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História I Love You, Idiot Elf! - O Valor de uma Amizade


Escrita por: ArqueiraDaLua

Notas do Autor


Helloo Sorvetes de Cereja (>^-^)>

Vim correndo postar esse capítulo! Agora sim, vamos ver o Nevra e o Valkyon curados e um personagem voltando...

Mas digo uma coisa: o final vai ser empolgante...

Boa leitura!

Capítulo 73 - O Valor de uma Amizade


Fanfic / Fanfiction I Love You, Idiot Elf! - O Valor de uma Amizade

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Uma semana depois.

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A recuperação de Nevra e Valkyon se seguia muito bem. Graças ao antídoto, seus ferimentos estavam fechados e o veneno completamente expelido. Tudo o que restava era aguardar que os dois acordassem depois do longo período inconsciente.

A espera era vista como algo incontrolável.

Todos estavam afoitos e ansiosos. Ewelein tentava acalmar os nervos gerais da melhor forma, mas era uma missão quase impossível. 

Outro assunto que também causava muita aglomeração, era o fato da Fortaleza de Eel se encher cada vez mais de faerys. Depois do envio das cartas pedindo a união dos reinos na batalha contra Athaleos, vários emissários de diferentes partes vinham dar suas respostas pessoalmente.

O rei Lester da província do Oeste… a Rainha das Neves… Huang Hua, da família Ren-Fenghuang… entre outros...

Cada representante, majestade, príncipe ou princesa que chegava no Q.G. era um motivo de celebração. Pois cada auxílio ganho era mais probabilidade de vencerem a guerra.

No entanto, havia algo que ninguém sabia, exceto Lua e Ezarel.

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Casthylion.

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Desde a chegada de ambos, de algum jeito mágico, a espada havia desaparecido antes mesmo que pudessem entrar na Fortaleza. Ainda sim, toda vez que Lua se concentrava, ela aparecia em suas mãos em um segundo.

O mistério por detrás disso gerou dúvidas na mulher. Era como se a espada não quisesse ser mostrada. Por causa disso, Lua achou melhor manter em segredo para sua maior proteção.

Quanto menos pessoas soubessem de Casthylion, melhor.

Era nisso que a Cristaly pensava enquanto permanecia sentada debaixo da Cerejeira Centenária. Seus dias foram tão corridos e agitados que sequer reparou que não tinha parado uma só vez para admirar a formosa árvore de perto.

O dia estava num clima agradável, e mesmo com todo o movimento dentro da Fortaleza, era bom estar ali.

Uma brisa passou pelos galhos soltando algumas pétalas rosadas sobre a albina. Pegando uma em pleno ar, Lua a levou até os lábios antes de depositar um beijo nela… soltando-a no ar logo em seguida.

Era um hábito que sempre se lembrava.

Uma cena ocorrida há cinco anos, no dia do seu Tempo Alcançado…

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- Está me imitando, por acaso?

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A voz familiar a pegou de surpresa. Quando a figura azulada de um certo elfo aparaceu diante dos seus olhos, Lua abriu um sorriso. Sob o sol da tarde, Ezarel ficava ainda mais lindo.

Seus cabelos azuis esvoaçantes lembravam as ondas do mar. Nunca se acostumaria com tanta beleza.

- Não sabia que você tinha inventado o beijo na pétala. - brincou ela com divertimento. O alquimista revirou os olhos, sentando-se ao seu lado. - Eu deixei, por acaso?

- Não acredito que está recusando minha companhia! Sabe quantas mulheres queriam estar no seu lugar? - o elfo fingiu estar ofendido levando uma mão até o peito.

Lua começou a rir.

- Como eu senti falta da sua risada. - o comentário a fez virar em sua direção, calando-se. - Sempre sorria desse jeito…

Um calor subiu até as bochechas da mulher quando viu a expressão apaixonada do alquimista. Nunca sabia como agir quando ele dizia frases tão fofas. Seus olhos cianos eram tão belos e brilhantes... era quase impossível aguentar a intensidade do seu olhar. 

Sem pronunciar nenhuma palavra, Lua encostou a cabeça no ombro de Ezarel. Desejava parar o tempo naquele instante apenas para ficar ali com ele… em paz.

Quando poderiam desfrutar de um momento tão calmo como esse? Apenas os dois?

Quando a doçura inundou o coração da Cristaly, ela simplesmente fechou os olhos. Deixando-se apreciar em silêncio o perfume floral de Ezarel debaixo da formosa cerejeira.

Era bom estar junto…

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- Estou atrapalhando os pombinhos?

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Lua abriu os olhos num instante enquanto Ezarel bufava ao seu lado. Logo, a figura sorridente de Alajéa surgiu numa postura amigável.

- Era só o que faltava, mais empata-foda… - resmungou o elfo num sussurro.

A albina socou seu braço com força para fazê-lo calar a boca.

- Aconteceu algo, Alajéa?

- Sim, parece que alguém importante chegou na Fortaleza… estão chamando vocês dois até o Salão Principal.

A sereia piscou para a albina antes de sair dali aos pulinhos. Ezarel continuou bufando com muita raiva…

Será que não podiam ter um minuto em paz?

 

(***)

 

Ao chegaram no Salão Principal, o casal se deparou com uma multidão de todos os membros da Guarda de Eel envolta de uma única pessoa. De longe era impossível visualizar, mas ao chegarem perto notaram cinco elfos belíssimos numa comitiva real que permanecia atrás da figura de maior importância.

Ao verem quem era, os dois perderam o ar dos pulmões.

- Não pode ser… - sussurrou Lua baixinho ao entrar em sua linha de visão.

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Nesse momento, Meridyth Galferan, ou melhor, o Rei de Prata se virou em sua direção.

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A beleza do majestoso elfo continuava intacta. Os cabelos platinados estavam perfeitamente trançados numa única trança, ele vestia trajes de cores cinzentas enquanto a longa capa branca cobria suas costas. Em sua cabeça, a coroa de prata em detalhes afiados parecia ainda mais mortífera enquanto seus olhos de aquamarine a fitavam com a típica indiferença.

Nem parecia que tinha sido flechado há algumas semanas atrás.

Parecia até mais lindo e saudável, como ficasse mais jovem há cada dia que passasse.

Nesse instante, Lua sentiu as palavras morrerem na garganta. Ele deveria ser a única criatura dos dois mundos que conseguia a intimidar.

- O que ele faz aqui? - rosnou Ezarel baixinho sem tirar os olhos do soberano.

Era mais do que notável sua rivalidade com o Rei de Prata.

Quando os olhos claros de Meridyth o observaram, Lua percebeu uma frieza congelante tomar conta de sua expressão. Até mesmo os elfos da comitiva real ficaram em alerta.

- Que bom que vocês chegaram! - anunciou Keroshane quebrando a tensão desconfortável. - Imagino que já conheçam o soberano de Güller.

- Infelizmente… - retrucou o alquimista, baixinho. A albina o cutucou nas costelas, lembrando-o que elfos tinham uma ótima audição.

- Vamos cessar as apresentações, eu desejo falar com a senhorita Lua… em particular

A voz firme e insensível do soberano pegou todos de surpresa. Até mesmo Leiftan trocou olhares cúmplices com Ezarel, preocupado. A mulher buscou na expressão do rei algum tipo de emoção que pudesse dar uma dica sobre o assunto, infelizmente, tudo o que encontrou foi a típica insensibilidade.

Ele sabia esconder suas emoções muito bem.

- Bem… vamos deixá-los conversar sozinhos então. - falou Kero com certo hesitamento. - Todo mundo liberado, pessoal. A reunião acabou!

Aos poucos e com certa curiosidade, todos começaram sair. Leiftan e Ewelein foram os últimos, sendo que o rapaz loiro lançou uma expressão preocupada sobre os ombros. Até mesmo os elfos da comitiva real partiram, sendo acompanhados por Keroshane e Ykhar que insistiam em lhe mostrarem os aposentos.

Por fim, apenas três pessoas ficaram.

- Você pode ir também… Ezarel. - pronunciar o nome do elfo parecia uma verdadeira tortura para Meridyth, sendo que apenas o olhou com muita frieza.

O alquimista cruzou os braços, negando.

- O senhor pode me falar qualquer coisa também. 

- Ezarel… - chamou Lua com suavidade. - Está tudo bem, eu preciso mesmo falar com ele… pode ir. Qualquer coisa eu te chamo.

- Mas…

- Por favor. - pediu ela mais uma vez. O alquimista respirou fundo, soltando os braços.

Odiava a ideia de deixá-la sozinha com ele. 

- Eu voltarei em breve. - beijando sua testa, Ezarel olhou uma última vez para o rei de Güller antes de partir a contragosto.

Ao se ver sozinha com ele, Lua finalmente suspirou.

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Eram apenas o Rei de Prata e ela agora.

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- Me acompanhe até o meu quarto. - pediu a mulher gentilmente indicando o caminho. De forma curiosa, o soberano arqueou uma sobrancelha alterando sua expressão inerte.

- Todos as humanas costumam convidar os elfos para seus aposentos particulares?

A pergunta fez a mesma engasgar com a própria saliva. Um rubor terrível tomou conta de sua face quando viu os olhos aquamarine piscarem lentamente, confusos.

- NÃO! Q-Quer dizer… não é o que está pensando… - a vergonha era tão grande que Lua queria se esconder num buraco. - Eu só achei que seria melhor conversarmos num local privado.

O rei assentiu, sem confessar que sua expressão envergonhada era por deveras muito atraente.

Acompanhando-a em passos elegantes, ambos foram até o quarto da mulher que o convidou gentilmente para entrar. Ao fechar a porta, Lua sentiu o nervosismo a dominar.

Não estava acostumada a ficar sozinha com alguém em um quarto.

Se não estivesse com Ezarel até pensaria em ter algo com ele, afinal de contas, Meridyth não era de se jogar fora. Chegava até imaginar em como seria ver alguém tão arrogante e frio submisso numa cama… ou talvez...

- Senhorita?

- Eu não pensei em nada! - bradou Lua ficando longe da cama. - Digo, o que queria falar comigo?

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- Vim agradecer.

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- O que disse? - murmurou, confusa. Ela ouviu bem? 

- Meus soldados me disseram que você salvou minha vida ao lutar contra o assassino que queria me matar. Vim agradecer pelo seu ato de coragem, e dizer que a partir de agora lhe devo minha vida.

Lua estava estática. Era impressão sua ou havia um traço de sorriso naquele rosto de porcelana? 

- Devo perguntar... - prosseguiu ele - Você matou meu assassino?

A pergunta a fez recuar um passo. Se lembrava muito bem de lutar contra Chrome naquele dia… no entanto… jamais pensou em matá-lo seriamente. Amava seu amigo, e continuaria o amando para sempre.

- Ele… - o que diria? - Ele já está morto.

Se o Rei de Prata quis se estender no assunto, não o fez. Havia algo em seus olhos azuis e em seu tom de voz que o impediu de prosseguir. Em vez disso, o soberano olhou ao redor analisando seu quarto com certa curiosidade. Era um quarto pequeno, mas aconchegante ao seu próprio modo.

- Há alguma coisa que deseje? - a indagação fez Lua arqueou uma sobrancelha, sem entender. Era difícil conversar com ele justamente pela expressão inerte. - Deseja jóias? Riquezas? Roupas?

- Do que está falando?

- É costume do meu povo dar algo em troca quando fazem algum ato benéfico. O que a senhorita deseja ganhar?

- Oh! Não é necessário me dar nada. - sorriu ela com visível embaraço. - Fico feliz por estar vivo, é só o que importa.

Meridyth a analisou atentamente, sem nada dizer. Ela era uma incógnita difícil demais para desvendar.

No entanto, havia algo que ainda a incomodava…

- Você lutará conosco, majestade? Na batalha contra Athaleos?

Desta vez, o Rei de Prata franziu delicadamente a testa. 

- O reino de Güller não participa de guerras alheias, não vou arriscar meu exército numa batalha arriscada.

- Mas precisamos de toda ajuda possível! - retrucou ela, indignada. - O Senhor das Trevas está construindo seu exército, precisamos estar preparados também. Sem contar que é a segurança de toda Eldarya que está em risco.

- Aprecio sua coragem, mas como disse antes, vim aqui apenas para agradecer e cumprir meu papel de monarca.

A fúria de Lua estava começando a sair do controle. Seus olhos se estreitaram e seus punhos cerraram. Eldarya estava em perigo e ele não iria ajudar na guerra?

- Um rei só é um rei quando coloca a segurança de todos acima do seu bem-estar. Uma guerra significa sacrifícios, mas no final, deve decidir se irá arriscar tudo… ou fugir como um covarde.

A petulância de suas palavras ousadas acertaram o elfo em cheio. A determinação vinda de uma garota tão pequena era quase o cúmulo do inesperado. Se fosse outra pessoa, com certeza não estaria viva para contar a história.

- O que sabe sobre guerra, criança? Quem você acha que é para dizer coisas tão intensas?

Aos poucos, o rei se aproximou de Lua como se quisesse intimidá-la. Contudo, a mulher fincou os pés no chão sem recuar nenhum passo. Desse modo, quando Meridyth se aproximou o bastante, sua altura superior a obrigava a erguer sua cabeça.

- Com certeza sei mais do que você. - os orbes aquamarine se estreitaram, apenas a observando em silêncio. - Eu vi pessoas que eu amava morrerem diante dos meus olhos, vi o homem que eu amo quase perder sua vida por minha causa, lutei contra um maldito demônio que cortou minha asa fora, quebrei minhas costelas, voei sobre o oceano por horas, me machuquei mais do que posso contar e ainda sim, estou de pé! 

Meridyth continuou em silêncio até Lua finalizar sua frase de modo fenomenal:

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- Você perguntou quem eu sou… eu te respondo agora, majestade. Meu nome é Lua White, sou a Última Cristaly, a Protegida da Grande Mãe, Descendente da Lâmina e também sou a Salvadora de Eldarya.

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Ao terminar num tom severo, a mulher finalizou mostrando sua maior prova. Se concentrando, fez Casthylion surgir em suas mãos numa explosão de luz branca, fazendo a lâmina de prata reluzir à medida que o cabo de ouro decorado pelo pomo de diamante cintilava.

Os olhos aquamarine do rei olharam para a espada e depois novamente para a meia fada. De repente, sem mais nem menos, ele abriu um sorriso pegando a mesma de surpresa.

- Eu e o reino de Güller lutaremos ao seu lado, Lua White.

Dito isso, o monarca inclinou a cabeça em sua direção numa reverência respeitosa.

Abismada, Lua devolveu a reverência sentindo uma pura gratidão tomar conta de si. Estava feliz com esse apoio forte.

Só que…

- Espera! - pediu ela se lembrando de algo repentino. - Você disse que queria me dar algo, né? Pois eu sei exatamente o que eu quero…

- E o que deseja, senhorita?

A mulher sorriu de maneira inocente pegando o rei completamente de surpresa. No que ela estava pensando?

 

(***)

 

- ELES ACORDARAM!

O grito de Ykhar não podia ser mais histérico. Quando Ewelein anunciou que os dois rapazes haviam despertado, a brownie foi a primeira a sair correndo para gritar a notícia.

Logo, todos da Fortaleza se animaram.

- Santo Cristal! - berrou Karenn aos pulos - O Nevra acordou!

Todos correram em direção a Enfermaria, sendo que Karenn, Alajéa, Keroshane, Ykhar e Leiftan os mais ansiosos para vê-los. Sem contar a euforia de Lua que estava quase ao ponto de surtar.

Finalmente… finalmente eles estavam recuperados.

No entanto, quando todos se juntaram para as visitas coletivas, Ezarel caminhou lindamente entre eles sem alterar a expressão debochada.

- Sai da frente! Melhor amigo e Chefe da Guarda Absinto passando.

Lua revirou os olhos, segurando o riso. Esse elfo azul não tomava jeito…

- Não é justo! - reclamou Karenn, cruzando os braços. - Eu sou a irmã dele. Deveria vê-lo primeiro.

- Quem foi que arriscou a pele para salvá-los? Ah, lembrei! Fui eu e essa fadinha branca aqui, com licença.

A Cristaly riu com gosto quando foi puxada pelo elfo para entrarem na Enfermaria, sozinhos. Trancando a porta atrás de si, a albina tapou a boca para evitar de dar mais gargalhadas.

- Ezarel, você é muito malvado. Não acredito que trancou a porta.

- Confesse que você adorou minha performance. - quando ele deu uma piscadinha sexy, a mulher começou a rir novamente.

- Com licença, isso é uma enfermeira. - a voz de desaprovação de Ewelein foi o bastante para fazê-los pigarrear e voltar ao normal. - Ainda é muito cedo para as visitas, não acho saudável uma aproximação repentina agora.

- Eu aprecio sua consideração, Ewelein. - comentou Ezarel com muito respeito. -  Mas não vamos sair daqui até vê-los, e queremos privacidade para isso. 

A enfermeira se calou, o olhando com certa frieza. Contudo, a determinação nos olhos cianos foi o bastante para fazê-la ceder. Acenando para o restante dos enfermeiros, todos saíram da enfermaria às pressas.

- Vocês tem dez minutos. - lembrou ela num sussurro.

- Obrigada, Ewelein. 

Ao se verem sozinhos, Lua e Ezarel suspiraram fundo. Estavam nervosos e ansiosos. Quando um gemido cansado foi ouvido por eles, os dois finalmente se aproximaram até as macas confortáveis no canto.

- Meninos… - chamou a mulher.

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Nesse momento, Nevra e Valkyon se viraram em sua direção completamente sorridentes.

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Imediatamente, Lua sentiu lágrimas inundando seus olhos apenas em vê-los. A cor habitual havia voltado em suas faces, os olhos dourados e cinza continuavam brilhantes e repletos de uma força estrondosa. Estavam ainda mais belos e saudáveis do que nunca, como se jamais estivessem estado à beira da morte.

A vida nunca pareceu tão viva em seus corpos.

- Olha só quem resolveu aparecer…

A voz brincalhona de Nevra a acertou num impacto certeiro. Com o coração apertado, ela finalmente percebeu o que sentia desde o começo:

Era saudade.

- Oh, meu Deus! - gritou ela antes de se lançar na direção dos dois.

Como as macas estavam muito próximas uma da outra, Lua conseguiu tocar os dois ao mesmo tempo. Abraçando cada um de modo apertado, ela depositou um beijo em suas bochechas.

Era tanto amor e afeto que os dois rapazes estranharam... mesmo assim, retribuíram os toques com todo o carinho possível.

- Vocês estão bem de verdade? O que estão sentindo? Estão cansados?

- Lua, o que aconteceu com você? - perguntou o vampiro de tapa-olho aos risos.

- Parece que virou outra pessoa… - completou Valkyon com dificuldade para processar as mudanças em seu comportamento. - Bateu a cabeça?

- Não… - riu ela antes de olhar para cada um deles com adoração. - Eu senti muito a falta de vocês, não imaginam o quanto eu sinto pelo modo que os tratei no passado.

- Não se preocupe, Lua. O que importa é que o pior já passou.

A albina sorriu timidamente, decidindo colocar para fora as palavras que mais desejava dizer. As únicas palavras que faltavam para tudo se completar…

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- Eu amo vocês.

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Nevra e Valkyon abriram a boca, incrédulos. Eles ouviram bem? O que ela disse mesmo? O vampiro abriu um sorriso enorme enquanto o guerreiro de cabelos prateados coçava a nuca com muita vergonha.

- Eu também te amo, Lua! Sabia que no final você se apaixonaria por mim!

- Ah, Nevra… - gargalhou ela o abraçando novamente.

Como os amava… céus… como os amava.

Cada sorriso, cada olhar, cada momento que passara junto com eles. A amizade se tornava o presente mais precioso quando compartilhado com pessoas especiais. 

Só havia um único problema… 

- Ezarel, por que está tão quieto? - perguntou ela virando-se para trás. 

Nesse instante, os três viram uma cena raríssima.

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Ezarel estava chorando ao ponto de soluçar.

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- É o fim do mundo… - murmurou Valkyon de olhos arregalados.

- A Lua disse que nos ama e agora o Ezarel começou a chorar... - comentou Nevra sem acreditar no que estava vendo. - Escuta, a gente dormiu ou entramos em coma por setenta anos?

- Cala a boca, seu idiota! - bradou o elfo secando as lágrimas com vergonha. Porém, logo em seguida, o mesmo abraçou os dois amigos com tanta força que foi possível ouvir os ossos das costas estalarem. - Que saco! Estava tão bom esses dias de sossêgo sem vocês… 

Lua começou a rir.

- Estou vendo, bebê chorão. Sentiu falta da mamãe e do papai? - brincou o vampiro arrancando gargalhadas de todos.

- Que ficar de cama novamente, seu otário? Eu tenho um livro de venenos piores do que da serpente marinha.

- Isso e depois se jogar no chão aos berros, né? - até mesmo Valkyon entrou na brincadeira fazendo o elfo trincar os dentes. - Como que ele fez mesmo, Lua?

- Assim! - a mulher começou a fingir um choro escandaloso imitando o estado anterior do alquimista. O guerreiro e o vampiro riram até se curvarem enquanto o elfo se levantava com ofensa.

- Eu não acredito! Meus melhores amigos e você também? Cadê aquela serpente quando se precisa? Quero ficar solteiro depois dessa! 

- Posso casar com ela, então? - perguntou Nevra antes de levar dois tapas na cabeça. Um de Ezarel e outro do Valkyon.

As risadas eram tão altas que mesmo do lado de fora foi possível ouvir. Nesse momento, todos começaram a sorrir... a felicidade que eles demonstravam era de uma pureza magnífica.

Era como uma luz iluminando toda a escuridão.

A Fortaleza de Eel não poderia estar mais feliz naquele momento.

 

(***)

Horas depois…

 

A noite chegou de maneira gentil. Os raios solares sumiram dando lugar para a formosa noite estrelada fazendo um clima pacífico tomar conta do Q.G. Contudo, embora já fosse tarde e a maioria já estivesse em suas camas, Ezarel continuava no Laboratório de Alquimia terminando uma poção que estava atrasada no prazo de entrega.

Como o bom chefe que era, não podia simplesmente dar as costas para o trabalho.

Finalizando com algumas gotas de Bolha Celestial, o elfo balançou o frasco rapidamente tomando a cor desejada. Estava finalizada.

- Ezarel… - chamou uma voz familiar na porta.

Virando-se para trás, o alquimista viu Lua o observando com uma expressão gentil. Com certeza ela havia notado seu atraso em tantas horas ausentes.

- Desculpa, eu me atrasei mais do que o esperado. Você não consegue dormir?

A mulher adentrou o laboratório, se aproximando dele em passos lentos. 

- Eu só queria mostrar o presente que eu ganhei do Meridyth. 

- O que o Sr. Purpurina te deu? Uma peruca loira feita dos cabelos dele? - seu comentário saiu debochado e repleto de sarcasmo envenenado. Ainda não gostava nem um pouco do Rei de Prata.

Sem responder, Lua mostrou os braços escondidos atrás das costas, revelando o que estava com ela…

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Era um pote de mel.

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Ezarel arqueou uma sobrancelha, notando que era um mel riquíssimo do reino de Güller. Um dos melhores que existia em toda Eldarya. Sorrindo, ele estava prestes a pegar de suas mãos quando viu a expressão de Lua mudar.

Seus olhos azuis estavam repletos de luxúria.

Ofegando, o elfo finalmente se lembrou da promessa que ela havia feito na ilha rochosa… uma promessa carregada de malícia deliciosamente erótica.

- Lua… - sussurrou ele, deixando a poção de lado.

Sem dizer nada, a mulher enroscou a mão livre em sua jaqueta, o puxando com firmeza para perto de si. Ao ver a expressão corada do mesmo, a meia fada sentiu sua intimidade se encher de uma umidade excitante.

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- Eu disse que quando tudo acabasse você seria meu… se prepare, porque essa noite eu vou te fazer gemer o meu nome até ficar rouco.

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Ezarel ficou excitado ali mesmo. Ficaria louco de desejo antes mesmo de chegar ao quarto. Contudo, apenas concordou em silêncio deixando que ela tivesse o total controle sobre seu corpo.

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Essa noite, ele seria completamente dela.

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


QUE ISSO, LUA? NÃO TE CRIEI ASSIM NÃO!!

CADÊ A FOFURA DE ANTES?

Digo nada... o Ezarel que se prepare... ( ͡° ͜ʖ ͡°)

Eu achei tão fofa essa cena do Nevra e do Valkyon. Agora sim, estou em paz no coração.

O que acharam? Ansiosxs? Gostaram? Preparadxs para o Marilene de Mel?

Huuuuummmmm... ( ͡° ͜ʖ ͡°)( ͡° ͜ʖ ͡°)


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