História I Will Be Free - All I Wanted Was You

– O que você está fazendo aqui? – pergunto confusa, afastando-me dele bruscamente. Sim, eu estou feliz em vê-lo, mas ainda há um ressentimento.

– Eu vim para o seu aniversário, óbvio. – Louis responde com tom sarcástico. Ali, o vendo depois de meses, eu não consegui sentir raiva dele. Solto um riso e o abraço novamente.

– Chega. É a minha vez. – alguém nos separa e pela voz, reconheço Niall. – Princesa. – Niall diz e me abraça. Deus, como eu senti falta dos abraços do Niall.

– Nini, eu senti tanta falta do seu abraço. – digo com a voz embargada. Eu não quero chorar, é um momento feliz.

– Eu também. – Niall diz separando-se do abraço. Os meus amigos, depois de meses, lembraram-se de mim.

– Ei, Z. – praticamente pulo no colo de Zayn ao abraçá-lo. – Eu senti tanto a sua falta. – digo sincera. Deve haver um bom motivo para eles terem se afastado de mim.

– Eu também, irmã. – Zayn diz e eu separo-me daquele abraço, deixando um beijo na sua bochecha.

– Hope. – Liam me chama e eu aproximo-me, o abraçando fortemente em seguida.

– Payno, você cuidou dessas crianças enquanto eu estive longe? – pergunto com tom preocupado, mesmo já sabendo a resposta.

– Eles ficam instáveis longe de você. – Liam responde e eu separo-me do abraço.

– Hope. – ouço me chamarem e eu viro-me na direção dele.

Aquela voz que eu tanto amo, aquele sotaque britânico carregado. Depois de meses longe, ele mudou, mas ele ainda continua com a sua marca registrada, os cachos. O seu cabelo está mais longo que o normal, mas somente o deixava mais bonito. Ficamos nos encarando, sem saber o que fazer. Eu posso abraçá-lo? Eu posso beijá-lo? Ou eu devo cumprimentá-lo normalmente? Com passos lentos, Harry vem na minha direção e sem avisos prévios me puxa para um abraço.

Bastou estar novamente naqueles braços para as lágrimas rolarem pelo meu rosto, bastou estar novamente naqueles braços para a avalanche de sentimentos me sufocar, bastou o seu toque para eu entrar em uma bolha onde só nós dois existimos, bastou sentir o seu cheiro para acabar com o meu emocional de uma vez. Eu estava sendo forte até o presente momento, mas só foi vê-lo, ouvi-lo, estar novamente naqueles braços, sentir novamente o seu toque, sentir o seu cheiro viciante, para as minhas forças acabarem. Quando estou com o Harry, eu não me sinto forte, eu fico vulnerável. O amor me torna vulnerável.

– Eu senti a sua falta. – Harry diz com a voz embargada e eu respiro fundo, controlando o choro.

– Eu também. – digo, mas somente Deus sabe o quanto eu senti falta do Harry.

– Eu tenho um presente para você. – diz ao nos separarmos daquele abraço. – Somente ouça, ok? – ele pergunta e assinto rapidamente, o vendo ir até o palco.

– O que ele vai fazer? – pergunto encarando os meninos.

– Cantar. – Ed responde dando de ombros.

– Você sabia que eu estava falando sobre ele? – pergunto confusa.

– Sim, eu sabia. – Ed afirma e eu o encaro descrente. Ele havia ajudado Harry para que esse momento ocorresse. – Quando o seu pai falou comigo sobre vir cantar aqui, eu comentei com o Harry e ele descobriu que eu cantaria para mulher que ele ama. Então eu o ajudei a fazer uma surpresinha. – Ed responde com tom risonho.

– Aproveite o show, Hopezita. – Louis diz animado ao meu lado e eu somente o encarei sem expressão alguma no rosto. Eu ainda não consigo compreender o que aconteceu durante esses meses.

Harry conversava com a banda de Ed como se já os conhecesse. Não demora muito para ele se posicionar e pegar o seu microfone. A banda dá início à música e logo ouço a voz de Harry.

“Pense em mim enquanto você está fora, enquanto você está lá fora.

Eu vou te implorar gentilmente de joelhos.

E quando o mundo te trata de maneira muito justa.

Bem, é uma vergonha, estou num sonho”.

Aquela música era definitivamente algo novo, já que eu nunca a ouvi antes na minha vida. Encaro novamente Louis ao meu lado e tento entender como eles parecem tão bem sabendo que me deixaram de lado por meses.

“Tudo o que eu queria era você.”

Eu queria acreditar nas palavras que Harry cantava, mas ainda tem esse ressentimento preso no meu peito.

“Eu acho que vou andar no meu apartamento algumas vezes.

E adormecer no sofá.

E acordar cedo para reprises em preto e branco.

Que escaparam da minha boca”.

De fato, eu acreditava que Harry tivesse sentido a minha falta, mas algo estava errado. Talvez também fosse difícil ficar sem mim, da mesma maneira que é difícil ficar sem ele.

“Tudo o que eu queria era você.

Eu poderia te seguir até o começo.

E apenas reviver o início.

E talvez depois vamos lembrar de ir devagar.

Em todas as nossas partes favoritas.

Tudo o que eu queria era você.”

Harry encerra a música e sinto os meus olhos marejados. Eu sei que aquela música é para mim. Ela é tão linda, que por um momento eu esqueço de que ficamos meses longe. Eu sei, eu estou olhando para ele com um sorriso bobo estampado no rosto. A minha mãe para ao meu lado e sorri abertamente ao ver que eu parecia feliz.

– Quem é esse garoto, Hope? – minha mãe pergunta com tom curioso.

– Ele é a pessoa que fez valer a pena a minha viagem para Londres, a pessoa que a tornou inesquecível, a pessoa pela qual eu. – a minha voz se perde ao que percebo que eu estou contando a verdade para a minha mãe.

– Se apaixonou? – ela questiona completando a minha frase.

– Sim. – digo sincera. Eu achei que seria um momento mais difícil, mas eu somente me senti mais leve.

– É por isso que você voltou de Londres triste? É por isso que você chora todas as noites? – minha mãe faz as perguntas em tom baixo e eu a encaro surpresa por ela saber sobre o choro. – Eu sou a sua mãe. – ela diz antes que eu pudesse fazer alguma pergunta. – Eu sempre sei quando você não está bem. Nós temos uma ligação inquebrável, a de mãe e filha. Eu só te dei tempo e espaço, eu queria que você me contasse sobre isso. – ela diz por fim, com um tom calmo.

– Eu tenho medo da reação dele quando descobrir toda a verdade. – digo sincera. – Ele não merece sofrer no nosso mundo, mãe. Você sabe as consequências que todos sofrem por ser minha família, amigo ou namorado. – acrescento e minha mãe nega com a cabeça, discordando de mim.

– Hope, se ele te ama de verdade, ele vai te aceitar do jeito que você é. – ela diz de maneira segura e eu acredito em suas palavras. – E essa música? – minha mãe pergunta um tanto confusa.

– Eu acho que ele a escreveu para mim. – murmuro e a encaro.

– É fofo. – ela diz e sorri minimamente. – Eu gostei dele. – minha mãe afirma e eu solto um riso. É difícil acreditar que isso está acontecendo.

– Hope. – ouço Louis chamando-me e o vejo se aproximando de mim junto com os outros, mas o seu olhar não estava fixo em mim exatamente. – Quem é ela? – ele pergunta com tom interessado quando está próximo o suficiente de mim.

– É a minha mãe. – os quatro arregalam os olhos e eu gargalho com a reação exagerada deles. – Ela é bonita, né? Sim, mas ela é comprometida, então tirem esses sorrisos maliciosos do rosto agora. – exijo com tom risonho e minha mãe somente ria ao meu lado. Ela já havia se acostumado com as pessoas a acharem jovem demais para ser minha mãe.

– Eu juro que ela parece sua irmã e não a sua mãe. – Liam comenta ainda perplexo.

– Eu sou Hayley. – minha mãe se apresenta e cumprimenta cada um dos meninos com um beijo no rosto, que também se apresentam para a minha mãe. – Eu quero conhecer o. – a voz dela se perde ao que ela nota que ela não sabe o nome da paixão da filha.

– Harry. – informo.

– Sim, eu quero conhecer o Harry. – ela exige e eu respiro fundo.

– Tudo bem. – digo um pouco ansiosa com a situação.

Nós ficamos alguns minutos conversando e minha mãe conheceu melhor os meninos, ela até mesmo já decorou todos os nomes. Eu falei para ela sobre a banda, sobre o Zayn ter tido um breve romance com a tia Bex. Eu aproveitei aquele momento para saber o que aconteceu com os meninos para eles terem me deixado de lado.

Então eu caí na real e vi o quanto estava sendo difícil para eles também. Niall me disse que durante a tour, eles somente tem um ao outro e falar comigo todos os dias, somente abria o coração deles para um poço de saudade. Eles não estavam bem em manter isso a distância, eles não gostavam de enfrentar a realidade de que provavelmente não nos veríamos novamente. Na verdade, eles não conseguiram lidar com a saudade. Estávamos todos entretidos com a conversa, até que sinto alguém me abraçando por trás e me arrastando para longe de todos. E pelo perfume, deduzo ser Harry.

– Você gostou da música? – Harry pergunta e eu sorrio.

Viro-me e o beijo. Harry pede a passagem, que eu sem hesitar cedi. As nossas línguas dançavam como a música que tocava no momento. Lenta, mas envolvente. Sorrio durante o beijo, mordo levemente o seu lábio inferior e sem cerimônias, Harry dá início a outro beijo de tirar o fôlego. Deus, como eu senti falta de Harry.

– Eu amei a música. – digo ao encerrarmos o beijo e ele sorri abertamente, ficando ao meu lado e abraçando-me pela cintura.

– Quem é ela? – Harry pergunta indicando a minha mãe com a cabeça. Ela havia chamado a atenção dele devido aos risos dela junto com os meninos.

– Ela é a minha mãe. – digo e Harry me encara surpreso, não acreditando em minhas palavras. A expressão facial dele foi tão impagável que eu gargalhei.

– Ela é muito bonita e jovem. – ele diz ainda surpreso. Pego em sua mão e andamos até onde a minha mãe e os meninos estavam conversando.

– Mãe, esse é o Harry. – o apresento à minha mãe e ela sorri de maneira gentil.

– Prazer, querido. – ela diz e em seguida dá um beijo na bochecha dele.

– O prazer é meu, Sra. Mikaelson. – Harry diz educado, mas é nítido o quanto ele está nervoso.

– Deus, me chame de Hayley. – minha mãe diz com tom risonho. – Então você conquistou o coração da minha garotinha? – ela pergunta repentinamente séria.

– Eu acho que sim. – ele sorri de maneira forçada.

– Você está nervoso, Harry? – minha mãe pergunta, ainda o deixando desconfortável.

– Um pouco. – ele respira fundo. – Não é todo dia que eu conheço a mãe da mulher que eu amo. – Harry diz e eu aperto a sua mão.

– Você não conheceu o pai dela ainda, cara. – Ed comenta rindo e dá um gole na sua bebida. – Ele me assustou pra caramba. – ele confessa, mas Ed viu a reação exagerada de Harry, que estava prestes a surtar. – Ele me assustou um pouco, só um pouco mesmo. Você sabe que eu me assusto por tudo, né Harry? – Ed suspira frustrado ao ver que não deu muito certo a sua tentativa de concertar a situação. – Qual é? Não fica com essa cara de quem está prestes a desistir e fugir. – Ed dá a bronca e eu não pude me conter, tive que rir da situação.

– Talvez eu esteja com um pouco de medo, mas sem problemas. – Harry diz dando de ombros, mas eu sei que ele está falando sério.

– Tome cuidado com o sogro, meu amigo. – Louis diz rindo, dando batidinhas no ombro de Harry.

– Eu digo o mesmo para você, Zayn. – Liam diz imitando os movimentos de Louis.

– Ninguém nos entende, Harry. – Zayn diz e aproxima-se de Harry, dando um abraço dramático no mesmo. Foi o suficiente para todos rirmos.

– Eu não sei com qual dos dois o Klaus vai ser pior. – Emma diz parando da nossa rodinha ao lado de Kol. Ela cumprimenta todos, já que os meninos também sentiam a falta dela.

– Com certeza com o Harry. – Kol diz com tom risonho. Eu não queria admitir, mas ele tem razão.

– Eu acho que ele irá matar os dois. – Rebekah diz entrando na conversa. Ela parecia feliz, cumprimentou todos os meninos com um abraço apertado, inclusive Zayn. Eu achei estranho, talvez eu esperasse um reencontro digno de cinema.

– Onde está o Nik? – Kol pergunta curioso, olhando ao redor.

– Ele está conversando com a Caroline. – respondo e sorrio minimamente para Harry, que pega em minha mão.

– Eu acho que não. – encaro Emma confusa. – Ele está vindo para cá. – Emma diz sorrindo de maneira nervosa. Viro-me para trás a tempo de vê-lo próximo demais de nós.

– Ei, pai. – digo sorrindo de maneira nervosa e afasto-me bruscamente de Harry. – Você conversou com a Caroline? – pergunto fingindo interesse, para que ele não pudesse fazer perguntas.

– Sim. – ele responde e o seu olhar se fixa no nosso pequeno grupo. – Eles são seus amigos? – meu pai pergunta lançando um olhar curioso para os meninos.

Chegou a hora da verdade.