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História I Remember - Cura, marca e conselho.


Escrita por: JackieOFrost

Notas do Autor


Bom dia, boa tarde ou boa noite.
Mais um capitulo! Uau! Escrevi esse tão rápido que até me espanto.
Espero que gostem.
Boa leitura.

Capítulo 13 - Cura, marca e conselho.


A recuperação ocorria de modo lento e doloroso. Mal conseguia mover os lábios para dizer alguma coisa. Se sentia presa e envergonhada toda vez que alguém a ajudava a comer e dar-lhe banho. Quando se encontrava sozinha, chorava. Se sentia magoada consigo mesma. O havia atacado e não conseguirá controlar seus poderes... Ainda era criança e tinha muito que aprender...

A porta se abria e o olhava. Ele era tão bonito e sua expressão fria fazia seus nervos se agitarem. Sesshoumaru se aproximava e sentava na poltrona ao lado de onde estava presa e lhe olhava. O olhar de âmbar estava tão frio como um iceberg. Tentava sorrir e lhe chamar o nome, mas era tão difícil usar sua própria voz. Apenas notava como o daiyoukai olhava para todos os locais... Menos para ela. 

Lágrimas brotavam em seus imensos olhos castanhos e o daiyoukai notava. Ele a olhava surpreso, ambas sobrancelhas erguidas e o olhar confuso. Ele se erguia, se aproximava e a tocava no rosto. A franja havia crescido de tal maneira que já lhe cobria os olhos e Rin sempre a cortava de forma impecável. Os cabelos negros sempre brilhosos e sedosos, agora estavam opacos e apagados. 

Não parecia com Rin. E se não estivesse a chorar, diria que era um boneco parecido com Rin. Ela estava ali, dentro de um corpo machucado e havia corrido um grande risco de vida... Se a tivesse deixado na aldeia... Se...

— Se...

O pequeno iniciar de seu nome o fizera a olhar, deixando que o veneno das garras adentrassem em sua pele.

— Rin.

Que tolice. É tudo o que pode dizer? Pensava consigo mesmo.

Aquele quarto fedia a dor de humano... Fedia a lágrimas e o cheiro quase o deixava tonto... Mas era de Rin.

Apoiava o joelho no parquê do quarto de Rin e deixava seus olhos na mesma altura do que os de Rin. 

— Rin. - Não era de se repetir, mas quantas vezes já repetirá aquele pequeno nome? — Rin...

Com a garra do indicador, pegava-lhe gota a gota das lágrimas e logo ela não chorava mais, embora a dor se fizesse presente naqueles olhos infantis. Embora fosse privado de sentimentos, algo em seu peito sempre se remexia quanto tinha a ver com Rin. Havia sentido no dia que encontrou Rin morta. A pequena humana sempre fedia a dor e desespero... Mas mesmo quando rosnou para ela, ela não havia desistido. E quando ela lhe sorriu, queria retalhar quem havia lhe quebrado um pequeno dente. Nunca havia tocado em filhotes. Sejam de humanos ou youkais. Não era covarde. Fechava os olhos e rosnava ao lembrar de quando a perdeu para o inferno... E que se não fosse por ela, Rin estaria morta.

Lentamente, pegava a pequena humana no colo e se admirava ao ver o quão leve estava. Rin nunca havia sido muito pesada, mas agora não pesava nada. Cuidadosamente, empurrava o leve cobertor para fora da cama e se deitava com ela ali, ela sobre seu colo e a cabeça aninhada em seu pescoço. Rin havia fechado os olhos e parecia ter adormecido novamente. Rara as vezes que ficava acordada por mais de dez minutos...

Olhava a camisola azulada de Rin e as pernas dela. O olhar se perdia nos hematomas e sentia vontade de rosnar. Ele havia mencionado que Rin, na queda, acabara por bater-se contra galhos e talvez até contra algumas pedras.

Olhava para os braços cobertos de Rin e sabia que havia cortes ali, mas nada muito grave. O que ainda lhe preocupava era a febre que não descia e o enorme ferimento no pescoço. O capitão havia dito que o youkai controlará as ondas de purificação de Rin e ela ficará presa nas garras dele. Não acreditava que Rin fora controlada a se jogar. Tinha certeza que fizera aquilo para sobreviver.

A respiração baixa da humana lhe fazia uma leve carícia na parte exposta do pescoço.

Segurava Rin com um braço e o outro tirava os longos cabelos do machucado do pescoço. Não havia sinal de infecção, mas sabia que não demoraria muito a vir. Olhava o machucado e se perguntava se sua saliva ajudaria em algo, se tivesse uma pequena chance de a ajudar... 

Levava os lábios até a região acima do machucado e depositava um pequeno beijo. Rin se remexia e fazia um som choroso, mas ainda repousava. Aproximava os lábios na borda do ferimento e o lambia levemente, ela se remexia mais e gemia de forma dolorosa. Se afastava o suficiente para olhar e notava que aos poucos ia se curando, lentamente. Quando parava de curar, repetia o gesto mais duas vezes e parava. Estava preocupado de como Rin se remexia e chorava. Olhava para o rosto da humana, os olhos apertados e os lábios em uma linha reta, brancos.

O pior já havia se curado e agora somente esperaria por ela acordar. O machucado ainda estava lá, mas menos grave do que antes. Rin não correria mais risco de vida. Abraçava Rin com força e rosnava baixo. Nunca havia imaginado que chegaria tão perto de perde-la.

Não importa quem os visse, não a soltaria.

~~

Não sabia por quanto tempo havia repousado desta vez, mas quando acordou se sentia realmente presa a correntes... Abria os olhos lentamente e um mar de longas madeixas brancas lhe tocavam o rosto. Sesshoumaru. Olhava para o que a prendia e as marcas arroxeadas do pulso lhe alertavam que ele a segurava. Se remexia e ouvia um som leve vindo do daiyoukai. Olhava para ele rapidamente e gemia de dor, levando a mão até seu pescoço e seus dedos tocavam cascas de machucados. Antes, mal conseguia respirar e agora conseguia até se mexer. Olhava o daiyoukai que a encarava, a expressão tão controlada como sempre fora. Sorria para ele.

— Eu me sinto melhor... 

Ele assentia, ainda a olhando.

— Porque estou no seu colo? - Olhava para as mãos do daiyoukai e se perguntava se algum dia poderia segura-las.

Ele nada respondia.

Voltava a olhar para ele.

— Lorde Sesshoumaru.

Nada.

— Senhor Sesshoumaru! 

Praguejava baixo. Se remexia e ele a apertava, impedindo-a de se mover. Olhava para ele de modo zangada, mas logo o cansaço tomava conta de seu corpo e ofegava. 

— Sesshoumaru.

— Rin.

O tom que ele havia usado a fazia se encolher e gemer baixinho.

O rosto do Daiyoukai se transformava e parecia não haver muralha alguma. A preocupação havia sido substituída por alívio.

O daiyoukai se erguia com Rin no colo, o que a fazia arregalar os olhos. Quando era depositada levemente sobre a cama, se sentava e esticava os braços. Ele, por sua vez, virava as costas e caminhava até a porta.

— Meu Lorde... - Ele parava, mas não a olhava. — Pode ficar?

Ele a olhava por sobre o ombro e dizia um "preciso resolver isso" e saia. 

Por algum tempo, ficava a olhar a porta por onde ele havia passado.

Porque ele havia se deitado junto com ela? Porque a segurava entre os braços? Não conseguiria parar de pensar nisso.

~~

Caminhava até o escritório e mandava ondas de energia para o Capitão se juntar a ele. Havia saído de perto dela por medo de que poderia fazer a ela. Se sentava na poltrona e tentava se focar nos papeis a sua frente, mas não conseguia. Não fazia ideia de quem poderia ter ferido Rin...

Olhava a sua frente e o Capitão estava ali.

— Meu Lorde. - Assentia a reverência do mais novo e o indicava para se sentar. 

Aqueles olhos azuis estavam tão frios que faria qualquer outro youkai se curvar a ele, de medo.

— Algo...?

Observava o youkai se remexer, não de desconforto mas porque retirava pergaminhos da vestimenta. Ele a abria sobre a mesa e mostrava um mapa, onde havia o nome de Rin e logo notava que a movimentação que ele usará era bem precisa. Visualizava na mente, Rin tentando se soltar e não conseguia. Conseguia ouvir o grito de Rin...

Se controle!

— E aqui, - O capitão indicava uma caverna. — era a tumba de um youkai dragão antigo. Nossos patrulheiros foram ao local e encontraram corpos humanos...

Sesshoumaru o olhava.

— E todos eram monges ou mikos. - Os olhos azuis do Capitão ficava rapidamente vermelho e voltava ao normal. — São recentes. 

O Capitão parecia ansioso, olhava para os lados e então sussurrava.

— Ele precisa de uma miko tocada por um youkai poderoso.

Não ousaria a perguntar o motivo.

— O mais estranho é que não precisa ser marcada, Meu Lorde. - Ele voltava a se sentar. — Ele cria forças através dos poderes de purificação ou exorcismo. Mas a ultima, precisa ser poderosa e tocada.

Rin não era marcada. Mas havia sido tocada por youkais. Não chegava a ser corrompida, mas havia cheiro de youkai nela. Havia o cheiro dele impregnado nela. E era tudo o que ele precisava.

— O sangue que ela perdeu o fortalece?

O Capitão negava.

— De modo algum. Ele precisa de carne e sangue dela. Tudo. Não uma pequena parte, como aconteceu. - Ele cruzava os braços e passava a pensar. — Ele tem poder de controlar Rin, Sesshoumaru.

Rosnava alto.

Sentia sua visão mudar e o youkai a sua frente não se afetava.

— Você precisa de alguém para marcar Rin. Ele pode fazer com que ela te ataque ou... - Os olhos azuis ficavam tristes.

... Pode fazer com que ela vá até ele.

— Onde ele esta? 

Ele negava.

— Não sabemos... Mas Meu Lorde, Rin precisa de alguém forte para anular o pode dele.

O olhava, prendendo o rosnado na garganta. 

— O conselho pode estar envolvido nisso... Houve muita movimentação quando Rin foi atacada. E agora eles querem uma reunião sobre ela... Eles pretendem arranjar um macho para ela.

Jogava a mesa longe.

— Pode lhes avisar que se tocarem em um fio de cabelo de Rin, matarei todos!

Saitou olhava as garras e bufava de leve. Também estava de saco cheio do conselho e sabia que Sesshoumaru jamais entregaria Rin. 

— Sei que tem planos de marca-la. Se apresse.

Olhava para o youkai a sua frente, a mesa atirada contra a parede.

Passava pelo youkai e caminhava  pelo longo corredor, olhava as escadas que daria para o corredor dos próprios aposentos e o dela... Caminhava até o quarto de Rin. Não iria marca-la... Ela morreria!


Notas Finais


Ps: "ela" a quem Sesshoumaru se refere é sua mãe.
Saitou parece intimo de Sesshoumaru, já que ele usa modo informal e formal para tratar com Nosso Lorde. E ele não tem medo de Sesshoumaru.
Quero comentários e opiniões.
E se for tão bom quanto ontem, postarei outra rápido.
Ate breve.
Ciao, ciao.


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