P.O.V. Selene
O avião estava aterrissando no grande e moderno aeroporto de Dublin.
As horas passaram “em um piscar de olhos” porque eu acabei pegando no sono, já que demoraria.
Tinha combinado com Sara, Lucy (mãe da Sarah) e Mark (pai de Sarah) que eles me esperariam no aeroporto.
- Sejam todos bem vindos á Irlanda. Por favor, desembarquem. – Disse uma mulher no auto falante do avião.
Sem pensar duas vezes fui pegando minhas pequenas malas no compartimento pequeno á cima da minha poltrona. Quando saísse tinha que pegar as malas maiores e passar epla alfândega, para dai sim, encontrar o pessoal. Fiz tudo isso. Caminhei até a grande porta de vidro e avistei Sarah com uma cartolina escrito o meu nome. Ri, isso é coisa típica de americano. Deve ter acostumado e acabado “pegado” as manias deles. Apressei o meu passo para poder dar um abraço neles e matar a saudade. Enfim larguei as minhas malas e corri o abraça-los.
- Que saudade, menina! – Sarah falou. Sua voz saiu abafada. Ela vestia um vestido de uma cor laranja fraca e sapatilhas pretas. Sua roupa era casual para a ocasião.
- Eu também. Sarah você está me apertando. – Falei sem fôlego. Da onde ela tinha tanta força sendo que ela era mais “minguada” que eu? Ah deixa pra lá.
- Desculpe. – Soltou-me.
- Quanto tempo, Dona Selene. – Sorriu Lucy e abraçou-me.
- Claro que não os esqueci. Estou aqui, não estou? – Retribui o abraço.
- Incrível, parece ontem que aquela menininha que falava tudo embolado chegou até a nossa casa. – Afastou-me cheia de humor. – Parece que o tempo só fez bem á você.- Analisou-me.
- O Chris deve estar bem feliz né. Até imagino. – Sussurrou Sarah provocando. Lucy a olhou fuzilando.
- Obrigada. – Agradeci sem jeito. Eu não estava acostumada á receber elogios. – E para você Mark, parece que a aposentadoria fez bem também. – O abracei fortemente. – Senti saudades.
- Oi “baixinha”. – Ele chamava-me assim devido á minha altura em relação á dele. Ele ra mais alto que Chris. Devia ter de altura 1,90 por ai. – Estávamos ansiosos.
- Se vocês estavam assim imaginem eu! – Sorri.
- Então vamos? Temos muitas coisas para contar. E claro, além disso queremos saber sobre o Chris e você. Tem saído muitas noticias de vocês. Também sobre a sua família lá no Brasil. Nossa, tantas coisas. É melhor irmos logo. Ah e deixamos pronto um café lá em casa ora você com tudo que gosta. Vou ajudar-te com as malas. – Lucy disse ajeitando-se e pegando uma de minhas malas. Depois Mark e Sarah ajudaram com o resto.
Sairmos do aeroporto. Depois tinha que ligar para o Chris. Vocês sabem né, ele ficaria furioso se não o fizesse.
_______________________x__________________
P.O.V. Chris.
Ouvi a campainha tocar. Estava deitado no sofá vendo Tv.
- Quem pode ser á essa hora? – Levantei preguiçosamente e calcei meus chinelos. A campainha tocou novamente. – Mas que merda! Já vai! – Gritei. Não gostava de gente impaciente. Que chato isso!
Abri a porta. Levei um susto com quem estava do lado de fora.
- Oi. Sentiu minha falta? – Esgueirou-se na porta.
- O que você quer aqui Minka? – Disse calmamente. – Se você precisar de algo era só ligar-me, não precisava vir até aqui.
- O que eu quero não pode ser resolvido com uma simples ligação. – Veio sensualmente em minha direção. Ela usava um vestido vermelho curto, decotado, bem justo e com saltos bem altos.
- Olha Minka eu tenho coisas mais importante. – Empurrei a porta para fechá-la só que Minka colocou o pé entre a porta e a batente da mesma, deixando uma fresta.
- Minka, por favor. – Supliquei. – Vá embora.
- Chris eu sinto a sua falta. Muito mesmo. Pense na felicidade que tínhamos antes de tudo isso. Nós podemos resgatar nosso amor. Dê-me uma chance. Vamos aproveitar que não tem ninguém aqui para nos atrapalhar. Eu serei infeliz com outra pessoa. Eu te amo mais que tudo mesmo. Sinto-me completa quando estou contigo. Eu... te amo. – Começou á chorar. Eu não resisti ver a sua tristeza e abri a porta e a abracei.
- Shhh.... – A acalmei. – Minka você está dificultando tudo desse jeito. Sério eu estou aqui para o que você precisar, só que com uma simples e única condição, eu estou aqui como amigo e não namorado. Você merece ser muito feliz. É uma mulher incrível. Muitos homens estão por ai apenas esperando que você dê uma chance á eles. Eu te amo mas como amigo. – Tentei confortá-la.
- Eu não consigo... – Chorou ainda mais. – Todos os dias eu penso em você. Deito na cama de noite e sinto amargamente a sua falta. – Fungou. - Saudade é solidão acompanhada, é quando o amor ainda não foi embora, mas o amado já...Saudade é amar um passado que ainda não passou, é recusar um presente que nos machuca, é não ver o futuro que nos convida... Saudade é sentir que existe o que não existe mais... Saudade é o inferno dos que perderam, é a dor dos que ficaram para trás, é o gosto de morte na boca dos que continuam...
Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade, aquela que nunca amou. E esse é o maior dos sofrimentos, não ter por quem sentir saudades, passar pela vida e não viver. O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido. Agora sou que te peço, desculpa por tudo. Eu vou mudar. Dê uma chance á nós. – Enxugou as lágrimas.
- Minka eu estou feliz com a Selene. – A soltei. – Eu á amo. – Desviei o olhar. – Da mesma forma que você está sentindo-se eu sentia-me quando estava separado dela.
- O que ela tem de tão especial? Porque ela sempre tem que estragar tudo para mim? – Questionou inconformada.
- A simplicidade dela me contagia. – Voltei meu olhar á sua direção.
- Se for por isso eu para de pedir para você comprar meus sapatos e bolsas caras. Eu disse que vou mudar...
- Não é isso Minka. – A cortei. – É que... – No momento que ia falar o meu telefone vibrou em meu bolso da calça. – Desculpe, tenho que atender. – Afastei-me, olhei no visor do aparelho e o atendi. – Oi...
- Oi. Liguei para avisar que já cheguei e estou bem. – Selene disse feliz do outro lado da linha.
- Pensei que não ia me ligar, Dona. Que bom que ocorreu tudo bem. – Falei rezando para que ela não ouvisse a voz de Minka ou algo do tipo. Fiquei nervoso,
- Quem é Chris? – Minka perguntou atrás de mim. Fudeu legal agora. O que eu falaria para a Selene?
- Christopher porque a Minka está ai?! – Esbravejou Selene. Ela conhecia a voz de Minka de longe. Meu Deus me ajude!
- Ela veio aqui em casa conversar mas já está indo embora né Minka? – A fuzilei e rezei para que ela não falasse merda. – E amor não aconteceu nada. Fica calma. Eu juro.
- É, não aconteceu nada, Selene. Pode ficar tranquila. Não sei que “mel” você tem que ele resistiu fortemente aqui. – Provocou. Essa mulher queria me ferrar ainda mais?
- Selene você está ai? – Perguntei.
- Estou sim. – Respondeu grossa como uma lima. Ela estava “puta” comigo. Só do jeito dela falar eu já sabia identificar. – Eu vou desligar porque tenho que ajudar Sarah com umas coisas aqui. Tchau. – Desligou sem deixar eu me despedi.
Guardei o celular no bolso respirando tentando manter a calma. Tinha que resolver isso depois. Não gostava de estar brigado.
- Minka acho que você dever ir agora. Já casou-me muitos problemas por hoje. – Falei entrando em meu apartamento e deixando-a para fora de novo.
- Está bem. Eu vou. Eu não desistirei tão fácil. – Beijou demoradamente minha bochecha esquerda. “Gelei” quando a vi aproximando o seu rosto do meu. – E desculpe pelo mal entendido. – Falou cinicamente. Virou-se e vou em direção á saída.
Fechei a porta apoiando minhas costas na mesma, e deixando meu corpo escorregar pela mesma. Refletindo e pensando em todas as possibilidades que poderiam acontecer dependente da reação de Selene. Eu...não sabia o que fazer.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.