POV Lauren
Depois de algumas horas resolvendo problemas, Claire entrou e me despertou do quase transe que eu me encontrava.
- Sra. Jauregui?
Disse depois de bater na porta e abrir um pouco.
- Entre Claire!
Ela adentrou com mais pastas na mão.
- Não vai me dizer que são mais papéis do jurídico que eu tenho que revisar linha por linha, mandar pra eles de novo, ler de novo pra depois assinar?
- São do jurídico, mas acho que a Senhora vai gostar de ler esses.
Disse e deixou as três pastas na minha frente.
- O que são?
Perguntei abrindo.
- Não acredito, já estão prontas?! Vou ler tudo rapidinho e já devolvo, mas certeza que aprovo.
As cartas de apresentação.
- Agora só amanhã Sra, já foram todos embora… Bem, a maioria.
Me disse.
- Como assim embora?
Perguntei sem tirar os olhos do papel à minha frente.
- Sim, o expediente já se encerrou.
Disse e eu tomei um susto ao ligar o celular e ver a quantidade de chamada perdida de Camila e a hora, o relógio já marcava 18h32 e o expediente se encerra às 17h.
- Claire eu me perdi totalmente, mas o que você ainda está fazendo aqui? Já deveria ter ido embora há horas.
- Estava esperando se a Senhora não ia querer alguma coisa. A Senhora Cabello ligou durante à tarde, não quis deixar recado.
Fechei a pasta das cartas.
- Pois nunca mais faça isso, me deixe sozinha com minha loucura, está bem? Muito obrigado, ligo pra ela já já!
- Tudo bem!
Disse e sorriu.
- Vamos arrumar nossas coisas e ir embora, porque eu nem almocei hoje, estou com uma fome de leão.
Disse. Ela assentiu e saiu.
- Que fome!
Falei comigo mesma, enquanto ajeitava minha mesa. Peguei minha bolsa, as pastas e meu celular e saí.
- Vamos Claire?
Ela está colocando a bolsa no ombro, pronta pra ir embora também.
- Nossa, só tem a gente aqui?
Me espantei ao ver tudo apagado e silencioso.
- Sim Senhora!
Afirmou.
- Meu Deus, não posso mais desligar o celular.
Disse chamando o elevador.
- A Senhora estava mesmo muito focada hoje.
Comentou.
- Esse projeto deu um gás, estou empolgada, acho que vai mesmo dar certo.
Comentei e entramos no elevador.
- Muito obrigado por tudo que está fazendo por mim e meu filho, Senhora. Jamais terei como agradecer.
Me disse.
- Para com isso Claire, é o mínimo que posso fazer por tantos tempo de serviço prestado à essa empresa, você está aqui há mais tempo que eu. E eu também sou mãe, não poderia te ver com tanto problema e não ajudar.
Disse e seus olhos marejaram.
- Não, não chore! Você é merecedora de tudo isso!
Disse e segurei sua mão.
- O Peter vai ficar bem, estamos todos pedindo à Deus por sua vida e sua cura!
Assegurei.
- Obrigado Senhora!
Disse segurando minha mão e com a outra secando as lágrimas.
Chegamos ao estacionamento.
- Vamos, eu lhe dou uma carona.
Disse e ela prontamente recusou.
- Não, que isso Senhora, eu preciso cruzar a cidade pra buscar o Peter e a senhora ainda nem almoçou.
- Pois agora é que eu vou mesmo, imagina que eu vou te deixar cruzar a cidade à essa hora sozinha, depois de ter ficado mais de uma hora no escritório só por causa de mim.
Peguei sua mão e levei comigo até meu carro.
- Vamos!
Abri a porta de trás e deixei minha bolsa e as pastas.
- Não precisa…
- Claire entre nesse carro, se não ficarei muito chateada com você.
Disse e ela então assentiu, entrando no carro.
Camila me ligou no meio do trajeto e a avisei que demoraria mais um pouco e contei onde estava indo.
Assim que os deixei em casa liguei pra ela.
- Camz já estou indo pra casa, acabei de deixá-los em casa.
Contei.
- Tá bom, estamos aqui em casa, mas minha mãe não fez comida hoje, almoçamos fora.
Avisou.
- Não tem problema, eu passo em casa tomo um banho e troco essa roupa, passo aí pra pegar vocês e a gente sai pra jantar.
- Tá bom!
- Ele está bem? Precisa levar alguma coisa pra ele?
Perguntei.
- Ele está ótimo, vai te contar várias coisas da escola. E não precisa trazer nada não, ele já está tomado banho, tudo bonitinho…
Me disse.
- Tá okay! Alguma notícia da Sofi e do Mark?
Perguntei.
- Ela passou boa parte da tarde estudando, mas ele não veio aqui hoje. O que aconteceu?
Me perguntou.
- Te conto pessoalmente. Acabei de chegar em casa, vou tomar banho e já já estou por aí.
Avisei.
- Tá bom, te amo!
- Também te amo!
Respondi e encerramos a ligação.
Tranquei a porta e fui pro meu quarto.
- Essa casa fica tão estranha assim, vazia…
Comentei comigo mesma.
Até pensei em tomar um banho de banheira, mas estou com pressa, não vou esperar a banheira encher.
Escolhi uma playlist no Spotify e deixei rolar, tirei minha roupa e entrei no chuveiro.
Nem sei que música tocou, só não quero ficar nesse silêncio ensurdecedor.
Lavei o cabelo e só depois lembrei o trabalho que vai dar pra secar.
- Burra, você é bem burra Lauren. Agora vai demorar mais ainda pra secar o cabelo.
Saí do chuveiro e fui logo secar o cabelo.
Com toda paciência do mundo, se não, não vai adiantar ter lavado, sequei o cabelo, vesti uma roupa confortável, um tênis…
Quando abri a porta pra sair, um vento alucinante me pegou de surpresa.
- Mas pra que isso? O tempo estava agradável há 1h, agora já está frio?
Voltei pra pegar um moletom pra mim e para Zeke, por garantia.
Finalmente pude sair de casa e assim que entrei no carro, uma tempestade caiu.
- É hoje!
Comentei o celular no bluetooth do carro, liguei para Camila e dei partida.
- Oi Vida!
Atendeu.
- Camz, tô indo já…
- Espera um pouco, olha a chuva que está…
- Eu já estou dentro do carro, ela me esperou entrar pra começar.
Expliquei e ela riu.
- Que privilégio!
Me disse.
- Quando chegar, dou uma buzinada e vocês saem, tá bom? Não vou descer porque acabei de tomar banho, secar o cabelo, não quero perder o trabalho e nem ficar doente pegando chuva.
Expliquei.
- Tá bom vida!
- E põe blusa, porque está frio.
Avisei.
- Tá bom!
- Já já eu chego aí, beijo!
Disse.
- Beijo, te amo!
- Também te amo!
Respondi e encerrei a ligação.
Em quinze minutos cheguei e fiz como combinado.
Ao escutar minha buzina, os dois saíram embaixo de um guarda chuva enorme, abri a porta do carro para os dois, que entraram correndo.
- Oi mãe!
Disse me dando um beijo na bochecha.
- Tudo bem meu amor?
Perguntei e ganhei um selinho de Camz.
- Tudo bem e você? Como foi o seu dia?
Me perguntou, se abraçando com frio.
- Trouxe uma blusa pra você, tá aí no banco.
Avisei.
- Obrigado mãe!
Disse vestindo-a.
- De nada filho. Meu dia foi agitado, hoje aquela empresa pegou fogo. E você, como foi na escola?
Dei partida.
- Foi muito legal! Lembra aquela menina da minha sala que estava doente e o cabelo dela caiu?
Perguntou.
- Lembro, o que tem ela?
- Ela voltou pra escola hoje também.
Contou.
- Que bom filho, e como ela está?
Perguntei.
- Ela ainda está careca mãe, falou que está melhor, mas ainda está doente.
- Vamos pedir à Deus pra que ela fique bem!
Lhe disse, e parei no farol vermelho.
- E você minha Camz, como foi o seu dia?
Perguntei, fazendo carinho em sua perna.
- Ajudei minha mãe a arrumar aquela horta, fiz lição de casa com nosso menino e fiquei com saudade de você.
Me disse.
Me inclinei pra lhe dar um beijo, mas meu cabelo está tão grande que sentei em cima dele e quando me inclinei, repuxou.
- Aaai!
Reclamei.
- Puxou?
Perguntou.
- Tô sentada em cima, acredita?
- Nossa, mas tá tão grande assim?
- Está e eu não tô aguentando mais, tô pensando em passar a tesoura, o que você acha?
Perguntei.
- Vai ficar muito mais prático pra você, mas não vai cortar muito.
- Tá muito grande, um pouco abaixo do ombro…
Comentei.
- Ai Lauren, é muito!
Não aprovou.
- Camz, cabelo cresce! Pensa que, com o cabelo que eu cortar, posso fazer uma peruca… Tem essa amiguinha do Zeke, e lembra que a Mia também fez isso?
Ficou pensativa.
Falando em Zeke, ele está muito quieto, olhei pra trás e ele está dormindo.
- Já dormiu!
Comentei.
- Ele teve um dia agitado, não vou julgar.
- Nem vou parar pra comer então, vou pegar uma pizza e vamos pra casa.
- Mas você vai comer pizza? Você ficou o dia todo sem comer, vida…
Reclamou.
- Não vou acordar ele, só pra eu comer… Uma pizza de peperonni e eu estou ótima.
Respondi.
- Que bela refeição…
- Relaxa meu amor, depois do dia de cão que eu tive hoje, pizza é realmente uma BELA refeição.
- O que aconteceu na reunião?
Perguntou.
- A reunião foi boa, evoluímos e estou animada com o que podemos construir. Difícil foi a conversa com Mark.
Expliquei.
- Como foi a conversa?
Quis saber.
- Ele contou que é fruto de um abuso sexual e que sua mãe biológica faleceu no parto.
Resumi.
- Meu Deus!
Ficou horrorizada.
- Ele tá muito revoltado, com tudo.
Contei.
- Ah não é pra menos também né, olha o que você me contou…
- A mãe dele com uma mulher, o pai com a secretária, não sei… Casamento provavelmente sendo mantido pelos filhos.
Comentei.
- Não o julgo.
Comentou.
- Eu sei que não é fácil descobrir tudo isso de uma só vez, mas ele tá focando na mãe dele com uma mulher, parece ser um problema…
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