P.O.V KyungSoo
— Meu Deus! –Foi a primeira coisa que consegui dizer assim que a ficha caiu sobre o que tinha acabado de acontecer ali. Eu havia beijado Jongin! Onde eu estava com a cabeça? O que havia acontecido? O encarei e ele sorria de forma gentil, o que não condizia com a minha expressão assustada. Mesmo após minhas palavras, eu ainda sentia que não deveria ter ido tão longe. –Jongin, me desculpe, eu...
— Soo, fica calmo! –Ele riu baixo, colocando as mãos sobre meus ombros. –Tá tudo bem, ok? –Senti sua mão acariciar minha bochecha novamente e desviei o olhar.
— Mas, eu... Eu...
— Shh... –Jongin colocou seu indicador em meus lábios, me impedindo de continuar a falar. –Não precisa pedir desculpas, você não fez nada de errado e... Eu queria isso também. –Sorriu e uma forma doce e aquilo me deixou totalmente mais tranquilo. Eu ainda sentia meu coração acelerado e minhas mãos tremulas, mas saber que ele havia gostado, e o melhor, que também queria aquilo mesmo depois de eu o ter tratado mal quando ele me beijou da primeira vez e isso me fez sorrir de forma tímida.
Ficamos nos encarando e Jongin ainda acariciava minha bochecha. Tantas coisas passavam na minha cabeça. O que aconteceria dali em diante? Aquele beijo havia significado muito pra mim, mas ao mesmo me deixava com um pouco de medo. Acabaria tudo ali ou seguiríamos a diante? Eram tantas as perguntas que eu gostaria de fazer, mas eu tinha medo de assustá-lo. Tudo estava sendo tão novo pra mim.
— Jongin... –Chamei baixinho, encarando aqueles olhos bonitos.
— Sim?
— O que... O que vai acontecer agora?
— Eu não sei. Mas... Se você quiser tentar... –Ele me encarou um pouco envergonhado.
Respirei fundo e acenei positivamente. Algo me dizia que eu deveria arriscar, Jongin era uma boa pessoa e desde a primeira vez que nos vimos, ele me ajudou, sem contar que ele amava meu filho como o seu próprio e isso lhe dava ainda mais pontos comigo. Eu tinha certeza de que ele me faria bem, ou melhor, ele já estava me fazendo bem.
— Eu prometo que não vou apressar nada, tudo bem? Vamos começar com calma e ver no que dá, você é livre pra me dizer se estou sendo chato ou algo do tipo. –Ele disse tudo de maneira rápida e isso me fez rir um pouco.
— Certo, Jongin. –Ri baixo. –Eu tenho certeza que você não vai ser chato e nem algo do tipo.
— Obrigado por isso. Por me dar essa chance. –Jongin me disse sério. –Eu vou fazer você e Youngin muito felizes, Soo.
— Pa...papa... –Arregalei meus olhos ao ouvir aquela voz rouquinha falar no colo de Jongin. Quando menos esperei Youngin segurava a gola da camisa de Jongin, repetindo “papa” de uma forma fofa. Meus olhos se encheram de lágrimas com aquela cena. Jongin me encarou surpreso e logo em seguida ele pegou Youngin nos braços, sorrindo ainda meio bobo pela surpresa.
— Ei grandão... Eu não sou o papa...
— Jongin. –Eu tive de interrompê-lo. Olhei em seus olhos e respirei fundo. –Deixa... Nós estamos juntos agora, não é? E eu tenho certeza que você vai ser o pai que o Youngin quer, então... Se você não se incomodar, ele pode te chamar assim.
Jongin não disse mais nada, apenas abraçou Youngin com um enorme sorriso no rosto e o pequeno riu de maneira divertida, o que me fez sorrir e sentir meu coração tranquilo. Eu tinha uma família agora.
••
Quando voltamos pra casa, acompanhados de Jongin que nos trouxe em seu carro, coloquei Youngin na cama, pois o pequeno já estava cansado pelo dia agitado que tivera, ele não estava acostumado a isso, mas mesmo assim adorou tudo, o sorriso em seu rostinho mostrava o quanto ele tinha gostado do passeio.
Fui até a janela do quarto de YoungIn para fechá-la e depois de feito, senti Jongin me abraçar, rodeando seus braços em minha cintura, os cruzando na frente do meu abdômen e apoiando o queixo em meu ombro direito. Aquele ato fez meu corpo arrepiar e acabei ficando tenso no início, mas depois fui relaxando aos poucos em seus braços. Eu via nosso reflexo quase invisível no vidro da janela e Jongin fazia o mesmo. A imagem de nós dois juntos me fazia pensar sobre a nova fase da vida que estávamos entrando juntos.
— Soo... –Sussurrou Jongin.
— Sim?
— Eu quero te dizer uma coisa mas sinto que pode te assustar ou fazer você pensar que é precipitado, mas é uma coisa que já existe a muito tempo em mim,mas eu precisava esconder... –Declarou. Fiquei um pouco nervoso sobre o que seria, mas o deixei falar.
— Pode falar, Jongin. –Permiti. Ao ouvir isso, Jongin me virou de frente para si, encaixou as palmas das suas mãos em minhas bochechas e olhou em meus olhos com um amor que nunca tinha visto antes.
— Eu te amo, KyungSoo.
Simples.
Três palavrinhas apenas foram necessárias para tirar meu coração de seu ritmo natural.
Olhei em seus olhos e encontrei toda a verdade de suas palavras e nunca conseguiria duvidar daquilo.
— Eu... Bem, você sabe que isso tudo é novo e...
— Soo se você disser que já me ama também está mentindo feio. –Me interrompeu e riu daquela forma linda que sempre ria. – Eu quero te fazer me amar com o tempo. E só diga que me ama quando tiver certeza, tudo bem? –Sorriu mais uma vez. Jongin sabia ser paciente e compreensivo e eu agradecia tanto por isso.
— Obrigado, Jongin. Mas... Eu já gosto muito de você. –Sorri timidamente e abaixei a cabeça sentindo meu rosto queimar. Jongin riu novamente e levantou meu rosto, encarado meus olhos.
— Então eu amo muito, muito você. –Rimos juntos e quando Jongin envolveu meu corpo em um abraço, envolvi seu pescoço com os meus, encostando nossas testas e sorrindo. –Eu prometo que te farei muito feliz, Soo.
— Eu prometo que te farei muito feliz também, Jongin. Obrigado por tudo o que você foi pra mim e pelo que fez por mim desde que nos conhecemos. Obrigado por me amar e amar o meu filho. Obrigado por aceitar ser mais uma fonte de amor, carinho e cuidado para YoungIn. Obrigado por me salvar, por não desistir de mim e deixar que eu me afundasse no luto por Haneul. E é claro, obrigado por todas as broncas que você me deu. –Rimos.
— Acho que sou seu super-herói, não é?–Rimos mais.
— Não, você é meu médico. E médicos salvam vidas não é mesmo? –Sorrimos novamente e depois de ficarmos um bom tempo naquela troca amorosa de olhares e carinhos, aproximamos nossos lábios lentamente ao mesmo tempo. E ali estava nosso segundo beijo de todos que viriam mais pelo resto de nossas vidas.
E disso eu tinha certeza que aconteceria, pois Jongin definitivamente era o anjo que eu e YoungIn precisávamos.
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