Segurei firmemente Kihyun que se encolheu em meu colo, apoiando a cabeça em meu ombro e fungando em meu pescoço:
- O que está fazendo pequeno? – pergunto após sentir ele respirar mais fundo.
- Omma tem chelo muitoo boom. – diz abraçando ainda mais meu pescoço.
Sorrio com a fofura do pequeno garotinho:
- Está tudo bem? – escuto a voz preocupada de minha agora sogra, após adentrarmos a cozinha.
- Sim, foi apenas um susto e um joelhinho ralado. – explico sorrindo tentando tranquiliza-la.
Ela suspira aliviada e se aproxima de nós, deixa um beijo nos cabelos de Kihyun antes de acaricia-los:
- Pronto, o beijinho da vovó vai fazer sarar. – ela diz com um tom doce.
- Omma também deixou um montes de beijinhos em Kihyun, agora tenho certeza que meu joelho vai sarar. Obigado vovó. – agradece o pequeno Kim tentando dar um sorriso para a avó, mas acabou falhando, pois aparentemente o biquinho manhoso em seus lábios não sumira fazendo o pequeno dar o que parecia um sorriso com bicos de pato.
A sra. Kim ri e beija novamente os cabelos do pequeno antes de eu leva-lo para o quarto onde eu e Jongin passamos a noite. Deposito calmamente Kihyun sobre a cama em quanto procuro na minha mala a pequena caixinha de primeiro socorros que sempre carrego comigo, um pequeno costume criado por ser um residente:
- Vai arde? – pergunta manhosamente ele ao ver o pequeno spray em minhas mãos.
- Um pouquinho. – confesso em quanto recolho uma bola de algodão e um band aid do Homem – Aranha.
- Então Kihyun não quer passar. – diz bravo usando as mãos para cobrir o ferimento.
- Amor, precisamos desinfetar o dodói para ele sarar mais rápido.
- Mas o Omma e a vovó já deu beijinho ni mim então vai sarar.
- Você não quer usar o band aid do Homem- Aranha? – tento persoadi-lo.
- Então eu vou pedir o beijinho do Appa, ai sara mais rápido ainda não é? – pergunta me ignorando totalmente.
Estreito os olhos, não iria perder o que for para Kihyun que mal saiu das fraudas:
- Deixo você comer quantos bolos de chocolates você quiser em quanto ainda estivermos na casa da vovó. – ofereço.
Ele retira as mãos do joelho e leva o indicador aos lábios como se pensasse na minha oferta, extremamente fofo:
- Aceito.
Ele levanta o mindinho para mim, para fecharmos o “contrato”, junto nossos mindinhos entrelaçando-os e sem perder mais tempo pego rapidamente o spray aplicando um pouco no joelho ralado, olho para Kihyun que tinha um bico ainda maior se segurando para não chorar pela ardência, algumas lágrimas escorriam por suas bochechas:
- Pronto, pronto já passou. – limpo o excesso do liquido que escorria pelo machucado com o algodão, logo após colocando o tão adorado band aid. – Omma tá orgulhoso de você pequeno, você foi tão forte.
O pego no colo me deitando na cama colocando ele por cima de meu tronco:
- Omma tá?
- Estou, Kihyun não chorou. Meu pequeno já é um homenzinho. – levanto um pouco minha cabeça, fazendo meu nariz tocar no narizinho de Kihyun lhe dando um carinhoso beijinho eskimo.
O menor começou a ficar com sono, o retirei de sobre mim e comecei a cantar uma canção de ninar, observei pouco a pouco sua respiração ficar suave, sua expressão relaxar e ele entrar no mundo dos sonhos. Um sorriso invade meu rosto ao ver como Kihyun parecia Jongin em quanto dormia, o pequeno era uma linda mistura minha e do Kim.
- Ele não é seu Kyungsoo.
Estava aproveitando o começo da minha festa de casamento, quanto sinto alguém segurar meu pulso e puxar para um lugar afastado. Myungsoo:
- Oque está fazendo aqui? – pergunto tentando controlar minha surpresa ao vê-lo.
- Omma. Ela havia me dito que iria se casar.
- Você não tem nada haver com isso.
Me viro e dou alguns passos, por que minha família está aqui? Como eles entraram? Por que vieram? :
- Você vai se arrepender de ter casado com o Jongin. – diz ele aparentando estar preocupado ao mesmo tempo usando um tom ameaçador.
- Diz como se conhecesse ele. – meu tom é frio.
Myungsoo solta um suspiro e paro para observa-lo melhor. Faziam quantos anos que não nos víamos? Fazia quantos anos que ele abandonou nossa família? Fazia quanto tempo que ele me abandonou?:
- Eu sou o Omma do Kihyun.
Solto um suspiro e desvio meu olhar para o teto. Do Myungsoo meu irmão gêmeo, o irmão revoltado que odiava a própria família, o irmão que era protetor mesmo tendo a mesma idade minha, o irmão que eu admirava, o irmão que me prometeu nunca me deixar sozinho, o irmão que foi embora quando tínhamos apenas 16 anos por causa de uma briga com os pais que só pensavam em dinheiro, o irmão que não ligou, não voltou, não cumpriu nossas promessas, que não reconheço mais.
É Myungsoo quem Jongin ainda ama.
Acabei adormecendo junto com Kihyun que dormia encolhido próximo a mim. Quando acordei o sol havia sumido e a lua dominava o céu com sua beleza. Estava realmente cansado pela noite que tive:
- Acodo? – pergunta Kihyun cutucando minha bochecha.
Solto um riso baixo e o puxo para baixo de mim lhe atacando com cosquinhas:
- Kihyun tava esperando o Omma. – diz ofegante. - A barriga de Kihyun não para de fazer barulho. – informa colocando as mãos sobre a barriga e olhando para ela.
- Então vamos alimenta-la.
Levo-o para a cozinha onde a sra. Kim parece gostar de estar:
- Acredito que estão com fome.
- Sim muita! – o pequeno fala com empolgação.
Olho para Sooyoung que possuía um sorriso fraco nos lábios, bem diferente do sorriso grande e encantador que possuía sempre que via a fofura do neto:
- Sooyoung, há algo errado? – indago após ela deixar um prato com salgadinhos para Kihyun.
Seus olhar materno se encontra com o meu e só então noto a preocupação em sua expressão, antes que ela pudesse responder, Chanyeol, Baekhyun e Sehun entraram na cozinha, fiquei surpreso em ver o último já que eu não o havia encontrado o dia inteiro:
- Ele não atende minhas ligações. – ouço a voz grossa de Chanyeol dizer antes de me notar ali. – Ah, vejo que acordaram, e ai campeão. – bagunça os cabelos do pequeno Kim.
- Andamos em volta do quarteirão e até mesmo nos lugares que a senhora informou, mas não o encontramos. – Sehun olha para a mais velha e se senta ao meu lado.
- O que está acontecendo? – pergunto confuso.
- Após Jongin ir com você ver o Kihyun ele não voltou pra casa.
- Acham que pode ter acontecido algo? – sinto meu coração apertar.
- Não se preocupe Kyungsoo. – a voz de Sooyoung agiu como um calmante para mim. – Tenho certeza que ele apenas foi dar uma volta pelo bairro, apenas pedi para os meninos irem procura-lo por causa da preocupação materna.
Apenas pude assentir, eu sabia que algo de ruim havia acontecido, dava para ver nos rostos de todos ali, todos sabiam o que eram, mas eu não iria questiona-los, queria ouvir do próprio moreno:
- Que tal um filme, pipoca e muito chocolate? – Luhan propões invadindo o cômodo.
- EU TOPO. – o mais novo grita e sai correndo para a sala dizendo que escolher o filme.
Obvio que acabamos assistindo um desenho animado, conforme as horas passavam uns e outros subiam para seus quartos até sobrar apenas eu e Kihyun em meio às cobertas. A pequena criança já dormia novamente em quanto recebia um cafuné em seus cabelos. Não irei negar que apenas não subi para o quarto porque estava esperando Jongin, estava preocupado, com medo do que pode ter acontecido, e aflito, muito aflito.
Estava pegando quase no sono quando ouço um estrondo alto, acreditando ser a porta da frente, olho para o relógio e vejo que são 3h00, levanto rapidamente tomando cuidado para não acordar Kihyun e ando até o local que o som havia sido emitido:
- Jongin...?
Levo um susto quando o mais alto passa por mim rápido de mais para o meu cérebro acompanhar, seus passos eram pesados como a sua respiração alta, pela falta de luz não pude ver como estava, mas apenas pelos seus atos soube que algo muito de ruim aconteceu.
Corro atrás do moreno e quase caio ao tentar subir rapidamente os degraus, consigo chegar no andar de cima a tempo de ver a ultima porta do corredor se fechar com força, fazendo assim o som ecoar pelo corredor extenso.
Meu coração estava acelerado, minhas mãos suavam e tremiam, eu não sabia o que estava acontecendo e muito menos o que iria enfrentar. Em dias de convivência nunca havia visto Jongin com tanta raiva como ele demonstrava estar agora, não sabia o que ele podia fazer.
Encaro a porta branca em minha frente onde há uma pequena plaquinha escrita KIM JONGIN e adivinho que aquele era seu antigo quarto. Ouço seus gritos em pura agonia, sinto sua raiva expelindo pelas paredes, ouço os sons de objetos caindo ao chão e se quebrando, sinto seu choro alto e dolorido. Abro a porta lentamente sem emitir nenhum som. O quarto era totalmente diferente do quarto frio de nosso apartamento, as paredes eram brancas, livros coloridos davam vida a estante no canto do quarto, a mesa possuía lápis coloridos, canetas e muitos outros objetos agora quebrados, a cama com lençóis azuis tinha o colchão virado e espuma saindo de dentro dele devido aos rasgos, porta retratos, quadros, papéis e cadernos estavam jogados pelo chão, as penas dos travesseiros flutuavam com a brisa da noite que adentrava as janelas abertas.
Dou um passo na intenção de para-lo, de curar as mãos agora cortadas, junto ao coração despedaçado, mas sou impedido por um par de mãos:
- Não vá. – Sooyoung possuía uma expressão cansada e triste. – É melhor deixa-lo.
Olho para o senhor Kim e ele apenas acena concordando com a esposa. E assim fico parado no batente da porta, observando o caos que estava dentro do moreno, até meus olhos mirarem as fotos jogadas próximas a mim, fotos essas que possuía um moreno com um lindo sorriso nos lábios e um ruivo satisfeito.
O que você fez Myungsoo?
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.