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História I know he's married - Hala Madrid!


Escrita por: mydarlingzayn

Notas do Autor


HOLA MIS AMORES! Espero que todos estejam bem em meio essa pandemia. Demorei mais do que eu esperava, achei que nessa quarenta ia ter mais tomo para escrever. Pobre coitada minha faculdade inventou de fazer EAD e os professores vivaram metralhadoras de trabalhos, ou seja, tédio é uma coisa que não vou passar. MAAAS caso vocês estejam no tédio, cheguei com um capítulo novo para alegra-los. Espero que gostem e por favor se puder fiquem em casa.

Capítulo 48 - Hala Madrid!


Xinguei diante do espelho ao ver as marcas no meu corpo. Manchas arroxeadas no pescoço, seios, outras avermelhadas na bunda, na cintura e nas coxas. Só de lembrar como foram feitos eu ficava vermelha, dava até um calor, Marco tinha feito um ótimo trabalho em deixar lembranças do nosso dia na minha pele. O problema seria esconde-las, aí vou matar o Sr.Marco Asensio.

Peguei minhas maquiagens e as coloquei em cima da bancada, passei corretivos de todas as cores possíveis pelo pescoço, base, pó até o roxo sumir. Suspirei de alívio e fui me vestir. 

Marco e eu combinamos de nosso namoro ficar entre nós, e quem já sabia, quem torcia pela nossa felicidade, pelo menos no início. O que ninguém sabe, ninguém estraga. Até porque o termino dele com Marina não fazia tanto tempo e nós sabíamos que expor isso agora não traria nada de bom para nós dois. 

Agora daqui por diante no clube as semanas seriam cheias, quartas de final da Champions, últimos jogos da La Liga e uma baita preparação para se Deus quiser semi final e final mês que vem. Talvez eu presenciasse um campeonato, a 13ª taça do Real. Seria incrível. Mas primeiro precisamos passar pela Juventus, o jogo de ida esse final de semana em Turim. 

Devidamente arrumada e maquiada desci para pegar o metro, os fones de ouvido tocavam Lost Without U enquanto eu caminhava pelas ruas ensolaradas da primavera. Aproveitei para observar o céu azul, as flores no canteiro, as árvores com as folhas balançando com o vento, o barulho das lojas abrindo, os garçons colocando as mesas e cadeiras para fora do café, bom dias e acenos trocados entre vizinhos. Por um momento pareceu estar tudo tão perfeito, meu trabalho indo bem ( apesar de Lopes ), meu coração devidamente preenchido e acomodado por alguém recíproco, emocional bem, social incrível, saúde perfeita...o que eu poderia pedir mais? 

Enquanto andava pela rua vi um paparazzi escondido no meio da multidão com a câmera apontada para mim.

Talvez um pouco menos de assédio seria bom. 

Cheguei a Ciudad Real Madrid e fui direto para o consultório de Javier para receber as instruções de como procederíamos no treino dessa semana. Lopes já estava lá como bom baba ovo que é e nós fizemos uma reunião de uma hora antes de seguirmos até o treino no campo. 

— Alias, feliz aniversário atrasado doutora — desejou o fisioterapeuta chefe enquanto rumávamos ao campo. 

— Obrigada, pena que não pode ir — ele sorriu fraco e suspirou.

— Filhos! — Sorri também. 

— Espero que ela esteja melhor. 

— Ah sim, está bem sem febre, já voltamos para casa e tudo — levei a mão ao peito e deixei os ombros cair em alívio. 

— Ah que bom! Ela vai ficar boa logo. 

— Ah vai sim, é uma menina forte, puxou a mãe — rimos juntos.

— Aposto de puxou a você também Javier — Eric falou, até então apenas observava notando estar totalmente por fora da conversa, mas ele não suportava isso. 

Javier e eu o olhamos. 

— Ah não, eu não aguento nem picada de agulha, nem sei como fiz fisioterapia sou muito medroso — falou fazendo o Lopes rir de nervoso, eu ri, mas muito mais da cara do moreno. 

Chegamos no campo e apenas a comissão técnica estava lá, os jogadores ainda deviam estar no vestiário. Nós cumprimentamos e começamos a discutir brevemente sobre o treino, minutos mais tarde os rapazes chegaram, Mallo e Santamaria começaram a explicar a aquecimento eu e Lopes ao lado ouvindo e apostos. Enquanto o faziam percebi o olhar do camisa 20 em minha direção, mas não só naquele momento, desde que chegou sentia seus olhos sobre mim na realidade. Tentei esconder o sorriso, me manter seria e olhar para todos em comum, fingindo que cada vez que passava por ele não sentia vontade de beija-lo. A gente precisar profissional né amores? 

— Então, é isso — concluiu Javier.

— Animação merengues, estamos cada vez cada próximos da 13ª — Mallo bateu palmas e os jogadores soltaram risos, comemorações e provocações aos reles adversários ( que nem estavam presentes ) enquanto se dispersavam para o treino.

Segui para arrumar alguns obstáculos, os meninos passaram por trás de mim, mas senti um corpo se aproximar mais normal. O tronco se inclinando em minha direção o rosto a centímetros da minha nuca.

— Ué?! Cade minha obra de arte? — Marco perguntou. 

Comprimi os lábios escondendo o sorriso. 

— Atrás de quilos de maquiagem — cochichei olhando discretamente para o lado e pelo canto de olho apenas o vi rir e continuar o caminho com os demais. 

O treino continuou conforme o planejado, e assim que acabamos o físico Zidane entrou para o técnico. Jogadas ensaiadas, estudo de time e jogadores, esquema tático, coisas que eu estou aprendendo mesmo agora. Também depois de tanto assistir treinos e jogos além do convívio com jogadores cujo papo é em sua maioria esportes, não tinha como não entender de disso. Mas como eles mesmo dizem, futebol é um estilo de vida, ou se vive isso ou não se é bom. 

No almoço fui com Sarah e encontramos Am em um restaurante que amávamos em Salamanca. Enquanto conversávamos na mesa percebi alguns olhares de pessoas das mesas ao redor, mas nada incisivo que me deixasse desconfortável, era mais um olhar de reconhecimento. Ainda sim é difícil se acostumar com isso. 

— Amiga, não se fala de outra coisa nos sites e programas de fofoca, sua festa é o evento da semana — Sarah falou. 

— E olha que ninguém sabe metade do que aconteceu — a loira adicionou com um sorrisinho e nós rimos. — Um domingo não foi o suficiente para descanso — Am e eu concordamos com a cabeça 

— Você principalmente nem mocinha? Aposto que nem dormiu — brincou a ruiva mordendo o lábio e insinuando sexo como quadril. 

— Oh! Marco... — gemeu Am e eu revirei os olhos para elas. 

— Ridículas — escondi meu rosto com o guardanapo de pano. 

Elas riram.

— Ta! Agora pode me contar detalhes do que aconteceu? Porque eu estava que nem otária empurrando você pra o Lewis a noite toda — Ginger falou após um gole na água com sumo de limão. 

— Cara, eu queria te matar por isso — Am confessou. 

— É, quem manda não me contar nada né? — Provocou dando de ombros.

Elas duas já tinham trocado farpas por Sarah estar chateada de não não ter sabido de tudo. Eu falei que quem devia estar mais chateada era eu, afinal fiquei sofrendo quando ela e Isco sabiam de tudo.

— Ta, cala boca, deixa eu contar! — Falei antes que elas começassem a discutir de novo. 

Contei tudo para ambas entre goladas de vinho verde e no final Am deu um gritinho exprimindo com a voz o que o sorriso que carregou durante toda minha narrativa demostrava. 

— Aí que lindo! Vocês são lindos demais, torci tanto por esse casal! — Ela falava toda empolgada. 

Mas Sarah ao contrário permaneceu com uma cara de nada por uns 10 segundos até respirar fundo e perguntar seria: 

— Você ta feliz? Se sente segura com ele, de verdade? 

Eu entendi o que ela queria, o que sentia. 

Suspirei. 

— Amiga, é estranho porque eu to me sentindo tão leve, sabe? Como se pudesse me jogar sem medo, pela primeira vez. Eu confio nele e depois de tudo o que aconteceu, de tudo o que ele me contou...eu errei em me afastar na primeira vez, não vou repetir isso. 

Ela sorriu e pegou minha mão por cima da mesa. 

— Se você está feliz, eu também to — sorri de volta e apertei sua mão. — Dios! Você ta tão apaixonadinha! — Eu ri sentindo minhas bochechas corarem. 

— Logo eu? 

— Quem diria as três namorando ao mesmo tempo.

— Eu não to namorando não, ta!? — Sarah concertou e nós duas fizemos careta uma para outra. 

— Questão de tempo — murmurarmos juntas e depois rimos. 

A ruiva revirou os olhos. 

— Aí parem! 

— Toda apaixonadinha pelo alemão — Am provocou com um sorriso malicioso, sorri também. 

 

A semana passou rápido, os treinos intensos durante o dia e outra rodada mais a noite, digamos que Marco estava treinando o dobro que os demais. Posso fazer o que? Sou exigente. E por mais que eu quisesse ir para casa muitas vezes, ele não deixava e bem...eu também não queria com muita força. Era bom demais ficar com ele e com Rome, cozinhar juntos, assistir filme, só ficar deitado na cama...me fazia bem.

O dia a dia em Valdebebas também era bem divertido, olhares discretos, sutis comentários de duplo sentido, uma passada de mão hora ou outra quando ninguém estava olhando. Uma fez foi durante o treino, eu estava fazendo minhas anotações e ele veio beber água enquanto o time se reunia no centro do campo ouvindo Zidane. Fingi que não existia continuando a anotar, até que senti sua mão contra minha bunda, um tapa na medida certa. Mordi o lábio o sorriso e ele sussurrou:

— Mi mamacita — com um sorriso safado e piscou voltando ao grupo. 

Esse negócio de manter escondido até estava mais interessante do que imaginei ser, claro que algumas pessoas sabiam. Além de Am, Sarah e Isco, Nacho e Vazquez foram avisados, porque sabíamos que eles torciam por nós, e eram os mais próximos. Pelo menos por enquanto melhor que ficasse assim. 

E no final de semana viajamos para Turim, foi uma viagem rápida chegamos sábado de manhã e a tarde treino aberto no estádio da velha senhora, a noite era livre contando que voltássemos antes das onze. No entanto, embora Turim fosse linda a noite decidimos acordaríamos cedo para aproveitar a cidade de dia. Eu queria ver as cores da Itália, o ocre de suas ruas, o azul claro do seu céu, os verde escuro cedros, as pontes sobre os rios azul turquesa prateado. 

E foi o que tive, as sete saímos do hotel e seguimos para o centro da cidade, por mim iríamos andando, mas como não tínhamos tanto tempo tivemos que chamar um uber. Fomos a Mole Antonelliana, um edifício do século XIX com um mirante na cúpula com um pináculo de 121 metros, um dos cartões postais da cidade. Vimos toda a Turim dali de cima, os telhados, o rio, exatamente como imaginei que seria. Depois fomos ao Palácio Madama, que era um museu com uma bela coleção de antiguidades e pinturas, fiquei encantada com os retratos dos nobres do século XVII, as roupas e objetos decorativos em exposição, além do próprio edifício em si. De lá fomos a um restaurante do terraço de um dos prédios, a vista também era super agradável, para o rio, a ponte, a parte da cidade do outro lado e os Alpes brancos no fundo. 

— Só falta um vinho branco para ser perfeito — falei. Estávamos sentados na nossa mesa a beira do peitoril, o vento e sol amanteigado tocando nossos rostos. Marco tinha um braço ao redor de meus ombros e eu deixava a cabeça deitada no seu. 

— Da próxima vez que voltarmos para Itália vai ser por diversão e vou te levar para Roma — ele disse alisando meu ombro. 

Ergui a cabeça para ele e sorri. 

Roma, a cidade nos meus sonhos. O lugar que eu sempre quis conhecer, que eu mais quis em todo mundo. 

— Será perfeito — ele sorriu de volta e selamos nossos lábios. 

Horas mais tarde estávamos no Juventus Stadium, a torcida branca e preta gritando mesmo quando ganhávamos de 1- 0 nos primeiros dois minutos de jogo. Um belo passe de Isco para Cris. Maior parte do primeiro tempo foram os merengues que atacaram, Kroos perdeu uma chance de gol no travessão e a juve foi reagir nós últimos minutos, com um cruzamento de Higuaín para Dybala, quase empataram mas Navas como um gato fez uma defesassa. 

O segundo tempo a velha senhora tentou atacar, mas parecia que estava sem inspiração e foi fácil para os rapazes defenderem as investidas. O ataque espanhol foi brilhante, indo por todos os lados como se o campo fosse seu e aos 18 minutos aumentou o placar após uma salvada de bola de Buffon que parou nos pés de Cavarjal, o defensor impedido de prosseguir a jogada chutou para Cris. Foi um momento único e lindo, o camisa 7 girou no ar chutando a bola em uma bicicleta incrível e gol. 

Meu grito foi tão alto que a garganta arranhou, os meninos saíram nos bancos para comemorar e me levantei com um pulo de empolgação. Zidane ficou pasmo e deu um abraço no camisa 7 a beira do campo, o parabenizando. Até a torcida adversária aplaudiu de pé 

2-0. Zidane fez mesmo uma leitura incrível do time italiano, eles estavam amarrados, tímidos na própria casa. O time de jogo que só um técnico bom ou muita sorte conseguem produzir.

E quando achei que tinha acabado por ali, haha!  

Aos 37 Cris deu assistência para Marcelo marcar o terceiro gol. 

Em êxtase no banco eu não conseguia nem falar, foi um dos melhores jogos da temporada, um dos melhores que já vi. 

Ainda sim era lindo ver a torcida preta e branca torcer até o último minuto, gritando e cantando, apoiando seus jogadores mesmo sabendo que não conseguiriam virar . Admito que a torcida italiana era a mais apaixonada depois da brasileira, os espanhóis desceram para terceiro depois desse jogo. 

Mas nós que saímos com a vantagem para o jogo de volta, três pontos de vantagem. Fizemos um trabalho bem feito, seria muito difícil tirar essa vaga de nós, só se fizéssemos um jogo desastroso. Mas duvido muito, ainda mais que não teriam Dybala que levou o 3º cartão amarelo.

O clima de volta para foi de comemoração, os meninos cantavam várias músicas no ônibus até o aeroporto acompanhando a cai na de som que Marcelo sempre levava e o corredor ficou tomado por jogadores dançando, brincando. Eu apenas ria e gravava tudo meu acento. 

Naquela mesma semana teríamos jogo pela La Liga, o time ainda tentava lutar pela primeira colocação, mas o Barça estava fazendo uma temporada incrível seria difícil ultrapassa-los assim. O foco, no entanto era mesmo na Champions, claro que iríamos ganhar tudo, mas se tivéssemos que priorizar alguma competição estava bem claro para mim qual seria. 

No treino de quarta-feira Kroos sentiu um pouco a panturrilha e o levei ao consultório, era uma pequena lesão, coisa de 10 dias de tratamento, mas ele perderia dois jogos. 

— Relaxe Toninho, estamos com uma boa vantagem e embora você seja o maestro temos outros que sabem como orquestrar um time no meio campo — brinquei quando ele reclamou da lesão tão perto do período final das competições e da copa. 

Kroos fez careta.

— É, eu sei, mas eu vou voltar, não é? Rápido? 

Sorri calidamente. 

— Claro, acha que vamos deixar você ficar longe na fase final? — Pisquei para ele enquanto organizava meus instrumentos do armário. O alemão riu. 

— Sei que vocês sentem demais minha falta pra isso. 

 

Kroos saiu do consultório e eu fiquei para organizar sua ficha técnica, quando minutos depois alguém bateu na porta. 

— Entra — pedi sem nem erguer a cabeça, mas quando vi aquelas chuteiras rosa néon já reconheci quem era. 

Marco fechou a porta atrás de si com um sorriso nada decente nos lábios. 

— O que ta fazendo aqui? — Perguntei me levantando. 

— Vim matar a saudade da minha namorada que não vejo direito a 3 dias — explicou como se fosse óbvio, se aproximando de mim. 

Não queria sorrir, mas era difícil com ele ali, passando o polegar pela minha bochecha, olhando nos meus olhos com carinho.

— É que esses dias foram muito corridos amor — falei e era verdade, mas também havia outro motivo. Depois que chegamos em Madrid eu fui direto para casa, por Marco eu voltava pra casa dele e ficava por lá mesmo, mas sei que uma certa distância é essencial para todo relacionamento, distância está que ele foi diminuindo entre nossas bocas. Fitei seus lábios, ele também olhando para os meus e antes que os justássemos sussurrei: 

— Também senti sua falta — nos beijamos. 

Inicialmente foi um beijo carinhoso, mas não ficou assim por muito tempo. Marco foi me levando devagar até encostarmos na minha mesa, uma de suas mãos descendo pelo meu flanco indo até minha coxa a qual ele apertou e puxou um pouco para abrir espaço para sua perna ficar entre as minhas. Enquanto isso nossas línguas iam colidindo em um ritmo gostoso, lento e envolvente e eu estava me segurando tanto apenas mantendo a mão na sua nuca. O cheiro do seu suor era testosterona pura, podia sentir o gosto salgado dele em sua boca, o corpo quente de quem havia acabado de treinar, aquelas mãos grades na minha coxa, puxando meus cabelos...

Parto o beijo de repente dizendo:  

— Mas não pode vir aqui assim, sabe que eu tenho um vigia — Marco olhou nos meus olhos por segundos. 

— Eu sei — e foi descendo o rosto para meu pescoço, a respiração e os lábios ali eram minha perdição. — Mas me assegurei de eu ninguém me viu entrar — fala entre os beijos suaves que distribuía. 

Mordi o lábio para abafar qualquer gemidinho e apertei sua camisa descontando aquela provocação.

— Bom menino — sussurrei no ouvido dele. 

O espanhol sorriu descendo pela curva do meu pescoço. 

— Tava doido de saudade de você — sussurrou. — Do teu gosto — sua língua fez o caminho de volta para cima e eu me arrepiei toda. — Teu cheiro — inspirou atrás de minha orelha ( lugar onde eu sempre colocava meu perfume ) e depois mordiscou sua ponta.  

Era difícil  demais resistir. Porra Marco Asensio! 

Fechei os olhos esperando que ele finalmente beijasse a região sensível, mas o camisa 20 apenas subiu segurando meu queixo, os lábios diante dos meus, perigosamente perto.

— Bella, não pode me deixar assim — passou o polegar pelos meus lábios e eu abri passando a língua por ele como se fosse seu pau. 

Marco olhou aquilo levemente sôfrego, mas sorriu ao final quando ergui os olhos para os seus. 

— Não me atiça Mia — pediu a voz um pouco mais baixa e grave. 

— Ou o que? — A minha também era baixa, quase um sussurro. 

Seus olhos eram labaredas, juro que os sentia me queimar. E a mão dele foi descendo pelo meu pescoço, o segurando um pouco, sem apertar. 

Oh Dios! 

— Sempre tive muita vontade de te foder nessa mesa. 

Puta merda! 

Algo dentro de mim de partiu e senti minha calcinha umedecer. 

— Sabe que não podemos — sussurrei no meu último momento de racionalidade. 

Mas Marco sorriu como um diabo. 

Ta! Foda-se!  

 

P.O.V narrador 

 

Eric digitava uma pilha de fichas técnicas que Mia tinha passado para ele com ódio correndo pelo sangue por estar abaixo dela, por ela poder mandar nele. Mas o que lhe deixava mais tranquilo era o fato de pensar que não será sempre assim, logo ele a tiraria dali, tão perto assim ele descobriria algo que acabaria com a carreira dela, ou pelo menos com seu emprego.  

De repente ouviu um barulho estranho, ergueu a cabeça do computador e olhou ao redor buscando de onde onde vinha. Novamente, algo como o arrastar de metal pesado no chão. Mas até aí tudo bem, podia ser Mia arrastando a mesa com a maca de exame.

Revirou os olhos e voltou a digitar, mas o abrunho de repetiu e dessa vez ouço acompanhou. Muito sutil, mas pareceu um...gemido.

— Dra. Mia, Dra. Mia...parece que vou conseguir o que eu queria mais cedo do que esperava.

Lopes se ergue e caminha até o corredor, sua mão envolve a maçaneta. Óbvio que não bateria, queria o flagra. Ele não podia esperar que ela fosse tão burra para transar no consultório do clube, mas se ela é...o que resta é aproveitar. 

Com uma dobrada de pulso girou a maçaneta e abriu a porta. 

 

O desejo os consumia, Marco a queria tanto, mais tanto e Mia não conseguia resistir, ambos cegos pelo tensão. As mãos dela escorregando até o elástico da bermuda, a dele já dentro da calça dela, a acariciavam por cima do tecido completamente úmido. 

Mia fazia de tudo para não gemer, mordia a camisa do jogador, mastigava os próprios lábios, os comprimia com força, mas era tão difícil quando os dedos dele estavam nela. 

No entanto, enquanto se deleitava com toque do jogador Mia ouviu um barulho de porta e imediatamente seus olhos se moveram para a fresta da porta. Marco a sentiu ficar mais tensa e parou. Uma sombra passou pela porta.

 

Eric dá com Marco descendo na maca e Mia diante dele. 

— O... — a frase do moreno morre antes de começar direito, os dois olham para o outro médico. Lopes parado diante da porta com o rosto murcho por não ter encontrado o que achou que iria. 

— Deseja alguma coisa Dr.Lopes pra abrir minha porta com tanta euforia? — Lopes engole seco ainda procurando nos dois algum vestígio, qualquer coisa. 

" Não pode ser, eu ouvi!"

— Bom, — Marco da um passo para o lado na direção da porta, e ela vira p rosto para ele. — Obrigado pela massagem, já está bem melhor — move o ombro como se estivesse o testando.

Mia sorri de canto. 

— De nada Asensio.

O jogador segue para fora dando um sorrisinho para Lopes ao passar pelo fisioterapeuta. Mas quando no corredor um suspiro de alívio escapa pelos seus lábios e uma xingamento de frustração também.

— Sim Lopes, pode me explicar o que foi isso? — Mia indagou cruzando os braços. 

Eric inspirou fundo e estreitou os olhos. 

— Não vai ficar se safando assim sempre viu Dra.Mia? — A brasileira franziu o cenho. 

— Me safando do quê? — Ele riu com o nariz. 

— Você sabe muito bem — foi a vez de ela rir. 

— Eric, você devia passar mais tempo tentando ser melhor do que eu e não...ah! Esqueci que você não consegue e por isso fica tentando me boicotar — ela contornou a mesa para se sentir em sua cadeira. 

— Quem ri por ultimo ri melhor Mia, mas cuidado com o que anda escondendo pode explodir do nada em suas mãos — ameaçou e a sorriu.

— Se tiver gosto de chocolate eu juro que nem me importo — brincou deixando o assistindo com mais ódio. 

"Vagabunda!" 

— Agora saí vai, e, a não ser que seja uma emergência, não entre mais sem bater antes — falou virando se para o computador. 

Quase espumando Eric saiu fechando a porta. 

Mia jogou as costas no encosto da cadeira suspirando de alívio. 

" Se ela pensa que vai ficar assim, está muito enganada." — Pensou o fisioterapeuta entrando na própria sala.

 

Os dias se sucederam rapidamente entre treinos e muito trabalho. Marco e Mia davam um jeito de se ver no meio disso tudo, era uma época complicada porque haviam muitos compromissos. O jogador estava mais acostumado a se relacionar com alguém que tinha mais tempo, Marina ficava na casa dele quando vinha a Madrid, praticamente morava lá, mas Mia tinha a casa dela, e um trabalho que tomava muito seu tempo. Eles se viam, mas não podiam se tocar, ao menos interagir como um casal, era complicado se segurar, controlar a saudade. 

No sábado o jogo pela La Liga terminou em um empate nos acréscimos e eles tiveram uma semana inteira para treinar para o jogo de volta da Champions. Está foi mais livre, Mia e Marco se viram mais vezes, iam para casa dele depois do treino, claro que enfrentando uma certa burocracia, escondendo-se, esperando que todos saíssem para que não os visse juntos. 

E quando juntos parecia que o mundo ao redor não existia mais, eram apenas eles. Passando o dia na cama, cozinhando, dançando, assistindo a fimes, jogando juntos. Marco até ensinou a doutora a jogar CSgo, a fez sentar no colo dele e com os braços ao seu redor a ajudou com os botões e atalhos no teclado. Mia foi péssima nas primeiras tentativas gerando risadas em ambos, mas aos poucos foi pegando os macetes e enquanto jogava o espanhol fez questão de ficar distribuindo carícias nela, beijos no pescoço, mãos bobas. 

— Assim eu não consigo — falou ela sentindo o polegar dele alisar a parte interna de sua coxa. 

— To devolvendo aquele dia lá no seu escritório — falou subindo e subindo a mão até que...

— Marco... — gemeu ainda tentando se ater ao jogo, o inimigo estava tão próximo, mas o seu namorado já estava lá. 

— Precisa atirar nele bella — falou enquanto a tocava como se nada estivesse fazendo. Mia humedeceu os lábios movendo os dedos levemente trêmulos pelo teclado, a respiração um pouco ofegante. — Use o fuzil — guiou beijando a nuca da médica. 

Ela mudou para um fuzil mal conseguindo se manter sã. 

— Use a mira de longe, ele ainda não te viu — continuou afastando a calcinha dela. 

— Hum... — gemeu sentindo os dedos contra sua carne que pulsava forte naquela altura.

A mulher ajeitou a mira no inimigo de costas revistando o casebre que estavam.   

— Isso bella — mordeu o lóbulo da orelha e deixou que deslizasse entre seus dentes, enquanto os dedos afundavam na morena a sentindo muito húmida. — Agora mate ele — sussurrou, mas Mia não conseguia mais. 

Ela simplesmente largou o jogo girou no colo de Marco ficando de frente para ele e o beijando.

A volta das quartas de final fez o Bernabeu ferver, o Real infelizmente não fez um jogo digno dos seus torcedores, a Juve vencia por dois a zero no primeiro e só bastaria um golzinho para acabar com o sonho da 13ª champions. Tensão compactava o ar do vestiário, totalmente diferente do último jogo. Visivelmente preocupado Zidane fez substituições, colocou Asensio e Vazquez para campo no segundo tempo. O time não melhorou muito, a velha senhora ainda achava brechas para passar e foi em uma dessas brechas que o terceiro gol aconteceu. Mia nunca havia visto o Bernabeu tão silencioso e o time tão desesperado. Marco a procurou quando o gol aconteceu, olhando um para o outro, sentindo a mesma coisa. Eles naquele momento estavam perdendo uma vaga quase certa para a semi final. 

Mas graças a um lance polêmico eu gerou um pênalti Cris fez o gol da classificação. E o silêncio de partiu com milhares gritos juntos em som só. O português correu para a torcida e tirou a camisa fazendo sua típica pose comemorativa, os meninos chegaram atrás o abraçando pulando em cima dele. Mia teve um enfarto levando as mãos tremulas ao peito para se recuperar do pico brusco de euforia do seu coração. Buffon foi reclamar com o árbitro e levou um cartão vermelho bem em sua suposta despedida dos campos. Emoção foi o que não faltou.

Catorze dias foi o tempo que tiveram para treinar para a semi final contra o Bayern de Munique, muita cobrança da torcida e da mídia graças ao jogo desastroso com a Juventus onde praticamente passavam por sorte do destino. Mata-mata não era fácil, estressante muitas vezes, mas existiam formas de aliviar essa tensão.

— Ta ansiosa? — Am perguntou à ruiva. Elas estavam reunidas na casa de Isco em uma pequena reuniaozinha entre casais e Sarah.

— Pra que? — Retornou com o cenho franzido. 

— Pra o seu alemão chegar — Am completou e Mia riu, junto com Isco e Marco. 

— Hum Sarah! — Asensio brincou arqueando as sobrancelhas sugestivamente.

— Aí parem que eu não tenho alemão nenhum — Ginger fez careta de deboche, mas suas bochechas coradas delatavam o contrário.

— Uhum... — Mia grunhiu sarcástica. 

— Então vocês não marcaram de se ver nem nada? — Am insistiu e a amiga respirou fundo desviando o olhar para o copo de vinho na mesinha de centro.

— Eu não disse isso — falou um pouco para dentro e mais risadas soaram com isso. 

— Eita que esse encontro vai ser bom viu! — Mia brincou entre risadas. 

Sarah tentou esconder o sorriso malicioso, mas Mia a fez imaginar coisas demais.

— Só digo que você ter consolar seu namoradinho depois que a gente acabar com ele — Isco falou e Marco bateu o punho contra o dele ambos rindo com isso. 

— Ou elas vão ter que consolar vocês — deu de ombros.

Eles a olharam boquiabertos.

— Vira casaca! — Acusou Marco. 

— Traidora — Isco apontou. 

— Não esperava isso de você Sarah! — Mia colocou as mãos na cintura. 

— Que vergonha — Am negou estalando a língua. 

 A ruiva ria. 

— To brincando seus idiotas, jamais trocarei meu manto blanco. 

— A bom! — Mia suspirou aliviada voltando a se deitar no encosto do sofá.

— Pelo menos ele não é do Barça ou colchoneiro — Marco refutou. 

— Seria minha derrota me apaixonar por um culé ou um colchoneiro — comentou levando a taça aos lábios, mas ela mesmo só percebeu o que havia falado quando silêncio se fez na sala. 

As duas amigas a olhavam com sorrisinhos. 

— Admitiu porra! — Berrou Mia pulando em cima da amiga. 

— Awn! Que lindo meu Deus! Ela ta apaixonadinha ela — Am falou fazendo o mesmo.

Os meninos sorriram. 

 

As ruas até o Santiago Bernabeu inflamavam com fumaça branca. Uma multidão se aglomerava ao redor do ônibus blanco enquanto ele cortava a avenida mãos o deixando andar. Mia de dentro do ônibus olhou aquele mar de torcedores vestindo a camisa do time, eles cantavam juntos, brandindo bandeiras e faixas, soltando fumaça. Era impossível ver o chão, apenas o mar merengue, era emocionante, mas a doutora se assustou quando a multidão afunilou e eles começaram a bater as mãos na lataria, fazendo muito barulho dentro do veículo. 

Os meninos viram ela arregalar os olhos e de encolher um pouco e riram com isso. 

— Bem-vinda ao inferno Merengue Miacita — Sergio diz com um sorriso orgulhoso esfregando o ombro da doutora.

— Vai ser a primeira de muitas — Marcelo piscou para ela e Mia sorriu sentindo o coração acelerado ao presenciar tudo aquilo. 

Os meninos agiam normalmente, alguns gravavam, uns acenavam pela janela, outros mantinham a concentração quietos em seus acentos. Vinicius mesmo estava como Mia, novato parecia encantado com tudo. 

— Isso é demais! — Ele falou e Mia anuiu. 

— É lindo e aterrorizante.  

Lado de dentro o Bernabeu pegava tanto fogo quanto o lado de fora. Do vestiário já dava para sentir a energia. 

O jogo começou com um Bayern com gás e vontade, um dos primeiros lances foi de Lewandwski que roubou uma bola na área e entregou para Müller, mas a bola não foi bem finalizada e não fez chegou nem perto das redes de Navas, no entendo ergui para mostrar que o time alemão não veio para brincadeira. Na continuação da jogada Isco rouba a bola, mas sofre um empurrão de Boateng que leva cartão amarelo, isso apenas com 4 minutos de jogo. 

O banco madridista ficou tenso quando um jogador reclamou de um possível toque de braço em Benzema na área, o que acarretaria um pênalti para o Bayern. Zidane eriçou beira campo. 

— Foi no ombro — Karim afirmou apontando para o próprio ombro, mas o juiz já tinha visto e mandou seguir o jogo. 

Os jogadores suspiraram de alívio, mas minutos depois o jogo foi paralisado. Robben sentiu a coxa e foi atendido, mas as dores continuaram então ele teve que ser retirado de campo. Ele é substituído por outro meia e não parece muito feliz ao sentar no banco. O jogo continua, Cris recebe a bola de Bale, mas estava em posição de impedimento. Depois disso o time espanhol fica mais avançado, são várias as tentativas, mas não são bem fadadas, assim como as bolas paradas do Bayern também não. 

O lance mais ofensivo foi aos 20 minutos quando um jogador do time alemão chutou de fora da área obrigando Navas a fazer uma boa defesa. Mas Madrid contra ataca e em três minutos faz duas tentativas de gol, uma bem ruim de Cris ( ele não estava nos seus melhores dias ) e outra de Cavarjal que fez a torcida quase gritar gol de não fosse pelo goleiro do time vermelho. 

Os que esta se destacando mesmo eram os marcadores, estava sendo difícil passar por eles e chegar a área, mas é em uma brecha da defesa que Kimmich é lançando nas costas da marcação e por um erro da defesa fica completamente livre para chutar. Navas esperava que ele cruzasse para outro jogador, mas o alemão o surpreende e deixa o goleiro perdido ao chutar em uma diagonal perfeita até o gol.

Kimmich pula e aponta para um lugar na plateia, o lugar onde uma certa ruiva estava o assistindo, por mais que ela vestisse a camisa do adversário.   

O banco do time alemão pula em comemoração e os torcedores deles também, bem diferente dos merengues. Mia xinga o jovem alemão junto com os demais jogadores.

" Sarah deve estar orgulhosa, mas eu to puta. Bem puta!"

Zidane vai falar com o assistente. O banco fica inquieto. O jogo volta e Cris faz mas uma tentativa falha, impedido novamente e bola para o time de Munique. 

No entanto o jogo é paralisado mais uma vez, mais um jogador lesionado caído do gramado. Mia olha a situação e o vê apontando para a região posterior da coxa, ela sabia que ele não ia voltar. 

O jogador é retirado e o jogo prossegue. 

— Duas substituições por lesão, que azar! — Santamaria comenta. 

 O Bayern cresce no jogo, avença empurrando o real para a própria área de defesa. Duas chances claras de gol uma de Hummels com grande defesa de Navas, outra de Müller desviada por Sergio Ramos. 

Mas em um lateral de Marcelo para Cavarjal que joga de cabeça para dentro da área, ela quica e ninguém tira, aproveitando a deixa o lateral chuta. 

Indefensável! Bem no cantinho a bola entra e deixa tudo empatado no Bernabeu. 

A torcida ruge e o banco avança na beira do campo. Zidane comemora com força junto com seu assistente. 

Ainda sim o time alemão não desanimou, continuou investindo e teve mais duas chances de acabar com a alegria merengue. Os alemão não estavam dando um segundo de paz para o coração dos espanhóis naquele jogo. 

— Graças a Deus — Mia comemorou afundando no banco quando o juiz apitou no centro do campo. Ela estava vendo a hora eles fazerem outro gol se não fossem parados.  

— Calma, vamos conseguir — Javier a animou. 

No vestiário o ar estava compacto, por mais que eles tivessem conseguido empatar ninguém estava feliz com o jogo, Zidane conversava como assistente olhando as pranchetas com o estudo de jogo. Mia e Javier cuidavam dos jogadores em macas no canto  do cômodo. Muitos com estresse muscular, principalmente os zagueiros. 

— Precisamos usar o fato de eles terem perdido 2 jogadores por lesão, isso deixa o jogo deles com buracos, tem que deixar — Cavarjal falava para Marcelo enquanto a doutora massageava sua coxa posterior. 

— Eu sei, achei um na hora do gol, mas eles estão com mais posse, taticamente dominando o jogo — o brasileiro falou visivelmente preocupado. 

— Precisamos mudar isso — Marco disse sentado no banco próximo a área de recuperação e os jogadores concordaram. 

Mia e o namorado tocaram olhares preocupados. 

— Asensio! — Zidane chamou o camisa 20. 

— Esta sentindo aqui? — Perguntou ela para Cavarjal e ele negou. 

Marco seguiu até o técnico. 

— Você vai entrar, mas preciso que preste atenção no que vamos explicar agora — o camisa vinte apenas anuiu.

 

Minutos depois os jogadores cruzavam o túnel de volta cada um se encaminhando para seu lado do campo. A placa se levanta sinalizando as mudanças de intervalo, apenas os blancos mudam. Isco sai Asensio entra. E o menino entra com gosto de gás, com apenas dois minutos de bola rolando ele faz um passe para CR7 que puxa para o meio e tenta um chute de longe, normalmente uma jogada dessa dele terminava em gol, mas não dessa vez. A torcida gemeu e o banco também ao ver a bola ir para lateral. 

— Eu já ia comemorar — Nacho falou.

— Uma hora esse gol sai — Benzema disse confiante esfregando as mãos. 

Mia respirou fundo no banco. Sabia que o técnico tinha algo preparado e que Marco fazia parte dessa certa na manga.

" Só um golzinho, vamos lá." 

Zidane observava a movimentação da beira do campo com os braços cruzados, Marco entrou com um objetivo e não era dar assistência.

O Bayern tenta chegar pela esquerda, faz um cruzamento, mas Sergio chega primeiro e passa para Marcelo. Salvos! 

Minutos depois em uma jogada perigosa na beira da área merengue, por pouco a bola não toca o braço de Casemiro, mas Varane é empurrado por Ribéry. Os dois times vão até o juiz com fúria pedindo falta, pênalti. Mihic, Mia e Javier ficam a postos caso o juiz assistente os chame, porque Varane esta caído. O clima esquenta, os jogadores começam a discutir entre si, o árbitro pede calma, mas os ânimos estavam inflamados. A torcida grita. Sérgio insiste com o juiz que Ribéry empurrou Varane e pede falta, os bávaros dizem que não. Até os bancos ficam tensos e se levantam. Zidane pede falta, os Heynckes pede pênalti. Os médicos entram em campo, Varane não se levantará ainda reclamava de dor na panturrilha.

— O que está sentindo? — Mihic perguntou. 

— Ta fisgando! — O zagueiro disse com uma careta de dor.

— Aqui? — Dessa vez foi o fisioterapeuta que perguntou segurando determinado músculo da panturrilha do francês que apenas juiz levando as mãos ao rosto. 

Marcelo, Modric e Cristiano estavam por perto, observando.

— Filho da mãe, ele fez na maldade — Cris dizia. 

— Merecia um vermelho isso sim — o croata bufou. 

— Mia me passa o spray de gelo! — A doutora pegou o cilindro de metal na lateral da bolsa do entregou.  

O árbitro deu falta para o Real Madrid enquanto a torcida comemorou, os alemães não ficaram nada felizes com isso.

Com o jogo paralisado para o atendimento de Varane Zidane chamou mandou Cavarjal chamar Marco. 

Habilmente Javier puxou a perna do jogador fez três movimentos de isometria. 

— Melhorou? — Mia perguntou e o defensor anuiu.    

Mihic e Javier o ajudaram a se erguer. O jogador subiu o meião e ficou um pouco trôpego antes de voltar andar normal. Visto que tudo bem a equipe técnica deixou o campo e assim que ultrapassaram a faixa a bola voltou a rolar. 

Por mais que tivesse levado cartão amarelo Ribéry voltou todo confiante para o jogo e foi para cima de Cavarjal e Marcelo, ate consegui um cruzamento, mas mandou para fora. Minutos depois mais uma jogada perigosa do Bayern, mas Lewandowski cruza para ninguém, ainda sim a jogada foi boa e fez os madridistas ficarem nos nervos. 

— Mais será possível! — Rugiu Zidane sinalizado para a defesa se ligar mais no rebote. 

Minutos se passaram, o jogo só ia ficando mais tenso, até que Rafinha, o brasileiro bavaro erra um passe ao atacar e acaba gerando o contra ataque. Vazquez avança pela lateral com liberdade e vê o Asensio sinalizando. Lucas chuta para Marco que invade a área desprotegida com facilidade. O goleiro alemão se posiciona, mas quando ele chuta nada para a bola a não ser a rede no fundo do gol.

Bernabeu explode, o banco se ergue e Zidane urra em comemoração. 

Marco sorri e puxando os ombros da camisa em sua comemoração de prache, os meninos vão comemorar com ele.  

Mia sorri sentindo o dupla felicidade pelo gol. 

Mas se engana quem acha que o jogo ficou desanimado depois desse gol, os bavaros não pararam de tentar e o segundo tempo, assim como o próprio foi um show de desfesa incríveis de Navas. A maioria das tentativas eram de Ribéry, Mia o xingou tanto mentalmente, odiava admitir que o cara tava mandando muito bem, mas Navas está melhor. 

Aos 20 minutos Cavarjal cai no gramado segurando a coxa.

— Merda! — Javier e Mia murmuram. 

O árbitro paralisa e manda a equipe médica entrar. 

— É no mesmo lugar que antes? — Mia pergunta e ele anui. 

— Ta ardendo, não aguentei andar — explicou com uma careta sôfrega.

Javier o examinou, apertando, perguntando e no final diz:

— Tudo bem, vamos te levar para a beira do campo. 

— Vamos atender na beira do campo — Mia avisou ao árbitro. 

— Tudo bem, vão precisar de maca? 

— Consegue andar com a outra perna? — Mihic pergunta a Cavarjal que anui. 

— Acho que sim. 

Com ajuda dos médicos o defensor sai de campo, Mia carrega a bolsa de atendimento rápido logo atrás. O jogo volta enquanto eles atendiam a beira do campo. 

— Sente quente? — Javier indaga. 

— Agora que parei sim. 

Mihic começa a mover a perna dele, Cavarjal geme de dor. 

— Ta escutando? — Pergunta a Santamaria e ele anui.

— Ta estalando.

— Estiramento do Bíceps femoral — conclui Mia e os dois concordam. 

Mihic sinaliza para o assistente para fazer a substituição, Cavarjal não voltaria ao campo hoje.

Cavarjal olha para os Mia e Javier em pânico. 

— Isso é grave? 

— Só vamos fazer a gravidade com uma ultra, mas se acalma, tenho quase certeza que não passa do grau 1. 

— Sem edemas, sem manchas — observou a médica e o ofereceu um sorriso. — Vai dar tudo certo.

O defensor anuiu.

Eles fizeram o atendimento rápido, massagem seguida do spray com cânfora e mentol para aliviar a dor. Cavarjal caminhou com eles até o banco e o assistente o entregou o corta-vento da equipe. O defensor vestiu e foi recebido pelo técnico com batidinhas no ombro e desejo de melhoras, e pelos colegas de equipe também. Mihic repassou brevememte a situação para Zidane, apenas para motivo de informação, com o fim da partida falariam sobre tudo.

Mas ainda tinham 15 minutos pela frente. E foram 15 minutos tensos, muitos lances dos dois lados, nenhum efetivado, grandes gol pedidos, grandes defesas feitas. Nos últimos minutos o Bayern pressionou para conseguir o empate e acabou sobrando um cartão para Casemiro, Zidane também o substituiu. 

O juiz deu 4 minutos de acréscimo 

Aos 46, um gol impedido de Cristiano fez todo o Berbaneu levantar em vão. 

— Bateu no ombro — Cris insistiu com o árbitro, mas não adiantou. 

Aos 48 Ribéry tenta novamente, mas Navas segura. 

49, o árbitro aponta centro de campo. Fim do jogo de ida da semi final. 

Alegria do lado merengue, frustração do lado bavaro. Os jogadores se cumprimentaram no campo, aplaudiram a torcida que fazia festa e seguiram para o túnel. Os comentarias falavam que no jogo seria justo o empate, foi briga de cachorro grande, os alemães tentaram e tentarem até o final. 

" Não se poderia esperar diferente de uma semi final da Champions Ligue." — Eram o que falavam os jornais do mundo esportivo.

" Vamos dar os louros a Keylor Navas, o cara hoje foi um paredão, nada passava." 

" Só queria saber Zidane sussurrou no ouvido no Asensio nessa foto, o garoto já entrou dando assistência, e meteu um gol logo depois disso."

" Agora o houve com Cristiano Ronaldo hoje?" 

" Acho que serviu pra mostrar que o Real Madrid tem time sem sua estrela." 

" Mas eles que sofreram hoje, sofreram." 

 

 

 

— Grande herói do dia, Marco Asensio dá importante vantagem ao Real Madrid em sua luta pela 13ª Champions Ligue — Mia leu as letras garrafais do perfil esportivo deitada na cama.

Marco sorriu saindo do banho com a toalha enrolada na cintura e outra nas mãos enxugando os cabelo.  

— Deixando a defesa alemã do chinelo espanhol Asensio faz golaço e Real Madrid leva vantagem a Alemanha no próximo domingo — ela lê mais um título enquanto o jogador se aproximava.

— Marco você ta todo molhado! — Reclamou sentindo os pingos do corpo dele em sua pele, mas ele continuou se aproximando com um sorrisinho indecente até a puxou pelas pernas para si fazendo Mia dar um gritinho. 

— Esse seu namorado hein?! — Ele se colocou entre as pernas da médica deixando seus rostos bem próximos. 

— To bem orgulhosa dele, meu namorado joga demais — ela gabou deixando o celular de lado. O canto do lábio dele se ergueu e o jogador piscou.

— Sabe aquele gol? — Perguntou roçando os lábios nos dela. 

— O que tem ele? — Ela sussurrou. 

— Ele foi pra você — Mia sorriu. 

— Hum...acho que você merece um agradecimento a altura então — seu sorriso se tornou um pouco indecente e as mãos foram deslizando pelo peito, abdômen...a pele húmida, mas já tão quente se arrepiou com o toque. 

Marco mordeu o lábio ao senti-la puxar a toalha e gemeu baixo quando a mão envolveu seu membro já rijo. 

— Mia... — o sorriso dela aumentou e a doutora inverteu as posições ficando com cima do moreno. 

Asensio sorriu malando colocando as mãos atrás da cabeça. 

— Sou todo seu bella. 

 

 

Uma semana foi o que separou o jogo de ida com o de volta, uma semana bem cheia diga-se de passagem. 

Mia ficou responsável pelo tratamento de Cavarjal, que realmente tinha se configurado como estiramento do Bíceps Femoral grau, e duraria duas semanas, logo na quarta tiveram jogo pela La Liga contra o Levante, e não tiveram descanso no dia seguinte foi treino de recuperação para os titulares e no campo para os reservas. Zidane teve que misturar os times para não cansar jogadores importantes, era claro que a champions era a prioridade de Florentino esse ano. No sábado eles já partiram para Munique, e a Alemanha embora fosse primavera estava fomos sempre fria. Treinaram a tarde no mesmo dia e no domingo entraram em campo. Jogando com uniforme preto e listras azuis o time espanhol encontrou um Bayern tão forte quando o de Madrid, mas agora com a vantagem de estar em casa. Embalados pelos hinos Bavarianos os vermelhos saíram na frente, mas os galácticos não sedaram. O jogo foi de domínio alemão, uma partida de qualidade em que ambos os times deram tudo o que tinham, no entanto o time espanhol tinha a vantagem e se usou dela redobrando a defesa. Com Cavarjal e Kroos lesionados, Asensio e Benzema entraram no time titular. Zidane optou por deixar o cão de guarda, Case, no banco e isso fez James ficar mais a esquerda do campo. Assim como o primeiro jogo foi muito sofrido, mas a classificação merengue veio em um erro do goleiro que demorou demais e o Real empatar. Gol de Benzema com assistência de James. Gol da classificação para terceira final seguida da Champions. 

Tristeza do lado bavaro, o goleiro é deixado sozinho chorando no gol assim que o árbitro apita o fim. Mia se sente mal por ele, sabe que pode acabar com sua carreira em grandes times. 

Foi uma festa no ônibus de volta para o hotel, os meninos cantavam, pulavam, dançavam no corredor, ninguém podia dormir, ninguém ia dormir. 

— Se a festa pela semifinal foi grande imagina na final — falou Mia. 

— Madrid vai ser pequena Miacita! — Cris falou. 

 

— E como ele ficou? —Indagou a médica para a ruiva. 

— Péssimo né gatita, super mal com a eliminação — ela sorriu fraco. 

— Eu imagino, foi um jogo difícil, ele foi muito bem. 

— Embora eu tenha ficado feliz pelo meu time, fiquei triste por ele — Mia sorriu mais e alisou o rosto da amiga. 

— É normal ficar triste quando vemos a pessoa que gostamos frustrada — Sarah suspirou e deitou no ombro da doutora. 

— Eu só queria ficar abraçada com ele. Porque ele tinha morar tão longe? — A médica passou as mãos pelo seu ombro e a apertou contra si. 

— Vocês vão se ver quando?

— Assim que acabar a Bundesliga, é o foco deles agora. 

— O lado bom do relacionamento a distância é que quando se encontra o sexo é o melhor do mundo — Sarah riu. 

— Você ta parecendo comigo te consolando — Mia riu também. — Mas é verdade, o sexo quando ele veio para cá foi muro bom mesmo.

Elas riram juntas. 

Maio começou mais tranquilo já que o mata a mata havia acabado. Após a classificação houve uma coletiva de imprensa e Mia passou o dia anterior todo juntando todas as fichas técnicas atualizadas sobre os jogadores para que Javier usasse. Esse foi seu dia mais cheio naquele semana sem jogos, os demais apenas o normal. Visitas aos treinos, seções com Carvajal e dias no escritório. Sobrou tempo para sair com seus amigos, ficar com Marco, com Rome, para curtir sua casa e um tempo sozinha. 

Na semana seguinte houve mais um jogo pela La Liga, que terminaria em mais de duas semanas no dia 19. E embora tivessem vencido a chance de ser o grande campeão nacional ficava cada vez mais distante. Mas a verdade é que ninguém parecia estar se doando tanto para isso, o que que só se falava no CT era a final da Champions, bom, não só no CT como no mundo esportivo, noticiários, jornais, revistas, canais de esporte. Liverpool seria o adversário, em uma campanha histórica os reds colocaram grandes times favoritos para trás. O time inglês não vencia uma competição de peso desde a Champions de 2005, tendo conquistado 5 "orelhudas" em todos seus anos de existência. Seria um grande jogo, as torcidas inflamadas, o mundo inteiro de olho, um time lutando pelo tricampeonato, outro perseguindo o sonho da sexta Liga dos Campeões após anos sem ganhar nada. E Kiev na Ucrânia foi escolhida como o palco para esse duelo.

Aqueles vinte dias passaram rápido, logo chegou o último jogo da La Liga, contra o Espanyol, o time da capital ganhou de 4 x 0, mas por causa de uma derrota no início da temporada que não ficaram com o título. Receberam a medalha de prata, mas não houve uma festa tão grande, não para o time acostumado a ser o melhor em tudo. Ainda mais quando era seu rival que estava levantando a taça de campeão. Os jogadores aplaudiram a e foram muito pelo publico, fizeram um jogaço, gols de Benzema, Vazquez, Capita e até de James que deixou o seu no final do segundo tempo. 

Mia assim como toda a comissão técnica aplaudiu os aplaudiram também, no vestiário não havia uma energia ruim, apenas não estavam em clima de comemoração, se cumprimentavam e elogiavam uns aos outros como uma vitória normal. A médica ficou incomodada com isso, tentou animar os meninos do banco durante a ida e o jogo todo. Eles entraram em campo sabendo que não conseguiriam ultrapassar o Barça pela parcial de pontos corridos, mas a ordem de Zidane era que jogassem bonito. 

— Ah vamos meninos, vocês arrasaram lá dentro deviam estar comemorando — ela falou no vestiário assim que desceram. 

— Comemorar ser o primeiro perdedor? — Nacho indagou. 

— Comemorar ser segundo para os catalães? — Little Zidane cruzou os braços.   

— Comemorar os grandes jogos que fizeram, uma temporada muito boa, comemorar o esforço de hoje, comemorar que no meio de 20 times vocês estão entre os três melhores — exaltou. 

— Costumamos ser o melhor doutora — Isco falou. 

— Mas dessa vez vocês competiam com uma campanha perfeita sem derrotas, e tinham outras competições para se focar. O barça só tinha essa, perderam a Supercopa e a Champions. Se cobrem um pouco menos, não dá pra ganhar tudo o tempo todo — todos a ouviam enquanto Zidane havia ido a zona mista com Sergio dar entrevistas. 

— Ela tem razão gente, devíamos estar comemorando, e o que vocês fizeram hoje, não entregar o jogo por mais que já soubessem o resultado...isso é futebol — Cris falou. 

— Futebol é mais que troféus e medalhas, futebol é diversão, é paixão — James completou em um canto do vestiário lembrando perfeitamente do que a doutora disse para ele uma vez. O olhar dela encontrou o dele entendendo bem a referência, o colombiano sorriu de canto. 

— Isso! Vocês jogaram com paixão, por paixão, pelo escudo, pela torcida, pelo esporte — ela prosseguiu. — Vocês são incríveis, são galácticos e eu não aceito que abaixem a cabeça e se sintam inferiorizados por time nenhum, principalmente pelo Barcelona. Ok? 

Os jogadores se entreolharam, alguns acharam sentido, as palavras o fizeram se sentir melhor. Marco sorriu orgulhoso e quis abraçar a namorada depois disso tudo, mas como não podia apenas iniciou uma salva de palmas que se estendeu a todos inclusive os médicos presentes. 

— Falou bonito Miacita! — Case falou a puxando pelos ombros para um abraço.

— Essa é nossa doutora — apontou Navas e a brasileira corou ruindo sem graça. 

— É a Rainha de Madrid mesmo viu! — Berrou Marcelo.

— Fez aula de couch foi? — Vazquez perguntou e ela riu.  

— Olha ele todo babão pela namorada — Isco murmurou para Marco. 

— Eu babo mesmo bro.

— Hala Madrid! — Chamou Modric. 

— Y nada más! — Os demais completaram alto e forte, como o rugido de um rei, o ri de Madrid. 

 

Depois desse dia até a final da Champions foi um pulo. Os cinco dias passam em um piscar de olhos e logo eles estavam embarcando para Kiev. No aeroporto de Madrid eles foram recebidos por uma enorme torcida merengue, os meninos todos trajando os melhores ternos Hugo Boss iam acenando, parando para fotos, autografando camisas, bolas, recebendo toda a energia até entraram no portão de embarque. Até mesmo Mia sempre tentando ser muito discreta trajando seu look total branco que a adidas mandou para ela (sim, chegou a esse ponto) foi chamada para fotos e acenou para vídeos. 

Cada um com sua pequena mala, ou mochila seguiu pelo corredor de torcedores até o portão de embargue. Passaram pelo raio-x, Mia colocando sua linda Louis Vuitton em cima da esteira, presente de Marco.

" — Marco ela deve ter sido caríssima!

— Quem se importa com preço, você estava precisando de uma mala pra viajar com a gente e eu achei essa sua cara — Mia sorriu e pulou nos seus braços. 

— Ah! Eu amei! Obrigada amor." 

Depois de tudo certo com as bagagens, foram direto para o último portão de embarque onde o avião particular do time esperava. Passaram pela passarela, Tom e a galera das redes sociais gravando, tirando fotos de tudo. E o aviso da emirates era a melhor coisa do mundo. Dois andares, um com acentos super confortáveis tipo executiva e outro com bar, banheiros chiquerrimos com chuveiro, e todo o luxo da melhor primeira classe do mercado. Geralmente os jogadores ficavam do primeiro andar, mas podiam utilizar toda a área, menos a parte das bebidas alcoólicas, não que fosse proibido, mas ninguém em sã consciência beberia em trabalho. Se quem que Marcelo e Ramos já estavam falando, se voltassem com o título a festa ia começar no avião e só terminaria um dia depois quando fizessem a carreara pelas ruas de Madrid. 

A viagem como sempre era tranquila, a equipe de registro tirando fotos, fazendo vídeo com os jogadores e brincadeiras para movimentar as redes sociais. Os próprios jogadores conversando, outros dormiam, comiam, jogavam, assistiam tv, escutavam música. E como a viagem até a Ucrânia foi uma das mais longa que eles fizeram deu tempo de fazer muita coisa. Inclusive uma pegadinha com Casemiro orquestrada por Mia e Marcelo. Aquela viagem também tinha um clima de despedida, antes mesmo da final da La Liga surgiram rumores de uma possível não renovação de Cris com a equipe, ele nunca afirmava, mas suas atitudes, a forma que ele se expressava fazia tudo parecer a última vez, como sempre estivesse se despedindo. As únicas pessoas que sabiam desde o início eram Marcelo e James que custaram a acreditar, James até disse que Cris era o rosto do Real Madrid que o via se aposentando lá, mas o português sentia que estava cômodo demais, ele queria explorar outras ligas, experimentar futebol de outros países, ser um ídolo de várias torcidas. E os meninos embora tristes entenderam o desejo do amigo, que embora amasse o time merengue precisava renovar, precisava de desafios. 

Eles chegaram em Kiev as sete da noite, ainda estava claro caminhando para o anoitecer quando desceram pelas escadas de desembarque do avião carregando as próprias malas e seguiram direto para o ônibus que os esperava no pátio. Normalmente precisariam passar pela imigração, já que a Ucrânia não faz parte da UE, mas um acordo feito em 2016 permitiu a isenção de visto para cidadão ucranianos e europeus. Obívio que existiam casos como os de jogadores fora da Europa que ainda não era cidadãos e o de Mia, mas o Real Madrid como potência tinha meios de chegar aos cônsul e embaixadas e resolver o problema. No próprio ônibus um agente veio checar os vistos e os deixou seguir viagem. O fato era que apenas em julho Mia ia poder tirar sua cidadania, com um ano de residência legal e continua. 

No hotel foram recebidos por uma multidão de fãs e muitos flashes em meio já na escuridão na noite. Eles teriam a noite para descansar e no dia seguinte depois do café treino aberto. Chegando quarto Mia se jogou na cama e deixando a mala em qualquer canto mesmo. Depois de alguns minutos ficou de bruços e começou a dar uma olhada das redes sociais, só se falava da final. Ela mandou uma mensagem para as meninas, Sarah e Am só chegariam no dia seguinte pela tarde. 

" Cheguei e ta frio pra cacete. Chamam isso de primavera?" 

" Ginger:  Eles chamam de Leste Europeu, se acostume" 

" Clover: Espera chegar na Rússia" — Am escreveu. " Vamos pegar uma prainha em Soschi." 

" Hahaha, só se for você, vou estar ótima com meus 15 casacos." 

" Clover: Vai ser verão idiota, faz um calorzinho de dia." 

" Ginger: Calorzinho de 20ºC." 

" Venham logo vadias, quero chorar a derrota ou comemorar o título com vocês do meu lado." 

" Clover: Nossa primeira final juntinhas awnn" 

" Ginger: Para de ser pessimista a gente vai ganhar porra!"  

" Ódio que vocês vão ver o show da Dua Lipa e eu não."

" Clover: A gente grava pra você."

De repente alguém bateu na porta. 

— Jantar mocinha! — A voz do Paulo, o gerente de comitiva, soou pela madeira. Ele que organizava tudo, responsável pelo cumprimento dos horários, divisão de quartos, ordem na estadia, nas viagens. O paizão da equipe. 

Mia se levantou colocando o celular no bolso da calça e saiu com o homem pelo corredor enquanto ele batia nas portas chamando todos. 

— Amanhã o treino é de que horas mesmo? — Perguntou, a medica. 

— Café a partir das seis, o ônibus sai as sete e quarenta — ele era muito metódico, então todos cumpriam os horários em uma linha rígida. 

— Ok!

O jantar para os jogadores sempre era uma refeição equilibrada pedida pelos nutricionistas, rica em vegetais e proteína para dar energia e não pesar no estômago, já para comissão estava liberado alguns luxos. Mia se sentou na longa mesa com os jogadores exibindo um prato de espaguete com almôndegas, enquanto os demais ficavam na sopinha, na salada de brócolis, cenoura, espinafre, batata e etc com uma proteína de sua escolha. Todos a olharam, ou melhor olharam para o prato.

— Olha isso! — Apontou Nacho choramingando.

— É muita sacanagem eles fazerem isso com a gente — Marcelo opinou. 

— Também acho! — Sergio resmungou levando o espinafre a boca em uma garfada bruta.

Mia revirou os olhou enrolando o macarrão no garfo e foi fuzilada quando o levou a boca.

— Obrigada Juliana pelo glorioso cardápio! — Falou ela para os céus, como se a mensagem fosse correr com o vento até a nutricionista. 

— Sinceramente viu Mia! — Isco protestou. 

— É muita ousadia! — Vazquez cerrou os olhos. 

— Cadê seu altruísmo conosco doutora? — Navas indagou, mas ela apenas fez careta de deboche e continuou comendo com gosto.

— Olha só! Ela ainda esnoba — Kroos falou.

— Muito audaciosa doutora — Marco adicionou a dirigindo o olhar, apenas Mia entenderia o sentido malicioso por trás daqueles olhos castanhos. 

E ela deixou o canto do lábio se erguer, no limiar da maldade entre e luxúria. 

— Sejam menos bebês chorões, está ótimo — Cris disse. — Além do mais a gente precisa manter o corpinho, ela não. 

— Obrigada robozão! — Mia sorriu, mas depois se tocou do que Ronaldo havia dito. — Espera ae! O que? 

Risadas soaram na mesa, a doutora fez careta. 

 

" Queria ir aí." — A doutora sorriu ao ler a mensagem do camisa 20.

" Queria você aqui." 

" Mas não podemos." — Completou em seguida.

" E isso só me da mais vontade" — ela riu. 

" Marco Asensio..." 

" Vai dizer que não quer?" 

" Eu adoraria amor, mas da ultima vez quase fomos pegos." 

Marco suspirou, sabia que poda custar o trabalho dela.

" Podemos fazer outra coisa então." 

A doutora sabia ao que ele se referia e mordeu o lábio inferior. 

" Seu companheiro de quarto já dormiu?" 

" Ainda não, James ta bem acordado por enquanto." 

Ao ler o nome do colombiano e saber que era ele que estava com Marco nessa viagem seu coração esfriou e aquele fogo que crescia apagou de repente. Ela não conseguiria ir a diante sabendo que James estaria perto, por mais tivesse um leve quê excitante nisso. Fazer um sex call com o namorado enquanto o "ex caso" dormia ao lado dele, era estranho, muito estranho.

" Então quando ele dormir me avisa, ta bem? Vou tomar um banho." 

Ela mandou, mas não voltaria a falar com Marco naquela noite, amanhã diria que dormiu, depois o recompensaria. 

 

No dia seguinte acordaram, tomaram café e por mensagem Marco perguntou o que houve para ela não responder quando ele a chamou. A doutora respondeu com bom humor que havia dormido e que o recompensaria. Marco riu e falou que ia pensar bem no que ia querer. 

Mais tarde eles foram treinar no Estádio Olímpico, um treino aberto ao público. Os fãs lotaram a arquibancada que ficou disponível, e a imprensa ficou no sopé cobrindo todos os movimentos, já a equipe de imagem e som no clube ficavam a beira do campo. O início foi aquecimento ministrada por Mallo, Mia e Javier e os jogadores ainda fizeram a festa dos torcedores, tirando fotos, autografando camisas, Marco mesmo encontrou um garoto que era super fã dele, o garoto ficou tão emocionado ao vê-lo que gaguejava o inglês. O camisa 20 foi muito gentil e ficou tão feliz que tirou a própria camisa após a foto e deu ao menino. Mia do campo viu o gesto do jogador e sorriu boba. 

— Vai treinar sem camisa mocinho? — Indagou quando ele passou ela. 

— Pra você babar um pouquinho — brincou e ela sorriu. 

A outra parte  do treino foi mais tática treinaram bola parada, chutes a gol de longa, média e 

pequena distância, jogaram com vários posicionamentos diferentes, testando as opções de Zidane. Mais tarde o embaixador da final, o ídolo ucraniano Andriy Shevchenko e outros ídolos do futebol como Roberto Carlos vieram visitar o treino. Tiraram fotos com Zidane, falaram com os jogadores. O treino acabou ao meio dia e foram direto para o hotel almoçar, tarde livre para o descanso. Mas descanso no hotel, dessa vez todos receberam ordens expressas de descaso total. E descanso total só significava uma coisa para eles, jogar vídeo game. Lá estava parte do time reunido no quarto de Vazquez e Casemiro com o PS instalado na tv para assistir e participar da copa leite fermentado ( versão só para baixinhos da copa cirrose ). 

Foi uma tarde animada, boa pra distrair da pressão que vinha com a final. Até o jogador mais experiente sentia os efeitos, era louco demais, ainda mais com o mundo falando boleiro disso. O melhor que se tinha a fazer é não pensar, se distrair com alguma coisa, qualquer coisa. 

— Ta nervoso? — Perguntou Mia a Marco enquanto eles esperavam Nacho e Isco no corredor. 

— Seria amadorismo meu dizer que sim? — Indagou erguendo os olhos para ela, a médica sorriu gentilmente. 

— Se até o Cris fica nervoso porque você não poderia ficar? — O camisa 20 sorriu de volta, e deixou a mão segui até a da doutora, os dedos estavam quase se tocando quando Cavarjal sai do quarto junto com Marcelo.

Mia recua rapidamente. 

— Vocês vão para o quarto? — Marcelo pergunta. 

— Estamos esperando Isco e Nacho — explica ela. 

— Ah! Ok, boa noite gente. Amanhã vamos acabar com aqueles reds — falou Cavarjal. 

O defensor havia se recuperado muito bem se mostrando um dos pacientes mais disciplinados que Mia já teve, depois de Cris é claro, aquele era outro nível. 

— Vamos mostrar para eles o que são 12 Champions — Marco brincou e todos riram. 

— Boa noite meninos! Durmam bem! — Acenou ela para eles. 

— Vocês também, boa noite! — Marcelo cantarolou.  

— Acabamos! Vamos? — Nacho e Isco saíram. 

— Bora! — Falou e já estavam dando o primeiro passo quando James apareceu. 

— Vou com vocês! — O camisa 10 exclamou antes que fossemos embora. 

De canto de olho Mia viu Marco quase bufar, isso significava que ele não ia poder a levar até seu quarto. Não se quiséssemos manter isso em segredo, por enquanto.

— Animados? — Isco perguntou, de todos ali ele era o mais experiente em Champions. 

— Sou virgem nisso, então to bem nervosa, mas muito animada — falou a doutora enquanto caminhavam e eles riram. 

"Procurei não olhar muito para James, eu estava muito feliz com Marco, mas olhá-lo me traziam lembranças que eu gostaria de ter esquecido. Ainda sim eu sabia fingir bem que não existia esse problema entre nós, por mais que sentisse vontade de vomitar toda vez que ele falava comigo como se nada houvesse, como se nunca tivesse me machucado." 

— É normal, mas eu te digo, depois que você perde o cabaço o nervosismo não diminui — Nacho disse e ela sorri. 

— Bom saber. 

Caminharam até seus quartos, o primeiro foi o Nacho e Isco, então viraram apenas Mia, James e Marco. James e Mia não davam um pio, Marco até pensou em falar algo, mas estava com tenta raiva de James ser seu empata foda ( mal sabia que duas vezes ) que não conseguia nem disfarçar muito. O clima estranho seguiu com eles até que chegaram ao quarto deles. Mia pensando em que essa cena seria cômica se não trágica, ela no meio dos dois, o ex e o atual. Mesmo em todo tempo de convivência no CT e nas viagens ela jamais tinha ficado sozinha com os dois, era estranho e também irritante porque sua mente ficava pregando peças. 

" Como seria se os do...não! Que tipo de pensamento é esse Mia? Pelo amor de Deus!"

James por outro lado tentava parecer natural, agir normalmente, mas a situação era estranha demais então preferiu se calar para não correr o risco de deixar escapar algo ou de enfurecer Mia com o som de sua voz. Ela parecia ter raiva até disso.

Quando chegaram na porta do quarto dela os dois pararam e a esperaram abrir a porta com o cartão. Na realidade Marco esperou e sem motivo James fez o seguiu. A médica olhou para os dois parados diante da porta quando já dentro do quarto e os ofereceu um sorriso amarelo. 

— Boa noite meninos! — Falou. 

— Boa noite — eles responderam juntos e ela sentiu o coração acelerar muito. 

Mia logo fechou a porta suspirando de alívio, não queria olhar mais para Marco ao lado de James e se sentir culpada. Não queria ficar com mais vontade puxa-lo para si e foda-se. 

Marco e James seguiram juntos para o quarto. 

— Você viu que ontem no noticiário local passou o teu gol? — James perguntou casualmente. 

 

 

O ônibus do Real Madrid foi escoltado pela cavalaria até o Estádio Olímpico de Kiev, não havia aquele mar blanco pelo caminho como em Madrid, mas de vez enquanto passava um carro buzinando, pessoas com bandeira balançando pelo vidro, gravando com o celular ou até na rua gritando ao vê-los, parece que toda a cidade tinha se mobilizado para essa final. A escolta se deu principalmente para não causar trânsito e o time não se atrasar para a partida. O percurso não era muito longo, cerca de 20 minutos estavam adentrando o estádio. Os meninos recolheram suas mochilas, bolsas e necessers e foram formando a fila para sair, Marcelo com o som portátil animando a galera do fundão. A equipe de organização já havia chegado, com de prache para organizar tudo e a imprensa estava lá para gravar a chegada. Mia foi uma das primeiras a descer junto com toda a equipe técnica. Ela com sua bolsa lateral e o uniforme de "paisana" do time como Javier, enquanto estava técnico todo no terno e o típico sweter por dentro junto com seu assistente e Mihic. 

Eles desceram as escadas do ônibus dando com as câmeras de imprensa especializada, Mia viu os homens diante de si agirem naturalmente e tentou imitar o comportamento, tentando deixar interno seu lado de fã louca que nunca imaginou passar por isso. Dentro do edifício eles foram recebidos por Mario, uma das pessoas da equipe de Paulo que indicava o lado do corredor que deviam seguir. Mia o cumprimentou com um sorriso e logo viu que Tom e a galera das redes sociais registravam tudo. 

Do outro lado Sarah e Am junto com as outras wags e família desciam as escadas da arquibancada para se sentar bem perto do túnel logo acima do banco onde o Real Madrid ficaria. O Estádio Olímpico estava quase lotando, todo colorido de alve e rubro. As torcidas organizadas merengues estenderam enormes faixas nos balcões, levaram bandeiras e tudo. O lado do Liverpool não estava muito diferente. Era emocionante de ver. 

— Eles chegaram! — Mac apontou para o telão onde mostrava os merengues descendo do ônibus. 

Minutos depois no andar a baixo os jogadores entravam no vestiário para colocar o uniforme azul do aquecimento. Mia foi para trocar a roupa dela em outro cômodo, vestindo uma calça da adidas apertada nas panturrilhas e mais folgada nas coxas cinza com detalhes em azul, e a camisa de manga longa de treino especial para a equipe técnica. 

Quando pronta seguiu junto com Javier, Mallo, seu adjunto e o treinador de goleiros para cima, Zidane já estava lá havia subido para tirar foto com Kloop, técnico do Liverpool, segurando as camisas ao lado da taça. Ao chegar no campo e ver aquele lugar Mia sentiu o corpo foto arrepiar, mas não era de frio. O lado direito era do Real e já estava cheio de obstáculos para aquecimento, e alguns aparelhos de exercício rápido. Os preparadores físicos conversaram no meio junto com Zidane até que os jogadores subiram para o aquecimento e a torcida se agitou um pouco, assim como os fotógrafos e a imprensa. 

Mia e Javier ficaram assistindo perto do cooler e da bolsa térmica com medicamentos, Mallo e os preparadores guiavam os jogadores, mostrando cada movimento antes que o fizessem. Correr com obstáculos, levantando as pernas, movendo os braços, fazendo um círculo para esticar as pernas, as dobrando para trás enquanto se apoiavam, depois com bola, chutes a gol, corrida com bola, penalidades, bolas paradas. Eram movimentos habituais mesmo, Mia e Javier só estavam ali para precaução, caso alguém sentisse algum desconforto, mas torciam para não serem necessários. 

Mia respirou fundo, o ar condensando na sua frente e olhou para trás vendo o Liverpool se aquecer também. Era um time que havia feito uma grande campanha, com duas goleadas de sete a zero.

— É um bom dia para ganhar um jogo, não acha? — Javier comentou e ela riu.

— Concordo plenamente.

Durante o aquecimento os jogadores acenaram para torcida e brincaram um pouco também para descontrair. 

Aquecimento feito, todos voltaram ao vestiário para trocar o uniforme e resolver as últimas coisas. 

Mas lá em cima tudo tudo se arrumava para o show, em 5 minutos um enorme painel azul cobriu o gramado com a bola estrelada da Champions no meio justamente onde o palco em formato triangular foi colocado, logo atrás com menos destaque por ser da mesma cor que o painel outro palco se erguia, provavelmente para a banda já que os instrumentos estavam ali. Oito estruturas com 2 painéis de led em cada faziam a iluminação pirotécnica no show. Minutos mais tarde todas as luzes se apagaram para quando acenderem Dua Lipa e sua banda já estarem nos seus respectivos palcos com rajadas de fogos estourando. 

One Kiss foi a primeira música, dezenas de bailarinas surgiram no painel coreagrafando a música. A torcida dançava e cantava, Sarah e Am também gravando tudo. A música emendou com Don't Lie e teve uma participação de Sean Paul com direito a fanfarra, levando todos a loucura. IDGAF foi a próxima, Mia ouvia tudo e curtia do vestiário. Marcelo e ela até arriscaram uma coreografia gravada por Tom. A última música foi New Rules, e Dua Lipa saiu do campo sob palmas. O show não durou nem dez minutos, foi realmente uma apresentação pokect.  

No vestiário os jogadores já prontos se reuniram no centro com Zidane como era de tradição. Todos abraçados em um círculo e o técnico começou a falar:

— Disseram que era impossível, que não íamos chegar longe dessa vez, aqui estamos. Essa é nossa decisão, ou saímos daqui com a taça ou saímos daqui com taça. Vamos levar a décima terceira para casa, vamos mostrar a todos que não é impossível! 

Os jogadores sorriram, sorriso vorazes, olhares afiados quem só sairia do campo hoje com mais uma Champions para coleção.  

— Hala Madrid! — Chamou Ramos. 

— Y nada más! — Responderam todos, até mesmo a equipe em um coro único e forte que fez a doutora se arrepiar. 

Os todos foram se abraçado, dando força um para o outro, desejando um bom jogo. Mia falou com cada um antes de seguir com Javier e Mihic para o banco. O túnel já se preparava quando ele passaram, crianças sendo perfiladas, os câmeras ajeitando os fios de conexão, fotógrafos se amontoando nas laterais no fim do túnel e a taça no meio com fitas da cor dos dois times penduradas de cada lado, bem diante da saída. 

Mia deixou a bolsa no banco e ficou bem pé com os outros diante do mesmo, o campo ainda estava coberto com o painel azul e agentes da UEFA seguravam malhas em quatro filas bem ali em cima. Do lado do Real Madrid um enorme manto branco com o escudo do time e a frase "Hala Madrid" cobria a primeira arquibancada tremulando viva. Do lado do Liverpool outra vermelha com a frase "You Never Walk Alone", você nunca anda sozinho era a tradução. Mia suspirou tão animada e tão nervosa. A expectativa era enorme, a energia ali dentro era forte demais, emocionante ela diria.

De repente em voz grave narrador anuncia em inglês a dupla 2cellos. Os homens um com a camisa vermelha do Liverpool, outro com a branca do Real Madrid em baixo dos blazers pretos entram campo e são aplaudidos pelo público ao se sentar um de cada lado da taça com seus violoncelos.  

A doutora sabia que era um sinal. Estavam prestes a começar. 

No túnel os jogadores em fila ordenada se cumprimentaram, os menos os que se conheciam. Firmando falou com Marcelo e Casemiro, eles eram amigos, companheiros de seleção, pelo menos até o túnel, porque subindo as escadas seriam adversários. Os reds e os blancos um do lado do outro, duas filas formadas, ou melhor, quatro com as crianças, o grupo de árbitros de amarelo néon a frente. Era o momento, cada um que fizesse sua prece, sua oração antes de pisar no gramado. Mas assim que o árbitro olhou o relógio dando nove e quarenta da noite eles começaram a subir. 

Fogos faiscaram pela abertura da estrutura de metal do estádio. 2cellos começou a tocar o hino da Champions, naquele momento o estádio todo pareceu estar a mesma energia solene, corações a mil, olhos em um ponto só. As malhas se abriram revelando duas bolas da UCL e as camisas de ambos os times, as bolas girando e as camisas flamulando. 

Os jogadores emergiram do túnel, a torcida se agitou, os dois times passando perfilados um de cada lado da taça. Flashes e mais flashes explodiram por todos os lados, o câmera parado no meio gravando os violoncelistas e os time entrando. 

— Ladies and Gentlemas, please, welcome your times for UEFA Champions Ligue, final 2018. Real Madrid FC and Liverpool FC! — O narrador gritou e o público urrou em resposta. E continuou ovacionando a medida que eles iam se unindo em uma única fila campo, separados pelos árbitros. Primeiros os capitães seguido pelos goleiros e depois o resto do time. 

O estádio cantava o hino energicamente, os jogadores se mantinham sérios, concentrados, solenes. E assim que a música acabou sob salva de palmas os times foram tirar a foto oficial, logo em seguida os capitães indo se cumprimentar, trocar as flâmulas, um símbolos de desportividade, e sortear o primeiro ponta pé na bola. O árbitro croata pergunto o lado da moeda que cada um queria e a jogou no ar e depois pegando e colocando sobre o punho. Deu Liverpool. Eles tiraram uma foto com o time de árbitros para só então se posicionarem junto com a equipe em seus lados. 

O narrador apresentava os times titulares enquanto isso, a torcida de cada um gritava com os nomes. 

Entraram Navas, Varane, Cavarjal, Ramos, Marcelo, Casemiro, Kroos, Modric, Isco, Benzema e Cris.

Mia esfregou as mãos na sentada no banco junto com a equipe médica e os reservas, todos posicionados, o árbitro no campo olhou o relógio às exatas dez horas apitou.  

Liverpool chuta para defensores que de trás devolvem para o ataque, eles tentar furar a zaga, mas Marcelo chega primeiro e impede a jogada tomando a bola e passando para Casemiro. Casemiro cruza para Kroos que avança no meio de campo inglês e chuta para Cavarjal. O jogador tenta levantar na área, mas Karius defende muito bem. Alívio para os ingleses, e um "uh" soa pelos merengues. A primeira bola perigosa do jogo. 

A partida vai seguindo e aos 4 minutos Marcelo derruba Salah, o juiz marca falta, a torcida reclama, era uma grande chance para os reds. 

Mia apoia os braços nos joelhos com as mãos cobrindo a boca. Milner se posiciona e ao apito do árbitro passa para Salah, mas o camisa 11 é travado ao tentar chutar. 

Ânimos se alteram, o jogo fica mais quente, as torcidas fazem barulho. Aos seis minutos Firmino recebe no meio de campo e no estilo mais fino do futebol inglês faz o passe para Mané, a jogada faz a torcida vermelha levantar. O senegalês corre na área, mas Navas chega bem e faz o corte. 

Firmino estava com gosto de gás hoje, tentou mais uma vez ajeitando de peito para Arnold, mas Navas também estava num grande dia e pega a bola antes que o inglês o faça. 

O banco blanco relaxou e o vermelho se empolgou. Kloop, mas enérgico que Zidane parecia estar gostando do jogo. 

"Isso não era bom." — Mia pensou.

Marcelo e Salah disputam a bola pela lateral, o brasileiro vence e tenta um chute de fora da área, vai longe, um brinde para o glândula. 

Jogo cada vez mais quente, muito disputado, posse de bola quase igual. Mas os reds estavam dominando, pressionando e encurralando os merengues na própria área. Salah e Firmino eram as peças mestres eles vêem juntos para cima, mas a zaga do Real não tinha fama por acaso e conseguem abater a jogada. Arnold, no entanto, consegue a bola e cruza, Navas pega antes que fizessem um estrago. 

Haja coração! 

Muita pressão por parte inglesa, sabiamente o Real se mantinha firme, mais fechado. Um gol dos reds agora poderia desinstabilizar o time. 

— Esses ingleses estão animadinhos demais, precisam de um susto — Casilla resmungou olhando para o banco do Liverpool. 

Kroos errou o passe ( pela primeira vez na vida ) e deu a bola de graça para Van Dijk, parte do banco se eriçou, mas Ramos defendeu bem.

— Eles vão cansar uma hora — Vazquez afirmou, cruzando os braços. 

Mia observou Benzema, Kroos e CR7 conversando. 

— Acho que é agora! — Mia fala segundos mais parte quando Kroos faz um passe para Cris que avança em contra ataque até a área e da um chutão na bola. Infelizmente ela explode no travessão. Pelo replay no telão Mia xia. 

— Deve ter tirado tinta essa — comenta e os meninos riem. 

A animação com o outra ataque dura pouco, Cavarjal encurralado quase manda a bola para as próprias redes se não fosse por Navas. 

Zidane solta um suspiro pesado. Ele não estava nada feliz.

Em um escanteio, o zagueiro, Van Dijik manda uma cabeçada para o gol, dessa vez o porto riquenho nem chega na bola, mas por sorte ela vai para fora.

— Jesus! — Nacho exclama. James afunda no banco claramente agoniado. 

— Sete chutes a gol deles, 2 nossos — Marco contabiliza com os dedos. 

— Ninguém disse que ia ser fácil — Bale comenta com seu sotaque. 

Confusão na área, Firmino recebe uma bola muito boa gira e chuta, mas o Capita chega para travar a jogada. A bola acaba voltando para os pés de Arnold que da um canudo rasteiro obrigando Navas a fazer uma grande defesa com as pernas. A torcida dos reds se anima e começa a cantar "You Never Walk Alone" enquanto os madridistas estão mais quietos. 

— Definitivamente eu só gosto do Firmino na seleção, que ódio meu Deus! — A doutora comenta.

" Será possível que vamos perder?" — Mia pensou por um segundo, mas tratou de tirar logo aquele pessimismo da cabeça. 

Henderson passa para Salah que avança pela lateral direita Sergio no seu encalço. 

" Não vou mais deixar eles passarem assim!" 

Ramos se enrosca com o egípcio e os dois vão ao chão juntos. Mas enquanto o zagueiro se ergue Salah permanece no gramado segurando o braço. 

O canto inglês se cala, todos vertem os olhos para o atacante dos reds chorando de dor. A equipe médica correr até ele. Ramos observa tudo um pouco distante, os jogadores chegam mais perto, o árbitro também. Todos preocupados. 

— Deus! — Mia leva as mãos a boca. 

— Ele pode ter tido um problema sério na clavícula, ou no tendão — Mihic comenta.

Mas Salah volta ao jogo.

— Não acho que esteja bem — Javier fala observando o camisa 11. 

— Ele pediu pra voltar — Mia acrescenta com um sorriso triste. Era muito triste se machucar num jogo como esse. 

— Vocês acham que ele vai sair? — Marco perguntou. 

— Não vai aguentar tanto sentindo dor, a coisa foi seria ele caiu muito feio — ela explicou.

Bola rola, sem falta ou cartão, o juiz não marcou nada. O alívio no rosto dos reds, no entanto, não duma muito. Como os médicos já imaginavam Salah volta a sentir dores volta e cai no gramado, o jogo é paralisado, os médicos retornam. A torcida fica apreensiva, perder um dos seus maiores jogadores quando time estava indo tão bem. Mas dessa vez ele não volta. Chorando muito o egípcio sai de campo acompanhado pelos médicos do Liverpool e CR7, que o consola. Já havia passado por algo parecido na final da EURO em 2016. O egípcio vai direto para o vestiário, a torcida inicialmente apática agora o aplaude.

— Que merda cara! — James lamenta assim como outros jogadores do banco. Nenhum deles jamais desejaria isso para alguém, era a pior coisa para um jogador.

Mia olhou o banco inglês, todos com expressões tristes, já Kloop parecia furioso. 

Lallana entra no lugar de Salah lesionado, mas os reds perdem a confiança e acabam deixando espaço para o Real Madrid jogar. E isso era um grande erro. 

Mas aquela era uma final cheia de surpresas, aos 33 minutos Cavarjal em uma feroz disputa com Henderson cai no gramado segurando a coxa e chorando. Hora de dos médicos merengues entrarem em campo. 

— É no lugar da lesão! — O lateral chorava apontando para Mia. A médica olha com preocupação para Javier e Mihic, eles sabiam que o tratar e manter no jogo poderia gerar uma piora severa na lesão. 

Chorando Cavarjal deixa o campo e é substituído por Nacho. 

— Sinto muito — Mia falou para ele quando já no banco. Com os olhos húmidos Carva a fitou. 

— Aquele filho da mãe fez de propósito Mia — disse revoltado.

— Ele tava devolvendo o que acha que capita fez — Marco fala. 

— Desgraçados, agora é questão pessoal ganhar essa porra — Cavarjal rosnou. 

— Acho que não só para nós — apontou com o queixo para o banco do Liverpool. 

O jogo vira e o Real toma sua nova postura agora pressionando o rival e não os deixando criar chances. 

Aos 42 minutos em um cruzamento de direita Cris sobe a cabeceia, Kairus faz uma deseja incrível, no entrando Benzema pega o rebote e com um chute manda a bola pro fundo das redes. A torcida, o banco levanta, o técnico grita, Benzema e Cris até correm para o abraço, mas estava impedido. Posição irregular de Cristiano. 

O Real ganha força, dois minutos depois Nacho chuta a gol, a bola assusta, mas bate nas redes por fora.

3 minutos de acréscimos. 

Os madridista clamam por um gol, a equipe tinha todas as condições para isso, finalmente jogando como campeões. E a chance veio aos 47, a defesa dos reds um abre espaço insano para Benzema avançar pela intermediária. A bola novamente assusta, mas apenas isso passando bem perto do gol. 

Fora o último lance ofensivo, o primeiro tempo termina em 0 x 0.

No vestiário o clima é mais calmo do que Mia imaginou que seria, afinal teriam cerca de 75 minutos para resolver, ou iriam para as penalidades máximas. Mas não era como se ninguém ali tivesse passado por isso, por mais que não fosse confortável. Ao menos não havia vantagem e eles terminaram muito bem o primeiro tempo. 

No outro vestiário no entanto havia um misto de tensão e frustração. Era difícil saber que estavam indo muito bem e que uma lesão tirou um dos melhores jogadores para deixar o time totalmente refém. 

— A gente não pode deixar que eles cresçam como fizemos no final. — Kloop falava. — Viram como eles são quando estão com a bola? Perigosos! — Ele olhava para todos no meio o cômodo. — O Salah saiu por uma deslealdade de Ramos — apontou para o atacante sentado na maçã com a cabeça baixa. — Mas vão deixar que ele ganhem por isso? Porque é isso que eles querem. 

Os jogadores se olharam. Não podiam deixar isso acontecer. 

A volta para o campo foi menos amigável que a entrada. 

Aos 2 minutos de jogo Marcelo vem da lateral e toca para Isco no meio, Kairus sai para defender, a bola passa por ele, mas acerta o travessão. Quase que Isco fazia seu primeiro gol na UCL.

— Uhh! — A torcida fez. 

Mas os merengues voltaram com vontade de acabar logo com isso. No entanto não foi em um lance planejado que o primeiro gol saiu. Kairus estava repondo a bola ao campo, mas não percebeu Bezema vindo, uma infelicidade. O atacante francês chutou a bola que rolou para o gol totalmente inalcançavel. Kairus chamou o árbitro pedindo impedimento, os jogadores do Liverpool também, mas Benzema e toda a torcida já comemoravam. Marcelo na contração dos companheiros foi comemorar com Navas no gol. 

— Mas que porra foi essa? — James perguntou total mente abismado com a falha do goleiro, após a comemoração enérgica de todos.

— Jesus, coitado! — Mia falou, por mais que tivesse feliz com o gol. 

— Não foi falha dele, Benzema que foi esperto. Ele deu espaço e chutou, totalmente legal — Marco explicou. 

— Não é o que vai falar na mídia, vão cair em cima dele — Carvajal disse e infelizmente era uma verdade. 

O gol não foi anulado e animou muito a torcida merengue, reavivando a chance do titulo. O sonho da décima terceira taça. Mas a comemoração durou pouco, aos nove minutos após um escanteio Milner a bola é cabeceada por Lovren e Mané corta na defesa para receber bem na pequena área e chutar para o gol. Tudo igual em Kiev. Os reds gritam, o banco se levanta para comemorar. Kloop pula. 

Frustração no banco espanhol, alegria no inglês. 

" Final de Champions Ligue é assim, intensa, cheia de surpresas." — Um comentarista falou durante a transmissão.  

" Após um primeiro tempo marcado pelas lesões e falta de criatividade, parece que o jogo virou." — Outro diz. 

Isco faz mais uma tentativa no cantotinho, mas Kairus voa em uma defesa incrível para proteger os reds.  

— Bale! — O assistente chama o galês. — Pro aquecimento você vai entrar. 

Bale o fez, tirando o casaco e correndo pela beira do campo. 

— Diz pro Isco que ele vai trocar com Bale! — Zidane pediu a Modric. 

O camisa 22 recebeu o recado e esperou o árbitro liberar a substituição. Não deu nem dois minutos que Bale havia entrado e ele recebeu uma bola de Marcelo pela lateral direita, na medida perfeita para que acertasse uma bicicleta. 

— CARAJOOO! — Os banco todo levantou, a torcida merengue foi a loucura, gritando, Bale comemorou escorregando de barriga no gramado sendo atingido por 10 homens em seguida.

O Liverpool não desiste e Mané faz mais uma tentativa, mas ela bate na trave esquerda. Cristiano que até então estava apagado no jogo tem disputa com Van Dijk na área, levanta a torcida, mas perde dando tipo de meta para o Liverpool. Minutos depois mais uma tentativa de Firmino, mas Navas defende. Aos 28 Cris recebe um presente e abraça com a bola cara a cara com Karius, Robertson, no entanto, chega para atrapalhar a finalização. É escanteio para os espanhóis. 

O reds são liderados por um Mané inspirado, mas o Real marca muito bem naquela a altura. Parece que o time merengue tomou gosto pelo jogo e agora domina o campo. Bale e Benzem a criam mais uma chance de gol, mas Karius defende bem. O senegales toma cartão por entrada em Ramos, reclama e os nervos parecem querer começar a ficar a flor da pele, mas o árbitro croata controla bem a situação. Preocupado Kloop troca seu meio campo Milner por Emre Can, outro meio campo, mas com características mais ofensivas. Era tudo ou nada agora. 

Mas a resposta para o técnico vem rápido. Bale na lateral recebe de Modric e de fora da área chuta. Karius se estica e até toca na bola, mas não com força para tirá-la do gol. 

— Goooooool do Real Madrid! — O narrador grita. 

Mia pula junto com a equipe, gritando tão forte que sua garganta arde. Bale vai comemorar com os companheiros de time diante do banco. Reservas, titulares, técnico, equipe médica, todos se abraçam comemorando muito. A torcida nem se fala. 

Karius cai de joelhos no gol ciente de sua falha, Kloop sério olha para o nada.

Era nada para os ingleses. O Real Madrid acabava de colocar uma mão e meia na taça. 

A bola volta a rolar, Marco entra no lugar de Karim que recebe os parabéns dos amigos e do técnico pela partida. 

— To com pena do Karius, serio — Mia comentou com Isco. 

— Ele é muito bom, mas esses erros, só porque são em uma final vão acabar com ele — o camisa 22 fala. 

— É muito injusto, o cara veio com o time até aqui, foi um grande bolero por toda a liga e por causa de duas falhas... — Isco anui com um sorriso amarelo. 

— Vamos torcer pra que ele consiga se recuperar, o futebol está cheio de histórias de superação — a doutora suspirou. 

— É! 

Agora o Real vai tocando bola apenas esperando o apito final. O Liverpool não tem mais força, está desgastado, desmotivado. Os minutos vão passando e eles vão deixando o jogo na mão dos espanhóis. Cris ainda tenta deixar o seu nos acréscimos, mas Karius defende. 

Os merengues vão saindo do banco, reunidos abraçados pelos ombros a beira do campo só esperavam o apito para avançar, a torcida já gritava e cantava: Tricampeão! TriCampeão! 

48 minutos, o árbitro croata apita o centro de campo. 

O grito é lindo e em uníssono. 

Os meninos no campo levantaram os braços comemorando, se ajoelharam agradecendo, abraçaram os companheiros, até mesmo os adversários. Já os ingleses cumprimentavam cabisbaixos, alguns choravam. 

Mas a festa foi do lado merengue. 

Os blancos comemoraram juntos, todos, jogadores, técnico, comissão técnica, médica, organização no meio do campo. Mia falou com seus amigos, cada um, os abraçando, comemorando seu primeiro título com eles.

— Campeões! — Ela gritou para Marcelo. 

— Campeões! — Ele gritou de volta e os dois se abraçaram com força. — É o seu primeiro de muitos! — Disse a ela que sorriu.

— Benze parabéns!  — A doutora abraçou o atacante que a tirou do chão. 

— Haha! Você viu doutoura? Somos campeões! — Ela riu. 

— Isso é demais! Somos campeões carajo! 

Quando Benze a soltou ela o olhar dela e de Marco se encontraram. O sorriso do jogador aumentou e o dela também, os seus corpos e seus corações acelerados pediam para se unirem, mas haviam câmeras demais, olhos demais. 

— Doutoura!  — Ela ouviu a voz de Kroos atrás de si e virou para ele. 

— Alemão! — Eles se abraçaram. — Jogou fino jogou hein! 

A comemoração era grande, muitas fotos, os câmeras e fotógrafos entrando no campo para registar tudo, toda a equipe que trabalhava no real curtindo ali. Era uma vitória de todos. Em um momento time formou um círculo, apenas Zidane e o assistente, pulando e gritando: Tricampeōes, tricampeões!  

— Vem Miacita! — Cris a chamou a doutoura que sorrindo entrou entre ele e Cavarjal. Logo o círculo foi aumentando, um chamando o outro, até que várias pessoas da equipe técnica, médica, de organização estavam pulando pulando e gritando juntos. Os câmeras de TV e fotógrafos autorizados correndo para gravar. Tom entrou no círculo para gravar de dentro. Era um momento incrível, único, com energia sem comparação. Significava que cada dia cansativo, noite sem dormir trabalhando, semanas sem quase para em casa, sem ver os amigos, sem viver fora do CT valeu a pena. Todos os sacrifícios valeram. E enquanto pulava ali com sua equipe, com seu time, sua família, ela se sentia de alma lavada, feliz, realizada. Esse momento era seu também. 

 

Enquanto o palco para premiação era montado eles acenavam para o público, para as câmeras, posavam para fotos, procuravam a família na torcida. Mia e Isco encontraram Sarah e Am junto com Isquito, o pai e a Mãe de Isco, eles acenaram. Marco achou Igor, o pai e os amigos de Mallorca. James acenou para Daniela e Salo. Logo eles desceriam para comemorar também. 

Minutos mais tarde com o palco pronto os blancos fizeram um corredor para os reds passarem, o narrador anunciou os vice campeões e todos, torcida, jogadores, equipe, dirigentes os aplaudiram durante o percurso deles até o palco. No patamar eles receberam as medalhas de prata e o cumprimento dos dirigentes da EUFA. Alguns receberam conformados, outros nem tanto. 

Depois foi a vez dos madridistas. 

— Real Madrid FC, the champion os UEFA Champions Ligue 2018! — O narrador brada e sob palmas  Zidane puxa seu time em uma fila animada até o palanque. Os jogadores receberam as medalhas de ouro e cumprimentos dos dirigentes e de Florentino Perez. E Mia estava lá também, com a equipe médica logo atrás do capitão, ela não conseguia tirar o sorriso da cara de tão empolgada. Ela passaram pela fila de dirigentes, apertando as mãos de cada um até o ultimo que dava as medalhas. 

— A novata do time! — Um dos dirigentes disse com forte sotaque no inglês enquanto apertava sua mão. 

— Sim senhor — ela falou. 

— Soube que é promissora, seja bem-vinda a EUFA querida — sorriu. 

— Obrigada.

— Dra. Mia, meus parabéns! — Florentino exclamou e abraçou para surpresa da morena. 

Parece que ela era uma madridista de verdade agora.

— Parabéns pra nós presidente! — Piscou para ele. 

Os preparadores na receberam as medalhas, depois Mihic, ela então Javier. 

— Parabéns! — O ultimo dirigente desejou antes de colocar a medalha no pescoço da brasileira. 

— Obrigada. 

Os meninos na estavam na beira do palco, uns sentados com as pernas penduradas, outros em pé logo atrás. Mia for puxada por Isco para o meio, ficando ajoelhada ao lado dele e Marco, e logo atrás de Marcelo que estava sentado. 

— Você não achou eu ia sair no longe da gente achou? — Marco murmurou para ela que sorriu.

Dali ela olhou todos os mais de 60 mil torcedores, e a barreira de fotógrafos e câmeras de TV logo a diante. Ainda não conseguia acreditar, parecia um sonho. Mas logo Capita chegou com a taça.

— Suspense! Suspense — Falaram balançando as mão enquanto Ramos ameaçava levantar a "orelhuda".

— 1! 2! 3! — Sergio ergueu a taça e todos ergueram os braços gritando em comemoração. Canhões de papel metalizado prata e dourado explodem em uma chuva de estrelas brilhante. Milhares de falshes estouram. Fogos irrompem o negro céu noturno. O hino da Champions tocando ao fundo.

A tradição do levantamento da taça acontece, os jogadores alternam e repetem várias vezes, todos queriam fazer e animação nunca acabava. Marcelo levanta a colocava sobre cabeça posando para as fotos. Sairia em todos os jornais e mídias. 

A próxima tradição é o desfile dos campeões, o time vai andando com a taça perto das arquibancadas, falando com os torcedores, tirando fotos, recebendo bandeiras, abraçados, acenando. Uma multidão de fotógrafos os acompanha. Os repórteres aproveitam para pegar algumas entrevistas.

Mia com o celular gravava tudo e foi surpreendida pela chegada das amigas. 

— Ahhh! Parabéns amiga— Elas gritaram juntas e a abraçaram. 

— Campeões! — Gritaram pulando. 

Logo os meninos voltaram do desfile encontrando suas famílias e amigos no campo. Am pula no colo de Isco ao vê-lo, e ele a abraça com força. 

— Parabéns mi amor! — Ela diz a ele. 

Mia observa os dois e no fundo sentindo um pouco de inveja. Seu olhar muda para Marco, seu namorado estava com a família e amigos, um senhor grisalho o abraçava e ela presumiu que fosse seu pai. Queria estar com ele agora, mas ainda não podia. Fora que também não seria o momento mais legal de ser apresentada a família dele. Ainda sim, sentia um peso no peito por isso, era o que faltava para esse dia ficar mais perfeito. Para não ficar pra baixo ela desviou olhando para os demais jogadores e suas famílias. Cris e Gio com os seus filhos mais velhos, Marcelo com Clarice e os meninos, Sergio com a bandeira da Espanha amarrada a cintura tirando fotos com seus filhos e sua namorada. Os meninos a chamam para tirar fotos, rolou uma com o time a segurando nos braços, uma só com os brazucas ( direito a bandeiras e tudo ), outra com a taça, com as meninas, com as esposas. A doutora aproveitou para gravar vídeos, boomerangs, queria registrar todos os momento daquele dia único.

Marco do outro lado olhou para a doutora conversando com Sarah ao longe, ele queria que ela estivesse com ele, comemorando juntos como as outras namoradas faziam, afinal era uma vitória dos dois. Mas não podia e por mais que isso o deixasse muito frustrado ele entendia porque. 

— Aquela é a Mia cara? — Igor perguntou só entre eles apontando com o queixo para a morna tirando fotos com Marcelo e Case. Marco nem percebeu, mas sorriu ao olhá-la.

— Sim. — O irmão era o único que sabia sobre o namoro, ele que incentivou Marco a ir atrás da médica. 

— Ela é muito gata mesmo e parece ser gente boa — disse o irmão mais velho, Asensio sorriu mais. 

— Pois é, você vai conhecer ela logo, quando tudo se acalmar — Igor sorriu e deu tapinhas nas suas costas. 

— Ei muelas, vem tirar uma foto! — Seus amigos chamaram. 

Mas não eram apenas os olhos de Marco que fitavam discretamente a doutora, os do camisa 10 também estiveram sobre ela por alguns segundos antes de Dani o chamar para uma foto com Cris e Gio. 

 

… 

 

Naquela noite com todos acabados após tanta comemoração ( ainda teve festa no vestiário, com champanhe e tudo ) ninguém ia conseguir vigiar e com James dormindo pesado Marco fugiu do quarto parar encontrar Mia. Finalmente um momento deles. Era mais de meia noite e eles estavam deitados na cama juntos, quando ela indaga:

— Ta valendo a pena pra você? — Marco vira o rosto para a médica, seu semblante confuso. — Namorar uma mulher menos presente? Ou pelo menos não presente da forma que um namorada costuma estar. 

Mia viu a forma que Marco olhava para os amigos comemorando com suas namoradas e esposas, como se desejasse aquilo. Algo que ela não podia dar, que qualquer outra mulher poderia e se sentia tão mal por isso. 

— Que pergunta é essa Mia? É óbvio que ta valendo a pena, claro que eu fico louco pra te abraçar, te tocar, te beijar na frente todo mundo, que fico morrendo de saudade quando a gente passa mais de dois dias se ver — riu. — Mas tudo isso vira nada quando a gente ta assim — a apertou contra si e Mia sorriu aproximando suas lábios.

Eles se beijaram devagar até que a doutora se afastou um pouco. 

— Já pensou no seu em uma forma de eu te pagar ante ontem? — O mesmo sorriso malicioso que estava no rosto dela nasceu nos lábios do camisa 20. Vários pensamentos lascivos passando pela sua mente. 

— Quero você só com minha camisa e a medalha, bella.

O sorriso dela aumentou e a doutora o selou antes de se levantar. Deixando Marco sentado em sua cama e ela pegou a camisa que ele levou para ela e caminhou para o banheiro. 

Mia tirou toda a roupa, ficando com a calcinha, a camisa que batia acima da metade de suas coxas e a medalha no peito. Ela se olhou no espelho, amarrou os cabelos em um rabo de cavalo e voltou até o quarto. 

Marco ergueu os olhos para a namorada apoiada na moldura da porta com sua camisa e a medalha que haviam acabado de ganhar. Seus olhos faiscaram e uma chama veio de baixo para cima. 

" Tão linda, tão sexy, toda minha." 

Ele sorriu e se ergueu indo até ela. Mia sorriu com a ponta do polegar entre os dentes, louca para senti-lo. Marco deslizou as mãos pela cintura dela e a puxou para si, forte a pegada. Seus rostos ficaram bem próximos, os braços da médica envolvendo a nuca dele e ela ficou na pinta dos pés para brincar com a distância entre seus lábios, roçando um no outro. Mas o camisa 20 não estava para brincadeiras, ele a puxou pelas coxas para seu colo e a imprensou na parede. Mia arfou, sentindo o meio humedecer, adorava essa brutalidade. O espanhol aproximou seus rostos, mas não a beijou e sim desceu pelo pescoço. A brasileira suspirou de prazer apertando as pernas ao redor dele que sorriu continuando o caminho até a depresso do ombro dela. 

— Tava com saudade — ele falou. 

— Não fazem nem cinco dias amor — falou entre suspiros agarrando a nuca do jogador. 

Marco a segurou e a levou até a bancada da piado banheiro enquanto a beijava.

— É uma eternidade — sussurrou rouco. — Tempo demais sem estar dentro de você bella — disse a olhando nos olhos ela e a vendo falhar uma inspiração com a ideia de estar dentro dela. 

— Também senti falta de você dentro de mim — confessou, as mãos audaciosas deslizando pelo volume coberto do jogador. 

Marco sorriu. 

Marco a tomou para si naquela bancada, as mãos dele apertando a cintura ainda coberta com sua camisa e a bunda dela, as doutora nas costas e bunda dele enquanto o jogador metia fundo com tanta vontade. Os gemidos deles preenchiam o quarto, tão cheios de tensão que não se importavam em estar sendo ouvidos ou não. Eles chegaram ao ápice juntos, mas não pararam por ali, havia a cama, o chão e ainda o chuveiro. 

— É, definitivamente vale a pena — falou assim acabaram. Mia riu se deitando no peito dele. 

Os dois ficaram acordados por um bom tempo, conversando, brincando, dançando em cima da cama. Ela com a camisa dele dançando em cima da cama, Marco deitado a gravando e rindo muito. A noite era pequena demais para eles. 

— Carajo! Ta amanhecendo — Mia exclamou assim que viu pela janela o horizonte ficar azul royal. 

Marco se apoiou nos cotovelos para olhar também e bufou ao ver o mesmo. 

— Já? Que saco — reclamou como um adolescente birrento. 

Mia se ajoelhou sobre ele e beijou seu bico. 

— Precisa ir, o voo sai as oito. E também precisa estar no quarto quando James acordar — Marco fez careta deslizando a não pela bunda a médica. 

— James não vai contar para ninguém, no máximo vai pensar que eu saí para comemorar em uma boate — Mia revirou os olhos se afastando um pouco.

— Ah ta bom, e eu acho ótimo ele pensar que você estava me traindo com umas putas quando contarmos tudo — o espanhol riu. 

— Pra que putas se eu tenho a rainha de Madrid só para mim? 

— Pois bem, eu faria a mesma pergunta — Marco mordeu o lábio e avançou para beija-la, mas a médica colocou o dedo indicador na frente. 

— Pro quarto Marco Asensio Willemsen! Vamos! — Mandou se levantando da cama e apontando para a porta. 

— Porra agora eu to ficando com tensão com você toda mandona assim — ele gemeu na cama, Mia fez careta tentando esconder o sorriso. 

— Um, dois... 

— Ok! Ok! — O camisa 20 se ergueu e passou pela doutora na direção da porta, mas não sem rouba-la um beijo de despedida. — Até mais tarde bella — piscou ao sair segurando a camisa contra o tórax nu. 

Mia riu girando e se jogando na própria cama. Pelas suas contas tinha 2 horinhas para dormir ainda. E não precisou de 2 minutos para que já estivesse desmaiada. 

 

 

Como imaginado o voo não foi nada tranquilo, sete horas da manhã e o time que havia dormido apenas seis horas, com exceção de Marco e Mia que dormiram duas, estava fazendo festa no avião. Era som, risada, só a bebida que não pode se concretizar totalmente porque eles tinham que estar sãos para os compromissos que tinham assim que chegassem em Madrid, mas que houve alguns shots houve. A cachaça mesmo ia rolar na parada.

Mia até tirou uma foto de Case dormindo ao lado da taça ( sim, ele consegui tirar um cochilo ), quando o jogador acordou ela mostrou a ele e ainda deu a legenda. 

— Ta bem protegida — o brasileiro riu.

Chegando em Madrid eles desceram do avião para o ônibus, nessa hora até os operários do aeroporto se amontoavam para tirar fotos deles. Primeiro foram para o Palácio onde uma multidão esperava. Ramos segurando a taça seguido por Zidane, Florentino e seus companheiros de equipe adentrou para mostrar a conquista a família real. Todos vestidos com seus termos posaram para fotos com  o rei Filipe VI, sua esposa Letizia, a rainha, e as filhas, as princesas Eleonor e Sofia. O rei como um grande fã declarado ( embora sem time divulgado ) do esporte parabeniza a equipe, assim como a rainha e as meninas. 

" Jamais pensei em toda minha vida falar com alguém de alguma família real, quando mais sem parabenizada por meus méritos." — A doutora pensou. 

Tudo estava sendo incrível, entrar no palácio, conhecer os regentes. Um dia digno não?

A próxima parada foi no palácio do governo, onde o primeiro ministro ficava. Novamente eles foram recebidos por uma multidão, tiraram fotos com o primeiro ministro e a primeira dama, receberam parabenizações por mais um titulo. Até foram a sacada do prédio levantar a taça para todos. 

— Que os demais não me escutem, mas é o maior do mundo — disse ministro gerando risadas em todos ao ganhar a camisa do time. 

Compromissos oficiais feitos era a hora da festa. Trocaram os ternos pelo mando madridista, o ônibus por um carro aberto e assim começou cortejo pela Plaza de Cibeles. As ruas estavam lotadas apenas o espaço para o ônibus passar resguardado pela cavalaria e batedores. Um mar branco gritava, cantava, pedia que mostrassem a décima terceira. Sergio e Marcelo iam na frente segurando a taça, os outros atrás em uma festa com bandeiras, faixas, dançando, pulando, acenando, o microfone passava de mão em mão, todos falavam para sua torcida. Mia comemorava muito com eles. 

O ônibus fez a volta tradicional ao redor da estátua de Cibeles a multidão que estava lá desde a na vitória da noite anterior cantando e parou na plataforma montada atrás da enorme estátua para que pudessem realizar a outra tradição. Um privilégio concedido aos capitães, colocar ao redor da estátua a bandeira e o escudo do time, e assim Marcelo e Sergio o fizeram assistidos pela equipe e por mais de 6 mil pessoas que enchiam as ruas. Ramos sempre irreverente deu um beijo estátua da deusa antes de colocar ao redor de seu pescoço a bandeira madridista. E junto com o brasileiro levantou o taça para que todos vissem. Fizeram discursos e em momento Cris falou "Obrigado até o ano que vem" levando a multidão a loucura com a possibilidade do português ficar. 

— Eai? Ta gostando da festa Miacita? — O capita perguntou passando o braço ao redor dos ombros dela.

— Ta brincando né? Isso tudo é incrível, serio, to sem palavras — ele riu.

O ônibus seguiu o cortejo pelas ruas lotadas, a festa só ia terminar no Santiago Bernabeu onde quase cem mil de torcedores apaixonados esperavam. 


Notas Finais


EAI? o que acharam? Sei que me ative muito aos detalhes dos jogos e da comemoração, mas como madridista eu queria passar por isso tudo e realizei meu sonho por meio na Mia. Kkkk
Mas essa não é a final que eu mais gosto, minha opinião pode ser polêmica, mas eu não acho que tenha sido um jogo tão bonito como poderia. Primeiro pela lesão de Salah, pela forma que aconteceu, depois pelas falhas de Karius, aquilo tudo me deixou muito mal durante o jogo e por mais tenha ficado feliz com o título e que ache que o real teve sim seu mérito, eles poderiam ter feito algo bem melhor.
Ps: não sei de vocês sabem mais Karius saiu do Liverpool e joga em um time turco agora. Pra vocês verem como uma partida pode "acabar" com a carreira de um jogador. Eu ainda torço muito para que ele se recupere afim se ele não fosse bom não tinha ido até a final da champions.
Enfim, desabafo feito. Espero que o capítulo tinha animado a quarentena de vocês, por favor digam o que mais gostaram, o que acham que está por vir, sabem que podem falar tudo aí em baixo, lerei tudo.
Ps2: O próximo capítulo é um que vocês tem pedido MUUITO, e eu estou muito ansiosa para postar.


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