História I Need You - Prólogo - Ready Or Not

Sempre fui diferente, não necessariamente desprezada.
Era apenas julgada por querer ficar sozinha em meu canto e não me misturar com as outras pessoas.

Sempre fui garota que fica lá no fundo da sala, ou a última a entregar um trabalho escolar de propósito.

Eu era invisível, evitando ao máximo que os outros notassem minha existência.

Não queria ser notada, era bom ser invisível.

Eu até podia não ser notada, mas era muito bem conhecida pela maioria da pessoas de meu colégio, eu geralmente era a garota esquentada. Eu não tinha muita paciência, nem para esperar em uma fila ou esperar alguém que demora demais para qualquer coisa.
 

Na sexta série todos me zoavam por ter os cabelos ruivos, ou melhor um cabelo de "fogo" (como todos diziam), também por eu sempre ficar constrangida, seja por vergonha ou poe causa do sol, minhas bochechas sempre acabavam ficando da cor de meu cabelo, e eu era sempre zoada por isso.

Todos se afastavam de mim achando que eu poderia queima-los e que eu podia atirar fogo pelas mãos, eu sabia que eram só brincadeiras de mal gosto de crianças da seta série que mal sabiam fazer uma conta de multiplicação, as crianças não brincavam comigo por eu ser muito estranha.

Eu não era estranha, eu era apenas diferente para todos os sentidos.

Eu era um motivo de piada, apenas por causa da cor de meu cabelo e minha personalidade fora do comum. E o engraçado, era, que em tudo entrava a referência ou a palavra Fogo.

Vou contar, se pudesse reencontrar essas pessoas, juro que as queimaria vivas. 
Que ironia seria se eu usasse o fogo.

Meus pais?...bem, Vou ser direta, sou órfã.

Pelo o que está em minha fixa e o que as assistentes sociais me contam, eu fui encontrada na porta de um orfanato ao norte de Miami na Flórida.

Nunca encontraram meus pais, uns dizem que eles foram assassinados, ou que morreram em um acidente de carro e outros até dizem que eles morreram em um incêndio misterioso.

Okay, outra ligação com o fogo...Eu devia estranhar isso?

Falar sobre minha família sempre foi meu ponto fraco, era minha ferida mais profunda e a que eu evitava que todos a vissem, eu tinha mais que absoluta certeza que essa ferida nunca se cicatrizaria.

Mas querendo ou não, era outro motivo para ser a pobre garota esquisita abandonada. Era mais um dos motivos para as pessoas caçoarem de minha cara, me fazendo me afastar cada vez mais e me isolar. As pessoas sempre dão motivos para odiá-las, mesmo que sem querer, elas fazem com que as pessoas se magoem.

Mas enfim... o único motivo de ainda estar aqui, tem nome e sobre nome.

Alexander Melen.

Meu melhor amigo e companheiro de orfanato e da vida.

Alex é outro dos esquecidos da vida. 
Embora seja muito bonito, e sociável, e inteligente, e idiota na maior parte das vezes, não gosta de ficar perto das outras pessoas e nem de se misturar com os outros, quem o visse pensaria que ele era perturbado, ou que tem um distúrbio mental grave.

Como eu disse, um idiota. Que eu amo como um irmão, não sei o que seria de mim sem o mesmo.

Somos inseparáveis desde a Sexta série, quando nos conhecemos. Eu era a menina estranha que ficava no fundo da sala, presa em meus próprios pensamentos e ele era o novato que fazia graça para todos rirem. Ele se tornou meu melhor amigo no momento em que conseguiu me fazer dar uma gargalhada de suas palhaçadas bizarras. Eu nunca tinha tido amigos, ele foi o primeiro e único que eu tive por anos até hoje.

Nossa aproximação não foi bem vista por muitos, pois, em como um piscar de olhos nós já riamos como se fossemos irmãos chegados,e eu nunca tinha sido chegada a ninguém. No oitavo ano, as pessoas achavam que nós estávamos namorando, assim que nos falaram isso, eu lembro que ficamos rindo por horas e horas, eu e Alex nunca nos vimos a mais que amigos, nosso relacionamento era como de irmãos.

Ele só tinha há mim e eu só tinha a ele.

Seus pais o abandonaram em um beco no centro de New Jersey, apenas com um bilhete para que cuidassem dele. Ele foi capa de jornais por semanas na época, já que, ninguém entendia como um bebe recém nascido poderia ter sobrevivido a duas noites frias em um beco.

Pais desnaturados, eu sei disso. Mas não posso falar absolutamente nada.

E como todos falavam, ele fazia muitos "estragos" quando tinha seis ou sete anos e ainda morava na casa de uma família adotiva em New Jersey. Os pais não suportaram ele, por o mesmo ter uma personalidade fora do comum.

Por isso o mandaram para o orfanato Madneses na Flórida, o mesmo que o meu e o local onde nos conhecemos.

Todos asseguraram que ele não faria nada de ruim ao estado de Miami, tinham certeza que ele tinha mudado e não tinha mais problemas, mas separa-lo de sua família adotiva não foi lá a melhor ideia do ano, já que ele era uma criança e estava passando por uma faze revoltadora. 
Ele não tinha feito nenhum estrago...até nos conhecermos.

Aí a vida social dele foi por água abaixo, por minha causa.

Não tinha culpa da minha idiotice mental ser do mesmo nível que a dele.

(...)
 

Minha vida sempre foi normal para todos os sentidos de uma adolescente, não tinha muito dinheiro, queria distância de todos que não gostava e queria que a formatura chegasse o mais rápido possível, para que as aulas acabassem e tivesse minha própria liberdade.
 

Até um certo dia, que eu tive que me mudar para um colégio interno, cujo o nome estará sempre bem claro em minha memória:

Cloudnys Mefrens High School

Ou melhor dizendo, o local onde aconteceu o fim de minha vida normal.

Se eu soubesse que aquele colégio mudaria tudo em mim, minha cabeça, meus pensamentos, ou até mesmo...os meus sentimentos, eu teria feito diferente? teria mudado todas as minhas escolhas e não feito tantos erros quantos cometi?

Se eu soubesse que, naquele colégio, eu encontraria a unica pessoa que fez inesperadamente meu coração bater mais forte, eu teria mudado minhas escolhas? Me apaixonar era a coisa que eu mais jurava que nunca aconteceria comigo, mas o destino não colaborou nessa parte de minha vida.

"o amor é uma coisa complicada, mais complexo do que tentar descobrir todos os segredos desse mundo".

Ah, já ia me esquecendo, meu nome é Hasel Elizabeth Madlens.

Uma dos escolhidos, o elemento fogo.