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História I still love you - Foi a melhor vingança da minha vida.


Escrita por: calzonatr_

Notas do Autor


Boa tarde sementinhas do mal. Como estamos hoje? brincadeiras a parte, quero agradecer o carinho de sempre e a paciência pela demora da atualização.
Bom, aqui se inicia a fase de todo o procedimento para elas engravidarem. Cada uma irá ter seu momento, mas apesar de tudo, viverão intensamente tentando acertar e não sair do lado uma da outra, o que não será fácil.
Depois me falam o que acharam, sim? um grande beijo e até a próxima.

Capítulo 62 - Foi a melhor vingança da minha vida.


Fanfic / Fanfiction I still love you - Foi a melhor vingança da minha vida.

Arizona  

 

 

Arizona estava em um sono profundo quando sentiu um peso em suas costas e quando virou de frente sentiu um de seus pulsos ser pego com força e não teve tempo de reagir pois o mesmo já estava preso, e quando abriu os olhos se deparou com a algema que usou em Callie ser presa a ela. Tentou se remexer, mas a mulher a virou de barriga para cima não dando tempo, dela falar nada. Tirou o lençol que a tampava e sentiu-se em seu quadril a encarando maliciosamente.

 

— o que é isso? – exclama assustada quando sente uma das algemas fechar em seu pulso. — o que você pensa que está fazendo Callie?

— pagando o que me deve. - pega com força seu outro e fecha o trinco sorrindo maliciosamente. – agora vamos acertar nossas dívidas.

eu pensei que tivesse me perdoado, nós transamos e... – Callie a corta sem paciência.

xiii quietinha. – pega a venda que usava para dormir para tampar os olhos da loira que tenta arquear para cima o tronco de seu corpo, mas Callie a impede. — pode me xingar à vontade, mas você só sai dessa cama depois que pagar tudo o que me deve.
 

 

Arizona observa a morena colocar a venda dos olhos ao lado de sua cabeça e inclina o corpo para frente encarando sua boca. Adorava quando Callie lhe soltava aquele olhar para ela, sabia que a morena estava a seduzindo e estava caindo como uma patinha, mas era esse efeito que a morena lhe causava. Ela sugava todas as suas energias e estava desejando sua boca, como precisava dela. A latina desvia o olhar para seus olhos, lhe olha e lhe olha. A come com o olhar e ela sente uma excitação incrível e os mamilos se arrepiam quando sente a morena afastar o tecido fino de sua calcinha e rapidamente um de seus dedos brinca com seu clitóris. Fecha os olhos e sua respiração fica mais profunda. Como adorava isso. As mãos latinas agarram e sobem seus pulsos presos para cima da cabeça, seu corpo esmaga o seu contra a cama e ela sente a morena esfregar-se em sua coxa, e isso mexe mais ainda com ela. O tesão só cresce, o prazer é enorme quando sente a língua da latina em seu pescoço, e a excitação está a matando. Encontrava-se ofegante sentindo a morena possuir toda extensão de seu pescoço, as mãos latinas estavam possessivas agarradas em sua cintura, ansiosa pelo prazer enquanto esfregava o corpo ao seu, lhe arrancando gemidos que as deixavam loucas.
 

Sente um vazio de repente quando a morena levanta ofegante e só assim percebe que uma pequena mesa de madeira a qual estava em um dos quartos encontrava-se em frente a cama. Observa a latina se aproximar de seu aparelho celular e instantes depois, o quarto se inunda com uma música instrumental muito sensual e excitante. ''De onde Callie tinha tirado aquilo? Será que estava planejando tudo desde ontem''?

 

A morena volta para a cama e lhe beija, invadindo sua boca com a língua, arfam, ofegam e quanto a beija, sente a as mãos latinas em seu traseiro a apertando com prazer e com um leva separar dos lábios, a mão de Callie pega uns fios de seu cabelo jogando-os para trás e quando retorna sente a venda tampar seus olhos. Seu mundo se torna escuro, ela não conseguia ver nada. Instantes depois sente a boca de Callie em seu umbigo, a beijando. Deixa uma trilha de beijos do seu umbigo até o começo se sua calcinha e acaricia suas coxas com prazer.

 

As mãos latinas a suspendem com calma e ela fica confusa quando sente seu corpo ser colocado de pé. A morena a guia e logo sente a mesa de madeira em seu quadril. Escuta o sussurrar de Callie ‘’deite, querida’’ então prontamente fica de bruços com o tronco por cima da mesa dura e como não ver nada fica um pouco aflita, mas quando sente um dedo passear por sua calcinha se arrepia toda. Estava tomada de desejo e totalmente exposta a sua mulher. Encontrava-se agitada, a respiração um pouco ofegante, a boca seca.
 

teu cheiro de sexo me deixa louca. – um frio na espinha percorre seu corpo quando um puxão se dar na sua calcinha e a morena a rasga pela lateral a fazendo soltar um gritinho assustada.

— Calliope... – o coração quase saía pela boca. — estou com sede. – ofega.
 

Instantes depois um cubinho de gelo percorre seus lábios. Ela abre a boca para se refrescar. Estava terrivelmente excitada e por conta da venda em seus olhos não conseguia enxergar nada, mas buscar saber:

gosta do que ver? – empina um pouco mais a bunda para trás confiante. Não tinha saída mesmo e o jeito era entrar no jogo de sua mulher, entrar não, se entregar por completo.

você me deixa louca, Arizona... – inclina o corpo sobre o dela para sussurrar em seu ouvido. — melhor café da manhã, melhor banquete... linda e sensacional. – o polegar acariciava a entrada de sua intimidade e ela estremece, sabia o que ia acontecer e já começa a gemer, sem parar, e escuta a risada da latina em suas costas. — não quero que me poupe gemidos hoje... agora deite mais na mesa e apoie firme os pés no chão.

 

Arizona faz o que Callie pede e quando seu rosto toca a madeira da mesa e sua bunda fica mais exposta, sente as mãos latinas em suas nádegas lhe dando vários tapas.

— Avermelhada... assim... vermelhinha para mim. – sentia sua bunda arder com os tapas, e ela morde os lábios com os dentes.

 

De repente sente a morena separar suas nádegas um cubo de gelo escorrega por toda extensão de suas costas e desce mais além de que ela podia imaginar, e começa a ficar aflita. Estava pronta para protestar quando nota o sussurro da morena:
 

Não se mexa. Não irei fazer nada que esteja pensando e isso só vai aumentar o seu prazer, aliás, o nosso e você vai ver... – a voz rouca de excitação da latina lhe acalma lentamente e ela respira profundamente quando sente o cubo de gelo passear por sua entrada. Involuntariamente solta um gemido abafado e quando arqueou um pouco os joelhos mais um tapa ardido surgiu a fazendo empinar a bunda novamente e Callie murmurar ‘’boa garota’’.

 

Deitada na mesa, deixa com que passeie pelo cubo de gelo na sua intimidade, é excitante. Estava adorando ser o seu ‘’belo banquete de café da manhã e amando ser seu brinquedo favorito’’. A cada novo tapinha em suas nádegas, soltava um gemido e logo sentia uma mordidinha terna e uma massagem. Calliope sabia dosar as coisas e isso a deixava segura, tinha total confiança em sua mulher. E sim, como ela gosta disso.

 

Quando a morena termina com os tapas que estavam fazendo suas nádegas ficarem dormentes também pelo gelo, é preenchida com um consolo. A sensação de início é estranha, não era tão fá assim, mas fazia tudo por Callie e ela até que gostava. Mas isso, a morena nunca ia saber.

Arizona, se vire outra vez e deite na mesa. – ordena, e ela prontamente obedece com o traseiro avermelhado, dormente e os olhos vendados.

 

Deita na madeira da pequena, com as mãos presas em cima do corpo. Seu coração se acelera mais a cada segundo. Calliope Torres era a melhor mulher, melhor amante que poderia ter. Era experiente e a estava deixando louca sem quase a ter tocado. Abre a boca para soltar a respiração que prendia em seus pulmões quando escuta Callie dizer: — agora eu vou te chupar, e o quanto eu quiser... – toca seus joelhos massageando-os.

Chupe o quanto quiser. – geme em expectativa e com o coração acelerado.

 

Não via seus olhos...

Não via seu olhar...

Não via sua expressão...

 

Mas podia imaginar tudo, e o tom de sua voz reflete o prazer que sente neste momento. Respira enlouquecida e sua respiração ressoa pelo quarto. ‘’Sim, sim, sim’’. Sua mente gritava. Não queria que a latina parasse. Queria se divertir junto com ela. Queria que a sua mulher lhe chupasse até ela desfalecer. Queria que a morena fizesse jus ao que tinha dito desde o início, que ela iria pagar por tê-la deixado presa e perdido as chaves da algema.

Callie abre suas coxas e ela fica totalmente exposta a sua morena. Sente algo passear pelo seu clitóris, mas não conseguia murmurar nenhuma palavra, de sua boca só estava saindo gemidos.
 

sobrou um pouco de morango e eu decidi comê-los agora. Arizona e morangos é uma mistura maravilhosa e explosiva. – nota como os dentes da latina aprisionam o morango e começam a apertá-la contra ela. A firmeza suave da pele da gruta golpeia e desliza por seu clitóris e ela geme de prazer enquanto Callie move a boca com habilidade. O morango lhe excita e estimula em décimos de segundo.

Nota que a latina solta a fruta e ela escorrega por seu sexo enquanto a morena seu clitóris com a língua para, logo a seguir, voltar a pegar o morango e repetir tudo de novo. Calliope chupava seu clitóris inchado e a loira ergue o quadril disposta a se oferecer mais, se oferecer toda.

Assim, amor, assim — murmura Calliope, ao notar sua entrega. Durante vários minutos Arizona é o manjar de sua mulher sem poder ver nada. Mas o melhor é que ela aproveita tudo. Estava maravilhada.

 

 

Callie voltou a pegar suas coxas com força, separou-as com vigor e a penetra novamente com o consolo de forma certeira a fazendo gritar de prazer. O gemido rouco da morena lhe deixa louca, sua respiração se acelera e ela treme, geme, enlouquece... enquanto isso a latina a penetrava sem parar, com força. As mãos firmes da latina jogam seus joelhos para o lado e a pegam pela cintura fazendo com que seu corpo voltasse a ficar de bruços na mesa e ela sente mais um tapa em sua nádega. Grita surpresa. Não conseguia pensar, só conseguia gemer enquanto Callie com maestria intercalava tapas deixando duas nádegas cada vez mais vermelhas e quando escuta o sorriso sacana em suas costas, fica mais enlouquecida ainda.

 

Uma nova penetração.

Um novo puxão em seus joelhos para ficarem retos e um novo tapa.

Um novo grito seu.

 

Estava completamente submissa e entregue, enlouquecida. Callie tira o consolo dentro dela e com as mãos apertam sua bunda e introduz os dedos agora, fazendo com que ela tentasse se agarrar a mesa de madeira enquanto a recebia e se abria cada vez mais e mais. O prazer era imenso e não queria que acabasse nunca. Queria que a morena lhe investisse nela eternamente com seus gemidos roucos a enlouquecendo.

 

Quando Arizona acha que vai explodir, soltam juntas um gemido agudo e depois Callie volta a penetrá-la, e assim, chega ao orgasmo extasiada pelo prazer, completamente esgotada e com Callie ainda com os dedos dentro dela. Tenta apoiar o queixo na mesa, mas o formigamento em seu corpo não deixa e ela é incapaz de se mexer. Sente um vazio quando a morena se retira de dentro dela e sua venda deixa seus olhos e demora um pouco para se acostumar com a claridade de novo.

 

A morena a faz sentar na mesa, coloca os fios loiros atrás de sua orelha, beija sua testa e ela fecha os olhos sentindo o nariz da latina passar por toda extensão do seu rosto. Adorava seu cheiro, adorava o contato de seu corpo ao dela. Geme quando a boca da latina toma a sua lhe beijando, saboreando, a deixando louca e logo seu corpo reage e ela queria a tocar, mas era impossível. Não tinha nenhum poder ali, nenhum controle. Estava completamente entregue.

 

Callie passou os dedos em seu cabelo e sorriu a beijando mais uma vez antes de lhe levantar da mesa e a conduzir até o banheiro, lhe puxando pela cintura. Arizona não hesitou e a acompanhou obediente.

 

— vai me soltar agora? – perguntou e Callie a calou com um beijo, e quando a soltou abriu o box ligando o chuveiro e a empurrando para dentro. — Callie, eu pedi desculpas. – observa a mulher se molhar primeiro não dizendo nenhuma palavra. — você não vai me matar afogada vai? – seu questionamento faz a morena sorrir. — olha, se você me matar vai ficar com um remorso que você não faz ideia, porque eu juro Calliope que se você me matar eu volto e... – sente as mãos da latinas a agarrarem firme.
 

 

A morena a beijou e ela deixou suas línguas se tocarem, se reconhecerem. Callie a colocou debaixo do jato de água e colocou o sabonete líquido na esponja, a molhou com água e começou a passar por seu corpo. Passou a esponja pelos seus ombros e foi descendo pelo tórax e a loira a observava com um sorriso de diversão nos lábios, se perguntando ‘’o que a morena estava fazendo’’? E dessa vez ainda não tinha sorrisos brincalhões, gemidos provocantes ou palavras safadas ao pé do ouvido. Estava começando a entender exatamente o que sua mulher estava fazendo. Dessa vez era só ela e sua Calliope, a amava tanto, não conseguia dimensionar a imensidão do seu amor por aquela morena que estava lhe dando banho com tanto cuidado.
 

pensei que fosse me matar... – encara a morena que coloca a esponja no aparador e sente o corpo da morena lhe prensar sobre o piso da parede do box respirando fundo. Sabia que a morena estava se controlando para não falar nada e ela beija o pescoço da latina que recua e a encara saindo faísca de seus olhos.

não... hoje é só você. – não queria fechar os olhos, encontrava-se inebriada pelas palavras da mulher. Seu olhar firme deixou claro que a morena deveria estar pensando a mesma coisa que ela, mas não tinha entendido muito bem o que a latina queria dizer até a sua mão escorregar por suas coxas, as abrindo e se infiltrando em sua intimidade.

 

 

Acompanhou Callie com o olhar e a viu escorregar para baixo. Seu toque passeava por cada centímetro de suas partes íntimas e a loira apoiou a cabeça na parede e fechou os olhos. Podia sentir seu olhar, se desejo, sua carícia proibida e deliciosa. A morena desceu um dedo para seu clitóris e o beliscou de leve subindo beijos por seu corpo. Os lábios quentes trilhavam vagarosamente um caminho de beijos desde a base de seu seio, passando por suas costelas, por cima da barriga até o umbigo e continuou descendo e descendo....

 

Sentiu a língua da latina a lamber bem devagar, ela não estava tentando lhe excitar, embora estivesse conseguindo sem problemas. Era como se Callie quisesse lhe saborear e ela estava adorando. Lambeu a entrada de sua feminilidade mais algumas vezes antes de começar a chupar, e isso fez Arizona gemer seu nome. Sentiu a latina encaixando a boca inteira nela e encontrava-se enlouquecida novamente.

 

Tinha as coxas apoiadas sobre os ombros da morena e ela esfregava um dos polegares na curva de suas nádegas sem nunca abandonar a boca de sua intimidade. Pressionou gentilmente os lábios contra seu púbis e sussurrava palavras não para ela, mas para si mesma. ‘’Arizona, eu já disse mil vezes o quanto você é gostosa, mas puta merda... muito gostosa’’ sente a língua da latina a lambendo de novo. ‘’você é muito gostosa’’ sussurrou mais uma vez e usou os dentes para brincar com o clitóris e ouviu os próprios gemidos ficarem mais intensos.

 

Callie abriu espaço para a língua com os dedos e começou a devorá-la por completa como se fosse o único alimento que a satisfazia na Terra. Seu corpo queria alívio, mas o prazer estava só começando e crescia de um jeito arrebatador. Moveu o quadril contra a boca da latina querendo aumentar o estímulo, suas mãos forçavam as algemas tentando tocar os cabelos da latina, tentava extravasar o prazer que só crescia, estava ficando cada vez mais difícil controlar os gemidos. As mãos latinas subiram para seus seios apertando-os, espremendo, alisando e beliscando cada nuance dos seus seios.
 

Calliope... – não conseguia parar de gemer. A morena continuava a massagear seus seios com um apetite voraz. Callie enfiou a língua mais uma vez e tirou uma de suas mãos dos seus seios para dar atenção ao seu clitóris.

 

 Sentia a língua de Callie fazendo movimentos acrobáticos, era como se ela estivesse procurando alguma coisa... seu corpo inteiro arqueou e ela percebeu que sua mulher tinha encontrado o que queria. O famoso ponto alto de seu prazer, uma área pequena, delicada e extremamente sensível no osso público, na parte superior interna da parede de sua intimidade. É, ela conhecia bem, e era a zona erógena mais prazerosa não só de seu corpo, mas de todo corpo feminino e aquela desgraçada estava fazendo uma festa bem em cima dele, com a língua.

— porra, Callie... – se antes ela estava gemendo o seu nome, agora estava gritando. Urrava de desejo e de tesão forçando os pulsos nas algemas que já estavam vermelhos.

 

Um calor tomou conta do corpo de Arizona, começando pela virilha, ela estava ofegante desesperadamente. Estava molhada pela água do chuveiro, mas poderia jurar que seu corpo estava suando enquanto Callie estimulava sua intimidade e um de seus mamilos. A língua da latina continuava nela e não parecia ter qualquer intenção de sair dali tão cedo. Rebolava contra a boca da morena e deixava ela lhe tomar por completa, sentia a respiração quente contra sua pele sensível e o lugar dentro dela que sua língua atingia e acariciava lançava espasmos de arrepio, fazendo seus músculos do corpo inteiro contraírem.

 

Arizona queria gritar obscenidades enquanto seu corpo acumulava mais e mais tensão. Porém, a única palavra que ainda parecia existir em seu vocabulário era o nome d Calliope. E na falta do que gritar, continuava gritando por Callie. A morena tirou a língua e de uma última sugada com tanta força que parecia querer lhe consumir por inteira. Gritou sem controle enquanto o seu corpo inteiro tremia e caía sobre o chão molhado do box sem qualquer tipo de reação.

 

— está desculpada. – beija seus lábios em um selinho demorado.

— huuum. – Arizona queria dizer alguma coisa, mas não tinha forças. Seus dedos dos pés e das mãos formigavam, os pulsos estavam doloridos e vermelhos. Ela precisava de alguns segundos para recuperar a sensibilidade deles.

 

A morena saiu do box e a loira continuou sentada sem forças para levantar, quando deu por si, Callie já a puxava para cima e pegou seu braço para abrir o par de algemas. Sentiu os pulsos serem liberados e como já imaginava, estavam mais que vermelhos. Forma uma cara feia para a morena que sorrir lhe beijando e juntas tomam um banho sem muitas palavras. Se arrumam, pois iriam para o Madame Tussauds Hollywood que é um dos museus de cera mais famosos do mundo, depois iriam passear um pouco e ainda tinha a consulta com Addison que estava marcada para depois do almoço.

 

— estou toda dolorida. – reclama enquanto toma o seu café no balcão da cozinha. — tudo dói. – lamenta massageando um dos pulsos. — minhas pernas, meus pulsos, minha bunda está dolorida e vermelha... você acabou comigo Calliope.

você mereceu. – comia ovos mexidos no prato. — foi a melhor vingança da minha vida.

o bom é que toda marcada assim, não usarei biquíni em público porque as pessoas podem se assustar. Ou seja, não irei mais para a praia e ficarei somente na piscina. – solta uma piscadela para a morena enquanto leva a xícara de café a boca.

— porra... – a morena fecha o semblante coçando a testa. — por que eu não fui me vingar no nosso último dia aqui? – suspira.

só lamento. – sorrir roubando o garfo da morena e comendo-os logo em seguida.

 

 

Depois de pagarem para entrar entraram no museu o qual é todo dividido em áreas temáticas onde cada uma conta com vários bonecos de cera de celebridades e personagens famosos em todo o mundo. Sentiam-se crianças rindo e tirando fotos com cada boneco, faziam caretas, sentavam em cadeiras e arrumavam poses esquisitas, pois com elas nada era normal.

 

Enquanto almoçavam, Arizona sorria olhando para a latina que falava animada sobre a filha e o quanto estava com saudades do seu bebê que não era tão bebê assim. A admirava, observava e foi se dando conta que ela estava aprendendo a amar a cada novo dia, percebendo que ninguém é feliz sozinho e muito menos ela e, é com Calliope que queria ser feliz todo dia, é com ela que quer viver por toda minha vida, sem dúvida alguma. O novo bebê iria ser divertido como elas e como Sofia, iria ser esperto, brincalhão. E para muitos que não acreditava que o amor entre duas ex mulheres divorciadas não existisse, estavam ali, unidas há meses passando por cada dificuldade, brigas e barreiras sem precisar passar por cima de ninguém, sem espalhar a felicidade delas, fazendo nascer a cada novo dia o amor que era só delas, demostrando em gestos, canções, saudades e palavras, esse amor, o sentimento puro e verdadeiro que existe entre nós dois.

 

— por que você está me olhando assim? – Addison pergunta ao fechar a porta da sua sala na clínica a qual trabalhava e era uma das donas. — perdeu alguma coisa na minha roupa?

— Addie me desculpa. – sentou na cadeira ao lado de Arizona que a olhava com um semblante interrogativo. — você está parecendo aquelas secretárias de filme pornô. – não aguenta e começa a rir, colocando uma das mãos para tampar a boca. — você está de saia lápis, scarpin, blusa de botão aberta e sem janelo. Por favor né? – levanta as mãos achando graça.

— tem certeza que você quer casar e ter filhos com essa mulher? – a ruiva questiona Arizona que olhava para a morena desacreditada, balançando a cabeça negativamente.

às vezes ela dar esses pico de safadeza e ainda bem que ela está falando isso para você e não para mim ou outro alguém. Vocês são melhores amigas, se vira. – levanta os ombros sorrindo. Um gesto a informando que não iria se meter. 

— muito bem meninas, vamos ao que interessa? – pega os exames que Callie já tinha feito e que já tinha olhado e examinado tudo com mínimo detalhe. Era uma bateria de exames de sangue para checar imunidade contra doenças que possam afetar a gravidez, exame de sangue para conferir a ovulação, exame de sangue durante a menstruação para medir desequilíbrios hormonais, ultrassons e o Papanicolau. — já li e reli tudo muitas e muitas vezes. – olhava para a amiga incorporando a grande profissional que sempre foi. — como sabemos sua aderência ocorreu por uma resposta do seu organismo pelos fatores da complicação para ter a Sofia e devido a cirurgia complicada. No início do tratamento anterior você reclamou que sentiu-se ficar inchada e começou a ter dores abdominais a qual resolvemos com medicamentos, porém, isso faz mais de dois anos e conforme o tempo vai passando, as coisas vão agredindo e eu não estou aqui para mentir para vocês e sim para ajuda-las. – observa as mulheres que entrelaçam as mãos, tensas. — você tentou engravidar por quase seis meses e decidiu parar no meio do caminho, eu sei que é exaustivo, o tratamento é caro, o seu corpo vai reagir de diversas formas, mas dessa vez eu vou querer ir mais afundo e se for preciso, vamos ter que fazer uma pequena cirurgia.
 

— o que? – Callie solta as mãos da loira e levanta da cadeira, se pondo de pé em frente à mesa de Addison que retira seus óculos o colocando na mesa e encarando a amiga que andava de um lado para o outro na sala. — na outra vez você me disse que era complicado, mas com medicamentos, exames e sei lá mais o que, poderia dar certo.

— falou bem... poderia. E poderia se você tivesse continuado, eu não sei... mas já se passaram anos Callie, você não tem a mesma idade e sabemos como é com a taxa de hormônios. Só tomá-los dessa vez não vai ser o suficiente. – fala sincera com a amiga que massageava a testa, nervosa. — não quero fazer nada pela metade, quero ir até o fim e irei ajudar vocês ao máximo com isso. Não vai ser fácil, sabemos que pode demorar sei lá seis meses, um ano ou mais, mas eu preciso saber se vocês estarão comigo nessa.

— nossa! – Arizona exclama. Sabia que o problema de Callie era sério, mas não imaginava que poderia levar anos parar ter um bebê.

iremos fazer uma Histerossalpingografia. – fala enquanto digitava em seu computador. — com isso eu deixo vocês à vontade. Ficarão aqui até depois de amanhã? – observa Arizona que confirma com a cabeça. — poderemos fazer hoje ou amanhã. Mas me falem que eu preciso reservar para nós, okay?

— esse exame Addison... – a morena sussurra, estava com os olhos vermelhos tentando controlar as lágrimas que se acumulavam em suas pálpebras. — é complicado...

— eu sei que é um exame muito temido e não chegamos a fazê-lo antes, mas agora é necessário. Eu disse que iria fundo dessa vez, e eu não brinco em serviço. – encara firme a morena tentando passar confiança. — e aí o que me diz? – pergunta para Callie que fecha os olhos respirando fundo.

eu acho melhor fazermos logo agora que estamos aqui. – Arizona se pronuncia pela primeira vez depois de ter ouvido tudo que Addison tinha dito. — quanto mais cedo melhor e...

— fazermos? – encara a loira elevando o tom de voz. — eu que vou sentir o incômodo quando ela injetar uma quantidade de contraste na cavidade da minha vagina. – apoia uma das mãos na cadira a sua frente. — Então não me venha com ‘’nós vamos fazer o exame’’, porque não tem nós. – esbraveja e Arizona se assusta com o tom de voz da morena.

muito bem mocinha, eu sei que é complicado... – explica o procedimento do exame para as mulheres que a olhavam atentas.

— mais que complicado. – sorrir nervosa e irônica ajeitando os filhos de cabelo para trás de sua orelha. 

você não quer engravidar? Não pediu ajuda? Então contenha-se e senta agora nessa cadeira. – aponta impaciente para a cadeira preta na frente da mesa. — Anda, Callie! – ordena e Arizona encarava a batalha de olhares das amigas.

— okay... – senta na cadeira jogando o cabelo para trás.

estou esperando uma resposta. – exclama batendo as unhas na mesa. — hoje ou amanhã?

— amanhã. – responde com o semblante fechado. 

amanhã temos a minha consulta pela manhã, então se der marca durante a tarde porque eu gostaria de acompanha-la. – Arizona pede meio sem graça por Callie ter gritado com ela na frente de Addison.

— às 15h está bom para vocês? – digitava no computador enquanto as mulheres murmuravam um ‘’sim’’ para ela. — então por hoje é isso. – avisa. — faremos esse exame e eu vou fazer o possível para que a equipe tenha o resultado no mesmo dia, depois que eu verificar tudo dependendo do que irei ver, passarei mais um exames, medicamentos e eu irei para Seattle conversar sobre a pequena cirurgia.

— era só o que me faltava. – a morena pega sua bolsa colocando a alça em um dos ombros. — amanhã estarei aqui. – avisa não olhando para Addison e saindo da sala deixando Arizona para trás.

me desculpa por isso. – Arizona pede a Addison enquanto a abraça. — ela está nervosa...

— fique com ela e não a deixe beber. – a companha até a saída da sala. — na primeira tentativa foi bem pior, começou a surtar, apareceu na minha casa de madrugada bêbada e foi um caos. – respira fundo. — tente conversar com ela. – olhando para o fim do corredor onde a morena esperava o elevador.

tudo bem. – suspira. — Obrigada por tudo Addison. – sorrir apertando a mão da mulher. — amanhã estaremos aqui. – se despede e caminha calmamente vendo a porta do elevador no fim do corredor se abrir, mas não dar tempo dela entrar, e a porta se fecha.

 

Quando chegou no estacionamento da clínica, encontrou a mulher já sentada dentro do carro no banco do motorista. Contou até dez antes de entrar no carro encarar o perfil da latina que não fala nada e liga o carro para saírem do local.

 

— vamos ver o pôr-do-sol? – sugere a ideia quando estão na estrada. Não queria ir para casa, queria respirar ar puro e ver o agitar das ondas no mar.

acho melhor irmos para casa. – Callie não a encarava. Estava perdida em seu mundo fazendo o estômago de Arizona revirar por não saber direito o que se passava com a mulher que estava distante.

ontem você queria tanto andar na roda gigante. – tenta convencê-la. — a gente vai no píer, anda um pouquinho, podemos comer umas besteirinhas que eu sei que você gosta. – toca a coxa da morena, mas queria ver o que se passava em seus olhos. — que tal? – tenta animá-la.

tudo bem, eu te levo... – suspira seguindo para o píer de Santa Mônica.  

— Callie... – tenta passar algum conforto para a mulher que dirigia seriamente. Odiava aquela situação, era como se tivesse pisando em ovos.

— agora não, Arizona. – a voz contida da morena ressoa por seus ouvidos e ela retira as mãos da coxa da latina e se ajeita em seu banco.

okay... – é tudo o que diz e seguem silenciosas até o píer.

 

Callie estacionou o carro e assim que atravessaram a rua, Arizona buscou uma de suas mãos como se dissesse ‘’eu estou aqui’’. O local estava tranquilo, era uma ótima tarde para passear e arejar a cabeça. O parque de diversão mais a frente com a montanha russa e a roda gigante, davam um ar diferente e um belo contraste na paisagem. Arizona sugeriu que fossem comprar um café, e assim fizeram. Deram uma volta pela praia, afundando os pés na areia enquanto tomavam café e seguravam suas rasteirinhas com uma das mãos. Quando sentiram que o sol já iria embora, foram sentar-se em uma das casinhas que os salva-vidas ficavam e ali, perdias, cada qual em seus pensamentos sobre o futuro, sobre as dificuldades que encontrariam até conseguirem engravidar, sobre como seria dali para frente, foram presenteadas com um céu completamente rosa com fundo alaranjado, aquela imensidão aqueceu o coração da loira e ela sentiu uma lágrima solitária escorregar pela lateral de seu olho. Tudo era lindo, observa tudo amplamente e sorriu vendo os pelicanos que ali se esbaldavam no mar em voos para caçar.

 

Logo após o espetáculo passar, Callie quis ir embora, mas a loira queria ir ao parque. Não queria entrar em uma discussão com a mulher que a estava dando nos nervos por se manter tão calada, tão na dela. Preferiu ela mesma ir dirigindo para casa, estava começando a ficar preocupada porque geralmente quem se fechava era ela e não Callie. A mulher sempre fora mais explosiva, gostava de falar e colocar tudo para fora, mas aquela mulher ao seu lado encontrava-se completamente perdida em seu mundo e Arizona queria tirar todo o inferno de pensamentos que se passava por sua cabeça e a trazer de volta para a terra, a trazer de volta para ela.

 

Sofia te mandou um beijo e ficou um pouco chateada por não falar com você. – Arizona adentra a suíte onde Callie estava deitada com o controle remoto na mão passando por vários canais.

você disse a ela que eu estava com dor de cabeça e um pouco indisposta? – parou em um casal de culinária que pareceu interessa-la.

sim... - sentou-se ao seu lado encostada na cabeceira da cama. — ela disse que estava com saudades e que não ver a hora de voltarmos para casa. – comenta deixando seu celular de lado.

eu também não vejo a hora. – olhava para a tv franzindo a testa vendo uma senhora picar alguns alimentos e misturá-los dentro da panela.

pensei que estivesse gostando da nossa viagem. – olha o perfil da mulher e mesmo sem nenhum resíduo de maquiagem no rosto, era linda.

— estava até Addison sugerir um monte de coisas que eu não sei se estou disposta a fazer. – resmunga mudando de canal novamente. Encontrava-se impaciente.

podemos conversar sobre isso? Por que você não está me encarando nos olhos? – busca saber sentindo o coração acelerar de imediato.

— Arizona me deixa quietinha por favor... – pede em um fio de voz. Não estava afim de conversar naquele momento.

Callie se abre comigo, não foge. – toca o braço da latina fazendo um leve carinho. — estou aqui para ouvir tudo o que você quiser falar, pode chorar ou xingar... qualquer coisa, só não se fecha porque você não é assim.

— para! – solta o controle se endireitando na cama e puxando as cobertas. — eu não quero ouvir essas coisas. – vira-se de lado dando as costas para a loira. — eu já disse: me deixa quietinha...

— eu só queria dizer que eu estou aqui por você, por nós. – chega próximo ao corpo da morena que se levanta da cama com um semblante fechado.

caramba Arizona, você está surda? – o tom raivoso e alto faz o corpo da loira estremecer e o coração acelerar. — eu não posso ter um momento de paz. – tira o baby-doll que usava e coloca uma calça jeans em uma blusa de manga e pega o casaco em cima da cadeira. — eu peço para ficar em silêncio e lá vem você me dizer coisas que eu não quero ouvir.

— me desculpa. – observa a mulher ir colocando as roupas apressadas e calçar um par de sapatilhas, mas antes de sair do quarto a chama. — Callie, onde você vai?

ficar quietinha em algum lugar... — grita da escada e ela corre para a sacada do quarto vendo a morena entrar no carro e sair portão a fora. Deixa as lágrimas molharem sua face e retorna para o quarto se encolhendo na cama enquanto extravasava a impotência que estava sentindo no momento.

 

Era tarde da noite e Arizona andava de um lado para o outro pensando ‘’onde você se meteu, Callie’’? Já tinha ligado para Addison que informou que Callie não tinha aparecido e nem dado notícias. Estava preocupada, pois além dela não responder suas mensagens, muito menos atendia suas ligações. Com o avançar das horas a preocupação foi dando lugar a raiva. Raiva por Callie ter sumido, raiva por ela não se abrir e explodir de uma vez, raiva pela mulher não deixar ajuda-la.

 

Era exatamente oito horas da manhã quando seu celular a desperta, tinha colocado o aparelho para tocar, pois foi dormir por volta das três horas da manhã tentando alguma comunicação com Callie, e não obteve resposta. Olhou pelo quarto em busca de algum vestígio que a mulher tivesse voltado para casa, mas nada. Observou que tinha novas mensagens e inclusive de Addison às 4h15 da manhã a informando que Callie tinha chegado em sua casa, e estava segura. Respira fundo antes de levantar da cama e caminha para o banheiro para se arrumar e tomar seu café da manhã antes de partir para a clínica que trabalhava Charlotte.

 

Estava sentada no balcão comendo algumas frutas que tinha cortado para comer, e enquanto tomava seu café conversava com Addison por mensagem.


Ari: Bom dia Addison! Não queria te incomodar, mas a Callie está bem?
Addie: bom dia! Ela chegou lá em casa chorando e bastante abatida. Vocês brigaram?
Ari: antes fosse... ela simplesmente saiu de casa como eu te disse. Você já está no trabalho?
Addie: ela não queria conversar muito, mas pode ter certeza que bêbada ela não estava. Já estou no trabalho e deixei ela dormindo.
Ari: pelo jeito ela não vai na consulta então...
Addie: eu pedi para que a minha secretária acordasse ela. Ela vai sim...
Ari: ela poderia ficar em casa comigo, nós iríamos nos ajudar, juntas, mas ela simplesmente resolveu sair sem me dar notícias e ainda me deixou nessa casa enorme sozinha.
Addie: ela ficou bastante abalada, Arizona.
Ari: não foi só sua amiga que ficou, pode acreditar...
Addie: não quero tomar partido de ninguém, mas espera ela chegar e tentem conversar.
Ari: foi o que eu tentei fazer ontem, mas ela só gritou comigo e disse que queria ficar em paz.
Addie: eu vou tentar falar com ela e depois entro em contato com você. Tenho uma cirurgia agora, mas depois quero saber como foi a consulta com a Charlotte.
Ari: tudo bem. Obrigada e tenha um bom dia de trabalho.

 

 

Arizona esperou até os últimos minutos Callie chegar para que fossem para a consulta juntas, mas ela não apareceu, e com isso teve que chamar um táxi já que a morena estava com o carro. Se recusou a chorar por aquela situação, se recusou a espernear e ligar novamente como tinha feito muitas vezes na noite anterior e madrugada a fora. Por ter que esperar o táxi acabou se atrasando para a consulta e chegou meio esbaforida na clínica e ligou para a amiga avisando que estava na recepção passando seus dados para assim poder seguir para sua sala.

 

— pensei que tivesse desistido. – Charlotte a abraça forte e deposita um beijo em um dos lados de sua bochecha. — parece que tem anos que a gente não se ver.

colocaremos as fofocas em dia na hora do almoço. – devolve o abraço apertado transmitindo todo o carinho.

— pode sentar, fique à vontade. – senta em sua cadeira e olha para a porta sentindo falta de alguém. — a Callie não vem? – pergunta em quanto bebe um pouco de café e deposita a caneca em sua mesa.

— não sei, mas pelo jeito não. – sorrir amarelo para a loira a sua frente. — mas então, está tudo okay com os exames? – muda de assunto não querendo falar da namorada àquela hora da manhã.

— tudo bem... – sabia que tinha acontecido alguma coisa que Arizona não queria falar. — no almoço você não irá escapar. – avisa dando um sorriso sem mostrar os dentes. — exames de sangue tudo bem, ainda bem que você se cuida e não deixa qualquer uma enfiar a língua em você. – debocha sentindo a caneta que estava em sua mesa bater em sua cabeça.

você é uma das pessoas mais ridículas que eu conheço, sabia? – sorrir não acreditando que a amiga e médica tinha afeito aquele comentário. — odiei fazer aquela videoscopia. Nada agradável. – faz uma careta.

sim, as pequenas ultras também está okay e faremos uma mais específica agora para ver não só o útero, mas também as trompas e os ovários e como você já sabe como funciona a fertilização em vitro ficará tudo mais fácil pra gente. – marcava e digitava algumas coisas em seu computador enquanto Arizona a encarava ansiosa. — você ser médica e ter feito os exames antes me adiantou bastante, obrigada. – sorrir jogando um beijo para a loira.

— eu sei o que você está fazendo. – semicerra os olhos para Charlotte. – não precisa ficar tentando me distrair ou descontrair qualquer coisa, eu estou bem. – avisa.

não está. – afirma voltando os olhos para os da mulher. — Você não está com uma cara nada boa, mas você sairá daqui com uma lista prontíssima de doares e já com receita para os medicamentos. Então, depois disso aí sim você ficará mais tranquila e para de ficar olhando para esse celular. Não sei o que aconteceu, mas você sabe que ansiedade e aborrecimento só irá lhe prejudicar né? – ergue uma das sobrancelhas para a mulher que decide jogar o celular da bolsa e parar de verificar toda hora a tela pra ver se Callie tinha dado notícias.

— tudo bem... – fecha os olhos suspirando, respirando fundo e abre os olhos novamente. — vamos lá.

— a sala para a ultra já está pronta, é aqui perto e minha equipe já nos espera. – sorrir levantando da cadeira e saem pelo corredor até chegar na sala. Assim que entram, Charlotte apresenta as pessoas e pede para Arizona ir para uma divisão que ficava na sala e tirasse a roupa e colocasse um avental para fazer a consulta completa, antes de partirem para a ultra.

 

Enquanto ia sendo examinada, conversavam sobre Sofia que ligava todo dia em busca de notícias para ver se já tinham feito a consulta e queria para ontem um irmão. A menina estava mais ansiosa que as mães e aquilo as faziam sorrir de felicidade. Quando chegou a parte da ultra, ficaram silenciosas pois Charlotte ia conversando com alguns residentes e com a equipe e Arizona só ouvia e observava com atenção o que a médica dizia.

 

— então dra. Robbins agora vamos para a próxima etapa. – voltam para a sala e ela pega uma receita para entregar para a amiga. — agora você vai tomar um indutor de ovulação, chamado Gonal-F, é caro e nós sabemos e você vai ai tomar cerca de 10 a 12 dias dependendo da resposta do seu organismo. Esse remédio é uma injeção como você sabe, é subcutânea para produzir óvulos. Nos últimos dias do remédio, se tudo correr bem, você começa a tomar um outro chamado Ceprotide. – prescreve tudo em detalhes para não ter erro e Arizona prestava atenção. — vamos manter o contato porque quero saber sobre inchaço ou algum enjoo. Não me deixe de falar nada, okay? – Arizona confirma com a cabeça guardando o papel que a médica a entrega.

me aguarde que eu vou te ligar e passar mensagens reclamando de tudo. – a loira odiava tomar injeções e aquilo era mais que um incômodo para ela.

terei que te aturar mais do que aturo? – lamenta fazendo uma careta e conferindo as horas. — ainda tenho que atender duas pacientes antes de partir para o almoço. Você irá se encontrar com a Callie e nos vemos no restaurante?

— eu vou dar uma voltinha por umas lojas aqui do centro e quando você terminar me avisa, se não for nenhum incômodo claro. Eu estou sem carro e pegarei uma carona. – levanta da mesa pegando de dentro da bolsa seu celular.

e a Callie? Também não vai para o almoço? A Cléo está ansiosa para conhecer vocês. – acompanha a amiga até a porta estranhando o porquê do não aparecimento de Callie junto com Arizona.

eu não sei se ela estará no almoço e também não quero falar sobre ela. – abraça charlote rapidamente querendo fugir daquele assunto. — até daqui a pouco. – se despede da loira saindo da sala.  

 

 

Arizona andou por umas lojas e comprou algumas roupas para ela, encontrou um vestido lindo a cara de Sofia e resolveu levar para a filha que ficaria feliz quando visse a peça delicada. Enquanto caminhava pelas ruas tentava entender a atitude de Callie de não a querer por perto, de querer ficar longe e inclusive dormir fora de casa sendo que ela mesma estava mais animada com aquela viagem. Entendia que não era um processo fácil e estava decidida a enfrentar tudo com a latina, mas parecia que não era recíproco e aquilo doía, doía muito. Queria ter o poder de tirar toda dor, toda preocupação, todo pensamento errado que se passava pela cabeça da morena. Mas como faria aquilo se ao menos estava ao lado dela? Ainda teve esperanças que Callie fosse aparecer a qualquer momento na clínica, mas ela não foi e a mágoa aumentou. O choro estava entalado na garganta desde a hora que foi fazer o exame sozinha, e ainda se sentia sozinha, porém tinha prometido para ela mesma que seria forte e não iria regredir. Já tinha entrado nessa e não tinha volta, ela iria sim, ter um bebê.

 

Na hora do almoço Charlotte a ligou e encontrou com ela no estacionamento da clínica. Encontrariam com Cloe no restaurante já que a mulher trabalhava no hospital no centro de Los Angeles e inclusive já estava à espera das duas.
 

— quinze minutos atrasada. – observou a namorada de Charlotte reclamar assim que chegaram a mesa. — sua sorte é que eu te amo. – cumprimentaram-se com um selinho e a loira sorriu.

quero que você conheça a Arizona. Cuidado que esses olhos azuis podem ser bastante persuasivos. – avisa fingindo um tom misterioso.

— para com isso. O que ela vai pensar de mim. – empurra a mulher com um dos ombros. prazer, Cloe. Enfim nos conhecemos e não aguento mais ouvir ela. – aponta com o indicador para a amiga. — ouvir que achou o grande amor de sua vida.

— ela está apaixonada e cega. – brinca abraçando Arizona. — o prazer é meu em conhece-la. – segura suas mãos sorrindo. — e cadê a ortopedista? – olha por cima dos ombros de Arizona tentando ver mais alguém.

não deu para ela vir, mas assim que der, vocês se conhecem. – tenta manter o sorriso o mais natural possível e se sentam ao mesmo tempo que o garçom chega entregando o menu para que elas pudessem escolher seus pratos.

 

Ver o brilho no olhar das mulheres apaixonadas a sua frente aquecia seu coração não só de felicidade, mas de calmaria. Apesar da ausência de Callie ao seu lado, o almoço estava sendo divertido. Cloe era uma mulher super simpática e auto astral e contava belas histórias sobre viagens e pôde observar que ela uma mulher bastante família e Charlotte tinha ganhado na loteria.

 

O visor da tela de seu celular já tinha acendido três vezes com mensagens de Callie perguntando onde ela se encontrava. Ignorou cada mensagem e tentou seguir sorrindo e prestando atenção na conversa. Mas falhou em todas as vezes que tentou se manter firme e não olhar novamente para o celular que estava vibrando em cima da mesa. As mulheres à sua frente já tinham observado que estava chegando mensagens sem parar em seu celular, porém ela tinha avisado que não era nada importante. Quando o mesmo começou a tocar Charlotte avisara que não precisava se preocupar em atender lá fora ou ali na mesa, e na verdade era que ela não queria falar com Callie, não naquele momento, mas a mulher estava insistente. Logo pediu licença para o casal e foi em direção ao banheiro que por sorte estava vazio e assim, retornou à ligação.

 

Arizona: oi! – fecha os olhos assim que sua chamada é atendida logo no primeiro toque.

Callie: Oii! – o som da voz contida de Callie a faz suspirar e ela sente o coração acelerar em disparada.  — estou perto da clínica da Charlotte, onde você está?

Arizona: você quer mesmo saber? – como ela podia querer agir tão naturalmente depois de ter sumido e dormido fora de casa? Arizona queria gritar, queria dizer tanta coisa, mas não por chamada de telefone.

Callie: sim... – a morena sabia que ser insistente não era um bom caminho para se chegar na loira, mas ela só tinha aquela opção, pois voltar para casa estava fora de cogitação.

Arizona: estou em um restaurante almoçando com ela e com a Cleo. – decide falar onde estava porque por mais que estivesse chateada, ainda se preocupava com Callie.

Callie: droga, eu esqueci que tínhamos combinado. – a morena lamenta por ter errado tanto em mínimo espaço de tempo.

Arizona: pelo visto esqueceu de muita coisa. – alfineta já querendo encerrar a ligação. Falar com Callie como se estivesse tudo bem, estava a matando e ela só queria voltar para a mesa e tentar comer sossegada.

Callie: já estão acabando de almoçar? Me fala o endereço que eu vou te buscar. – apesar de saber que iria enfrentar uma guerra, tudo que ela mais queria era ver sua namorada, a tocar, dizer que estava tudo bem.

Arizona: não precisa, eu pego um táxi. – as palavras que saíam de sua boca não era as mesmas que a voz de seu coração dizia. No fundo ela queria ver sua latina.

Callie: Arizona... – ouve a mulher suspirar do outro em insistência, ela estava esperando uma confirmação sua.

Arizona: tudo bem. – decide não piorar as coisas e ainda tinha a consulta de Callie naquele dia e esperava que ela não tivesse desistido do tratamento. Passa o endereço com o nome do restaurante para a latina que não estava muito longe dali.

Callie: já estou chegando aí. – avisa encerrando a chamada e Arizona vira-se para o grande espelho do banheiro reparando eu seu semblante cansado e abatido.

 

 

Assim que voltou para a mesa pediu desculpas para o casal que trocava carinho e brincou dizendo que só estavam esperando sua ausência na mesa para poderem namorar à vontade. O senso de humor na mesa tinha melhorado depois que a sobremesa chegou e elas entraram no assunto ‘’melhores sobremesas do mundo’’. Arizona amava doce e tentava se controlar ao máximo quando saía para come fora, porque as belezuras que os restaurantes ofereciam a fazia perder o limite cada vez que pedia mais uma.

 

Depois de pagarem a conta e se dirigirem para fora do restaurante, seu olhar encontra com o da morena que estava encostada na porta do carro em pé e mantinha os braços cruzados a frente de seu corpo. Como o carro estava estacionado na frente do restaurante caminhou lentamente em direção a Callie que se desencostou do carro e foi cumprimentar o casal que estava com Arizona.

 

Callie, essa daqui é a minha namorada. – Charlotte apresenta as duas depois de ter dado um rápido abraço na latina. Apesar de estar ali presente com sua namorada, sabia que a mulher tinha ciúmes dela com Arizona, mas tentava sempre agir naturalmente para não dar brecha para nenhum desentendimento. — Cloe essa é a Callie.

— prazer em conhecê-la. – a morena cumprimenta a mulher que tinha a mesma especialidade que a sua.

— o prazer é todo meu. Pena que não veio para o almoço, mas podemos marcar outra vez quem sabe. – sorrir simpática para a latina que desvia o olhar e olha para Arizona que se mantinha calada ao seu lado de cara fechada.

— quando voltarmos para a cidade, marcaremos. – aperta a mão da mulher que lhe devolve o gesto, simpática.

eu tenho que ir porque tenho consulta daqui a pouco e não posso me atrasar. – Charlotte confere as horas em seu relógio de pulso.

ela vive correndo. – Cloe revira os olhos vendo a namora ir se despedir de Arizona.

obrigada por tudo e quando começar a tomar o medicamento eu aviso, sim? – Arizona falava baixinho de olhos fechados em agradecimento a amiga que tentara a todo custo fazer sua manhã ter um pouquinho de alegria, apesar de todo o estresse de sua vida.

— fica bem e qualquer coisa é só me ligar, você sabe... – beija uma das bochechas da loira sobre o olhar fixo de Callie que começava a dar tique de trocar o peso de suas pernas impaciente pelo abraço demorado.

— obrigada por tudo. – agradece mais uma vez por Charlotte a ajudar naquele sonho que começava a se iniciar.

— não fiz mais que minha obrigação como amiga e médica. — segura as duas mãos de Arizona e vira-se para Callie para aconselha-la. — e Callie, cuide dela porque agora é um caminho sem volta. – volta seu olhar para os azuis a sua frente. — Escute o que te falei mais cedo okay? Evite estresse ou seu nível de ansiedade vai aumentar e atrapalhará no processo com os hormônios.

— eu vou tentar. – abre um meio sorriso e abraça Cleo que estava ao lado de Callie. — Cleo foi um prazer conhecê-la, e desculpe por não poder ficar mais.

— você é maravilhosa como Charlotte já tinha me falado. Pena que é casada. – finge um lamento que a faz gargalhar pela primeira vez naquele dia.

Hey! Eu estou aqui... –  Charlotte separa as duas entrando no meio e pegando a mão da namorada.

eu estou brincando. Você é a única para mim, meu amor. – dar um selinho na loira que sorrir com o gesto.

— Arizona, nós temos que ir. – Callie avisa tocando o cotovelo da mulher que afasta o braço de seu toque rapidamente, e a morena franze o cenho em dúvida do que dizer. — Me desculpem por não poder participar do almoço, mas prometo que na próxima estarei aqui.

— venham mesmo. – o casal fala em uníssono de despedindo e assim, elas entram no carro alugado.

 

 

O silêncio no carro era incomodo, as duas travavam uma batalha internamente para começarem a falar, mas esperava alguém dar o primeiro passo. Arizona estava com o rosto virado para a janela sem ter coragem de encarar a latina que a cada minuto olhava para o perfil da loira e soltava um suspiro longo por não saber o que falar ou como começar uma conversa sem começarem uma discussão.

 

— quer ir para casa ou vai na clínica da Addie comigo? – pergunta assim que o carro para no sinal e ela observa as pessoas atravessarem na faixa calmamente.

— eu falei com você desde o início que iria participar de tudo, então estarei lá se você quiser. – é tudo que diz antes de o sinal abrir e o carro se coloca em movimento novamente pela avenida.

 

 

Ficar ao lado da morena em silêncio era como só pudesse vê-la, mas não pudesse tê-la por completo. Queria jogar tudo para fora, queria agredi-la com palavras, queria bater em seus braços e chama-la de idiota, queria puxar seus cabelos para logo depois trazer seus lábios de encontro aos seus e dizer que ficaria tudo bem. Queria acalmá-la antes dela entrar na sala de Addison para fazer o exame. Mas ela simplesmente estava fraca, Arizona encontrava-se em um estágio de não querer arrumar confusão, não naquela altura do campeonato. Sabia que uma hora a bolha iria explodir, mas faria aquilo em casa e não no corredor de uma clínica médica.

 

— que bom que não desistiram e vieram. – Addison cumprimenta as amigas assim que elas entram em sua sala. — Você está com uma cara péssima. – aponta para Callie que revira os olhos e ignora o comentário da ruiva.

boa tarde para você também. – sorrir amarelo se encostando na cadeira em frente à mesa de Addison.

como estamos hoje? – busca saber olhando para o casal que nada diz. Então ela resolve mudar a pergunta e seguir para um outro caminho. — Como foi a consulta Arizona?

— Charlotte conferiu os exames, me examinou, e passou os medicamentos e a lista para escolha de doadores. Agora só resta começar... – Arizona fala um pouco mais relaxada por saber que estava tudo certo com os exames e agora era só começar a tomar os medicamentos.

— fico feliz que esteja caminhando tudo certinho e você? – questiona a Callie que tinha abaixado a cabeça ouvindo o que Arizona relatara.

ela não foi a consulta, talvez tivesse alguma coisa mais importante na hora, mas estamos aqui. – Arizona decide falar pela morena que fecha os olhos negando com a cabeça por ouvir as palavras afiadas da mulher.

— okay... – Addison decide acabar com aquele assunto para não piorar as coisas entre o casal. — Callie vamos para a sala do exame e lá você será preparada. – levanta da cadeira pegando o prontuário da latina. — Arizona vem conosco? – pergunta.

sim, claro. – levanta da cadeira acompanhando as mulheres para fora da sala.

 

 

Arizona se manteve quieta para não atrapalhar Addison e sua equipe e mais afastada podia observar Callie que encontrava se com os olhos fechados. Queria ficar ao seu lado para segurar sua mão, mas podia atrapalhar no exame e preferiu ficar num canto atenta a tudo que Addison explicava. Callie teria que fazer a cirurgia invasiva, certamente retornaria para Los Angeles para isso e até lá a loira sabia que teria que lidar com as crises que a morena iria ter pela ansiedade e estresse.

 

— eu sei que você está chateada, mas você me responderia se eu perguntasse como foi a consulta? – pergunta para Arizona assim que entra no quarto e a observa colocar seu pijama de flanela.

— os exames de sangue está bom, as ultras, e mais um que fiz hoje deu o resultado que queríamos e quando eu começar a tomar o medicamento que vai ser um pouco complicado e dependendo de como meu organismo reagir, partiremos para a próxima etapa com mais exames e outra medicação e ela me deu isso aqui. — entrega para a morena uma pasta preta. — é para escolhermos o doador e segundo ela é uma boa lista, mas se você quiser, deixa comigo que eu escolho sozinha.

— veremos juntas. – observa os dados dos doadores da imensa lista que Charlotte entregara para Arizona.

— eu vou dormir um pouquinho porque estou com dor de cabeça já que quase não dormi a noite. – avisa deitando-se na cama e puxando a coberta para cobrir todo o seu corpo. Estava tão cansada que não demorou muito para pegar no sono.

 

Quando a loira acordou, o outro lado da cama estava vazio. Conferiu as horas e já era começo da noite. Decide ir para o banheiro tomar um banho e depois ela veria o que iria fazer para comer. Tudo que mais queria era chegar em casa logo, abraçar sua filha e chorar no colo de suas amigas, ela estava sedenta por chorar e desabafar com alguém que a conhecesse e pudesse ouvir suas lamentações.
 

o que está fazendo? – ouve a voz da morena a questionar parando em sua frente.

arrumando a mala. Viajamos amanhã cedo e não gosto de deixar nada para última hora. – dobrava as roupas dentro da mala, arrumando espaço para também colocar suas compras.

quer sair para jantar? – Callie busca saber porque sabia que não tinha nada naquela casa para poderem jantar.

— aham. – suspira aliviada que sairiam de casa para fazer uma refeição descente. — mas nada de massas essa noite. – avisa.

podemos ir em algum restaurante japonês, aquele seu preferido. – encara a loira que estava com a mala aberta na cama colocando ou tentando ajeitar seus pertences dentro da mesma.

— vou me arrumar rapidinho e já já estou pronta. – avisa sabendo que teria que tirar alguma peça de roupa da mala para poder se vestir e sair para jantar.

 

Assim que chegam no restaurante japonês fazem seus pedidos. O ambiente era aconchegante, tinha a luz um pouco fraca, o ar era todo rústico e uma música tocava ao fundo se misturando com as vozes das pessoas do grande local. Encontravam se sentadas e como o clima estava estranho, desviavam o olhar sempre que eles se cruzavam. Arizona estava estalava os dedos em um gesto que sempre fazia quando estava ansiosa e não sabia o que fazer.

 

— eu não sei como você e a Sofia conseguem comer isso o tempo inteiro. – Callie decide quebrar o silêncio quando garçom entrega a elas seus pedidos.

— isso se chama comida. – leva o sashimi de salmão à boca e geme em aprovação. — é uma delícia.

— vocês são viciadas. – sorrir ao lembrar da filha que certamente estaria muito feliz se estivesse ali com elas.

— é uma das melhores comidas do mundo. – observa ao pegar um Niguiri de peixe branco.

ela ia amar se estivesse aqui agora, inclusive tirarei uma foto e mandarei para ela só para causar inveja. – pega o celular tirando foto da mesa de jantar enviando para a filha.

ela vai mandar um áudio reclamando todas. – conhecia bem a filha que tinha.

estava pensando que nas próximas férias dela, podíamos levá-la para a Europa. – manuseia bem os palitos entre os dedos sendo observada por Arizona.

se as notas dela forem boas, pensaremos nisso. – sabia que um dos maiores sonhos da filha era ir à França e certamente queria proporcionar aquela viagem para a filha já que tinha condições para o sonho se tornar realidade.

ela é uma boa aluna. Tudo bem que levou um baque pela escola ter outro método da outra de Nova Iorque, mas ela ainda é uma menina de nota azul. – comenta sabendo que mesmo com as dificuldades de adaptação, a filha estava se saindo bem nos últimos meses.

que assim permaneça. Lembro que meu pai olhava todo final de bimestre o meu boletim. Eu sempre ficava muito nervosa porque ele sempre foi muito bravo com relação aos estudos. – apesar de ter tido uma educação um pouco rígida tinha orgulho de tudo que tinha aprendido com seu pai.

— e você aprendeu direitinho com ele. – desdenha sabendo que Arizona era igualzinha ao pai.

que nada, eu sou uma frouxa. – dar a língua para a latina que sorrir não acreditando em nada que a mulher falava.

— de frouxa você pode apostar que não tem nada. – sorriem em uníssono e voltam para o banquete que estava ali disponível para elas.

 

Arizona quando chega em casa pega sua roupa de banho e vai para o banheiro se trocar. Queria pelo menos desfrutar mais um pouquinho da bela vista que tinha a sua disposição enquanto ficava na piscina.

você pode me ensinar como mexe no controle para deixar a água menos gelada? – sai do banheiro vestida já com seu biquíni e com a toalha em um dos ombros.

— pensei que fosse deitar. – a morena observa a loira calçar seus chinelos e fazer um coque no alto da cabeça. — Poderíamos ver algum filme. – sugere.

eu prefiro ir para a piscina, é a minha última noite nessa casa. – olha para Callie que estava deitada na cama mexendo em seu celular.

— tudo bem. Vamos lá que eu te explico. – levanta da cama caminhando Arizona para as escadas.

 

Antes de seguir para o quintal, Arizona vai até a cozinha e pega uma taça e uma garrafa de vinho e leva junto consigo mesma e deposita os objetos na borda da piscina vendo a morena mexer no controle que regulava a temperatura da água.

— você pode beber? – franze a testa vendo Arizona abrir a garrafa e encher metade da taça com vinho.

depois que eu começar a tomar os medicamentos é melhor evitar. – senta colocando os pés na água e faz uma careta.  — nossa ainda está muito gelada.

— olha o tamanho dessa piscina, vai demorar um pouquinho. – fala como se fosse óbvio a água ainda estar gelada. A piscina era enorme e claramente não aumentaria a temperatura em poucos minutos.

essa paisagem deveria ser proibida. – olha a cidade de Los Angeles a sua frente e suspira olhando para o céu.

— Morar aqui deveria ser proibido. – comenta ao lado da loira que concorda com a cabeça.

 

 

Quando sentiu que poderia entrar na piscina sem sentir câimbra por causa da temperatura da água, Arizona resolve explorar toda a extensão daquela coisa enorme. Assim se distrai um pouco, estava perdida em pensamentos e sempre parava para beber mais um pouco de vinho. Callie tinha dito que estava com sono e iria tentar dormir, sorte dela pois queria ficar sozinha e pensar um pouco em sua vida. Em como seria quando estivesse grávida, sobre como contaria para seus pais já que só quem sabia daquela maluquice eram as médicas e Sofia. Nem Mark sabia, o homem pensava que elas tinham ido para Los Angeles apenas para ficarem sozinhas, pobre Sloan.

 

Addison estava irredutível hoje. – sente a latina se colocar ao seu lado e dar um pequeno pulo pelo susto. Estava tão distraída que nem tinha sentido a presença da mulher entrando na piscina. — ela só fica assim comigo quando está muito brava.

— ainda bem que ela tem razão... – beberica um pouco de seu vinho. — em tudo.

— Arizona... – tenta falar qualquer coisa que não houvesse desavenças. Ficar ali ao lado de Arizona era como se a todo instante pisasse em ovos prestes a rachar e quebrarem.

pensei que tivesse ido dormir. – corta a fala de Callie não dando espaço para qualquer tipo de justificativa.

não vou conseguir dormir sozinha na cama sabendo que você está aqui embaixo. – murmura pegando a taça que estava na boda da piscina e bebe o resto do vinho que continha ainda na taça.

irônico não? Ontem conseguiu. – a risada e a voz saem mais irônica que esperava.

 — eu não quero brigar. – murmura olhando para o lado, mas Arizona olhava para frente. Para a grande extensão de estrelas que continha no céu.

— por isso mesmo eu estou com tudo entalado aqui, mas para o nosso bem eu vou tentar me manter quieta e tranquila. – a voz sai contida e para dissipar tudo aquilo, enche mais um pouco sua taça.

ontem eu estava muito mal... – respira fundo ao recordar sobre os resultados dos seus exames. ‘’Por que ela não poderia ter um filho como todo mundo? Sem complicações, sem tratamento’’? Ela se perguntava isso a cada instante. — sabe quando parece que um sonho é arrancado de você?

— sei. – seu indicador rodeava a borda da taça de vidro. — quando perdi nosso bebê eu me senti assim também. – declara fechando os olhos. Não gostava de lembrar sobre aquilo, era muito dolorido não só para ela, mas para Callie também.

eu só não tive reação. Parece que tudo a minha volta não fazia sentido, me senti perdida. – queria dizer tantas coisas para Arizona, mas não estava achando as palavras certas. Então esperava que ela entendesse a clareza e a verdade em suas palavras.

— a reação que você teve foi gritar comigo, me destratar e outras coisas também que se eu enumerar nós vamos brigar. – pela primeira vez naquela piscina seus olhares se encontram. Os castanhos da morena e os azuis da loira queimam em busca de algo que aliviasse aquela tensão.

— queria muito ter ido hoje, mas eu nem acordei mesmo com a secretaria da Addie me chamando. Parecia que eu estava morta por dentro. – Addison tinha pedido que a acordassem, porém estava tão indisposta que nem conseguiu levantar da cama. Só se deu conta que que tinha perdido a consulta de Arizona quando tinha ido ao banheiro naquela manhã e se xingou por ter pisado na bola.

bom saber. – abre um sorriso que não chega em seus olhos. — quando a Addison te ligar para fazer mais exames você me fala, que mesmo você querendo que eu te deixe em paz, eu quero acompanhar tudo. – pede sabendo que não conseguiria deixar Callie enfrentar tudo sozinha.

não fala isso. – passa um dos braços pelos ombros da loira que não recua, mas também não lhe abraça. — eu quero você por perto. – murmura sincera.

— não faz isso. – fala assim que sente Callie beijar seu pescoço e as mãos rodearem sua cintura. — não estamos em clima...

podemos construir o nosso clima. – suplica passando encostando as testas e os narizes roçam-se quando elas fecham os olhos, suspirando.

hoje não. – diz firme se afastando e indo em direção as escadas para sair da piscina, deixando Callie sozinha que ao ver a mulher se afastar, abaixa a cabeça com os olhos marejados.

 



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