História I want you to want me - Snape - O filho do Príncipe Mestiço

- Severo? Está mais pálido que o normal... o que houve?

- Dona Helena... a senhora poderia vir comigo, digamos, agora mesmo? - Digo ignorando o enjôo após aparatar.

- O que houve com a Brenda? - Ela diz rapidamente me puxando para dentro da casa olhando para a rua temendo estarmos sendo observados.

- Está nascendo! - Digo arfando segurando os braços dela sorrindo.

- Mí Dios! - Ela dá pulinhos de felicidade pela sala - E pelo visto vocês estão juntos novamente...

Concordo com a cabeça enquanto ela murmura outras palavras em espanhol.

- Certo... certo. Ela quer vê - la.

- Quer?

- Agora mesmo.

- Mas, a casa de Annabeth é do outro lado da Espanha!

- A senhora já ouviu Brenda comentar algo sobre aparatar? - Pergunto rindo de sua expressão encantada.

- Vamos fazer isso? - Ela pergunta batendo palminhas - Então vamos logo!

- Certo. Segure minha mão - Estendo a mão à ela que a segura rapidamente.

- Pronta?

- Sim!

Em fração de segundos já nos encontramos em frente à chácara. Já posso ouvir outro grito que me deixa completamente tenso. Helena corre para dentro subindo as escadas. Corro ao seu encalço mas sou barrado pela avó dela.

- Severo... acho melhor você esperar aqui fora - Ela diz dando batidinhas em meu ombro e servindo um pouco de chá numa bandeja disposta numa mesinha no canto.

- Já está na hora?

- Quase - Ela responde sorridente enquanto suo frio coçando a cabeça.

Não consigo me manter parado. Ando de um lado para o outro no corredor com a porta do quarto onde ela está fechada. De vez em quando ouço gritos de dor e gemo angustiado. Essa parteira não vai dar nada para ela? Nada que alivie sua dor?

- Força, querida! - Ouço uma voz abafada pela porta - Faça força!

O som de sua voz é seguido de um grito quase como um rosnado. Isso se repete algumas vezes me fazendo tremer. Um último grito agora é abafado por um choro agudo de um bebê.

Paraliso no corredor sem conseguir me mover enquanto minha consciência constata o choro contínuo de meu filho. Ele nasceu... nasceu!

Alguém abre a porta depois de alguns segundos.

- Venha, Severo - Helena diz sorridente me dando passagem pela porta.

Quando entro correndo, me deparo com uma das cenas mais lindas que eu poderia presenciar... a mulher da minha vida segurando o fruto de nosso amor nos braços. Ela ainda está ofegante com seus cabelos molhados de suor. Seus olhos transbordam lágrimas, olhando para o pequenino envolto num lençol com ternura.

- Oi... mamãe chorona... - Digo a fazendo ri fungando emocionada.

- Não consigo evitar, agora sou uma manteiga derretida... - Ela diz sorrindo ainda fitando nosso filho.

Me sento cauteloso na cama me encostando em Brenda, podendo ver o meu pequeno Snape.

- Hey... garotão. Estávamos esperando por você.

- Ô se estávamos... - Ela diz segurando seus pequenos dedinhos.

Seu rostinho repousa sereno no calor dos braços de Brenda. Seu rostinho é tão branco que está com pequenos vasinhos visíveis o deixando com as bochechas vermelhas.

- Acho que ele terá sardas igual a você... - Digo sorrindo para ela.

- E terá cabelos pretos e lisos como o seus... - Ela responde acariciando os fios finos escuros em sua cabecinha.

- Como vamos chamá - lo? - Pergunto acariciando seu rostinho sonolento.

- Pensei em David, pelo seu significado... - Ela diz o fitando -... aquele que é amado.

- É lindo. Nosso pequeno David... David Snape - Digo quase sussurando para não acordá - lo.

- Nunca estive tão feliz e cansada ao mesmo tempo... - Brenda suspira.

- Vamos deixar você repousar... - Beijo sua testa antes de pegar David carinhosamente e com cautela dos braços de Brenda e sigo para fora do quarto.

- Obrigada, querido... - Ela suspira deitando - se na cama fechando os olhos.

- Ah, rapazinho... - O balanço lentamente nos braços - ... Você será muito sapeca, algo me diz isso... talvez eu tenha visto num sonho... 

Sorrio para ele que resmunga sem abrir os olhos.

POV BRENDA 

Abro os olhos lentamente me sentindo muito mais descansada. Uma vontade súbita e profunda de ver o David se instala em meu peito. Procuro pelo quarto algum sinal dele e vejo Severo sentado no chão dormindo encostado na cama. É como se ele tivesse me velado todo esse tempo.

Acaricio seu rosto com fios desgrenhados de cabelo o cobrindo.

- Sev... querido... - O chamo baixinho para não assustá - lo.

Seus olhos se abrem devagar e ele rapidamente levanta o tronco.

- Oi, como se sente?

- Melhor que você... - Digo rindo - ... você dormiu assim?

- Pelo visto sim... - Ele responde colocando a mão nas costas.

- Ah, meu amor... deite aqui, você não é mais nenhum garotinho pra aguentar dormir assim... - Digo puxando seu braço.

- Estou visivelmente ofendido por você ter me chamado de velho - Ele diz rindo e se deitando ao meu lado.

- Haha, não... você não é velho... - Digo sorrindo o abraçando - ... seu posto somente mudou de príncipe para rei...

Ele ri fazendo carinho em meu cabelo.

- Não poderia ter achado princesa mais digna para ser minha rainha - Ele diz segurando meu queixo para olhá - lo nos olhos.

- Eu já disse que eu te amo?

- Um milhão de vezes... - Respondo rindo alisando seu braço.

- Posso dizer mais vezes?

- Sim. Pode - Respondo fingindo tédio.

- Te quiero... - Ele diz em espanhol me fazendo rir de seu sotaque, mas ainda assim me deixando no céu.

- Te quiero... - Respondo antes saciar minha sede por seus beijos.

Sua língua percorre por minha boca ao mesmo tempo em que sinto o calor de seu toque em minha cintura.

Ele interrompe o beijo arfando.

- Eu... esqueci de uma coisa... - Ele se levanta e pega algo no bolso de seu sobretudo e se senta na cama.

- Brenda Stone Vergara... - Ele abre uma caixinha de veludo azul -... você aceita se tornar a senhora Snape? E fazer de mim o mais feliz dos homens?

- Céus... - Perco as palavras olhando para o anel com uma delicada pedra azul no meio -... Sev... como... quando...

- Digamos que eu já tinha planos de te fazer minha para sempre...

- SIM! CLARO QUE ACEITO! - Me sento devagar na cama, afinal uma pessoa de resguardo não pode se agitar.

Ele coloca o anel em meu dedo. Já me encontro soluçando e tremendo.

- Sua chorona... - Ele diz com os olhos cheios de lágrimas.

Me penduro em seu pescoço o beijando e nos deitando na cama.