História I Need A Doctor - Psychologist

P.O.V Jongin

Depois do infeliz acontecimento com Youra, sai sem rumo pelo hospital. Estava nervoso por dois fatores; um por aquela insolente ter invadido o meu horário de descanso e ter feito algo imoral dentro do meu local de trabalho e dois pelo meu sonho. Eu jamais, em hipótese alguma, imaginei que algum dia teria um sonho tão... Erótico com uma pessoa que eu mal conhecia, ainda mais sendo KyungSoo, que estava passando por um momento difícil de sua vida, a qual eu estava acompanhando de perto.

Talvez eu estivesse trabalhando de mais e estivesse deixando minha vida pessoal de lado, há quanto tempo eu não saia com alguém? Não me divertia? Meu corpo pedia por isso e eu sempre ignorava, trabalhando mais e mais, então, como ultimamente eu andava passando tempo demais com KyungSoo, meu cérebro criou aquilo. Fora terrivelmente estranho ter aquele sonho, mas eu não podia negar a mim mesmo, foi bom.

Distraído, senti meu corpo bater um pouco brutalmente contra o corpo de outro alguém, e qual não foi minha surpresa ver KyungSoo com seus olhos grandes arregalados pela surpresa do impacto.

— Dr. Kim, me desculpe! –Disse ele assustado, se afastando rapidamente de mim.

— Eu que te peço desculpas, eu estava distraído. –Sorri, tentando parecer gentil, mas na verdade eu estava nervoso. Eu não esperava encontra-lo tão de repente assim, logo após ter feito o que fiz, me sentia sujo e um pervertido de primeira.

— Eu estou dando uma volta, as enfermeiras estão cuidando do pequeno. –KyungSoo cruzou os braços e sorrio em minha direção, dava pra ver que ele estava evoluindo bastante em questão ao filho, não tinha mais o receio de pegá-lo ou mesmo falar dele.

— Isso me fez pensar, KyungSoo... Por que não vai descansar em sua casa? Só te vejo por aqui. –O imitei, cruzando meus braços, o encarando com um olhar sério, naquela hora, eu era o Doutor Kim.

— Bom... –Pigarrou, desviando o olhar do meu. –É difícil pra mim voltar pra lá. –Sua voz saiu baixa e sua expressão que antes era feliz se tornou melancólica e eu já sabia o que viria a seguir. –Me dói saber que Haneul não está lá. –Seus olhos se voltaram a mim e eu vi lagrimas. Era notável que ainda era tudo muito recente para KyungSoo, ele ainda sentia muita falta de sua falecida esposa e se lembrar a todo momento que ela havia partido lhe causava muita dor. Tudo isso estava explicito em seus olhos.

— Eu imagino.

— E eu também acho melhor ficar por perto, não quero me separar do meu filho. Ele precisa de mim. –Suas palavras foram decididas.

Pesei um pouco ao dar minha resposta a KyungSoo, afinal, se eu analisasse bem, ele estava de certa forma, agindo como um pai preocupado com seu filho e isso não era errado, pelo contrário, era um ato muito bonito. Mas o que me fez pensar melhor era; ele estava em um hospital, havia gente competente ali dentro para dar ao seu bebê os melhores cuidados e KyungSoo deveria se desligar um pouco daquele mundo, reconstruir sua vida aos poucos.

— Você não deve se preocupar tanto KyungSoo. Está em um hospital e seu filho será bem cuidado aqui, isso eu te prometo.

— Sei disso, Jongin... Mas, não acho que estou preparado. –Senti a verdade em suas palavras, mas eu deveria ser profissional, não poderia simplesmente concordar com aquilo.

— Acho que... Você precisa de ajuda para superar isso, KyungSoo. –Fui direto e ele me olhou um pouco confuso. –Eu tenho um amigo que é psicólogo e acho que ele pode...

— Espera. –Ele me interrompeu, suas sobrancelhas estavam arqueadas no momento. –O que você quer dizer com psicólogo? Está querendo dizer que estou louco? –A reação vinda de KyungSoo não era a que eu esperava.

— Não! De forma alguma. –Tratei logo de tirar aquela ideia da cabeça dele, afinal, eu não o achava um louco, só estava tentando ajudá-lo a superar sua perda. –Eu só acho que conversar com um profissional sobre seus medos e sua perda irá te ajudar a aliviar tudo o que está passando.

— Eu não quero ver psicólogo nenhum, Dr. Kim. Estou muito bem com que estou sentindo e vou passar por isso sozinho, não preciso da ajuda de profissional nenhum.

E dito isso KyungSoo deu as costas pra mim, andando de pressa por entre os corredores do hospital. Eu tentei alcança-lo e ainda chamei seu nome, mas ele nada disse. Fiquei confuso, afinal, eu não tinha dito nada demais, eu só queria ajuda-lo.

Suspirei ao pensar na possibilidade de ele não querer mais falar comigo.

P.O.V KyungSoo

Eu andava rápido pelos corredores do hospital com cara de poucos amigos.

Jongin achava que eu era doente ou maluco? Eu não precisava de um psicólogo, não mesmo. Sim, Haneul se foi e eu nunca irei superar isso, mas não acho que isso seja motivo de eu precisar ir num psicólogo.

Parei na lanchonete do hospital e pedi um café para organizar meus pensamentos. Eu precisava cuidar do meu filho. Ainda não havia comprado tudo do quarto dele e eu precisava fazer isso rapido. Porém, eu não tinha coragem de sair por aí pra comprar coisas do bebê sem Haneul.

Ouvi uma movimentação perto de mim e olhei na direção do que pareciam passos. Quando olhei para o rosto, vi Jongin com uma expressão cansada vindo em minha direção. Ele parou do meu lado e olhou em meus olhos. Pude ver que ele estava um tanto triste.

— Posso sentar aqui? –Ele apontou para a cadeira a minha frente, do outro lado da mesa não tão grande. –Queria conversar com você. Não como paciente e médico mas como conhecidos.

Não achei motivos para negar, então permiti que ele se sentasse, e assim o fez.

— Tem algo errado? –Perguntei. O garçom trouxe meu café e Jongin aproveitou para pedir um pra ele também.

— Não. Eu só queria te perguntar umas coisas. Você está irritado comigo? –Perguntou com um olhar como se me suplicasse para não estar

— Se acha que estou doente, sim. Senão, não estou. –Respondi simples e ele suspirou.

— Eu apenas acho que seria bom pra você. Desabafar com alguém que possa te ajudar. Até eu vou quando minha cabeça de vento não está indo bem. –Ele ri e eu não pude segurar, acabei rindo junto.

— Me desculpe por ter sido rude com você Jongin, eu só não estou acostumado com hospitais. –O garçom trouxe o café de Jongin, notei que ele o tomou como se fosse a melhor bebida que ele já havia provado.

— Eu trabalho aqui e nem por isso estou acostumado também. –Rimos novamente. –Você vai gostar de ir ao psicólogo, é relaxante e você se sente bem melhor depois das seções. –Afirmou e eu suspirei.

— Tudo bem, eu vou. –Me rendi, afinal, pelo que notei Jongin não iria desistir tão cedo daquela ideia, e ele sorriu de forma exagerada. Parecia realmente feliz por eu ter aceitado.

— Obrigado por aceitar! –Ele segurou minhas mãos ainda sorrindo afobado e eu me assustei um pouco, rapidamente ele pareceu perceber e logo afastou as mãos, ficando envergonhado. –M-me desculpe eu… Só fiquei muito feliz. –Ele sorriu tímido e envergonhado, o que o deixava um tanto infantil.

— Tudo bem... –Sorri de volta tentando deixá-lo menos envergonhado. –Fico feliz de saber que tem alguém que eu possa conversar enquanto estiver aqui no hospital. Obrigado Jongin. –Fui sincero, pois pensando bem, não seria de todo ruim dividir com alguém meus medos e inseguranças.

— Não precisa agradecer. Pode contar comigo. –E mais um de seus sorrisos abertos. Estava começando a me acostumar a ver seu sorriso todos os dias.