gigi ( um casal lindo ) e em falar nisso, percebi um clima estranho entre ele e Lewis no início. Comentei isso com o piloto e ele me explicou que um tempo atrás rolou um boatos sobre ele ter ficado com a Gigi quando os dois tinham dado um tempo.

"— Mas se era só um boato não tem porque esse clima — falei. 

— O problema é que não era só um boato — o olhei com as sobrancelhas arqueadas e o inglês deu um sorrisinho bebendo seu whisky."

" — Então, você e o Lewis estão juntos? — O moreno perguntou quando fomos pegar uma bebida no bar juntos. 

Deus! Porque tão charmoso? Aqueles olhos mel, a barba, as sobrancelhas cerradas...

Mas eu entendi o que ele estava tentando fazer. 

— É, meio que estamos, mas não é nada oficial — ele anuiu. 

— Ninguém sabe, ninguém estraga — sorri. 

— Exatamente!" 

O clima entre eles melhorou depois disso, não posso negar. Até beberam juntos. Um momento auge foi o Abel dar uma palhinha da minha música favorita dele: Die for you. Quase tive um orgasmo naquele momento. Bella que não ouça meu pensamentos.

Lewis e Rick entraram na polpa rindo de algo com as bebidas na mão. 

— Do que as senhoritas estão falando? — Rick perguntou se sentando ao lado da namorada. 

— Da festa de ontem, baby — ela disse deitando a cabeça no ombro dele recebendo um beijo na testa. 

Ele e Lewis riram. O piloto sentou ao meu lado também passando o braço pelo encosto do banco.

— Essas festas são sempre assim? — Perguntei. 

Os homens se olharam e balançaram a cabeça. 

— Sempre. 

Agora foi a vez de eu e Grace nós olharmos. Todos rimos.

Foi uma tarde incrível, acompanhamos o pôr do sol no mar ao som de La vie em rose e de noite quando esfriou os funcionários trouxeram mantas felpudas para curtimos as luzes da cidade da costa da proa. 

Enquanto ontem foi um dia de festa e comemoração, hoje foi mais calmo. Ainda bem, porque tanto eu quando Lewis estávamos precisando. 

 

… 

 

— Mia! Mia! Acorda — a voz de Lewis soou nos meus ouvidos e eu gemi em resposta apertando o travesseiro. — Já são sete da manhã, precisamos voar para o aeroclube. 

SETE O QUE? 

— Meu Deus do céu! — Acordei em um pulo minha visão ainda embaçada. — Puta merda! — Corri para a porta do quarto, devia colocar as últimas roupas na mala, tomar um banho rápido e me arrumar. Não poderia de...

— Tem certeza que vai sair pelada do quarto? — Ele falou da cama, franzi o cenho e olhei para baixo. 

— Porra! — Voltei a cama enquanto o piloto gargalhava, mas parou assim que eu puxei o lençol que o cobria, me enrolando com o mesmo.

— Qual é Mia! — Sorri o mandando um beijo no ar enquanto caminhava de volta.

— Vá tomar banho! — Gritei antes de fechar a porta. Ele fez careta. 

CARALHO! Preciso fazer tudo em 10 minutos. 

 

— Acha que chegamos em Madrid antes das 9:30? — Perguntou Lewis para o piloto da aeronave. 

— As condições estais boas, creio que duas horas e dez de viagem, talvez menos — o homem disse da cabine. 

Eu praticamente roía as unhas sentada em uma das poltronas. Isso foi totalmente anti-profissional da minha parte. Eu não podia ter atrasado, não podia ter dormido demais. 

O inglês voltou da cabine e sentou da minha frente. 

— Ele disse que chegamos antes das nove — anui, mas Wis entendia minha preocupação. — Olha, um carro já vai estar me esperando assim que aterrizarmos eu te levo. 

— Não, você já fez demais por mim — ele revirou os olhos. 

— Ah! Pelo amor de Deus Mia! — Apertou os cintos. — Eu vou te levar e ponto final, até porque foi eu que convenci você a ficar...

— Nem pense em dizer que a culpa é sua, eu que devia ter colocado o despertador. 

Pensando sua ajuda devia muito bem-vinda. Pegar um taxi poderia demorar demais.

— Mas e sua reunião? 

— Ela é apenas a tarde — suspirei. 

— Tudo bem então. 

Ainda bem que a tripulação serviu o café porque ansiedade me deixava com fome. Comi durante as duas horas que levou para chegarmos em solo espanhol. E assim que o fizemos colocamos as bagagens na mala e entramos no carro disparando para Valdebebas.

 

P.O.V Narrador

 

Lewis cortava as ruas da capital madrilenha em pela terça-feira com apenas 30 minutos para o expediente da doutora começar. Era hora de pico, todos estavam indo trabalhar, no entanto Mia estava acompanhada do piloto mais rápido do mundo. 

— Se há algumas vantagem nisso, é estar atrasada com o campeão mundial de fórmula 1 — falou ela ao pararem em um engarrafamento perto da entrada sul da cidade. 

Lewis a olhou de lado. 

— Você é engraçadinha assim ou fica quando está quando está nervosa? — A morena sorriu, embora no fundo quisesse chorar. 

— Tenho uma atração doentia pelo sarcasmo. 

Eles passaram 20 minutos só no trânsito, quando finalmente começaram a andar Mia já tinha arranjado outra rota mais rápida pela internet. O guiando pelo subúrbio de Madrid a médica se viu um pouco nervosa por estar pegando um caminho mais longo, mas pelo aplicativo de trânsito aquele engarrafamento se estendia a quilômetros e por ali eles demorariam muito mais a chegar. 

Não pegaram mais nenhum engarrafamento ao menos, mais o caminho mais longo fez a Mercedes prata parar diante da entrada do centro de treinamento do Real Madrid 5 minutos mais tarde do horário planejado. Bom, teria sido bem mais se Lewis não fosse tão bom no comando do volante. 

— Eu não sei nem como te agradecer, não só pela carona, mas pelo final de semana. Foi perfeito — ela disse já fora do carro. 

O piloto sorriu de canto. 

— Quantas vezes vou precisar te dizer que não precisa agradecer, baby? — Ela sorriu também. 

— Varias, porque eu nunca vou aprender — ele riu negando.

— Você não tem jeito, doutora Mia. 

Eles desceram para pegar a mala dela e diante da entrada do CT se abraçaram. 

— Vou sentir saudades

— Eu também, Mia — Lewis a apertou contra si, sabia que seria difícil vê-la daqui por diante com a vida e não sabia se um encontro como este seria possível em breve, mas torcia muito para que sim. 

Apesar dos seus sentimentos pela doutora Lewis não só a queria por perto por isso ou pela parte sexual, ele gostava de fato da sua companhia, gostava da sua presença e de como as coisas aconteciam quando estavam juntos. Natural, sem cobranças ou rótulos.  

Ela inspirou o perfume dele e sorriu por sentir o seu cheiro, queria guarda-lo na memória junto com todo aquele final de semana perfeito. Lewis, como ela disse outro dia, era especial demais. Um amigo, cuja confiança era a mesma de um irmão e a atração a mesma de um amante.

— Quando será que vamos nos ver novamente? — Perguntou e o piloto suspirou. 

Mas ela sabia que ainda que tivesse algo a mais com Lewis suas vidas tinham rumos diferentes. Lewis vivia viajando um o mundo e Mia estava presa a Madrid pelo teu trabalho. 

— Quando o destino quiser brincar com nossas linhas e cruza-las mais uma vez — ele alisou o rosto dela. — E eu esperarei por esse dia ansiosamente — sussurrou fazendo mulher sorrir. 

— Eu também — ela acariciou sua mão. 

Devagar ambos aproximaram os lábios um do outro até os unirem. 

Naquele momento James saía do seu carro e Marco vinha de dentro do CT para pegar uma entrega na recepção. 

E os dois pararam no caminho ao ver a cena. Lewis e Mia juntos diante dos seus olhos. Ela feliz com outro, entregue a outro. O sorriso de Marco sumiu e James que estava em uma ligação com um amigo ficou completamente atônito. 

O beijo não foi rápido como o da última vez. Esse teve mais fogo, uma saudade precoce, desejo. Foi uma uma despedida de duas pessoas não queriam se despedir. 


Notas Finais


EAI? O que acharam? Mia e Lewis? QUE CORRIDA! QUE FINAL DE SEMANA! E esse final? Muito animada pelo que vem pela frente, vocês vão amar assim como eu tenho certeza. Alguma sugestão do que acham que irá para acontecer na próxima parte que vai se iniciar?


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