Minhas pálpebras pesavam, mas consegui abrir meus olhos lentamente, sem pressa, a luz branca cortou minha visão, fechei meus olhos com força por conta da claridade cegante. Resmunguei um pouco e me espreguicei.
- Senhorita S/S? - Escutei uma voz grossa soar no quarto, olhei ao redor, me deparei com um senhor de idade, ele usava roupas de médico, deduzi que era um doutor, e assim que olhei ao redor, notei que ali era um quarto de hospital.
- Eu...? - perguntei confusa, ainda me sentia cansada.
- Como se sente? - Perguntou.
- Cansada. - Respondi de imediato, me sentei na cama, encarando a janela. - Que dia é hoje? - perguntei.
- Quarta-feira,12 de Julho de 2017. Achava que era que dia?
- Eu não sei, por isso perguntei. - Respondi o óbvio.
- Está com alguma falha de memória? - Perguntou. - Qual é a última coisa que se lembra? - perguntou.
- Eu me lembro... - Me lembro de sair com SeHun, depois de acordar em uma suíte de um hotel e de meu pai... Meu pai! Olhei para a palma de minha mãe esquerda, estava enfaixada. O médico notou que eu olhava para minha mão e então explicou:
- Você sofreu uma queimadura aí, disseram que você se queimou acidentalmente com o cano quente de um bongue que havia na festa. - Disse a guisa da explicação. - Vai ficar com uma cicatriz da queimadura por que foi uma queimadura de segunda grau profundo, ela acabou por acometer toda a derme, mas essa é a única sequela.
- O que mais disseram sobre mim? - Perguntei o encarando. Esse homem trabalhava para o meu pai também?
- Que se meteu em uma briga de bêbados durante uma festa e então lhe trouxeram para o hospital. - Explicou calmamente.
- Quem me trouxe aqui? Quem lhe disse isso? - Joguei as perguntas.
- Seus amigos, que estavam na mesma festa que você.
- Nomes, eu quero nomes. - Exigi.
- Mart e Jason. - Respondeu. - São seus amigos, certo?
- Certo. - Respondi rápido. Provavelmente meu pai enviou os seguranças deles e inventou toda essa história. - Quando terei alta? - perguntei.
- Bem, você já tem ela, sua mãe e seu pai estão esperando eu sair daqui para te ajudarem a ir embora. Só tem que ir na farmácia daqui, ir pegar alguma analgésicos para anti~inflamação e para qualquer caso de dor por conta da queimadura. - Informou me entregando um papel com o nome dos remédios. Meu pai e minha mãe juntos? Não... Ele nunca mostra as caras publicamente, deve ser só mais um de seus capangas. E minha mãe? Como ela deve estar? O que deve ter acontecido com ela? Preciso falar com ela!
- Suas roupas estão no banheiro, pode tomar um banho, se trocar e então estará liberada. - Terminou e então saiu do quarto, me levantei da cama e fui até o banheiro, suspirei cansada apesar de ter acabado de acordar, tomei um banho e vesti minhas roupas, logo encarei a claridade do quarto, caminhei até a janela e olhei para o estacionamento movimentado do hospital.
Como falaria para minha mãe o que aconteceu?
Espantei meus pensamentos por conta de ter escutado o barulho da porta do quarto se abrindo, me virei rapidamente e vi um homem trajado de terno escuro e minha mãe com uma expressão séria e os olhos um pouco vermelhos, assim que ela me olhou, correu até mim e observei o homem fechar a porta, minha mãe me abraçou com força e então ficamos ali, nos abraçando, acariciei as costas delas e bem baixinho, sussurrou:
- Antes que me pegassem eu chamei a polícia, aja como se não soubesse de nada disso. - Discretamente notei o homem parado na porta nos olhos, escutei minha mãe soluçando e então beijando diversas vezes minhas bochechas. - Vai ficar tudo bem filha, vai ficar tudo bem, vamos conseguir sair dessa! - Falou normalmente, concordei com a cabeça e deixei algumas lágrimas falsas caírem, esperava que nada desse errado.
XX X XX
- As duas mulheres da minha vida reunidas comigo. - Meu pai sorriu sádico. Tudo nele me dava nojo. - Que felicidade. - Desmanchou o sorriso.
- Você é um doente! Deixe a gente em paz de uma vez por todas! - Minha mãe grita e recebe um tapa no rosto, caindo no chão, corro até ela e a seguro pelos ombros e ela me olha séria. Me levantei e encarei com raiva o homem a minha frente.
- Você já nos tem aqui, pare de ficar nos torturando! - Esbravejei.
- Abaixe seu tom de voz comigo, parece que apenas uma surra não te adiantou de nada. - Me olhou com raiva. - Espero que já esteja pronta, irei levar vocês para o meu hotel e depois de vocês se alimentarem, partiremos e então vocês voltaram para o lugar de onde nunca devia ter saído. - Sorriu exibindo todos seus dentes. - O cativeiro.
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