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História I still love you - Quem é essa mulher? sua paciente?


Escrita por: calzonatr_

Notas do Autor


Boa noite meus amores!
Aqui estou com mais um cap. para vocês cheio de fofura entre calzona e sua família e uma nova personagem entrará como paciente da Callie.
Obrigada pelos comentários e paciência.
Uma ótima quinta feira para todas e até a próxima!

Capítulo 88 - Quem é essa mulher? sua paciente?


Fanfic / Fanfiction I still love you - Quem é essa mulher? sua paciente?

Arizona 

 

 

Perdida em pensamentos logo após colocá-las para dormir no meio da madrugada, queria confessar uma coisa: a pior parte de ter gêmeos não é cuidar de dois, não são as poucas horas de sono, o cansaço absurdo, a maratona para tentar sair de casa, os planos estratégicos para dar um banho ou equilibrar-se para dar conta de tudo em cada mamada. A única coisa que achava ruim é não poder ter quatro braços, não poder dar atenção para as duas ao mesmo tempo. Às vezes, está com a Laura no colo no processo de ninar e a Alice solta um choro sofrido do outro lado da sala no colo da avó, e sua única vontade é sair correndo, mas não pode deixar a Laura de lado, e com isso entendeu que ser mãe de gêmeos é aprender a não ter controle de tudo. Em algumas ocasiões enquanto amamenta uma tem que ver a outra chorar e não poder fazer nada. Fica passando informações quando a filha mais velha a ajuda, "faz assim, coloca ela de lado, acho que ela quer arrotar" ou até "tadinha, vai ficar tudo bem, filha". Seu coração fica partido e ainda ficará, ela sabe. Não poder cuidar das duas sozinha (pelo menos, por enquanto), saber aceitar ajuda dos outros e libertar as suas filhas dos seus braços tão cedo é definitivamente o lado negativo dessa experiência. Todo o resto do "sofrimento" é pura delícia e diversão. Ter filho, seja um, dois, três ou quatro (cinco ou mais, ela não garante), é ter trabalho, é uma luta constante, mas quando você para de brigar com a experiência, aceita a condição e é recebida com aquele meio sorriso de neném gostoso no rosto, tudo vale a pena. 

  

 

 

Ele está tão fofo. --- olhava para Dom brincar sentado no tapete da sala. — Essas crianças crescem tão rápido né? Parece que foi ontem que ele chegou... 
 
— Eu falei a mesma coisa para o Henry.
--- Teddy falava mastigando um pedaço de bolo de laranja. — Isso aqui está maravilho. --- corta mais um pedaço colocando no prato em suas mãos. 
 

Eu não sei o que seria da gente se minha mãe não tivesse passando esses dias com a gente. --- olha para o lado onde as filhas dormiam tranquilamente dentro de seus carrinhos. 
 

Já eu tive ajuda de uma babá mesmo porque Deus me livre ter a mãe do Jackson enfurnada lá em casa. --- as amigas riem de seu comentário. April odiava quando Catherine se metia em sua vida com o filho. 
 

Há sogras e sofras minha amiga. --- Teddy entrega um boneco para Dom que tinha jogado em cima do sofá. 
 

 Callie é uma mulher de sorte por ter a Bárbara em sua vida. --- a ruiva deposita o copo vazio de seu suco em cima da mesinha de centro. 
 

Pena que ela vai ficar só um mês e depois vou ter que me virar com elas em casa. --- queria que sua mãe ficasse mais tempo, mas ela também tinha sua casa para cuidar e do seu pai também que estava em casa sozinho. 
 

Vocês não vão contratar uma babá? Mesmo com você em casa é bom uma ajuda, porque minha amiga é dureza cuidar de duas pequenas sozinha. --- concorda com amiga. Mesmo que precisasse, não queria uma estranha em sua casa cuidando de suas filhas. A última babá de Sofia, foi uma indicação de Meredith e fora há anos atrás. 
 

Eu não sei, ainda tenho que conversar com a Callie sobre isso... --- desde o início sabia da opinião de sua mulher que era contratar alguém para ajudá-la com as meninas, mas ainda achava cedo. 

 

 

 

A tarde estava sendo divertida ao lado de suas amigas. Quase não tinham tempo para se encontrarem e naquela tarde resolveram se reunir para trocarem figurinhas como gostavam de fazer. Sofia tinha convencido sua avó a sair de casa a levando para uma tarde no shopping e Arizona gostou da ideia da filha, já que a mãe ficava em casa o tempo inteiro quando não estava indo ao mercado e precisava se distrair também já que Seattle não era sua cidade e ela estava acostumada com a vida em Washington, com sua cafeteria onde trabalhava e com o capitão ao lado.  

 

 

 

Um barulho de carro... --- April anunciou de pé na sala arrastando a cortina e olhando pela janela.  
 

É a Callie. --- conhecia bem o barulho do carro de sua esposa. — Deve estar estacionando o carro na garagem. --- revelou feliz por saber que a esposa tinha chegado bem em casa.  
 

Olha só o olhar dela ao falar da esposa. --- Teddy brincou e a loira arremessou uma almofada em sua direção. 
 

Os olhos brilharam... --- April disse com uma voz abobalhada enquanto piscava várias vezes os olhos.  
 

Toda apaixonadinha. --- disseram em uníssono para irritar Arizona que estava com as bochechas rosadas.  
 

Calem a boca! --- exclama jogando outras almofadas para cima das amigas que as pegam no ar. — Eu estou só com saudades da minha mulher, posso? --- declara escutando um barulho na fechadura da porta e não demora muito para a figura de Callie aparecer na sala.  
 

Boa tarde, meninas. Que bagunça é essa na minha casa? --- pega Dom no colo quando o menino corre em sua direção. — Você está bagunçando a sala da sua tia e ela não brigou com você? --- o enche de beijos no pescoço enquanto, o pequeno, ria pelas cócegas sentidas no pescoço.  
 

Mama, tia Cal. --- olha para a mãe apontando para a morena que o tinha em seu colo.  
 

Sim, meu amor. É a tia Callie. --- Torres o colocou de volta ao chão quando Dom começou a balançar suas pernas. — Você está tão esperto. --- constata.  
 

E ficando muito levado. --- o coloca sentado em seu colo lhe entregando um brinquedo.  
 

Dar um desconto, ele está na idade de bagunçar mesmo, né meu amor? --- sorrir para o filho de sua amiga que estava crescido e já andava tudo.  
 

Tá vendo que é só ela ver uma criança que ela esquece de mim? --- Arizona chama atenção para si sentada na poltrona ao canto da sala.  
 

Que mulher dramática você foi arrumar, Callie. --- a ruiva cata as almofadas e as coloca em cima do sofá, logo depois sentando se ao lado de Teddy.  
 

Você quis dizer ciumenta, né April? --- Arizona sente a morena lhe abraçar por trás pelos ombros. — De meia em meia hora ela mandou mensagem dizendo que estava com saudade. --- pisca para as duas a sua frente que riem da cena. 
 

Que mentira, você nem responde a maioria das coisas que eu mando para você. --- vira o rosto para o lado encarando o olhar da morena sobre ela com um largo sorriso.  
 

Abre o olho amiga, chega tarde com o cabelo molhado e sem aliança... --- aponta para o dedo anelar de Callie que senta no braço da poltrona enquanto tinha uma das mãos entrelaçadas com a de Arizona.  
 

Você quer causar uma intriga entre mim e a minha mulher? É isso mesmo? --- semicerra o olhar para Teddy que ergue os ombros levantando as mãos ao ar em defesa. 
 

Eu confio na mulher que eu tenho suas vacas. --- beija o dorso da mão da morena sabendo que ela não usava aliança no hospital por conta das cirurgias.  
 

''acas...'' --- Dom declara balançando o boneco do homem de ferro no ar.  
 

Ele vai chegar em casa falando isso agora. Vocês vão estragar meu filho. --- tampa os ouvidos do filho para ele não escutar qualquer palavra feia vinda da amiga.  
 

Queria lavar a mão e poder pega-las, mas se eu fazer isso Arizona me mata. --- a morena levanta e vai até o carrinho onde as filhas dormiam tranquilamente alheia as conversas e risadas na sala.  
 

Ainda bem que você sabe. Deixe as dormir e quando elas acordarem você pode ficar o tempo inteirinho com elas. --- agradecia a chegada de Callie em casa, assim sua mãe não ficaria totalmente encarregada de ajudá-la com as meninas.  
 
 

E minha sogra e minha princesa? Estão descansando? --- estranha a ausência das duas na sala.  
 

Sofia levou minha mãe ao shopping. Tomara que não fique extorquindo a avó, eu avisei que não era para pedir nada. --- era assim desde criança. Sempre saía com os avós chegava com uma roupa ou um brinquedo novo em casa.  
 

Não será novidade se ela chegar com um novo vestido em casa. --- a morena revela. — Eu conheço a filha que tenho. --- pega sua bolsa que estava em cima do sofá indo em direção as escadas. — Vou subir para trocar de roupa e já volto para fazê-las companhia. --- informa.  

 

 

 

Quando Callie subiu as escadas, Arizona suspirou. Nos últimos meses a esposa estava trabalhando demais. Não só em cirurgias, mas também em palestras. Callie fazia e era boa no que gostava de fazer, mas o que a preocupava era a questão de seu tempo, pois uma hora ela ia sentir na pele todo cansaço, exaustão e estresse que sua correria do dia a dia estava fazendo com ela. Em sua opinião por mais que tivesse voltado a pouco tempo, não havia mais necessidade para pegar tantos plantões durante a semana como havia acontecendo.  

 

April e Teddy ainda ficaram até o anoitecer em sua casa, mas depois de uma ligação de Jackson chamando pela esposa, as amigas se despediram e Arizona, claro, agradeceu a presença das duas pela bela tarde que tiveram juntas. Aquelas duas mulheres dão um significado especial para sua vida, já passaram por tanta coisa juntas como os bons momentos e superaram os momentos difíceis. Além delas serem uma grande fonte de diversão e prazer a fazendo rir a todo momento pelas pérolas de April, a ajudavam a manter sua saúde física e mental quando se estressava e não aguentava se controlar.  

 

 

Eu fiquei fora por um dia e meio, mas parece que a minha saudade era de um ano sem vê-las. --- Callie mantinha as duas em suas cochas arcadas para cima e Alice e Laura seguravam com força seu polegar. — Hoje eu consegui identificá-las. --- diz orgulhosa por finalmente conseguir aos poucos identificá-las sem olhar seus nomes nas pulseiras que usavam. 
 

Amor, você é uma graça. --- sentou ao lado da morena depois que saiu do banheiro. — Com o tempo nós vamos ficar craques e essas coisinhas não vão conseguir nos enganar quando fizerem coisa errada. 
 

— Eu não sei não. Acho que vamos passar um dobrado com essa birrentinha aqui. --- levanta o bracinho de Laura que mantinha seus olhinhos azuis abertos. — Você está olhando para a mama é? Sim, estamos falando de você mesma. --- beija a palma de sua mão. — Eu amo quando elas apertam meu polegar. 
 

— Elas sentiram sua falta. --- tinha tentado cantar para as filhas na madrugada passada, pois Callie sempre fazia para acalma-las, mas não tinha dado muito certo. — Acho que minha voz não foi de agrado para seus ouvidos. Mas você vai acabá-las acostumando mal se só colocá-las para dormir cantando. 
 

Mas a mama gosta muito de mima-las, né meus amores? --- fazendo uma voz fina, continua conversando com as filhas e Arizona não cansaria nunca de admira-las. 

 

 

Callie ainda ficou brincando com as filhas e logo depois as deitou na cama para dormir cantando como sempre e Arizona sabia que futuramente seria difícil as fazer dormir quando a latina não estivesse em casa, pois certamente as meninas cobrariam o mesmo ato e Arizona não era uma boa cantora como a latina que sempre ria quando ela começava a cantar e Callie dizia que ela estava fora do tom.  
 

 

Torres estava deitada de lado e seu braço direito estava esticado como se protegesse suas crias. Um travesseiro estava na outra ponta para que Alice que estava na ponta não caísse e Callie não parava de cantarolar baixinho de olhos fechados a meia luz do quarto.  
 

 

''Never forget who you are little star 

(Nunca se esqueça de quem você é estrelinha) 

 

Never forget how to dream butterfly 

(Nunca se esqueça de como sonhar borboleta) 

 
            God gave a present to me 

(Deus deu um presente para mim) 

 

Made of flesh and bones  

(Feito de carne e osso) 

 

My life, my soul 

(Minha vida, minha alma) 

 

You make my spirit whole 

(Você faz meu espírito inteiro) 

 

Never forget who you are little star 

(Nunca se esqueça de quem você é estrelinha) 

 

Shining brighter than all the stars in the sky  

(Brilhando mais do que todas as estrelas do céu) 

 

Never forget how to dream butterfly  

(Nunca se esqueça de como sonhar borboleta) 

 

Never forget where you come from 

(Nunca se esqueça de onde você vem) 

 

From love...''  

(Do amor...) 

 

 

 

Arizona sempre gostava de admirar esses momentos que Callie tinha tanto com as pequenas quanto com Sofia. Sua dedicação e amor para com as filhas era sem igual e tinha muito orgulho de ter se casado com aquela mulher que enchia seu coração e a casa inteira de amor. Logo após as três dormirem, escutou um barulho vindo de baixo e era sinal que sua filha e sua mãe tinham chegado do shopping.  

 

Sofia tinha algumas sacolas de compras na mão o que a fez repreendê-la e a sua mãe também por mais uma vez fazer as vontades da neta e a encher de mimos. A filha animada mostra as blusas e um tênis que tinha ganhado e sua mãe aproveita para lhe entregar um embrulho de presente para as netas. Eram dois vestidinhos floridos, um verde e um amarelo. Certamente quando a estação mudasse, poderiam usar à vontade.  

 

 

 — Já está mais calma com a Callie em casa? --- sua mãe pergunta bebendo um café no balcão da cozinha. 
 

Eu estava calma, mas parece que as vezes ela não entende meu ponto de vista. --- pega na geladeira a jarra de suco colocando em cima do balcão e começa a abrir o embrulho do Muffin que Sofia trouxe do shopping para ela comer. 
 

Filha, sua esposa adoraria passar mais tempo em casa com você. Acho que ela não negaria isso por nada se tivesse mais tempo. Mas olhe para o lado dela também, o trabalho todo dela estava em Nova Iorque, passou por dificuldades quando voltou e ganhou oportunidades novamente, e está se restabelecendo aqui em Seattle. Nesse meio tempo se casaram, tiveram mais filhas e aposto que ela tem tentado dar o melhor para vocês mesmo com toda dificuldade que vocês enfrentam. --- tinha conhecimento de todas as dificuldades que Callie passou com sua ida para Seattle, da briga com o chefe de seu setor, da maneira como foi ganhando confiança de todos até chegar onde queria novamente. 
 

A senhora falando assim parece que eu sou um bicho de sete cabeças. --- despeja o suco no copo oferecendo para sua mãe que nega com a cabeça, voltando a tomar seu café. — Eu entendo a Callie, mamãe. Acontece que depois do resultado negativo que tivemos acerca do bebê, ela aumentou a carga horária dela de trabalho. Antes eram duas idas ao mês para Medina, agora são três. Eu fico preocupada... --- murmura de boca cheia fazendo um sinal de desculpa. — Não tenho do que reclamar dela como esposa, mãe, companheira, amiga. Ela sempre está aqui quando precisamos, e o tempo que tem é dedicado a nós, mas ela precisa relaxar, respirar e não ficar trabalhando igual uma doida em cirurgias e pesquisas. Não estamos mais nesse estágio, já passamos disso a muito tempo... --- explica. 
 

Você está falando por você que quer ficar mais tempo em casa com a família porque acha que esse é o momento. Mas talvez não seja o tempo para ela. --- pondera a fazendo pensar mais e olhar para um outro lado da história. 
 

Por que a senhora sempre a defende? Como ela te comprou? --- um meio sorriso surge em seus lábios. 
 

Ela não me comprou, sua besta. Eu apenas não quero que fiquem discutindo por bobeiras. Vocês são diferentes, pensam diferentes e até seria muito chato se fossem iguais em tudo. Mas apenas tenha mais paciência e a ouça mais sem rebater por tudo. É o conselho que eu tenho para você hoje. --- toca sua mão por cima do balcão e agradecida, beija a palma da mão de sua mãe. 
 

— Obrigada, mamãe. --- sincera, agradece por quem sua mãe era em sua vida. — Estou adorando sua estadia aqui em casa. Eu não sei o que seria de mim sem a senhora aqui. É tão difícil dar conta de duas ao mesmo tempo quando elas chamam por mim. 
 

— Com o passar do tempo e eu não estiver mais aqui, você e a Callie vão aprender a dar conta de tudo. É difícil, mas não impossível minha filha. --- levanta da cadeira recolhendo a xícara e a jarra de suco vazia levando-as para a pia da cozinha. 
 

Eu te amo tanto. Obrigada por tudo. --- não cansaria nunca de agradecer a sua mãe por tudo que a mais velha estava fazendo por sua família. — Aposto que o capitão deve estar morrendo de saudade e enchendo a paciência de todo mundo na cafeteria. --- brinca. 
 

Ah, isso com certeza. --- sorriem e Arizona come o restante de seu Muffin delicioso antes de voltar para o andar de cima e cair na cama ao lado de sua esposa.  

 

 

Depois que se despediu da sua mãe e conferiu para ver se Sofia já estava dormindo em seu quarto, retirou com cuidado as filhas da cama e as colocou no bercinho ao lado da cama de casal e cobriu cada uma com sua manta. Verificou a hora e teria mais algumas horas de sono até acordarem para a primeira mamada da madrugada. Suspirando, ajeitou o lençol em cima de Callie e passou um dos braços por cima da barriga da morena chegando mais próxima ao seu corpo e fechou os olhos, tranquila, esperando o cansaço a vencer e ela cair no mundo dos sonhos.  

 

Abrindo os olhos meio desnorteada, ouve o choro de Alice. Sim, ela já conseguia reconhecer cada choro e resmungo de suas filhas. Não era tão difícil quanto as pessoas poderiam achar ou imaginar. O convívio junto com a prática deixava tudo mais fácil e as coisas iam se encaixando conforme os dias iam se passando. Se remexe na cama virando de barriga para cima e sente Callie se levantar e caminhar em direção ao pequeno Moisés.  

 

 

Ela acordou mais cedo, estranho. --- pega a pequena cópia de Arizona no colo e tirando a metade da calça do pijama que usava confere sua frauda. — A frauda está com xixi, mas não está cheia. --- a levou para fora do quarto e mesmo com os olhos fechados conseguia ouvir o choro de Alice vindo do outro quarto. Não demorou muito para a morena retornar para a suíte. — Arizona, o choro dela está aumentando... --- a voz era aflita. 
 

Me dê ela aqui... --- pede sentando na cama e se ajeita para ver se ela estava com fome, mas Alice rejeita o peito em um choro desesperado balançando as perninhas sem parar e Arizona presta atenção em seus atos para poder ver o que sua filha estava sentindo e precisava. — Hey, o que foi princesa? --- coloca a mão em sua testa para ver se era febre, mas a temperatura estava normal. A coloca deitada na cama e começa a tirar sua roupa para ver se tinha algo em seu corpo. — Leve a Laura para o quarto, se não ela vai acabar acordando e vai ser pior. --- Callie que estava em pé ao lado da cama aflita vendo a filha chorar, concorda e pega Laura embalada em sua manta e sai do quarto. — O que foi hein? --- confere seu corpinho e quando aperta sua barriguinha observa que estava dura, e com experiência já sabia que eram cólicas. — Oh, filha... eu sinto muito. Tenha pacienta que vai passar... --- faz um leve exercício flexionando as perninhas em direção ao abdômen e ela começa a soltar gases fazendo a mãe fazer uma careta. 
 

Ela não quis o peito? Vou levar a babá eletrônica para ficarmos de olho. --- a esposa retorna para o quarto tirando o aparelho da babá eletrônica para levar para o quarto das meninas. 
 

Está com cólica. --- informa continuando os exercícios para tentar aliviar a dor de sua bebê — Ela está soltando gases e a barriga está endurecida. — Droga... odeio saber que ela está sentindo dor. --- Alice ainda chorava com os punhos fechados. 
 

Eu sinto muito princesa, mama já volta. --- Callie beija a testa de sua filha indo vigiar a outra que estava no quarto ao lado. 

 

Continuou fazendo o que podia para melhorar o incômodo que sua filha sentia. Já a tinha colocado de bruços contra sua barriga para manter seu abdômen quentinho, tinha feito alguns exercícios com as perninhas e agora fazia movimentos em sua barriga. Callie ao seu lado observava apreensiva a filha que mesmo mais calma, não parava se soltar pequenos choros de dor e incômodo.  

 

Olha como ela está suando... acho que vou dar um banho nela. --- fazia massagens circulares em sentido horário no abdômen e ao redor de seu umbigo. — Você pode preparar a água para mim? --- Callie prontamente levanta indo preparar a água para seu banho. — Calma meu amor... a mamãe vai fazer o que pode para aliviar sua dor. --- seu coração estava apertado e já tinha derramado algumas lágrimas por ver sua filha chorar de dor. 
 
 
 

Após deixar com Callie o banho da filha, ficou de pé no quarto e a sacudia de leve como um ninar para ver se Alice pegava no sono. Estava mais fresca e mais calma e quando voltava a ameaçar um pequeno choro, conversava com a filha que com os olhos bem azuis prestava atenção em suas palavras e com uma das mãozinhas agarrava em punho uma parte de sua camisola. Levou uns bons minutos até que ela pegasse no sono de vez e olhando em direção a cama, reparou em Callie já dormindo novamente, sentada entre os travesseiros e recostada na cabeceira da cama.  

 

Embalou a filha e a deitou no berço, observou por alguns instantes para ver se ela ia acordar e como continuou dormindo, foi buscar Laura em seu quarto. Poderia deixá-la já que a babá eletrônica estava a monitorando, mas seu instinto de mãe, protetor, a fez levar para perto e a colocou novamente ao lado da irmã.  

 

 

Seu pager está apitando, amor. --- pegou ao seu lado no aparador o pager de Callie e conferiu quem estava a chamando. — Provavelmente alguma emergência, é a Bailey te bipando. 
 

— Oh, não. Droga!! --- a morena murmurou levantando e se arrastando até a poltrona do quarto onde estava seu celular e ligando para a chefe da residência. — Oi, Bailey. O que ouve? --- Arizona prestava atenção na mulher que estava sentada e com os cotovelos apoiados no joelho. — Tudo bem, estou indo para aí. --- suspirou assim que encerrou a ligação. — Vou ter que ir, mas volto o mais rápido possível, okay? Qualquer coisa chame a sua mãe. --- avisou entrando no banheiro para se trocar e quando estava quase pegando no sono sentiu os lábios da latina em sua testa. — Te amo, volto o mais rápido que puder. 
 

 

 

Arizona se sentia especial e escolhida por dar à luz a duas vidas ao mesmo tempo. Entendia perfeitamente o que significava deixar muita coisa de lado para se dedicar à maternidade, porque para ela e para qualquer outra mãe, ela chega de uma forma muito intensa. Agora tinha tudo em dobro: as tarefas, os banhos, as mamadas e futuramente seriam as mamadeiras, as fraudas e muito trabalho dobrado.  

 

Na verdade, estava se descobrindo multi. Multi mãe, multi mulher, multi profissional, e encontrava se aprendendo sobre esses novos vários papéis que são ressignificados com a maternidade. E claro, junto a isso tudo tem o amor. Esse sim não tem números nem palavras que definam com exatidão, é multiplicado na potência máxima. É toda força que precisa para encarar mais um dia a dia bem puxado. 

 

 

— Hey, está tudo bem? --- abriu a porta do boxe e Callie continuava de olhos fechados deixando a água quente cair sobre seu corpo.

— Aconteceu alguma coisa? --- observa seus olhos abrirem devagar. 

Uma mulher, casada e mãe de uma menina de doze anos. Há três anos vem sofrendo todos os tipos de agressões da pessoa que ela confiava, que amava... --- passa a mão no rosto tirando a água dos olhos e fecha a torneira do chuveiro. 
 

Quem é essa mulher? Sua paciente? --- entrega a toalha vermelha para a latina que pega de prontidão. 
 

Ele depois de bater bastante nela, a empurrou da escada como se ela fosse de papel... --- relata o fato enquanto se secava ainda dentro do boxe. — Costela quebrada, braço, fraturas... tinha marcas horríveis pelo corpo. --- suspira com pesar enrolando a toalha na cabeça. — A filha para defender a mãe, depois de muito gritar por socorro pegou a arma do pai e atirou em sua perna. 
 

— Nossa, Calliope. --- encostou na bancada do banheiro assustada com o relato que Callie contava. — Como elas estão? --- pergunta. 
 

A mãe em estado crítico, a menina eu nem sei o que te dizer... estava em choque. --- vestia sua lingerie logo depois pegando um short de flanela e uma blusa soltinha. — O homem estava em cirurgia quando eu cheguei. Mas eu juro que tive vontade de matá-lo. --- fecha os punhos lembrando do estado da mulher. — A filha estava com uma amiga da mãe que são vizinhas. Depois chegaram a mãe da paciente junto à irmã. --- tira a toalha da cabeça secando os fios negros. — Segundo a irmã tudo começou quando ela começou a trabalhar, quando chegava tarde em casa ele a agredia falando que ela estava com homens na rua. --- maneia em negação com a cabeça. — Isso é tão revoltante. Ele a ameaçava caso saísse de casa com a filha. E agora... está em uma cama de hospital. 
 

— A nossa sociedade nos ensinou que somos responsáveis pelo sucesso do casamento, pelo sucesso dos filhos, dessa vida familiar. Então, quando chegam a esse estágio Calliope, infelizmente acho que o que elas sentem é um sentimento de fracasso. --- coloca uma das mãos no ombro da morena que passava a escova pelos cabelos os desembaraçando. 
 

O que é totalmente errado e muito injusto porque na maioria dos casos o homem é solto e volta para sua vida aterrorizando outras mulheres até. --- acaba de pentear os cabelos pendurando a toalha no secador do banheiro. 
 

E tem os casos onde as mulheres têm que ir para um abrigo e ficam revoltadas pelo homem ser um criminoso e estar solto, e elas que tem que sair do convívio de sua vida secular e ficarem “presas” tendo que ser vigiada. --- joga a roupa suja de Callie que estava em cima do vaso dentro do cesto de roupa suja. — Por isso que algumas ficam agressivas por mera defesa, com raiva e muita tristeza. 
 

— É injusto e desumano. --- exclama. — Pedi para que me ligassem assim que ela acordasse. Ela tão nova sabe, trinta anos e a menina vai ter que fazer acompanhando psicológico agora. --- relembra do estado de choque que a filha de sua paciente se encontrava. — Eu não sei... sinto que tenho que ser solidária com essa mulher e ajudá-la de alguma forma. 
 

— Faça o que sentir vontade de fazer e se a família também deixar, tudo bem? --- a morena senta na beirada da cama passando a mão pelos fios negros de seu cabelo. — Por que não descemos agora que você já acabou de tomar banho? Minha mãe está nos esperando para colocar o almoço na mesa. --- sente as mãos da latina rodearem sua cintura a puxando contra seu rosto. 
 

Eu estou exausta. --- declara com a voz abafada por estar em contato com sua pele. — Obrigada por me ouvir. 
 

— Sempre meu amor. --- ergue o queixo da latina e curva se para lhe dar um selinho. — Eu amo você. --- diz antes te puxa-la para fora do quarto. 

 

 

No início da noite Callie tinha recebido um telefonema do hospital e correu para lá. A mulher dissera que não iria sossegar até ver sua paciente bem e recuperada. Estava disposta a ajudar aquela paciente e não iria se opor em apoiar a esposa que estava tocada com a história de vida e com o estado de saúde da mulher não só por ela ser jovem, mas por ser sujeita a esse tipo de crime.  
 

Sua mãe já tinha ido se deitar, pois reclamava de umas dores nas costas. Sofia brincava com as irmãs depois de dar banho em uma delas e vesti-las com todo amor e cuidado de uma irmã mais velha.  
 
 

 

Elas estão crescendo... --- deixa a câmera fotográfica de lado por alguns minutos. — Olha esses pezinhos gostosos que a irmã tem vontade de morder. --- ameaça morder o pé de Laura que movimentava as perninhas no ar. 
 

Eu mordia os seus quando você era também uma pequena bebê. --- senta ao lado de Sofia na cama que estava com as irmãs deitava a sua frente. — Sua mãe implicava porque eu te apertada todinha. --- sorrir lembrando do quanto a filha era uma fofura quando bebê. 
 

Será que elas vão me ver como uma boa irmã mais velha? Estou trabalhando para isso. --- beija as palmas de suas delicadas mãozinhas. 
 

— Claro que sim. Hannah e Dave já te veneram... - sabia que Sofia tinha uma boa relação com seus irmãos mais novos já que com Sloan a situação complicava. — Imagina essas pirralhas aqui. --- dar o dedo para Alice apertar. — Sim... vocês vão bagunçar as maquiagens da sua irmã não vão? --- abre um sorriso largo quando as duas fazem um barulhinho como se tivessem entendido. 
 

Parece que elas estão entendendo tudo. --- declara Sofia rindo das irmãs e suspende Laura a colocando contra seu peito. — Amo esse cheirinho de bebê. --- cheira sua cabecinha antes de depositar um beijo na mesma. 
 
 

Quando Callie ligou informando que já estava saindo do hospital e indo para casa, correu para a cozinha para esquentar a janta da esposa que devia estar cansada, pois não descansara nada no fim de semana e tinha ido duas vezes para o hospital naquele domingo. Estava preocupada, mas sempre que entrava nesse assunto sobre horários, discutiam.  
 

 

— Era para você estar dormindo essa hora e não me esperando chegar em casa. --- deposita o celular na bancada antes de lhe dar um selinho nos lábios. 
 

Quando você disse que estava vindo para casa, desci para esquentar sua comida. --- pega um prato e abre as panelas para servir a esposa que senta em uma das cadeiras da ilha da cozinha. — Minha mãe preparou carne com batatas. O que acha? --- a olha por cima do ombro. 
 

Minha sogra é uma rainha. --- prende os cabelos em um rabo de cavalo. — Estou morrendo de fome. --- lembra que tinha que lavar as mãos, e preguiçosa levanta para lavar na própria pia da cozinha. 
 

Como foi lá? Qual o estado de saúde da Fernanda? --- estava curiosa para saber sobre a paciente de Callie. 
 

Ela está mal, a recuperação vai ser lenta. A mãe dela e a amiga estavam lá. Perguntei pela menina e disseram que ela vai ter que fazer um acompanhamento psicológico. --- seca as mãos em um pano de prato voltando para seu lugar e Arizona entrega seu prato de comida. — Eu disse que estarei à disposição para ajudá-las. 
 

— E o marido? --- enche um copo com suco manga e a entrega. 
 

Tomara que morra. --- murmura colocando uma batata em sua boca. 
 

— Callie! --- a repreende. 
 

Eu sei, desculpa. --- encolhe os ombros voltando a atenção para sua comida. — Quando sair do hospital vai direto para prisão e vai entrar todo o processo de julgamento. Mais uma luta para essa mulher passar.... --- passa mão pela nuca apertando a mão contra sua pele. — Ter que lembrar de tudo e se sentir exposta perante as pessoas. 
 

— Isso é angustiante demais... --- senta ao seu lado apoiando os cotovelos em cima do balcão. — Coma tudo, eu ficarei aqui te fazendo companhia. 
 

— Eu amo tê-la como minha amiga e companheira. --- solta o garfo para acariciar seu braço e seus olhares fixam um no outro por alguns segundos. — Huum... falando nisso, a Addie e o Henry virão para nos visitar e conhecer as meninas. 
 

— Sério? A última vez que o vi foi quando fomos para Los Angeles, os receberemos muito bem. --- tinha ficado mais próxima de Addison desde o procedimento para a gravidez e ficara feliz por recebê-la.  
 

Ela não quer ficar aqui porque não quer incomodar já que as meninas são pequenas. Eu disse que a casa tem mais quartos, mas ela está irredutível. --- faz uma careta bebericando um pouo de seu suco.  
 

É uma pena, mas não brigue com sua amiga por conta disso. --- encara o perfil da morena concentrada em seu prato comendo alguns legumes. — Sabe o que eu estava pensando? 
 

— Diga. --- exclama.  
 

Temos que escolher quem serão os padrinhos das nossas filhas. --- a morena maneia a cabeça concordando. — Eu tenho uma pessoa em mente, mas não sei se você irá gostar disso... --- hesita em contar para sua mulher a ideia que tivera.  
 

Poderia ser o Mark e a Lexie, mas eles já são nossos padrinhos de casamento. --- era verdade, Lexie e Mark eram seus padrinhos de casamentos e elas duas eram madrinhas de seus filhos. — Arizona? Eu posso convidar a Addison para isso? --- indaga.  
 

 Calliope, eu posso convidar a Charlotte para isso? --- pergunta e a latina morde o lábio inferior pensando na proposta. — Elas foram as que mais nos ajudaram desde o início. Trabalhamos todas juntas até o final e com sucesso. --- explica. 
 

Pela primeira vez na vida eu não ficarei com o pé atrás com ela. --- murmura sincera. Charlotte tinha sido uma ótima médica e amiga durante todos aqueles meses. — Você tem razão, e ela foi uma ótima profissional tendo você como sua paciente. 
 

— Idiota. --- e empurra com o ombro. — Convidamos a Addison quando ela vier, e a Charlotte poderemos fazer uma chamada de vídeo. O que acha? 
 

— Como você achar melhor. --- declara oferecendo um pedaço de batata para Arizona que nega com a cabeça. — Sofia já está dormindo? 
 

— Depois que me ajudou com as irmãs, dormiu lá na cama mesmo. --- abre um sorriso largo ao falar das filhas. — Deu banho na Alice já que a Laura não parava de gritar e se sacudir, aí ela ficou com medo. --- compreendia a filha, era difícil dar banho naquele serzinho pequeno que se sacudia toda, uma completa espoleta. — Depois colocou a frauda e o pijama nas duas. E eu, fiquei lá como uma boba vendo as três interagirem na nossa cama. 
 

— Elas serão ótimas amigas. --- levanta assim que termina de comer e lava seu prato. — Agora vamos para a cama que amanhã a mama aqui trabalha cedo. --- a puxa pela mão e juntas vão para o quarto.  

 

 

 

 


 
 



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