“Você precisa parar de pensar no Spidey. Já está me enchendo o saco.”
-Cala a boca. Só ir embora. Não vai nem fazer falta.
“Wade, não deve falar assim conosco. Você está chateado, e nós sabemos disso melhor que ninguém. Mas não pode ficar sem coração por causa disso.”
-Eu posso ficar sem coração sim! Só abrir meu peito e tira-lo de lá.
“Não precisa ser tão literal.”
“Poderíamos ir visitar a Ellie.”
-Até que essa não é uma má ideia.
Deadpool subiu em sua moto e partiu para casa de Elleanor.
Logo depois teleportou-se para a casa da garota.
Assim que pousou no quintal da casa, a pequena Ellie veio correndo em sua direção.
-Papai! –Deadpool abaixou-se e pegou a pequena no colo. –Tava com saudades.
-Eu também pequena.
Deadpool caminhou para dentro da casa com a pequena em seus braços, agarrada ao seu pescoço.
-Papai, onde está o tio Spidey?
-O tio Spidey não pode vir hoje. –Deadpool sentiu uma pequena pontada em seu peito.
-Mas eu tinha uma coisa pra contar pra ele. –A garotinha fez bico.
-Você pode me falar e eu conto pra ele.
-Não papai. Você não seve, tem que ser o tio Spidey.
-Tudo bem. Eu falo com ele pra vir te ver.
Wade sentia um certo remorso por mentir para sua filha. Sabia que provavelmente a pequena jamais veria o Spidey de novo.
Pegaram os bonecos de herói da garota e começaram a encenar aventuras, como sempre faziam.
-E o Wolverine tira suas garras e acerta no homem mau! –Ellie chocou o corpo do seu boneco com o que Wade tinha em mãos e o maior fez um som de dor.
-Auch! Por favor Wolverine, tenha dó de mim! –Wade usava uma voz forçada.
-Você é mal! –A garota bateu seu boneco contra o de Wade repetidas vezes. –Toma isso! E isso! E mais isso!
Deadpool deixou o boneco que tinha em mãos cair sob a cama e a garota caiu na gargalhada.
Ellie levantou-se e pegou o boneco do Spidey e outro do Deadpool que deixava ao lado do seu travesseiro.
-O tio Spidey e o papai estão caminhando pelo meio da batalha. –A garota colocou os dois bonecos lado a lado movendo-os lentamente. –O papai segura na mão do tio Spidey e então dá um beijo nele. –Ellie colocou os dois bonecos frente a frente com seus rostos colados um no outro. Como se estivessem se beijando.
-Vem. Não vou te matar. –Disse Wade alguns metros à frente do Spidey.
-Aham. Não foi o que pareceu da última vez que você me raptou. –Peter revirou os olhos mesmo que Wade não pudesse ver por causa da máscara.
-O Osborn está morto. Não tenho mais nenhum motivo pra matar você. Agora vem logo antes que eu mude de ideia!
Wade voltou a caminhar pela calçada. Era noite. Peter vinham logo atrás de si um tanto relutante.
-Wade, o que você quer me trazendo aqui? –Peter parou mais um vez.
-Eu já disse que somos amigos. E amigos trocam segredos. E como você me mostrou o homem por baixo da máscara...
-Só por que você me obrigou. –Interrompeu-o Peter.
-Não importa. –Wade deu de ombros. –Agora eu vou te mostrar um segredo meu.
O Spidey deu pequenos pulinhos e pôs-se a caminhar lado a lado com Wade.
Logo Wade parou em frente a uma casinha tão normal quanto as outras.
Wade deu alguns passos indo até a porta e pegando uma chave em seu bolso e abrindo a mesma.
Peter hesitou por um instante se deveria ou não entrar, mas a curiosidade falou mais alto e ele seguiu Deadpool.
O mercenário ascendeu um abajur que havia ali do lado.
Apesar da pouca luz, Peter pode notar uma garotinha dormindo no sofá. Tinha um boneco do Deadpool e outro de si em mãos.
-Esse é o meu segredo. –Deadpool estava atrás de Peter, e Peter não fazia ideia de quando o mercenário havia chegado ali.
Deadpool correu suas mãos pelo corpo de Peter lentamente, fazendo pequenas correntes elétricas percorrem o corpo do menor.
-Papai? É você? –Uma vozinha irrompeu a sala e cortou o contato de Wade e Peter.
Wade aproximou-se do sofá e abraçou a pequena. Deadpool aproximou-se do ouvido da menina e disse algo que Peter não pode ouvir. A garota sorriu e então levantou-se, aproximando-se, um tanto receosa, de Peter e rodeou seus bracinhos nas pernas do Aranha.
Peter não soube o que fazer num primeiro instante, e então pegou a garota e a colocou em seu colo, retribuindo o abraço da mesma.
-O papai gosta muito de você tio Spidey. –Sussurrou a menina no ouvido de Peter. Por debaixo da máscara, Peter sorria.
-Tá na hora de criança ir pra cama. –Falou Deadpool deitando a pequena Ellie na cama e cobrindo-a.
-Mas papai! –Os lábios da pequena formaram um biquinho.
-Sem mas. Eu vou ficar um pouquinho com você e você irá dormir.
-Tá bom. –A garota deu um pequeno sorriso. –Mas eu não sou criança. Eu sou a Lady Spideypool!
Wade estava preparando uma espécie de café da manhã para Peter e Ellie.
Os dois conversavam distraidamente enquanto Deadpool os observava, deixando os ovos queimarem.
-Tio Spidey, qual é o meu nome de super herói? –A pequena Ellie estava sentada no colo de Peter.
-Você é a Lady Spideypool.
-Eu gosto desse nome. Você gosta papai? –A menina olhou em direção ao pai que tentava dar um jeito nos ovos queimados.
-Aham. É um nome bonito. –Wade sorriu.
Wade havia levantando uma parte da máscara para que pudesse comer. Deixando parte do seu pescoço e lábios a mostra.
Havia diversas marcas na parte do rosto de Wade que Peter conseguia ver.
O menor presumira que o restante do rosto de Wade fosse daquela mesma forma. Talvez até mesmo todo o seu corpo.
Deveria ser esse o motivo de Wade nunca tirar a máscara.
Porém Peter não o achava nojento, como Wade dizia ser.
Peter o achava até mesmo um tanto quanto bonito.
Não tão bonito quanto Thor ou Steve Rogers, mas ainda assim muito bonito.
Peter sentia-se perdido em pensamentos observando os movimentos desastrados de Wade, quando Ellie chamou sua atenção.
-Tio Spidey! –A garota disse alto tirando Peter do “transe” em que se encontrava. –Eu tava dizendo...
-Hora de comer! –Wade interrompeu a fala da pequena que pulou do colo de Peter e sentou-se na mesa para comer.
Wade serviu Ellie e logo em seguida serviu a Peter. O menor olhou para o prato a sua frente. Haviam duas panquecas queimadas, uma torrada crua e um ovo que mais parecia um pedaço de carvão e uma xicara de café que estava mais pra água rala.
-Espero que goste. –Disse Wade sorrindo para Peter.
Peter sorriu de lado, um tanto receoso se deveria ou não comer, mas Wade tinha um sorriso tão fofo no rosto e tinha se dado ao trabalho de fazer tudo aquilo pra ele, e sem contar que havia lhe apresentado sua filha. Seu maior segredo, segundo ele.
Não poderia recusar o café da manhã que Wade fizera com tanto amor e carinho.
Wade estava sentando de frente para Peter esperando que o menor comesse.
Ellie já havia devorado tudo o que tinha no seu prato num piscar de olhos.
Se aquela garotinha podia comer, então Peter também podia.
Peter pegou o garfo e a faca e cortou um pedaço da panqueca levando-o até a boca.
O gosto de queimado era inconfundível. Peter olhou para Wade, que ainda o observava. Deu um meio sorriso de aprovação para Deadpool e o outro sorriu de volta, começando a comer o que tinha em seu prato.
Peter comeu bem pouco. O café estava extremamente doce, o que fazia o gosto de queimado dos ovos e das panquecas saírem de sua boca.
Wade mandara Ellie subir e ir escovar os dentes, enquanto ele e Peter arrumavam a cozinha.
Peter estava terminando de lavar os pratos quando sentiu as mãos de Wade rodearem sua cintura.
Os lábios de Wade percorriam a nuca de Peter, fazendo com que o menor não conseguisse se concentrar na tarefa que tinha em mãos.
Num impulso incontido, Peter virou-se e selou seus lábios com os de Wade.
Era um beijo calmo e repleto de paixão.
Wade esqueceu-se completamente de que sua filha estava ali próxima e levou as mãos até as nádegas de Peter e levantou-o apoiando o mesmo contra a pia da cozinha, enquanto as pernas de Peter rodeavam a cintura de Wade.
Então, Ellie irrompeu na cozinha, com um homem atrás de si.
-Papai! O tio Logan tá aqui!
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