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História I still love you - Eu amo você e sentirei saudades.


Escrita por: calzonatr_

Notas do Autor


Boa tarde meninas. Como estão sendo as festas de fim de ano?
Não iria mais voltar esse ano para escrever, mas fico com saudades de postar aqui e por isso voltei com mais um cap para vocês.
Espero que todos estejam curtindo bastante as férias e curtam também esse cap.
Um beijo em todas e até a próxima.
Ps: me desculpem por algum erro, pois não revisei o cap.

Capítulo 81 - Eu amo você e sentirei saudades.


Callie  

 

 

Existem raras vezes em que parece que o mundo conspira a seu favor e, é tão maravilhoso quando isso acontece. O universo colabora com a sua felicidade, as coisas se acertam e tudo parece funcionar. E tudo isso é culpa de uma única responsável, a qual lhe trazia os melhores momentos e as mais sinceras alegrias, Arizona. Encontrava-se muito feliz só por ter a chance de viver os melhores momentos de sua vida novamente ao lado de sua mulher e por sentir-se tão especial graças a ela, e pela segunda vez ao seu lado tem sentido novamente que a felicidade estava de volta de uma forma diferente, pois ela tinha sido feita para ela e Arizona.  

 

Por vezes em seu quarto em Nova Iorque pensava que não tinha nascido para ser de alguém, para ser amada s para ter um abraço para chamar de lar. Era chato quando passava tanto tempo sozinha em seu quarto em uma noite fria, esquecida e sozinha, sem sentir aquele famoso frio na barriga, aquela ansiedade e alegria de saber que existia alguém ao seu lado para dividir os melhores momentos. Se sentia travada, murcha e sozinha, até o dia do aniversário de sua filha.  

 

 

 Minha cabeça! --- geme com dor levando uma mão ao lado esquerdo. — Temos mesmo que nos arrumar?  

— Amor, você ainda nem levantou da cama. --- oferece um copo d'água com um comprimido. — Tome, vai te fazer bem. --- avisa. — Você tem meia hora para levantar da cama, tomar seu café e um banho.  

— Ainda tenho que arrumar minha mala. --- olha para o lado e estranha a mala em pé sem nenhuma roupa por cima. — Ops....  

— Já fiz isso por você. --- senta na mesa do quarto onde o café já estava posto. — Agora venha tomar café da manhã com sua esposa. --- a chama com o indicador puxando a cadeira ao seu lado.  

— Medo de comer esses ovos mexidos e acabar colocando tudo para fora. --- resmunga levantando devagar e sentindo a cabeça latejar. — Por que você me deixou beber tanto? --- geme ao sentar na cadeira.  

— Você merecia beber, se divertir... --- corta um pedaço de bolo de cenoura e pega um pedaço com seu garfo. — Pena que dormiu, né? Me fez tantas promessas... --- sorriu. 

 Desculpa. --- encolheu os ombros, culpada. — Eu só lembro que estávamos no cassino e ganhamos uma boa grana. --- toma um gole considerável de café o sentindo queimar ao descer por sua garganta. — Temos que voltar aqui depois que as meninas nascerem, assim poderemos virar a noite na rua.  

— Se eu não tivesse te arrastado para fora da boate ontem, aposto que estava dormindo dentro do carro. --- zomba sentindo o ombro da mulher lhe empurrar para o lado. — Você estava rindo à toa. É tão hilária quando estar bêbada.  

— Nunca mais eu vou beber na minha vida. --- declara comendo lentamente seus ovos mexidos no prato. — Isso não é vida... 

— Aham, acredito. --- beija a bochecha da morena que faz manha pedindo para Arizona massagear seus ombros depois do café da manhã. 

 

 

Depois de acertarem a conta no hotel, pegaram um táxi e seguiram para o aeroporto. Mark tinha mandado uma mensagem avisando que quem as pegariam no aeroporto seria Lexie, pois ele estaria ocupado na hora do almoço. Enquanto olhava pela janela do carro, um sorriso se formou em seus lábios. O final de semana ao lado de Arizona, sua e novamente esposa tinha sido mais que incrível. Virando para o lado oposto observou a loira com um vestido longo e florido, e de sandália nos pés, era poucos os momentos que a via assim já que nem sempre usavam aquele tipo de peça em Seattle, a não ser no verão. A puxou pelo ombro, estava entretida em seu celular conversando com April por mensagem e a fez recostar-se em seu ombro e beijou a lateral de seu rosto. Seu sorriso a encantava, o olhar a fazia se apaixonar mais a cada dia, seu abraço quentinho lhe acolhia e seus beijos a envolviam com amor. Meses atrás Arizona tinha prometido que iria melhorar por ela, tinham que reconstruir algumas coisas que no início pensava que iriam ser fáceis de lidar. Mera desilusão. Agora tinham mudado para melhor e sua atenção e paciência a fazia se sentir amada e importante.  

 

 

Durante o voo para casa, conversavam sobre a pequena viagem com um significado magnífico para das duas. Casadas e realizadas sorriam relembrando os acontecimentos, lugares que visitaram e Callie fazia questão de manter seus dedos entrelaçados com os da mulher ao seu lado que continha um sorriso mágico nos lábios. Para as duas estar casadas novamente depois de tanta confusão e desentendimento era uma guerra vencida e não queriam mais olhar para trás, mas sim seguir em frente com a família que estava aumentando e a felicidade em ter mais duas meninas deixavam as duas em êxtase. 
 

Ao seguirem para o desembarque, Lexie esperava por elas com um lindo sorriso verdadeiro no rosto. Cumprimentaram-se com beijos e abraços e a latina questionou o porquê o amigo não ter ido buscá-las, e foi informada com deboche que o homem estava preparando o almoço para recebê-las. Arizona perguntou sobre a ausência da filha e com um semblante fechado Lexie a informou que a menina estava chateada com a irmã e esperava por suas mães em casa. 
 

Conversando sobre como tinha sido a viagem, caminharam para o estacionamento do aeroporto e quando Lexie destravou as portas e Arizona foi abrir a porta de trás, soltou um grito quando a filha propositalmente soltou um “BUH” assustando Callie que estava ao seu lado e a morena levou as mãos as costas da mulher para que evitasse sua queda ao chão. 
 

 

 Sofia!! --- a loira levou a mão esquerda ao peito sentindo-o disparar ficando com as bochechas vermelhas. — Calliope, eu vou matar a sua filha. --- avisou escutando a risada alta da adolescente que saiu do carro abraçando-a. 

 Vocês pensaram mesmo que eu ia deixar de vir?? --- a miniatura de Callie fez graça abraçando suas mães que estavam mortas de saudade. 

 Garota, um dia você vai matar a sua mãe. --- Callie a apertava quase sufocando a filha que pedia para ser solta de seus braços. 

— Eu não tenho nada a ver com isso, ela falou que iria fazer uma surpresa para as duas ficando aqui no carro. --- sorrindo Lexie abriu a porta mala para que guardassem suas bagagens. 

— Mas que bela surpresa... -- irônica a latina deu um peteleco no nariz da filha que formou uma careta em sua face sapeca. 

 Mas me contem: como foi Las Vegas? --- Sofia perguntou voltando para dentro do veículo quando Lexie informou que já poderiam ir para casa. 

 

 

 

No caminho para a casa de seus amigos, Lexie contava sobre a novidade que Riley tinha trazido para casa. Pelo que a amiga lhe contou, Mark não estava muito feliz com a escolha da filha de se casar com um homem que ele mal conhecia. Sofia também contou em detalhes sobre a briga com a irmã recebendo repreensão pelo seu comportamento na casa do pai. Callie sabia que as duas não se davam muito bem e isso foi só aumentando quando sua filha entrou na adolescência e a mais velha começou a implicar só para irritar a filha, que era pavio e lhe lembrava alguém muito parecida o quanto. Pelo menos já estava de volta e em um momento oportuno, em casa, conversaria com calma com Sofia. Contaram também algumas curiosidades para Sofia e Lexie sobre a cidade. Grey já tinha visitado alguns lugares com Mark e em um futuro próximo precisavam fazer uma viagem todos juntos para aquele belo lugar que tinha diversão de sobra para todos os gostos. Ao chegarem em frente à casa dos Sloan, deixaram as bagagens no carro e Arizona reclamava que já estava sentindo fome e precisava almoçar urgente. Sofia abriu a porta da sala e quando o casal passou por ela foram recebidas por todos os amigos que estavam ali para uma surpresa já que não tinham feito festa de casamento. Com muitas felicitações sobre a nova fase de suas vidas, agradeciam aos amigos que tinham tirado o domingo para estarem juntos comemorando mais uma etapa ganha de suas vidas. 

 

 

 Sejam bem-vindas, casal! --- April vem saltitante na direção delas assim que Sofia abre a porta da casa do pai. 

 Mas que bagunça é essa? --- Callie pergunta assim que abraça a ruiva que volta a dar atenção para a barriga de Arizona.  

— Já que vocês não deram nenhuma festa de casamento, resolvemos dar uma para vocês. --- com dois copos de cerveja na mão, Cristina lhe entrega um. — Sorte de vocês que somos bons amigos. --- exclama.   

— Quando foi que você voltou criatura? --- toma um gole de cerveja que estava gelada e no ponto.  

— Ontem à noite. --- responde cumprimentando Arizona que era paparicada pelas amigas. Cristina estava de viagem pela Europa dando milhares de palestras e ensinando todo o conhecimento adquirido. Vivia viajando pelo mundo e amava seu trabalho.  

 Amor, você não disse que nunca mais iria beber? --- a loira fala debochada e ela ergue o corpo se rendendo.  

— O que fazemos ou dissemos em Vegas, fica em Vegas. Okay--- murmura indo para os fundos da casa onde entra o restante de seus amigos. A casa estava lotada, as crianças na sala faziam uma bela bagunça e Henry tentava lidar com um Dom irritado por querer ficar atrás das crianças. O pequeno filho de Teddy já engatinhava tudo e era um anjo de menino.  

 

Tinha ficado encantada que os amigos armaram um almoço para comemorar o recasamento dela e de Arizona. Naquele meio encontrava pessoas com suas inúmeras qualidades e defeitos, mas o que importava era que se tratavam como uma família de verdade. Estavam sempre prontos para se apoiarem em tudo, nos momentos felizes e nos mais difíceis. A vida era simples quando olhava para o redor e via o enorme grupo conversando, soltando belas gargalhadas e bebendo. Agora três crianças chegariam para encher mais a casa. Tinha Fred, que nem tinha nascido e Karev já estava preocupada com a faculdade que o filho iria fazer e Laura e Alice que completariam a felicidade da família Robbins Torres.  

 

— Preciso falar com você em particular. --- Alex murmura para Arizona que levanta com o prato em mãos indo para o interior da casa.  

 Ah, não Karev. É nossa folga... --- o homem diz que o assunto era importante e some com sua mulher.  

— Já viu a cara do sujeito? --- Mark senta ao seu lado olhando para a filha e o noivo que conversavam com Tuke e a namorada em uma mesa. — Que cabelo é esse? --- fala indignado.  

 Ele mora em San Diego né Mark? Surfista... você sabe. --- segura o riso para o amigo que estava com um semblante irritado.  

 Riley não poderia trazer outra pessoa para eu conhecer? --- reclama bebendo sua cerveja. — Agora me vem com esse papo de casamento e uma aliança no dedo. Eu nem conheço esse cara.  

— Pega leve meu amigo. --- toca os ombros do homem ao lado. — Se esse for o homem certo para ela, que bom. Se não for... paciência. --- pondera.  

— Você tinha que ver a cara desse tal de Max quando chegou aqui e me cumprimentou: e aí meu chapa? --- faz aspas com os dedos e Callie não se contém e acaba soltando uma gargalhada. — É sério Calls, de onde ele saiu? --- maneia a cabeça desacreditado. 

— Deixa eles, são jovens. --- volta a rir vendo o amigo respirar fundo. — Agora deixa eu te contar o quando de dinheiro eu ganhei no cassino. --- se ajeita na cadeira e começa a contar para o amigo as aventuras em Vegas.  

 

 

Depois de muita bagunça de bate papo, entraram no apartamento e Sofia soltou Jade que correu pelo espaço animada por estar de volta em casa. Depois de tomarem um banho, mostraram as coisas das bebês que tinham comprado para Sofia e lhe entregaram alguns presentes para a adolescente que muito agradecida, pulou no colo da latina já que em Arizona ela devia ter mais cuidado. Aos poucos compravam roupinhas, sapatinhos, acessórios e o mais pesado comprariam quando o quarto tivesse pintado e aí o projeto seria colocado em prática junto com o enxoval completo.  

 

A morena não tinha noção como seria ter duas recém-nascidas em casa, tendo que dar suporte para Arizona e atenção para as bebês e Sofia. Sua sogra ficara de ir para Seattle assim que as netas nascerem, mas não ficaria para sempre o que era uma pena, pois só de pensar no trabalho que dariam, ter alguém mais velha com uma experiência incrível era bem melhor e mais seguro. Arizona lhe dissera que nos primeiros meses não queria babá, ela mesma daria conta do recado junto com sua mãe que ficaria pelo menos os dois primeiros meses em sua casa. Mas e depois? Sofia estudava e tinha suas coisas para fazer, ela tinha seu trabalho para dar conta e nem sempre estaria em casa para ajudar sua mulher. Até lá torcia para Arizona mudar de ideia, ou ela ia surtar quando as filhas resolvessem chorar ao mesmo tempo, o que não era impossível.  

 

 

— O que você e o Alex tanto conversaram quando chegamos e ele te arrastou para o canto da sala? --- deitada ergue os olhos do livro que lia quando Arizona entra no quarto tirando seu robe e o colocando em cima da pequena poltrona. 

— Adivinha--- suspira deitando ao lado da morena que franziu o cenho ouvindo seu suspiro. — Recebemos um e-mail para uma convenção mês que vem. Como estávamos em lua de mel ainda não tinha visto, mas abri lá no Mark e adivinha? Me convidaram ainda para eu dar uma palestra sobre cirurgia fetal. --- ajeita os travesseiros deitando de barriga para cima. — Como me convidam um mês antes para eu dar palestra? No mínimo deveria ter sido avisada há 3 meses atrás--- reclama. — Esperam minha resposta na segunda, no caso amanhã. --- murmura em ironia.  

— Quando eu estava em Nova Iorque e tive que ir para Los Angeles, fui avisada quinze dias antes. --- lembra da falta de organização de alguns eventos que fora convidada. — É um absurdo, e ainda querem que a gente arrume nas pressas um espaço em nossa agenda. 

— Eu fico tão irritada com essas coisas. É como se fizessem assim: olha fulano não poderá estar presente, vamos pegar essa loirinha aqui pra tampar buraco. --- pega seu celular abrindo outros e-mails que tinha deixado passar já que passará o final de semana longe e não estava atualizada. 

— Você não vai tapar buraco, Arizona. Se te convidaram é porque você tem potencial amor. --- deixa o livro de lado e acaricia a barriga da mulher por baixo do lençol. — Mas quando vai ser isso? Quantos dias? --- questiona. 

— Segunda semana do mês que vem em Atlanta. Você sabe, vai ser um final de semana e incluirá tudo sobre mamãe e crianças. --- lia com atenção sobre o tema que deveria estudar para dar sua palestra. — Pelo menos o cache é alto. --- solta uma risadinha. 

— Vai ser horrível ficar um final de semana inteirinho sem você, amor. --- aconchega-se ao lado da loira beijando seu ombro. — Você estará com quatro meses, acha que vai ser seguro? Vou falar com a Addie e ver o que ela acha. 

— Addison com certeza irá, vai ter a aérea da obstetrícia. Charlotte também deve ir. --- afirma. Não era a primeira vez que encontrava as mulheres em alguma convenção. Sempre se esbarravam apesar das aéreas serem diferentes. 

— Só viajará se eu tiver certeza que você está bem para isso. --- não gostava de imaginar Arizona passando mal longe dela, sem que ela pudesse fazer nada. 

— Minha médica estará presente, qualquer coisa eu peço uma consulta particular, amor. --- solta um gritinho quando sente um belisco em sua coxa. — Você é má sabia? --- o cinismo na voz era evidente e Callie morde seu braço. — Eu sou uma mulher grávida e indefesa, você não pode ficar judiando da mãe das suas filhas. --- declara travessa. 

— Cínica. --- semicerra o olhar para Arizona antes de levantar e guarda seu livro no aparador da cama. — Eu senti muito bem o duplo sentido nessa sua frase. --- murmura trancando a porta do quarto e desligando a luz. --- agora quietinha que ainda não deu meia noite e por isso ainda estamos em lua de mel. --- avisa. — Preciso que você seja silenciosa, caso não aconteça, nossa filha vai reclamar novamente. 

— Eu sou sempre silenciosa. --- sente a latina encaixar uma das pernas no meio de suas coxas. — Você que é barulhenta. --- sente uma das mãos da latina subindo a blusa de seu pijama e massageando um de seus seios enquanto os lábios quentes e molhados passeavam por seu pescoço a fazendo arfar.  

— Vamos ver então. --- toma os lábios da loira para os seus fazendo-a gemer em sua boca e se perdem em mais uma noite de amor.  

 

 

 

O mês tinha se passado rápido. E nele teve que lidar com a preparação completa do quarto de suas filhas, do estresse de Arizona para a decoração do quarto já que queria tudo basicamente bem neutro e seus gostos eram completamente diferentes, e a mulher começava a ter seu belo formato de barriga de quem esperava por gêmeas. Os enjoos dela já não eram tão frequentes e mesmo assim seu horário continuava o mesmo, só iria trabalhar na parte da tarde e aproveitaria a manhã em casa e ainda tinha sua aula de pilates que Callie fazia questão de acompanhá-la sempre que possível. 
 

 

Há semanas atrás Arizona tinha a avisado que recebera um convite para dar uma palestra em uma convenção em Atlanta e a princípio a morena não tinha gostado da ideia da mulher viajar grávida para uma outra cidade sabendo do seu problema com aviões. Karev estaria presente também ao evento que reuniria todos os especialistas em maternidade envolvendo todas as aéreas. Ficar longe de Arizona era sempre um desafio, não conseguia dormir longe da sua mulher e sabia o porquê disso tudo, era dependente do corpo e do cheiro da loira agarrado ao seu para ter bons sonhos. 
 

 

— Me promete que vai se alimentar direitinho e não vai comer muita besteira Arizona? --- com as mãos nos dois lados da nuca da loira encara os olhos azuis cintilantes encarando os seus castanhos.  

 Eu é quem deveria falar isso para você, não? Minha alimentação sempre foi correta Dra. Torres. --- com uma piscadela aperta mais o enlaço de seus braços na cintura da morena. Odiava despedidas, ainda mais quando era de Callie.  

 De uns quatro meses para cá, você tem estado meio louca. --- arregala os olhos fazendo uma cara de espanto e rindo logo em seguida, amava implicar com Arizona.  

 Grávida você quis dizer né? --- semicerra o olhar para a morena que confirma imediatamente, mas não consegue segurar a gargalhada gostosa.  

— Isso dói sabia? --- reclama ao sentir um pequeno belisco ao lado esquerdo de sua cintura e com uma das mãos esfrega o local.  

— Sabia--- resmunga levando os lábios para os da morena. — Eu amo você e sentirei saudades. --- declara ainda com os lábios encostados com o dela.  

— Como vou ficar duas noites sem você amor? --- fala com pesar a apertando pelos ombros e cheirando a pele abaixo de sua orelha.  

— Você poderia ir comigo e quando eu chegasse no hotel você me receberia da melhor forma possível: nua e com um prato de comida na mão. --- solta uma piscadela depois da grande imagem que se formou em sua cabeça.  

— Arizona! Você sempre me surpreende. --- com um último beijo nos lábios da loira e outro na barriga falando com voz fina com suas filhas, se despede da mulher a deixando com Karev.  
 

 

 

Após deixar Arizona no aeroporto junto à Karev, foi para o trabalho onde teria um dia puxado e com cirurgias programadas difíceis, mas não impossíveis. Jô já tinha entrado de licença com seus oito meses de gravidez e ficaria em sua casa já que Karev tinha viajado com Arizona e não queria sua mulher sozinha em casa. Sua relação de amizade com Jô tinha aumentado durante os últimos meses que trabalhavam juntas, agora eram confidentes e Callie não via mais a mulher sendo apenas uma bela profissional, mas também como uma bela amiga. 
 

 

 Hey, Teddy! --- a latina encontrou a loira indo para o estacionamento ao final do expediente. — Você conseguiu falar com a Arizona? Mandei mensagem e nada dela me responder. --- entortou os lábios. Odiava quando Arizona não visualizava suas mensagens ou não atendia suas ligações. 

 A mim ela também não respondeu, mas Karev avisou que já tinham chegado e com certeza ela deve estar dormindo ou o celular encontra-se descarregado. --- tenta tranquilizar a morena preocupada ao seu lado. Sabia que Callie não gostava da ideia de Arizona viajar sem ela, mas era preciso pois fazia parte de suas profissões. 

 Deve ser isso, eu vou tentar falar com a Addie... --- respira fundo procurando o contado de sua amiga e leva o celular a orelha. — Tenha uma Boa noite Teddy, mande um beijo no Dom e no Henry. --- se despede da loira indo para seu carro escutando os resmungos da amiga do outro lado da linha. 

 Tem que ser algo muito importante para você estar me ligando a essa hora. --- Callie sorrir com o tom bravo e preguiçoso da ruiva e liga o carro que ganha movimento e deixa o celular no suporte colocando-o em viva voz. 

 Boa noite para você também, melhor amiga. --- debocha e gargalha ao ouvir xingamentos da mulher. — Addie eu preciso saber da Arizona, ela não atende minhas ligações e nem responde minhas mensagens--- murmura sem tirar os olhos do tráfego na rua. Sorte era que ainda estava no apartamento e não precisava dirigir muito até em casa. 

— Se eu já estava dormindo, Arizona deve estar no quinto sono. Palestras muito cansativas as de hoje à tarde, saímos de lá e ela junto à Karev e Charlotte, fomos jantar e depois cada um foi para seu quarto. --- explica resumidamente como tinha sido o dia deles e a morena relaxa um pouco por saber que a loira já estava em seu quarto e não na rua. — Deixa sua mulher respirar um pouco, mulher grudenta. --- caçoa Addison levando-a a gargalhada. 

— Eu não sou grudenta. --- defende-se já chegando perto de seu apartamento. — Só fico preocupada porque a Arizona só mandou uma mensagem que já tinha chegado, e isso foi no início da tarde. 

— Agora que você já sabe que ela deve estar domingo, você pode me deixar fazer o mesmo melhor amiga? --- deboche bocejando e a morena faz uma careta ao estacionar o carro já no estacionamento de seu apartamento. 

— Vai dormir vai... depois a gente se fala. --- se despedem e pegando sua bolsa, saindo veículo e vai em direção ao elevador. 
 

 

Jô já se encontrava em seu apartamento e fazia companhia para Sofia. As duas já tinham jantado e estavam no sofá vendo qualquer capítulo de uma das séries que Sofia assistia. Depois de cumprimentar as duas folgadas no sofá que lhe avisara que tinha comida no forno, a morena segue para seu quarto onde toma um belo banho relaxante e logo depois vai para a cozinha esquentar sua janta e senta-se também no sofá onde iniciam uma conversa calma sobre como tinha sido o dia delas. 
 

 

Lendo alguns artigos em seu celular a meia luz do quarto, encontrava-se perdida concentrada em sua leitura. Sofia dormia ao seu lado no lugar que era de sua mãe já que Jô estava usando sua cama no quarto ao lado e Jade claro não deixou de acompanhar a filha e dormia em sua caminha no chão do lado em que Sofia estava deitada. Era uma puxa saco sem fim. Sentindo o celular vibrar em suas mãos, observa a foto de sua mulher sorrindo aparecer na tela e levantando apresada da cama, abre a porta do quarto logo fechando-o atrás de si e atende à ligação que tanto esperou o dia inteiro. 

 

 

— Oii amor. --- atende à ligação de Arizona enquanto caminha para o balcão da cozinha americana recostando-se em um dos bancos.  

 Hey, vida!! Me desculpa não ter atendido suas... quinze ligações, eu dormi assim que cheguei aqui no quarto do hotel depois da palestra. --- Callie revira os olhos pelo exagero do número de chamadas perdidas. Não chegava a ser quinze, apenas umas quatro e talvez mais duas...  

 Rá! Não foram quinze. --- escuta a risada da loira do outro lado e seu coração aperta de saudades. — Você está bem? Já se alimentou? Não vai dormir sem comer nada, Arizona.  

— Okay, mamãe. --- brinca gostando da preocupação de sua morena. — Já pedi serviço de quarto e estou aguardando minha comida. Como foi seu dia e o da minha franguinha? Ela á está dormindo? --- recosta-se entre os travesseiros cruzando as pernas.  

 Eu trabalhei tanto hoje, amor... estou cansada, mas estava esperando um sinal de vida seu para dormir tranquila. --- comenta abrindo a geladeira e pegando sua garrafa d'água. — Sofia reclamou que você não mandou notícias, está dormindo na nossa cama já que Jô está dormindo no quarto de hóspedes.  

— Eu vou mandar uma mensagem para ela depois. Agora você já pode ir dormir sossegada que sua mulher está bem. --- abre seu notebook ao lado para poder revisar sobre a palestra que daria no dia seguinte. — Agora eu tenho que ir amor, vou estudar um pouquinho... --- avisa.  

— Vai lá marrentinha, arrasa! --- odiava aquela distância. Odiava só escutar a voz de Arizona e não tê-la ao seu lado. — Vai dar tudo certo e aposto que todos irão gostar de ouvir a melhor especialista fetal do mundo comandando a melhor palestra.  

— Do mundo Calliope? Você enche muito a minha bola. --- sorrir e logo se despede com milhares de declarações de amor, carinho e a bendita saudade. 
 

 

 

No sábado, acordou um pouco tarde, mas as mulheres da casa ainda encontravam-se dormindo. De pijama e chinelo nos pés, foi preparar o café da manhã da manhã regado de panquecas, ovo mexido e preparou chocolate quente para Jô que amava beber com chantilly. A primeira a acordar foi sua amiga, sorrindo contida desejando um bom dia, sentaram na mesa e Wilson agradeceu pela bela mesa feita por ela. Conversam sobre Karev e Arizona que estavam em Atlanta e voltariam no domingo, ambas não gostavam de ficar longe de seus parceiros, mas também não ficariam o dia todo dentro de casa se enchendo de comida. 
 

 

 Podíamos chamar a Lexie e dar uma volta no shopping depois de almoçarmos. O que acha? --- cortando sua panqueca a morena dar a ideia para Jô que concorda prontamente. 

 Mas nada de andar muito, parece que a cada passo os meus pés incham mais. --- reclama bebendo seu chocolate quente ficando com a boca suja de chantilly. — Isso aqui está muito bom, já pode casar... --- brinca. 

— Aqui em casa eu faço mais para mim, as outras duas são mais viciadas em cafeína que eu. --- declara e observa a porta de seu quarto abrir e uma Sofia com olhos pequenos, pijama azul claro e pantufa de unicórnio nos pés surge indo em direção à mesa do café da manhã. 

 Bom dia! --- resmunga sentando e reclama que a cachorrinha estava puxando sua pantufa para brincar. — Jade, você tem seus ursinhos. Por que não brinca com eles? --- olha para baixo onde a cachorrinha tentava tirar a pantufa de seus pés. — Ela nunca me obedece quando o assunto é brinquedos. 

— Mas quando a Arizona fala, Rá! O rabinho chega a encolher. --- Callie rir sabendo que bastava uma olhada séria da loira para o pequeno animal e Jade obedecia. 

 Também com um olhar daquele até eu obedeço. --- Sofia declara e Jô solta uma risada dizendo que teria que aprender alguns truques com Arizona para educar Nick, seu filho. 
 
 

 

O sábado passou rápido e divertido. Sofia tinha saído com suas amigas e depois iria direto para casa de seu pai para dormir lá e passar o domingo com ele e seus irmãos. A latina, Jô e Lexie almoçaram juntas onde conversaram bastante sobre seus filhos e claro, sobre cirurgias. Depois do almoço passaram em algumas lojas onde não só compraram coisas de crianças, mas também para elas. Callie sabia que Arizona não estava tão confiante com seu corpo de grávida e resolveu que iria fazer um agrado a sua mulher levando lingeries da cor que ela gostava, vermelho. Se tinha uma cor que a deixava em transe quando Arizona vestida, era vermelho. O contraste forte com os olhos azuis da loira fazia a morena sentir-se petrificada e jurava que Arizona poderia arrancar qualquer coisa dela vestindo uma lingerie como aquelas que estava levando. 
 

 

 — Oii, minha linda. --- atendeu a chamada de vídeo e quando a imagem da loira com um coque desarrumado apareceu na tela, abriu um grande sorriso.  

— Hey, amor. --- o sorriso verdadeiro da latina fazia seu coração derreter.  

 Como passou o dia? --- pergunta vendo Arizona caminhar pelo quarto e logo ver a mulher se ajeitar na cama. — Que carinha é essa? Está muito cansada? Hoje sai com Jô e Lexie e compramos várias coisinhas para os nossos bebês. 

— Calliope, eu estou muito cansada. Addison e Karev me chamaram para jantar fora, mas eu só quero dormir. Talvez peça um serviço de quarto. --- faz uma careta e passa uma das mãos por cima de sua barriga avantajada. — Depois eu quero ver o que comprou para nossas filhas. --- informa.  

 E como foi sua palestra? Aposto que foi um sucesso. --- leva um saquinho de amendoim a boca mastigando fazendo um barulho levemente irritante.  

— Foi ótima. As pessoas gostaram muito e recebi muitos elogios. --- alegre, conta alguns detalhes sobre a palestra e estava orgulhosa de si mesma por ter feito um excelente trabalho.  

— Essa é minha mulher, o orgulho da família. --- brinca vendo a loira mostrar-lhe a língua e solta uma risada.  

— Boba--- declara relaxando as pernas. Tudo que mais queria era uma massagem da latina.  — Jô não está aí com você? 

— Aquela grávida, mau humorada, me deixou sozinha e foi dormir. Ela longe do Alex fica impossível. --- resmunga por estar sozinha vendo um filme no sábado à noite.  

 Eu estou com saudades. Se eu não tivesse muito cansada, poderíamos fazer algumas coisas quentes por chamada de vídeo. --- solta uma piscadela sabendo que as palavras mexeriam com a morena do outro lado.  

 Não me tente, Arizona. Eu odeio essa distância. --- bufa pegando a taça de vinho que encontrava se no aparador da cama.  

 Pera, amor. Estão batendo na porta. Será que é o Alex? Ele está aqui no mesmo andar que eu. --- levanta da cama e descalça caminha até a porta. —Ah, oi Charlotte.  --- cumprimenta sua médica que tinha uma sacola em mãos. — Diga oi para a Callie--- vira a câmera para a mulher.  

— Oii Callie!! --- dar um tchauzinho para a latina que a cumprimenta com um manear de cabeça. — Trouxe comida para sua esposa. --- levanta a sacola que tinha na mão.  

 O que você trouxe? Não precisava, eu iria pedir serviço de quarto. --- Arizona observa a mulher entrar em seu quarto de depositar a grande sacola na mesa ao canto.  

 — Agora eu já trouxe. --- ergue os ombros tirando uns potinhos e ajeitando na mesa. — Agradeça que não pagará o jantar essa noite. 

 — Você está vendo isso? --- olha para a morena na tela que afirma não gostando muito de seu momento com Arizona ser interrompido. 

— Se alimente direitinho, minhas filhas devem estar com fome. --- o que sai de sua boca não era exatamente o que queria dizer. Pensava em tantas coisas que seu cérebro estava formando um nó. Queria ficar pelo menos uma horinha conversando com sua mulher, jogando conversa fora e contando como tinha sido o dia das duas. Não estava em seus planos ter outra pessoa ali atrapalhando seu momento.  

— Eu vou fazer isso. Irei mandar uma mensagem quando for dormir, tudo bem? Agora eu vou desligar para poder jantar. --- aponta para trás onde a outra loira organizava tudo já se sentando a mesa.  

 Tudo bem, não esquece de me ligar ou mandar mensagem. --- coça a testa querendo dizer mais alguma coisa. — Te amo. --- se limita dizer, não queria falar nada que fizesse Arizona entender errado.  

— Também amo você. --- joga um beijo no ar antes de encerrar a ligação.  

— Que saco! --- fala entre dentes amassando o saquinho de amendoim na mão e levanta da cama para pegar mais vinho. Aquela noite seria longa... 

 

Já se passava da meia noite e não tinha recebido nenhum sinal de sua mulher, ela poderia ter pego no sono e não seria nenhuma novidade. Mas uma coisa que a tirava do eixo era o bendito ciúme, odiava sentir aquilo ainda mais longe de sua mulher. Era seu segundo filme e sua terceira taça de vinho, de minuto e minuto atualizava o aplicativo para ver se Arizona estava online e nada. Bufando, decide ligar para Addison pois precisava desabafar.  

 

 

 — Charlotte está no quarto da minha mulher. --- dispara assim que Addison atende à ligação.  

— Hã? --- não ouve muito bem pelo barulho da música do ambiente.  

 — Vo me ouviu? Charlotte está no quarto com a Arizona. --- fala um pouco mais com calma e tentava controlar a respiração pesada.  

— Ela está passando mal? --- preocupa-se de início já que Arizona não tinha aceitado o convite parar jantar fora.  

— Claro que não. Ela foi levar comida para a Arizona. Pelo senhor do bom senso, não é possível que só eu acho essas coisas desnecessárias mesmo elas se intitulando amigas. --- rodeia o quarto com uma das mãos na cintura e Jade acompanhava seus passos deitada perto da porta.  

— Callie, você não tem algo melhor para fazer? Vai curtir a noite, é sábado. --- fala para amiga para desencanar e não ficar colando nada em sua cabecinha fértil.  

 Estou com Jô dormindo no meu quarto de hóspedes. Não dar para sair. --- morde a ponta de do indicador e decide se jogar para trás na cama, caindo de barriga para isso.  

— Então relaxa. Ela foi levar a janta para Arizona só isso. --- não gostava quando sua amiga tinha as crises dela, pois nunca falava com Arizona e ficava se remoendo por dentro.  

— Só isso? Elas já moraram juntas, não quer dizer que eu aceite ela ser médica da Arizona, que ela tem que se enfiar em um quarto de hotel sozinha com a minha mulher. --- levanta uma das mãos em um gesto de impaciência.  

 — Nesse caso, a sua mulher deveria saber isso também. --- não era de rodear nos assuntos, era sempre direta. E se Callie estava desse jeito, Arizona deveria saber sobre seus sentimentos.  

 — Eu sei... que porra. --- esbraveja levantando o tronco novamente sentando na beirada da cama virando a cabeça para o lado e encontrando Jade com o olhar curioso para ela.  

 — Depois você conversa com a Arizona sobre isso. Agora vai dormir, Callie ou vai procurar a sua turma. --- sorrir sarcástica. — Eu estou tendo um bom momento com o Alex aqui.. 

— Pela sua voz carregada vocês devem estar bêbados. --- sente um pingo de inveja por sentir vontade de beber também junto com seus amigos.  

 Alex está conversando com uns médicos aqui e eu estou encarando um garçom super bonitão. --- a voz bêbada da melhor amiga faz Callie soltar uma risada inacreditável.  

— Henry sabe disso? --- questiona e a amiga manda ela calar a boca.  

 — xiiii, quieta Torres. --- arrasta a voz.  — Fica tranquila e relaxa. 

— Vou tentar. Juízo vocês aí hein.. até mais. --- finaliza a ligação e tenta manter seu foco no filme que estava passando para não pensar besteiras em sua mentira traíra.  

 

 



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