POV Lauren
- É inacreditável a capacidade que ela tem de fazer merda.
Mani comentou.
- Agora vai ser muito pior.
Ally respondeu.
- Se ela já dramatizava antes, imagina agora…
- Vai dizer que está todo mundo contra ela e blá blá blá…
- Eu não quero mais saber, vocês fazem o que quiserem.
- Eu já não queria me meter antes, imagina agora… Eu vou fingir que não sei de nada, okay?
Ally me disse.
- Melhor mesmo, concentre-se na sua gravidez, os seus filhos são mais importantes que tudo!
- Eu já não prometo nada.
Mani me disse.
- Eu diria pra você não se desgastar com isso Mani, porque ela está muito segura de si.
- Não gosto de me meter, mas também fico com o certo. Se ela vier chorar pra mim, não me responsabilizo.
Avisou.
- Mani, pega sorvete pra gente?
Ally pediu.
- Pego!
Imediatamente Mani levantou e foi pegar, trouxe o pote e três colheres.
Me sentei entre elas e devoramos aquele pote de sorvete de chocolate.
Enquanto isso eu lembrava, lembrava, lembrava e lembrava…
A cada lembrança uma lágrima muito dolorosa rolava por meu rosto.
- O que você acha de viajar? Fazer um curso na Europa, talvez?
Mani sugeriu.
- Nunca pensei muito nisso, na verdade nunca pensei num futuro em que ela não fizesse parte.
Expliquei.
- Vocês podem se encontrar mais pra frente, pensa que não deu certo agora e que vocês precisam se conhecer, se de descobrir… O tempo vai dizer se é pra ser ou não.
Ally me disse.
- O ódio, a raiva, tudo isso passa com o tempo, agora essa mágoa que estou sentindo…
- Você não vai conseguir se livrar totalmente dela, o Allan é presidente da sua empresa, você o adora assim como à Sinu e Sofi.
- Eles nem sabem o que está acontecendo devem achar que eu sou uma retardada.
Expliquei.
- É claro que ela não ia querer que ninguém soubesse.
Mani comentou.
- Mas você tem que explicar pro Allan Lauren, ao menos pra ele, não vai pagar de problemática não.
Ally me disse.
- Coloque os pingos nos is, pelo amor de Deus.
Mani me suplicou.
- Ela que escolheu isso, agora se vira.
Dei de ombros.
- Não é por ela, faça por eles que te receberam de braços abertos em sua casa e te tem como filha também.
Ally lembrou.
- Você tem razão, mas a minha vontade é deixar ela se ferrar, desgraçada.
- Entendo a sua raiva, o seu ódio… Mas esse ódio todo é porque lá no fundo você não consegue deixar de amá-la.
Mani me disse.
- Ela estava trocando mensagem com ele, enquanto estávamos na escola da Sofi, resolvendo um problema que era nosso…
Abaixei a cabeça e lamentei.
- Ela precisa de tanto tempo quanto você. Você precisa de tempo pra digerir, entender o que aconteceu. Já ela precisa de tempo pra se encontrar.
- Contanto que mantenha distância de mim, ela faz o que quiser.
A campainha tocou e Mani foi abrir, eram Hugo, Matt… E Dinah.
Eles nos cumprimentaram e se juntaram a nós.
Matt sentou ao lado de Ally, e Dinah sentou no chão entre suas pernas.
Mani sentou no colo de Hugo.
- Como você está?
Matt me perguntou.
- Com raiva.
Respondi e encarei Dinah.
- Desculpa.
Ela me disse.
- Veio fazer o que aqui?
Perguntei, mas na boa.
- Precisava te pedir desculpa, eu fiquei esse tempo todo do lado de uma pessoa que não escutava o que eu dizia.
Explicou.
- Tudo bem.
Dei de ombros, porque não estou a fim de discutir agora, não vai adiantar mesmo.
- Não devia ter ficado contra você, minha atitude foi errada.
- Nisso eu concordo, você não precisava cair matando em cima de mim.
- Ela me manipulou perfeitamente, e eu não tinha ideia de que ela estava conversando com aquele animal, se soubesse jamais ficaria quieta.
- Quando foi que eles ficaram?
Lhe perguntei.
- Lauren, pra que saber disso agora? Vai mudar o quê?
Matt meio que brigou comigo.
- Quando Dinah?
Insisti, o ignorando.
- Como eu disse, não sabia de nada disso, então não tenho como te dizer.
- Você pode até não ter sabido no momento, mas ela te contou sim. Quando foi?
Tenho certeza que ela sabe.
- Lauren, é melhor você perguntar isso diretamente pra ela.
Ally me disse.
- Não pergunta nada não, deixa isso pra lá.
Mani também opinou.
- Acho melhor resolver isso logo, tenho certeza que ela não vai se recusar.
Ally insistiu.
Fiquei quieta, pensativa… O silêncio então se instalou.
Talvez seja bom mesmo falar com aquela traidora, descobrir todas as mentiras de uma vez.
Mas eu preciso me controlar, minha vontade agora é matar ela.
- Você tá querendo matar ela, não está?
Dinah perguntou.
- É surreal que toda aquela coisa boa que eu sentia quando pensava nela tenha se transformado nesse ódio todo.
Levantei.
- Olha pra mim.
Matt levantou e me segurou pelos ombros.
- Você é mais que isso, esquece e vai viver sua vida.
Me disse.
- Esquecer? Ela me traiu Matt, não tem como esquecer o quanto ela foi cretina comigo.
- Mas você vai. Se for pra ir atrás dela nesse ódio, você não vai, nem que eu tenha que te algemar no pé da cama, entendeu?
Disse e alguém tocou a campainha.
- Falta mais alguém pra terapia?
Ironizei e bufei enquanto Ally atendia a porta.
Ao abrir a porta, minha vontade foi jogar a primeira coisa que estivesse ao meu alcance.
- Oi.
- O que você veio fazer aqui, garota?
Me aproximei gritando e Ally se pôs entre nós, me olhando e suplicando por calma.
- Eu posso falar com você?
Perguntou.
- O que, você veio jogar mais alguma traição na minha cara?
Ally não moveu um músculo e continuou a me olhar.
- A gente pode conversar?
Insistiu.
- Como consegue ser tão cínica?
Perguntei à Ally.
- Você está me transformando num monstro e não é bem assim.
Me disse.
O meu coração acelerou, respirei bem fundo… Mas antes que pudesse fazer qualquer coisa, Ally me abraçou.
- Escuta ela. Por nós!
Me pediu, se referindo à Anthony e Mia também.
Todos se levantaram e saíram da sala.
Ally deu espaço para que ela entrasse na minha casa e se dirigiu pro seu quarto.
- Ally, fica aqui, por favor?
Pedi.
- Depois você me chama.
Disse e continuou indo pro seu quarto.
- Está dependente dela agora?...
- Cala a boca garota, queria que ela ficasse aqui, pra sua segurança e pra manter a minha sanidade.
- Você está exagerando.
Ai meu Deus, me ajuda.
- O que você ainda quer comigo?
Engoli sua provocação em seco.
- Quero te dizer que eu gosto de você, mas que eu percebi que a gente não era o que eu realmente queria.
- Você espera mesmo que eu acredite nesse teatro? Você ficou mais de um mês atrás de mim, jurando que me amava… Agora vem com esse papo? Sabe o que você é? Uma piranha.
Me aproximei e com o dedo em sua cara, continuei.
- Você era tudo que eu tinha no mundo, o que eu tinha de mais valioso, a minha base, a pessoa por quem eu fui capaz de perdoar uma traição absurda, mas eu não dou a cara a tapa duas vezes, você me entendeu Camila?
A segurei pelos braços.
- Você não vai me destruir duas vezes.
Afirmei com os olhos ardendo.
- Me larga.
Pediu.
- Achei que gostasse de ser agredida, desculpa senhorita.
Ironizei e a soltei.
- Essa sua ironia é desnecessária e está me ofendendo.
- VOCÊ ME IRRITA! VOCÊ ME OFENDE. Até agora não disse nada que preste, só veio me irritar ainda mais. Aliás você sempre faz isso.
- Você não me escuta…
Reclamou.
- Você não tem o que dizer, me procura pra me provocar, só pra isso, então me faz um favor, esquece que eu existo, SOME!
- Você tem certeza disso? Podemos ser amigas.
- PUTA QUE PARIU, SOME DA MINHA CASA. VOCÊ NÃO É BEM-VINDA AQUI.
Abri a porta pra ela, que passou por mim com cara de decepção.
Ao sair, bati a porta e fui pro meu quarto.
Se eu pudesse te apagar da minha mente, apagaria agora.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.