Draco Malfoy.
Draco é persistente quando quer alguma coisa, lembrou-se do que o moreno havia dito, de que iria para a biblioteca. E é exatamente para lá que ele iria.
Deu meia volta e seguiu o teu caminho, ajeitando novamente sua gravata e selecionando seus melhores argumentos para convencer o outro a lhe dar um beijo.
Depois de muito andar, ele finalmente chegou, foi se esgueirando por entre as prateleiras, atento a qualquer movimento suspeito e em algum sinal de Potter. Ele sentiu o coração gelar ao ver que o menor e Gina Weasley conversaram do outro lado da estante, teve até de se agachar para não ser visto pelos espaços entre os livros.
— Você não pode fazer isso, você veio até aqui, sinal que você quer... — ouviu ela dizer, e logo sua curiosidade foi atiçada.
— Eu não imaginei que fosse pra isso. — respondeu Harry, a voz firme.
— Você está me dando um fora Potter? — a garota falou com um tom tão firme e raivoso que até mesmo Draco se assustou, pensou que fosse um demônio ao invés dela.
— Gina, se acalme, você entendeu tudo errado e... — mas ele fora cortado por uma fungada muito audível, Weasleyzinha estava chorando.
— Você quebrou o meu coração, como que você consegue botar a cabeça no travesseiro e dormir em paz? — disse num tom de voz agora muito dramático, Malfoy começou a ficar enjoado.
Houve um breve silêncio, o louro quase foi impulsionado a levantar a cabeça para espiar, mas não foi necessário, Gina agora gritava:
— TIRE AS MÃOS DE MIM! — sua voz estava muito embargada. — Eu não quero mais falar com você hoje.
Ela saiu tão depressa que ele mal pudera vê-la direito, sentiu um pouco de pena apesar de não gostar dela. Levantou-se, Harry estava com a testa encostada na beirada da prateleira, o cocuruto muito visível pelo enorme espaço entre os livros.
O louro acariciou-o, sentindo a maciez dos fios negros. Ficou surpreso com sua própria atitude, até mesmo chocado se podemos assim dizer, mas não fora o único, o menor levantara tão rapidamente a cabeça que a batera na prateleira de cima.
— AI! — massageou, sentindo um formigamento em seguida. — Que diabos você está fazendo aqui? Estava me espionando?
— Vim pegar um livro... — sentiu vontade de se estapear pela desculpa esfarrapada, mas visto que não havia volta... — E vi que estava chorando... Foi pelo que eu te fiz? — reprimiu um sorriso divertido, impressionado com sua própria cara de pau.
O moreno balançou a cabeça, suspirando alto, como se estivesse muito cansado.
— Não é nada importante... — franziu o cenho, como se presenciasse algo estranho, não que não estivesse de fato. — Obrigada por se preocupar.
Draco deu a volta, ficando cara a cara com ele, notando pela primeira vez como os olhos verdes brilhavam intensos e maravilhosamente, sentiu-se encantado.
Aproximou-se vagaroso do garoto, sem desviar o olhar das belas esmeraldas, pousou a mão na nuca dele, tornando a acariciar os cabelos negros e beijou-lhe a testa amistosamente, como se quisesse transmitir carinho.
— Vá para a cama, não quero ter que lhe dar uma detenção, Potter. — deu-te as costas e seguiu o teu caminho, numa mistura repentina de conforto, ódio, medo, apreensão e algo que ele não conseguiu identificar, mas estava fazendo-o flutuar.
Quando chegou em seu dormitório, tomou um susto tão grande que quase chocou as costas na porta. Pansy Parkinson estava sentada na ponta de sua cama lendo um livro e fazendo algumas anotações:
— Oh, desculpe. Eu quis um lugar sossegado para acabar os deveres, aquelas garotas sonserinas são todas ridículas e tagarelas. — explicou-se, mas notara que o louro estava com uma feição indescritivelmente confusa. — Aconteceu alguma coisa?
Draco assentiu, procurando palavras que o ajudasse a expressar o que sentia e o que queria pôr para fora, mas estava tendo mais dificuldade do que o imaginado, ficou tão furioso com isso que cerrara os punhos com tanta força que os nós da mão esbranquiçaram.
— Foi o cicatriz, né? — disse, tentando ajuda-lo, o garoto assentiu novamente. — Ele fez alguma coisa?
Não tinha mais jeito, ele teria de falar. A não ser que a amiga pudesse ler mentes e ele não viesse saber disso.
— Eu tentei beijar ele... — começou, querendo encurtar o máximo que podia do falatório.
Parkinson boquiabriu-se, tapando a boca em seguida com a mão, como se tivesse dito algo proibido.
— Ele te estapeou?
— Não. Ele me deu uns tapinhas no ombro e disse “vai sonhando, lourão!”. — rolou os olhos quando ela desatou a rir. — Depois eu o segui até a biblioteca, o vi conversar com aquela repugnante da Gina Weasley.
— Conversar o quê? Eles não viram você?
— Eu estava escondido... Eles não me viram. Ela disse algo sobre se ele foi lá é sinal que ele queria, o quê eu não sei... Mas depois ela disse que ele partiu o coração dela... Não entendi muito bem... Acho que ouvi algo sobre tomar um fora, também...
— Você é idiota ou se faz? — perguntou na lata, o louro se sentiu muito ofendido, fez uma careta com quem queria dizer “como assim?” — Você tem concorrência, seu palerma!
Malfoy abriu um sorriso, como se esperasse que ela dissesse “é brincadeira!”, começou a gargalhar, como se tivessem lhe contado a melhor piada do ano.
— Ah, Pansy... Por favor, olhe para mim, olhe para aquela garota... Venhamos e convenhamos, né? — comentou divertido, começando a despir o uniforme.
— Você logo verá que ela é sim uma concorrente, e pelo que eu entendi dessa história, uma das bem chatas e birrentas... Ah, chegou uma carta do teu pai! — e mostrou-lhe o envelope.
Malfoy o apanhou, rasgou-o e puxou a carta de dentro, abrindo-a:
“Draco,
Eu não tenho palavras para descrever o quanto estou decepcionado. Não é feitio de um Malfoy sair por ai arrumando confusões. Trate de se comportar ou te trarei para casa, será confiscado seus chocolates belgas e suas férias na França, espero que se lembre muito bem disso da próxima vez. Aliás, espero que não tenha próxima.
Lúcio Malfoy.”
— Nossa, que sacrifício deve ser ficar sem viajar para a França e comer chocolates. — ironizou, amassando a carta e a jogando no lixo.
— O que foi que ele disse?
— Que vai confiscar meus chocolates belgas e minha viagem de férias à França caso eu não me comportasse. Caguei para o que ele disse. — terminara de vestir o pijama, atirando-se na cama.
— Quem dera eu ter um castigo desse tipo. — Pansy soltou uma risadinha.
— Quem dera eu ele não me enchesse o saco... — disse vagamente, sentindo o sono chegar. — Pansy, larga essas porras todas ai, quero dormir.
Ele não viu, mas a garota fez uma careta como uma forma de insultar seu jeito mal humorado e mandão. Largou as coisas no chão, deitou-se ao lado dele e se cobriu.
Não precisam se preocupar, os dois nunca tiveram malicias um com o outro, para falar a verdade o menino não era do sexo feminino para despertar nela certos desejos.
Harry Potter.
Harry passou a noite inteira pensando em Draco, não que estivesse apaixonado, mas estranhou seu comportamento. Ora o agarrava pedindo um beijo e ora o tratava como se importasse como ele se sentia, mas ele não podia negar, havia gostado. Queria ter sido mais são e ter peço um abraço, aproveitando-se da súbita mudança do louro.
Ficou imaginando como seria o tal abraço, até mergulhar em um sono profundo.
No dia seguinte acordou com uma enorme dor de cabeça, e como se não bastasse, caiu da cama pelo susto que tomara.
Gina Weasley estava sentada na beira da sua cama, observava-o enquanto dormia.
Quanto tempo ela ficou aqui me observando? Pensou, sentindo o peito subir e descer ofegante, pôs-se de pé rapidamente, não sabendo se estava zangado ou constrangido.
— Que diabos você está fazendo aqui? — a voz saiu trêmula.
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