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História I turn for you. - O Quadro.


Escrita por: aliciarsoares

Notas do Autor


Bom, desculpem por não ter postado sábado e nem ontem, mas não deu tempo hihi, então posto hoje um capítulo maiorzinho (BEM MAIORZINHO), já que só poderei postar na sexta-feira ou no sábado. Espero que gostem, beijosss

Capítulo 5 - O Quadro.


~~Lílian Rützen Time

Cheguei em casa. Eu estava tão transtornada que quase errei o andar no elevador, era muita informação para a minha cabeça, como que Ricky estaria interessado em mim? Ele tão culto e maduro, estar interessado em mim, uma rebelde e pirralha, não faz sentido. Além do mais, eu não podia sonhar em ter nada com ele, com certeza isso causaria um rebuliço naquele The Voice, além de prováveis polêmicas, eu precisava fugir disso.

Hanna não estava em casa, então apenas fui ao banheiro retirar a maquiagem e escovar os dentes e dormi, desmontei; estava aliviada porque não veria Ricky nos próximos 4 dias, quem sabe assim eu esfriaria a cabeça.

Acordei, e fui tomar o meu café da manhã, com a cabeça um pouco pesada por causa dos chopps de ontem, e das declarações de Ricky, eu não conseguia parar de pensar nele, isso me atormentava, tudo que eu fazia ou via me lembrava ele e era péssimo.

Até que recebi uma ligação de uma das secretárias da BBC:

- Olá, Srta. Rützen?

- Eu mesma, o que deseja?

- Bom, pediram para que eu a avisasse que os ensaios do sábado e do domingo foram adiantados para hoje e amanhã, devido ao feriado que acontecerá nesses dias.

- Ah sim entendi, ambos a tarde?

- Não não, o de hoje será a tarde e o de amanhã pela manhã. Depois disso os ensaios começam a partir da terça feira normalmente.

- Tudo bem, muito obrigada.

Como eu conseguirei olhar para Ricky hoje? Seria difícil, mas algo necessário. Por sorte Hanna acabara de chegar em casa.

- Olá amiga.

- Olá Hanna, noite foi boa fora?

- Foi ótima, e sua saída com Ricky? Me conta tudo!

- Ah, ele é o cara mais fofo da face da Terra, mas...

- Mas o que menina?

- Eu não posso ficar com ele.

- Por que não?

- Ah, não sei, ele é de uma realidade tão diferente da minha... Além de poder causar problemas de polêmica.

- Ah amiga nada a ver, vocês se gostam, isso que importa.

- Ah, mas não sei... Será que não é apenas uma quedinha a dele por mim?

- Eu acho que não, bom, eu tenho certeza, a maneira que ele olha pra você é tão linda e sincera... Ai, por que não tenta? Não custa nada!

- Ai, eu acho melhor não, mas posso pensar na ideia.

- Pensa sim!

Tomei um banho, e coloquei para assar uma lasanha das milhares que Hanna havia feito e congelado. Me arrumei, e almocei com ela, ela contando todas as novidades do Chelsea, como eu adorava ouvir todas nos mínimos detalhes, só pela felicidade com que ela dizia tudo, eu sabia que ela com certeza tomaria o lugar de Eva Carneiro posteriormente.

Terminei os retoques finais e chamei um táxi rumo a BBC, eu estava tão tensa na verdade, e um pouco sem graça, mas é a vida que nos prega peças... Então era levantar a cabeça e chegar lá como se nada tivesse acontecido.

- Boa tarde Ricky – e dei um abraço, como de costume.

- Boa tarde Lílian, como vai?

- Vou bem e contigo?

- Vou bem também... Então vamos. O que pensou de música?

- Pode falar o que você pensou primeiro.

- Fala você...

- Então tá, Under The Bridge do Red Hot – dizemos juntos.

- Wow, até arrepiei – disse Ricky.

- Pois é – disse sem graça e tentando quebrar o gelo – Então vamos.

Peguei uma guitarra na sala, e comecei a introdução, provocando o espanto de Ricky.

- Já treinaste em casa?

- Para falar a verdade não, mas é uma música que sempre soube tocar, então...

- Então prossiga, Lily.

Eu continuei, e ele foi me dando conselhos do que eu deveria melhorar nos arranjos, e ele realmente tinha razão, com as dicas dele a música ficaria demais, ele sabia muito de música, mesmo tendo apenas 38 anos.

Então o ensaio acabara, e eu agradeci Ricky pelo mesmo.

- Obrigada pelo ensaio e pelos conselhos, foi demais.

- Ai que isso, como eu digo, é o meu trabalho, com mais alguns ensaios e você vai arrasar nos knockouts.

- Então tá... Até amanhã então?

- Até, às 9 da manhã, fechou?

- Beleza, até mais – e dei um beijo tímido em sua bochecha. Sei que sou a pessoa mais babaca da face da terra, afinal, eu que pedi distância, não ele.

Assim que estava saindo da sala, Nicole estava entrando, e eu adoraria saber que diabos ela estava fazendo ali já que seus trabalhos eram com Will, e não com Rick. Mas eu não ficaria ali para ouvir conversa dos outros ou fazer papel de cão vigia, então segui meu rumo para casa, passando, claro, no Starbucks para pegar um café bem quente com chantilly.

Assim que abri a porta me deparei com Lucas e Hanna no maior agarra-agarra no sofá, fiquei tão perplexa que automaticamente fechei os olhos.

- Ai meu Deus! Hanna! Lucas! No sofá não né... Eu sento aí nas melhores horas do dia.

Lucas ficou tão vermelho que se assentou novamente no sofá, e me pedia todos os perdões possíveis.

- Me desculpa Lily, é porque Hanna achou que você demoraria mais um pouco...

- Ai céus, tudo bem tudo bem, mas da próxima vez se encaminhem para o quarto por favor. De quanto o Chelsea ganhou hoje?

- Nada mais nada menos que 3x0 do Manchester City, um arraso. – disse Hanna – Lucas fez um hat trick.

- Wow, parabéns... Quem sou eu para tirar o clima de vocês, comemorem isso intensamente! – e ria – Com licença.

Fui para o meu quarto. A verdade é que vendo como Hanna e Lucas são felizes a minha vontade também era de ser feliz assim, com alguém. Todos os meus relacionamentos anteriores não duraram nem 2 meses direito e é claro que nisso eu me sentia desconfiante. Bom, não sei, e isso também talvez não importe, quem sabe Ricky decidiu se ajeitar com Nicole e talvez assim que deve ser? Bom, eu realmente não sei de nada.

Peguei meu violão, e deixei minha cabeça fluir para tocar algo. Duas coisas: ou eu tocava Love’s Not A Competition, ou eu tocava a música que Ricky fizera para mim. Por que ao pensar no que tocar eu só pensava nessas duas músicas? Tais duas que me lembravam ele, absurdamente ele. Era péssimo, talvez pelo tanto que tentei me esquivar, mais eu fui me envolvendo, e agora eu me sentia rolando como uma bola de neve, cada vez acumulando mais sentimentos. Era complicado.

Fui em direção a cozinha, e graças a Deus Lucas e Hanna decidiram ir para o quarto, comi dois pedaços de pudim, tomei um dramin, e fui dormir. Rimas a parte. Eu só precisava me preparar psicologicamente para o próximo ensaio.

                         ***

E o alarme tocara. Nada como um novo dia, nublado e chuvoso, como sempre em Londres, às vezes eu sentia saudades do tempo de Liverpool, dos dias ensolarados que ocorriam com mais frequência do que na cidade do Big Ben, mas às vezes temos que sacrificar certas coisas para realizarmos nossos sonhos.

Tomei um banho, coloquei uma roupa bem quentinha e tomei o meu café da manhã. Eram 8:15 ainda, mas eu não aguentava mais ficar parada em casa, então decidi indo de uma vez para a BBC.

Peguei o metrô, que não estava tão cheio por não ser horário de pico, e cheguei tão rapidamente na estação de destino que faltavam ainda 20 minutos para o ensaio. Fui entrando de uma vez, e nada de Ricky estar por lá. Até que topei com Will:

- Bom dia Lilynda.

- Hahaha, bom dia Will, como vai você?

- Vou ótimo e com você?

- Bom, vou bem também – e sorri – como vão os ensaios para os Knockouts?

- Fantásticos, bom, quase fantásticos né.

- Por que?

- Porque eu queria que Ricky tivesse escolhido a Nicole para eu poder pegar você para o meu time – disse sorrindo e brincando.

- Você é demais Will, obrigada.

- Que isso, mas apesar de tudo eu estou feliz por vocês dois.

- Eu e quem?

- Ricky ué. Vocês não estão juntos? – Eu fiquei vermelha instantaneamente.

- Não Will, o que te fez pensar assim?

- Hum... Nada nada não, mil desculpas pelo inconveniente.

- Que isso Will, acontece – e ri um pouco – bom, se me der licença, acho melhor eu já indo pra sala dos ensaios.

- Vai lá, boa sorte!

- Boa sorte tem que ter seus pupilos – e eu ri – até mais Will!

De uma coisa eu tinha certeza, Will sabia de coisas que eu não sabia sobre Ricky, e a minha vontade era de fazer um alto interrogatório, porém isso não era possível, então entrei na sala dos ensaios, peguei o meu violão e comecei a ensaiar o novo arranjo.

Quando Ricky chegou com uma sacola enorme, e deixou-a em um canto da sala.

- Bom dia flor do dia! Vamos então aos ensaios, tudo bem pra você?

- Claro.

Comecei a tocar, e ele se aproximou de mim dizendo o que eu deveria mudar nos acordes e no dedilhado. Eu me sentia tão completa com ele me auxiliando daquela maneira, tão o centro das atenções, mas eu sempre acho que ele faz isso com todos que sentam naquele sofá e naquele banquinho do piano.

- Obrigada Ricky.

- Por nada. Um pequeno intervalo de 5 minutinhos, quer alguma coisa da mesa de guloseimas?

- Quero não, obrigada – e ri.

- Por que tá rindo?

- Porque as gordices não saíram de você – e sorri.

- Sua boba... – e me fez uma careta, quando eu reagi mandando-lhe um beijo.

Ele sorriu, e saiu da sala. A verdade é que eu tinha que decidir se eu correria atrás ou não dele, e ao decidir ir até onde ele estava me deparei com Nicole novamente puxando assunto com ele, e ele rindo e parecendo interessado aos assuntos, quando a mesma pegou um papelzinho e colocou no bolso da sua camisa, dizendo que quando quisesse ele podia ligar para ela, ou até mesmo visita-la em casa.

Eu não sabia se isso me deixava com mais vontade de correr atrás, ou se isso me desmotivava, eu sei que dei a meia volta e retornei à sala dos ensaios, um pouco pensativa. Quando Ricky me trazia bolinhos de 4 sabores diferentes e 3 croissants.

- Meu Deus Ricky, não precisava de tanto.

- Relaxa, isso é tão bom que você vai querer mais.

- Eu acho que não – e ri, enquanto comia um dos bolinhos.

Ele me esperou terminar de comer, comi 1 croissant e 2 bolinhos, que realmente estava uma delícia, quando eu perguntei, curiosa:

- O que tem naquela sacola ali? – e centrei meu olhar para ela, em uma das quinas da sala.

- Então... Quer saber mesmo?

- Claro!

Então ele foi, e pegou a sacola, e tirou um quadro de lá. Quando me mostrou a frente do quadro: era uma pintura do meu rosto, e eu estava tão perplexa que não sabia nem o que dizer direito. Até que ele disse:

- Bom, eu fiz essa pintura, porque ultimamente eu não consigo pensar em outra coisa a não ser o seu rosto. Eu realmente não sei o que está acontecendo comigo, é inevitável Lily, por favor não me entenda mal.

Ficamos em silêncio por segundos, quando ele se aproximou mais de mim, e eu disse:

- Não entenderei Ricky. Isso foi lindo, ninguém nunca fez algo do tipo para mim, e isso vindo de você é tão especial. Eu venho sentindo coisas por você também, mas que nem eu sei explicar. Bom, eu não sei, eu estou confusa... – eu o beijei – ...E eu não deveria ter feito isso.

- Por que não? É tão recíproco. Você sabe disso, por que nega tanto?

- Ah Ricky, às vezes o que eu to pensando fala mais alto...

- Que o seu coração?

- É, talvez eu seja mais imatura do que você pensa.

- Não, não é, você é perfeita, e eu gosto de você desse jeito. Por favor, me dá uma chance?

- Posso te responder depois? – O que quebrou sua expectativa.

- Oh claro, pode, bom, eu acho... – ele gaguejando era uma fofura, apesar de tudo – Pense bem então – e deu um sorriso sem graça.

- Irei. Bom vou indo, obrigada mais uma vez por tudo, inclusive pelo quadro, vou arranjar algum lugar hoje mesmo para colocá-lo.

- Fico feliz que gostou.

- Apenas uma pergunta: faz quanto tempo que você não faz um trabalho desses?

- Hum... Desde a faculdade?

- Oh, que talentoso...

- Obrigado – e sorriu.

- Até segunda. – e acenei.

Peguei o quadro e saí dos estúdios. Chamei um táxi, porque não queria estragar a obra de arte feita por Ricky, e assim que cheguei em casa, tirei o quadro do Kaiser Chiefs que possuía em meu quarto, e coloquei a minha pintura. Talvez eu não devia ter feito isso, porque resultou em vários pensamentos sobre Richard, e sobre a chance que me pedira. Será?

                         ***

Era sábado, de feriado, com o céu azul, e eu estava decidida a ir para Liverpool, por mais que meus pais não me apoiassem eu sentia saudades deles, e claro, de Laura, minha irmãzinha caçula. Beirava seus 17 anos e era minha confidente sobre certas coisas que eu achava desnecessárias contar para Hanna. Mal esperava para chegar lá, como eu sempre dizia, eu amava Liverpool, mas meu sonho falou mais alto e é claro que eu tinha que correr atrás dele, então era saber arcar com as consequências.

Arrumei as minhas malas, e estava esperando Hanna voltar de uma de suas viagens maravilhosas com o Chelsea para poder avisá-la que estava indo, já que ela estava sem celular e eu não tinha nem o número de Lucas.

Enquanto isso dei uma passada em Under The Bridge com o novo arranjo quando um número desconhecido me chama no facetime. É claro que eu estranhei, mas atendi, que mal havia? Era Ricky.

- Olá Ricky, como conseguiu meu número?

-Olá Srta Rützen, é mais fácil eu conseguir seu número do que virar para alguém bom no The Voice.

- Hum... Engraçadinho...

- Só pedir para uma das secretárias que elas dão sem restrições.

- Hum, compreendo...

- Então, o que vai fazer hoje?

- Bom, eu estava me arrumando para ir para Liverpool visitar meus pais.

- Olha que coincidência, eu também estou indo para Liverpool! Você quer uma carona?

- Não precisa Ricky, eu já estou de passagem comprada – menti.

- Mas é bem mais confortável se você vier de carro, vamos Lily... você não terá que enfrentar a rodoviária... – Ele tanto insistiu que acabei aceitando.

- Tudo bem, mas quero que saiba que ainda não tenho sua resposta.

- Sem problemas! Te pego daqui a meia hora.

- Okay, beijos.

QUE LOUCURA EU ACABARA DE FAZER! POXA, POR QUE TEM HORAS QUE MINHAS EMOÇÕES FALAM MAIS ALTO QUE MINHA RAZÃO? COMO EU ODEIO ISSO TUDO, MAS FARIA DE TUDO PARA MANTER A MINHA POSTURA.

5 minutos depois Hanna chegara doida para contar todas as ladainhas do Chelsea Football Club, escutei todas, como sempre e depois avisei-a que iria para Liverpool.

- Sério amiga? Que bom, tomara que seus pais não estejam com tanta raiva de você.

- Tomara mesmo amiga...

- Você quer que eu ligue pro Pizi te levar até a rodoviária?

- Não, não precisa, o Ricky vai me dar uma carona...

- Hummmm, Ricky... Não acredito nessa coincidência de ele ir para Liverpool.

- E nem eu, mas como ele ofereceu...

- É claro que você não recusa né amiga, eu sei, MEU DEUS, QUE QUADRO É ESSE SEU? QUE LINDO... QUEM QUE FEZ?

- Hum... Chuta.

- Ai meu Deus, Ricky? Ah é, ele é formado em Artes Plásticas, caramba, esse cara te ama, não deixe-o escapar pelo amor de Deus Srta. Lilian Rützen Underwood Wilson!

- Não é pra tanto, Hanna...

- Como não é pra tanto? Você sabe quantos homens que eu conheço que já fizeram algo do tipo pras suas amadas? Nenhum além de Ricky. Lace-o pelo amor de Deus.

- Ai, você é terrível amiga – quando ouvi o interfone – acho que está na hora de eu ir amiga.

- Vai lá que eu vou pro quarto dormir porque eu estou exausta! Boa viagem e boa sorte com o Rickylicioso...

- Obrigada sua doida.

Então peguei a minha pequena mala e esperei a campainha tocar. Lá estava Ricky com uma bermuda, uma blusa xadrez, sapatênis e claro, óculos escuros; sempre muito estiloso, enquanto eu estava com uma calça jeans justa, uma blusa dos Beatles (afinal, estava indo de volta para sua terra), um tênis Vans e um chapéu branco com um laço vermelho.

- Bom dia Srta... Mc Cartney?

- No, Srta. Harrison.

- Sério que você gosta mais dele?

- Sim sim.

- Eu também – e sorriu, provocando meu sorriso.

- Pois é, que coincidência... – mais uma de infinitas – Vamos então?

- Bora!

Ele pegou minhas malas, e descemos então. Entrei em seu carro, o clássico Aston Martin DBS, e ele entrou em seguida, é melhor nem comentar o quão cheiroso ele estava. Era uma loucura passar 4 horas dentro de um carro com Ricky, ainda mais como alguém que não tinha certeza de seus sentimentos. Até que ele colocou Kings Of Leon para quebrar o gelo.

Conversamos sobre várias coisas, e ele inclusive contava de sua próxima turnê tão animado:

- Estou muito ansioso pela turnê desse ano, passaremos por tantos países, tantos que eu nunca nem coloquei meus pés... Porém ainda não decidimos quem abrirá nossos shows.

- Hum, isso é uma questão difícil, mas vocês conseguirão escolher sim, existe tanta gente boa principalmente aqui na Inglaterra, que só se tem que descobrir...

- Verdade...

Quando nós finalmente chegamos em Liverpool.

- Ai, não acredito que estou de volta, nem que seja por dois dias – e ri.

- Eu amo vir para cá, é um lugar tão calmo apesar de ser uma metrópole.

- Pois é, um dos meus lugares preferidos é a Roda Gigante no Albert Docks, é claro que não chega aos pés da London Eye, mas continua sendo divertido.

- Rodas gigantes são tops mesmo.

- E no Mello Mello você já foi? Aposto que você adoraria, é um restaurante super indie...

- Sério? Já ouvi falar mas nunca fui, vou ver se dessa vez dá pra ir.

- Pois é, vá sim, mas por que vieste a Liverpool?

- Bom, vim visitar um grande amigo meu, que já estava me cobrando essa visita há tempos, decidi criar vergonha na cara e ir.

- É verdade, rever os amigos é sempre muito bom.

- Como é! Então, onde você mora?

- Simples, vire a esquerda e depois a direita, no final da rua.

- Tudo bem... Caramba, você mora perto de Anfield?

- Aham, é a melhor coisa do mundo.

- Então quer dizer que a senhorita é red, dona Lílian?

- É óbvio – e ri – YNWA. E você, é Leeds mesmo?

- Sim, nasci ao redor de pessoas que eram Leeds né.

- Tipo eu... Pronto, é nessa casa rosa.

- Tudo bem, vou te ajudar com a mala. – Ele saiu, abriu a porta para eu sair e em seguida o porta-malas.

- Obrigada Ricky, você não quer entrar?

- Acho melhor não, disse para John que chegaria às 14:00, e sabe como britânicos são não é mesmo?

- Como sei! Muito obrigada pela carona Ricky.

- Imagina, estou para o que precisar. Ainda nos vemos em Liverpool?

- Quem sabe...

- Como eu gosto desses seus mistérios Srta. Underwood, até mais – e me deu um beijo na bochecha.

                         ***

Até que eu toquei a campainha, e Laura veio atender correndo:

- Lílian minha manaaaaa, que saudades... – e me deu um abraço tão forte que quase caí – nem acredito que você tá no The Voice, quer dizer, eu sempre acreditei em você, mas enfim... Ai como estão as coisas?

- Ai, calma, deixa eu chegar e te conto tudo!

- E esse Ricky Wilson te trazendo aqui? – me olhou maliciosamente.

- Sua boba! Ele me deu uma carona já que também viria para cá hoje.

- Então tá. Então vamos entrando, eu carrego sua mala.

Entramos, quando eu disse:

- Cadê papai e mamãe?

- Foram pra um daqueles eventos chatos deles, eu preferi ficar em casa como sempre, e por sorte eu ainda não fiz nada para comer, que surpresa a sua de aparecer aqui. Vamos fazer panquecas?

- Bora!

Coloquei minha mala no meu quarto, ele estava do mesmo modo como deixei, todos os pôsteres de bandas, todas as pinturas, o teclado encapado por um plástico de oncinha, minhas bugigangas e bichinhos de pelúcia... Era bom estar em casa.

Fui para a cozinha fazer as panquecas com Laura, e ela me contava todas as suas novidades, a conclusão próxima do Ensino Médio, sua ansiedade para a formatura, planos para o futuro... Eu devia ser a única que adorava ouvir as confissões das pessoas, e que menos falava.

- E suas coisas como vão?

- Bom, o básico né... De casa para a BBC, da BBC para casa, eu estou muito focada no meu objetivo, você sabe.

- Pois é, você está certa.

- Bom, de vez em quando vou para pubs.

- Faz parte mana, também tem que divertir um pouco. E os participantes do The Voice, são gatinhos?

- Tem uns muito bonitos – e ri – mas não estou interessada no momento.

- Isso não faz sentido!

- Faz sim, depois te conto com calma. Vamos comer então.

Comemos as panquecas, que estavam deliciosas, e depois fomos assistir uma das séries preferidas de Laura: Dexter. Eu não era muito fã de séries, mas como ela sempre consegue me convencer...

Ficamos tão entretidas que quando nos demos conta já eram 19:00, e nossos pais acabavam de chegar. Quando minha mãe me viu, correu para me abraçar.

- Lílian! Que saudades, e que surpresa!

- Também mamãe, por isso decidi aparecer aqui.

- Como estão as coisas lá?

- Estão ótimas, eu sei me virar sozinha mammy.

- Pois é, estou vendo... Até pegar ônibus está pegando...

- Pois é... – Quando abracei forte meu pai – eu estava com saudades papi.

- Também minha filha... Nossa, estou morrendo de fome, que tal uma pizza?

- Fechou!

Parece que meus pais não estavam com raiva de mim, o que me deixou muito feliz. Jogamos um pouco de Xbox enquanto a pizza não chegava, até minha mãe entrou na festa. Era bom sentir a união, apesar de saber que eles não concordavam que eu largasse a engenharia de produção para me dedicar a carreira musical.

A pizza chegou, e fomos comer, quando surgiu assunto do The Voice, e a ladainha toda recomeçara, o que antes parecia que meu pai não estava se importando tanto, se resultara em uma grande discussão, na qual eu saí choramingando para o meu quarto, sem querer saber de nada.

Laura foi atrás de mim, me consolar, me dando razão de estar correndo atrás dos meus sonhos e que uma hora ou outra meu pai aceitaria o meu desejo. E lá ela ficou me fazendo companhia. Quando Ricky me ligara.

- Alô?

- Lílian, tudo bem?

- Estou sim, e com você?

- Vou bem também... Aqui, eu consegui dois ingressos para o jogo Liverpool x Leeds amanhã, topa ir comigo?

- Bom, não sei...

- Ah vamos, faz quanto tempo que você não assiste o seu time?

- É, faz um bom tempinho...

- Então vamos, prometo que podemos entrar na torcida do Liverpool.

- Com essa condição sine qua non... Acho que podemos sim – e sorri.

- Beleza, te pego às 15:00.

- Okay, beijos.

Desliguei, e Laura ficou me olhando maliciosamente.

- Pode contar tudo!

- Bom, eu e Ricky...

- Estão se pegando? Namorando? Quase casando?

- Calma calma, mais ou menos, não, não. Não sei, acho que eu estou gostando dele.

- Ai que tudo, e é correspondida?

- Parece que sim, bom, não sei, é essa a questão.

- Ai mana, para de ser tão indecisa e confusa com as coisas, ou é sim ou é não, não é possível que você não consegue perceber se o cara está gostando de você ou não.

- Ele é confuso.

- Acho que você que é confusa hein.

- Pode ser – e ri.

- E então...?

- Ele me chamou para assistir Liverpool x Leeds amanhã.

- Que ótimo, pelo menos ele gosta de futebol igual a você.

- É, verdade.

- Bom Lily, eu só digo pra você seguir seu coração, se você gosta dele, por que não tentar? Eu acho que você deve seguí-lo, apesar de haver consequências.

- Ai Laura, obrigada pelos conselhos. Quem diria hein, minha pirralha me ajudando com essas coisas – e ri.

- É, acontece. Então vamos dormir porque amanhã você tem que estar renovada para assistir o jogo dos reds com seu bofe.

- Sua boba – e ri – vamos então. Boa noite diva.

- Boa noite.

                         ***

Dormimos, e eu acordei às 13 com o “maravilhoso” barulho de Laura cantando Kaiser Chiefs no meu ouvido.

- Só você mesmo Lauritcha.

- Booom dia flor do dia. Ou Srta. Wilson

- Ai para com isso, eu ainda não sei se eu quero isso da vida mesmo.

- Eu sei que sim, mas tudo bem, eu paro. Nossos pais saíram, de novo, e dessa vez eu nem sei para onde. Então o que quer comer? Aproveita que estou boazinha...

- Hum... Me surpreenda!

- Então tá, o macarrão já tá pronto.

- Realmente surpreendeu, arrasou, diva.

- Obrigada, eu sei disso.

Almoçamos, e eu fui tomar meu banho. Sequei o cabelo, me maquiei, e saí procurando minhas camisas do Liverpool, peguei a minha de 2008, em que Fernando Torres ainda estava lá, e a vesti, junto com uma calça jeans azul marinho e um all star.

- Tá lindinha, Ricky Wilson vai amar – fiquei vermelha.

- Obrigada dona, então vamos esperar.

Instantaneamente, Ricky tocara o interfone.

- Pontualíssimo como sempre, 15 horas, arrasou – dizia Laura.

- Britânicos são demais.

- Ele é demais.

- Vou indo então.

- Opa, não tá esquecendo algo?

- Acho que não.

- O perfume!

- Oh, sim! – Passei o 212 NYC instantaneamente e saí de casa, quando Laura gritava “Boa sorte”, sim, ela era demais.

Me deparei com Ricky utilizando uma roupa super casual, e claro, a camisa do Leeds.

- Vai ser linchado com essa camisa na torcida dos Reds.

- E quem disse que vamos para lá? Temos um camarote próprio.

- Wow, que cartaz baby.

- Pois é.

- E como conseguiu esses ingressos tão rápido? Laura disse que meu pai tentou comprar para os dois mas que já estava esgotado.

- Eu tenho meus contatos... Vamos então?

-  Só se for agora.

Fomos a pé mesmo, já que o estádio era bem perto de casa, e foi ótimo para já ir sentindo o clima de partida importante, ambos os times no G4, lutando por vagas na Champions e até pelo título inglês, eu adorava assistir esses tipos de jogos.

Entramos naquele estádio maravilhoso, e nos sentamos. Ricky pediu 2 cervejas e petiscos, e enquanto o jogo não começava conversávamos.

- E como está sendo com John?

- Que John? Ah tá... Está tudo ótimo, ele é muito receptivo e caloroso, e temos muitas afinidades.

- Ah, que bom né.

- E sua família?

- Laura vem sendo ótima pra mim, já meus pais estão mais discretos, devido a história toda do The Voice. É complicado.

- Ô se é, olha lá os times entrando.

Assistimos os times entrarem e cantarem o hino, e o primeiro tempo da partida. Muita pressão dos dois lados, mas o Liverpool conseguira abrir o placar com um belíssimo gol de Gerrard, que saudades eu sentiria dele quando fosse para a MLS, uma lenda para o clube.

Até que deu o intervalo. Permanecemos sentados nos nossos lugares, quando ficamos observando o telão, aquele momento em que as câmeras pegam vários ângulos e pessoas do estádio.

No momento que estava na hora da “Câmera do Beijo”, e as câmeras desfocaram daqueles ângulos e pessoas e começaram a focar em mim e Ricky. Levei um susto, e olhei para ele, sem saber o que fazer. Até que ele me beijou, um beijo repentino, mas que me deu a certeza de que eu deveria persistir com ele, e se isso fosse um erro, que persistisse no maior erro da minha vida.



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