História I really like you - Capítulo 12

POV Jade

Sofri um acidente, perdi alguns anos da minha vida, não, eu não estive em coma por anos, apenas esqueci o que eu vivi durante os últimos quatro anos e isso é realmente confuso, eu cresci demais desde a última vez em que me lembro de ter me visto no espelho. Mas dentre todas as confusões, há uma que meche profundamente comigo, Tori Vega. No momento em que eu olhei pra ela, eu senti, senti algo diferente em mim, algo bom.

Quando sai do hospital, fui direto pra casa e não sai de lá até aquele dia na escola, meus pais acharam necessário que eu permanecesse com eles por um tempo, foi bom, passamos dias só nós três, conversando, vendo tv e fazendo qualquer outra coisa pra passar o tempo.

Duas semanas depois eu achei o meu velho diário escondido entre as minhas roupas.

- Por favor, Jade, preciso de você. - Disse pra Jade dos anos perdidos. A minha esperança era a de não ter parado de escrever os fatos que eu achava importante no diário e felizmente, ela escreveu, ou melhor, eu. Passei uma noite inteira lendo aquele diário. - Eu mudei tanto. - Disse mais uma vez pra Jade dos anos perdidos. Talvez essa seja uma chance pra recomeçar, pra ser alguém melhor.

Alguns dias se passaram e eu finalmente criei coragem para ir pra escola, seria tudo novo pra mim, as aulas, os colegas, Tori.

Pelas coisas que escrevi no meu diário, eu não tinha duvidas, eu era completamente apaixonada por essa garota e eu estava ansiosa por conhecê-la e para a minha surpresa, não precisei fazer muito esforço. Cheguei um pouco atrasada na H.A. aquele dia e me perdi procurando a minha sala de aula, quando eu a vejo entrar, como eu a reconheci? Bom, o que mais tem no meu notebook são fotos dela, impossível não saber.

Conversamos brevemente e eu acho que comecei a me apaixonar por ela, de novo.

POV Tori

Estava na sala tocando piano, tentando me distrair, acalmar os nervos, quando a campainha toca, olho do relógio do celular e já são meia noite e quinze. Vou até a porta e olho pelo olho mágico, os meus batimentos começam a acelerar, é Jade, abro a porta de imediato e estou certa de que estou sorrindo que nem uma idiota.

- Posso entrar? - Ela diz um pouco envergonhada.

- Ah, claro, entra. - Ela entra e eu fecho a porta.

- Bom... - Ela começa, mas não termina, parece nervosa.

- Você está bem? - Fiquei bastante confusa, o que Jade fazia aqui a essa hora?

- Sim, estou, desculpa. Eu acordei você? - Jade fala sem parar e eu acho até engraçado.

- Está tudo bem. - Dou um sorriso fraco pra comportá-la. - Eu estava acordada tentando ensaiar. - Ficamos em silêncio por alguns segundos e eu começo a me incomodar com Jade, não pela presença dela, mas do jeito que ela parece estar... Perdida. - Bom, você quer sentar? - Falo apontando para o sofá.

- Não, eu acho melhor eu ir embora, está tarde. - Ela abre a porta e sai. Há algo errado aí, eu sinto. Decido ir atrás dela e quando estou saindo, ela esta voltando. - Eu preciso... - Não deixo que ela termine a frase, puxo-a pela jaqueta e ataco os seus lábios carnudos, ela corresponde, não de um jeito desconhecido, mas o modo como me beija é exatamente como ela costumava fazê-lo. Envolvo a sua cintura nos meus braços, ela envolve os seus braços em meu pescoço e as nossas línguas dançam em nossas bocas como se esse fosse o nosso ultimo beijo, não sei por quanto tempo ficamos assim, mas foi o suficiente para perdermos o fôlego, paramos ofegantes, mas não nos desgrudamos. O meu coração estava agitado e eu acho que as minhas mãos estavam tremendo. Descansei a minha cabeça em seu ombro e não consegui evitar, as lágrimas não precisaram fazer muito esforço para sair.

- Eu não posso ficar sem você, Jade. - Sussurrei. Ficamos assim por mais algum tempo, eu poderia ficar a noite inteira ali.

- Você não precisa. - Ela sussurrou de volta. Levantei a cabeça e olhei pra ela.

- Você... – Ela me interrompeu.

- Não, eu não me lembro, mas... - Ela leva suas mãos ao meu rosto e acaricias as minhas bochechas. - Desde que eu te vi, eu senti algo forte dentro de mim e eu não quero perder tempo, eu já perdi até demais.