História I Need You - It is my end? - É o meu fim?

POV'S AMBER 

- O que falar de Mary Brooks? Ela fez parte de quase todos os melhores momentos da minha viva e dos piores também, ela sempre esteve ao meu lado quando eu precisei, ela já passou horas ouvindo minhas histórias de desilusões amorosas e meus dramas intermináveis. - ri sem humor pelo nariz - Eu nunca pensei que a perderia assim, nós  planejávamos nossos futuros, ela queria ser veterinária porque segundo ela, ela amava animais e gostaria de ajudar cada um que entrasse em sua clínica. A Mary foi uma das melhores amigas que Eu já tive em minha vida, tudo bem talvez eu não esteja nem na metade da minha vida mas eu nunca vou esquece-la. A Mary sabia mais do que  qualquer pessoa que eu sou horrível em textos de homenagem.  Gostaria muito de colocar em simples folhas todas as qualidades da Mary, contar todas as nossas aventuras, mas isso não cabe nem em todo  papel do mundo. É difícil falar dela,  Mary é a junção de todas as coisas boas acumuladas em uma só pessoa. Bem, enfim, eu do fundo do meu coração, não queria estar aqui, não queria ter gasto meu tempo escrevendo essa homenagem, nem estar sofrendo tanto com isso. Eu só queria que você estivesse aqui do meu lado, como sempre esteve. Eu te amo Mary, sempre e para sempre. - terminei de falar e abracei Bia com todas as minhas forças, nós duas chorávamos desesperadamente. Foi difícil ver tudo aquilo, saber que depois eu nunca mais vou poder vê-la, conversar com ela, rir das suas palhaçadas, ter o tão bom ombro amigo dela, estavam levando um pedaço meu embora, eu não sei se aguentaria tudo aquilo. 

[...] Já tinham se passado duas semanas depois do enterro da Mary, eu ainda continuava acabada, talvez mais, talvez menos, mas eu estava. Durante todo esse tempo eu fui todos os dias ver como meu irmão estava, o médico disse que a cada dia Shawn tem uma pequena melhora e se continuar assim ele logo abordará do coma. Austin passou uma semana no hospital se recuperando dos machucados, ele veio pra minha casa já que ele mora sozinho e sozinho é uma coisa que ele não vai poder ficar por algum tempo, ele tem rasas lembranças de mim, mas não consegue me reconhecer 100%, lembra apenas de já ter me visto e que sou bastante familiar. Todos estão tentando me ajudar com tudo isso, principalmente o Matt, eu nunca pensei que fosse sorrir em momentos como esse, mas o Matt consegue  arrancar um desses de mim. 
Meus pais e os pais de Austin ficaram uma semana aqui e depois foram embora para suas devidas cidades. 
Durante essas duas semanas eu fiquei pensando em tudo, tudo o que estava acontecendo antes e depois desse acidente. Eu estava tão feliz e tão triste ao mesmo tempo, eu tinha o Austin perto de mim, Mary, Shawn e agora eles estão tão distantes, Shawn em coma, Austin não se lembra muito de mim, e Mary...Mary não está mais aqui, ela se distanciou, indo pra um caminho que não tem volta. Antes o Matt era quem estava mais afastado de mim, agora é o que mais está comigo.
A minha vida toda eu tive que escolher, não vai ser diferente agora, eu não queria mas em algum momento isso teria que acontecer, ou não (?), Austin ou Matthew? Eu não sei, não é a hora certa de pensar nisso mas eu não consigo parar, talvez tivesse como parar, como resolver meus problemas, como fazer passar isso tudo que eu estou sentindo. 

Eu fui na casa do Alec algumas vezes nesse período, eu fui tentar esquecer tudo isso, e eu esqueci, por momentos mas esqueci. Era uma troca, eu usava a droga dele e como pagamento ele queria sexo, eu pagava minha dívida logo após me drogar. 
Eu fiquei pensando muito sobre isso, sobre o que eu iria fazer e a alguns dias eu venho planejando isso, e criando coragem para fazer, eu tenho certeza do que eu quero, é isso o que eu quero. 
Ninguém sabia do Alec, eu sempre inventava uma desculpa para ir pra casa dele, foi o que eu fiz. Saí de casa sem muita pressa de chegar a casa dele, depois de alguns minutos passei pelos seguranças que ficavam no portão da grande casa de Alec, eles já me conheciam. Coloquei meu carro na garagem e entrei na casa, Alec não estava na sala, devia estar em seu escritório então foi pra lá que eu fui, abri a porta com certo cuidado e vi que ele estava falando no telefone, entrei e me sentei na cadeira a sua frente sem fazer nenhum barulho. Desligou o telefone e me olhou.

- O que foi babe? O que quer dessa vez? O mesmo de sempre? - Alec me lançava um olhar extremamente sexy, o que me fez ficar trêmula.

- Na verdade não - Ele me olhou um pouco confuso - Eu sei que você tem, e vai ter que me emprestar, eu pagarei muito bem. - Um sorriso perverso se formou no meu rosto. 

- Diga o que é - Falou calmamente. 

- Eu quero uma arma meu querido Alec.

- Sim, eu tenho. Mas pra que você quer isso? Você não está pensado em dar um tiro em você mesma, está? Porque se for pra isso pode esquecer, você pode me dar a melhor transa da minha vida, eu não vou entregar uma arma nas suas mãos. 

- Não, não é pra isso. - Falei séria. 

- Então pra que é? 

- É um assunto pessoal... 

- Ok, vou pega-la - Alec se levantou e eu também - Ei ei, eu vou, você fica aqui esperando. - Revirei os olhos e me sentei novamente esperando Alec voltar com a arma. Depois de certo tempo ele voltou com a mesma nas mãos e me entregou.

- Obrigada Alec, como usa? É só apertar o gatilho? - Perguntei e ele soltou um pequeno e breve riso. 

- Não, primeiro você tem que destrava-la, assim - Ele pegou a arma de minhas mãos e me mostrou como se fazia - Ah e só tem uma bala. - Assenti e sorri perversa, coloquei a arma na mesa, me aproximei dele e comecei a beijar sua boca, desci pro pescoço sem pressa alguma e arranquei sua blusa, Alec me pegou no colo e me colocou em cima da mesa fazendo algumas coisas caírem. 
[...] 

- Foi a melhor.transa.da minha.vida - Ele falou pausadamente por conta da sua respiração que ainda estava desregulada. Sorri e o beijei.

- Foi a primeira que nós não estávamos sob efeito de droga. - Falei e vesti minha blusa. 

- É bom saber que eu vou me lembrar disso depois - Alec falou e logo em seguida riu. Peguei a arma no chão que antes estava em cima da mesa e a coloquei na minha cintura. 

- Alec eu já ia me esquecendo... 

- O que foi?  

- Eu preciso de um pouco de droga, eu juro que da próxima vez que eu vier aqui eu pago - se tiver uma próxima vez que eu vier aqui  pensei comigo mesma. Ele assentiu, abriu uma das gavetas e jogou um pacotinho em minha direção que eu peguei rapidamente antes que ele caísse no chão. Me despedi e fui pra minha casa, subi pro meu quarto sem que ninguém me visse e tirei minha roupa exceto a lingerie preta que eu estava usando, enchi a banheira e entrei na mesma relaxando o máximo possível, fechei os olhos e afundei meu rosto para debaixo d'água mas logo tive que voltar pois o ar me faltou. A lâmina que eu havia usado a dias atrás estava ali, peguei a mesma e fui fazendo pequenos cortes em meu pulso que já havia várias cicatrizes. Peguei o pacote que Alec havia me entregado, fiz uma carreirinha na borda da banheira e cheirei todo o conteúdo que em poucos minutos já fazia efeito, peguei a lâmina novamente e dessa vez fiz uma corte profundo o que fez eu gritar de dor. Ouvi alguém abrir a porta do quarto, é agora ou nunca me levantei da banheira, peguei a arma e a posicionei em minha cabeça, alguém abriu a porta do banheiro. Droga eu havia esquecido de trancar. 

- AMBER - Matt tentou se aproximar. 

- NÃO - Gritei - Não me aproxima, se você der mais um passo eu atiro - Destravei a arma e Matt parou onde estava. Meu corpo todo estava trêmulo, lágrimas caíram a todo momento, minha respiração estava rápida assim como meu coração. 

- Amber, olha só por favor, solta essa arma. Você não pode fazer isso, eu te amo, eu te amo tanto que não conseguiria viver sem você, foi um sacrifício ficar longe de você quando brigamos, eu não posso te perder de novo meu amor. - Matt deixava as lágrimas cair sem se importar, ele me olhava de um jeito indecifrável, ver aquilo me doía mais que um tiro, que por coincidência um que eu estava prestes a receber. 

- Matt, eu te amo muito, muito mais do que minha própria vida - que ironia, não? - e a única coisa que eu queria nesse exato momento é que você me odiasse, eu não queria que você sofresse por mim, mas é que eu não consigo mais conviver com essa culpa, eu fiz isso com eles Matt, eu não aguento mais tudo isso - meus soluços ecoavam pelo banheiro - Eu te amo Matthew nunca se esqueça disso, me perdoa... - fechei os olhos e apertei o gatilho.

...