História I Will Be Free - The Evil Enters In The Front Door

- Quem é você? – perguntei mantendo minha voz firme, mas estava quase impossível vendo o meu pai se contorcendo de dor no chão. – PARE COM ISSO! – lancei um feitiço simples que a pararia e no mínimo a atiraria contra a parede, mas não. Ela parou o feitiço e meu pai ficou inconsciente.

Ela só me fitou dando um sorriso gentil antes de dar a resposta da minha pergunta que me faria questionar se ela era uma salvação.

- No fundo você sabe quem eu sou. – seu tom de voz era extremamente gentil. Era doce. – Ou no mínimo imagina. – deu de ombros, dando um sorriso gentil.

- Eu não sei. – me auto interrompi. Não podia ser, não podia ser ela. – Você é a garota. – falei hesitante. – A garota da profecia. A irmã da Taylor.

- Prefiro Lily. – sorriu novamente de uma forma tão gentil que chegou a me assustar.

- O que você quer Lily? – Emma perguntou pronunciando o nome da garota de maneira rancorosa. – Já não basta o que a sua família fez? Já não basta ter destruído famílias?

- Você odeia a minha família, mas saiba que o que aconteceu com os seus pais não foi culpa minha. – ela falou calma, mas com um arrependimento em seu tom de voz.

- MENTIRA! – Emma gritou tentando avançar em Lily, mas Kol a segurou antes que Emma fizesse algo. – Você teve uma profecia estupida e a minha família morreu por isso! – ela jogou na cara da garota que tinha o ar inocente.

- Você acha que eu gosto de bancar a profeta? – ela falou em um tom irritado e a casa deu leves tremores. – Você acha que eu gosto de prever a morte de alguém? – ela perguntou aumentando a intensidade dos tremores.

Ninguém respondeu, ninguém ousava deixar aquela bruxa, que era claramente muito poderosa, mais irritada. Meu tio Elijah a observava querendo descobrir suas reais intenções somente pelos seus movimentos, como minha tia Rebekah. Minha mãe ouvia e via tudo em um perfeito silêncio, assim como Kol que segurava a namorada, antes que a mesma faça algo impensado. Eu só queria saber o que ela queria na minha casa, o porquê dela vir.

- Eu só vou perguntar mais uma vez! O que você quer? – Elijah perguntou calmo, mas posso ver que ele está nervoso. Assim como todos nós.

- Por favor, você acha que pode me ameaçar? – ela perguntou com seu ar inocente e gentil. – Quer terminar como ele? – apontou para o meu pai no chão com desdém. – Melhor vocês me tratarem bem, afinal sou a única que posso dar uma salvação para vocês.

O clima naquela sala ficou pesado devido as palavras ditas por Lily. Visto que ninguém falou nada, ela se sentou no sofá da sala, como se já fosse de casa. Nos entre olhamos e ainda meio perdidos com os acontecimentos, também nos sentamos e ficamos encarando a garota que tinha uma postura de princesa.

- Lily, como você pode ser a nossa salvação? – minha mãe perguntou com a sobrancelha arqueada.

- Eu sou a única que conheço a Chloe bem o suficiente. – ela respondeu normalmente.

- Taylor. – a corrigi por impulso.

- Chloe. – ela falou novamente com um sorriso sarcástico no rosto.

- Você acha que somos idiotas para achar que você vai nos falar algo que preste da sua querida irmãzinha? – Rebekah perguntou sarcástica.

- Não fale de irmandade, os Mikaelson’s são o exemplo perfeito de que até os irmãos se traem. Certo, Rebekah? – Lily retrucou. Rebekah, mesmo contrariada e quase explodindo de raiva, se calou. – Eu só quero ajudar. – ela falou sorrindo gentil. Essa garota é bipolar? Está parecendo que ela é um anjo disfarçado!

- Acorda o Nik. – Kol ordenou. Lily o olhou com as sobrancelhas arqueadas. – AGORA! – ele gritou e ela deu de ombros, fazendo um movimento com as mãos. Meu pai acordou tossindo muito, mas logo se levantou e partiu para cima de Lily que só pode dar um riso. Elijah entrou na frente.

- Niklaus! – o repreendeu. – Ela quer ajudar.

- Como exatamente ela quer ajudar? Quem é ela? – meu pai praticamente gritou apontando com desdém para Lily que estava sentada no sofá, mostrando seu sorriso gentil.

- Lily Stanford. A garota da profecia. A irmã da Chloe, ou Taylor se preferir. A garota que pode te ajudar. – Lily falou mantendo seu sorriso irritantemente gentil no rosto.

- Quando você vai parar de dar esse sorriso irritante e falar logo o que sabe? – Kol perguntou.

- Eu vou falar tudo o que vocês querem saber. Eu só quero que a Chloe  pague. – ela falou séria.

- Por quê? – minha mãe perguntou curiosa.

- Eu amava a Chloe cegamente, ela é a minha irmã, minha irmã mais velha, aquela que me ensinou o primeiro feitiço. – ela falou dando um sorriso ao, o que eu acho, se lembrar dos momentos com a irmã. – Ela acabou com a minha vida, fez coisas horríveis, eu posso me arrepender disso depois, mas a Chloe merece pagar. – ela falou com os olhos levemente marejados.

- O que ela fez? – perguntei.

- Não vem ao caso. – ela encerrou o assunto.

- Você vai nos ajudar? – perguntei.

- Vou. – ela assegurou. – Minha família é de uma linhagem poderosa. Depois que o Klaus matou todos e deixou somente o meu sei lá o que avó vivo, os espíritos da nossa família falaram com ele. Nossa família começou a ressurgir, temíamos que Klaus nos matasse novamente. Eles fizeram um feitiço grande, bem grande, um feitiço que garantiria poder para futuras gerações.

- Cada geração teria um membro mais poderoso que o outro. Você é mais forte que a Taylor. – Emma falou.

- Isso. – ela falou ainda calma. – Ao longo do tempo as gerações ficaram mais fortes, com poderes mais diferentes. Quando nascemos o nosso dom demora a aparecer, vem no momento certo. Tínhamos uma diferença grande de idade, mas a Chloe era a melhor irmã do mundo, uma amiga. Mas era muito ambiciosa, queria tudo da maneira dela, ela tinha o seu sonho e queria fazer de tudo para realizar. Mas tudo acabou quando ela descobriu que fui eu quem nasceu com o dom de prever o futuro, ela ficou furiosa, não aceitava de maneira alguma, ela se revoltou contra a família. – sua voz ganhou um tom triste. – Ela foi embora, começou a fazer coisas terríveis para ser mais poderosa que eu, mas isso é impossível. Eu sou a segunda bruxa mais poderosa, viva.

- Quem é a primeira? – meu pai perguntou.

- A Hope. – ela falou simples. – Ela só não descobriu o potencial do seu poder ainda, talvez seja a maldição. – deu de ombros. – A ambição da Chloe chegou a níveis extremos, ela só queria mais e mais poder. Até que ela ficou terrivelmente má, mata pessoas, faz coisas que nossa família não se orgulha. Ela é um monstro.

- E os meus pais? O que eles tem haver com isso? – Emma perguntou.

- Meu dom apareceu com uma visão simples, coisa boba. Chloe foi embora de casa, meus pais não queriam mais a ver, queriam matar ela por chegar no ponto que chegou. Eu me sentia culpada, meus pais queriam matar a minha irmã e no fundo eu sabia que era minha culpa. Até que eu tive uma visão, na qual a Hope e Emma atacavam a Chloe de uma maneira impressionante, havia tanto poder, ela poderia morrer, mas não. Estava quase morrendo. Eu não queria aquilo, Emma. Eu recebi o dom de prever o futuro por alguma razão, talvez para evitar acontecimentos futuros, talvez para salvar quem eu ame. – ela deu de ombros incerta de sua teoria. – Eu simplesmente não poderia continuar vivendo sabendo que vocês em algum momento quase a matariam. Eu precisava fazer alguma coisa. Eu menti e falei para os meus pais que suas famílias conspirariam contra eles, sabia que eles não fariam nada para ajudar a Chloe, mas fariam para se ajudar. Meus pais... mataram os seus, mas não sabiam que você não estava no carro. Eu era nova, estava me sentindo culpada, não sabia das consequências dos meus atos, estava cega. Eu sinto muito Emma. Eu me amaldiçoo todas as noites pela morte de um casal inocente para salvar uma irmã, que é um monstro. Eu sinto muito Emma. – uma lágrima escorreu pelo rosto da garota e percebo que é sincera.

- Não me venha com os seus arrependimentos agora. – Emma falou rude.

- Eu nunca soube que a Hope é uma Mikaelson. Por isso nunca soube de quem ir atrás. – ela deu de ombros.

- Por que você quer destruir a sua irmã? – Rebekah perguntou.

- Eu cai na real, vi quem realmente é a Chloe. Ela fez coisas terríveis que eu nunca pude evitar. A maioria das minhas visões é cenas de morte. Assassinatos cometidos pela minha irmã. Um dia... Eu previ a morte de uma pessoa muito importante para mim, ela que matou. Eu tentei falar com ela, mas ela foi fria, riu na minha cara e disse que teria o prazer de matar o meu namorado. – mais lagrimas escorreram por seu rosto. – Eu só quero que ela pague.

- Como podemos mata-la? – Kol perguntou.

- Quando ainda éramos próximas, tínhamos um costume extremamente idiota. Procurávamos feitiços que nos tornassem mais poderosas, mas ela sempre queria mais e ela se fixou em um feitiço especifico, de magia negra. Um dos mais perigosos, se não o mais. Kol deve saber. – ela respondeu e ele a olhou se perguntando: Qual feitiço? – Sacrifícios é uma grande fonte de poder, mas ela faz algo pior. Pelo menos ela não mata ninguém. 

- Não. – Kol murmurou provavelmente sabendo a resposta.

- Pessoas morrem. Pessoas poderosas morrem. Bruxas são consagradas, mas e os vampiros e lobisomens? Eles são poderosos vivos e até mortos. Ela só precisou encontrar um poderoso o suficiente, um que detesse uma fonte de poder infinito. – Lily contou.

- Um original. – meu pai murmurou.

- Isso. Seus irmãos morreram, mas continuam transbordando poder. Ela conseguiu o corpo de um deles e está canalizando, mesmo estando mortos. – Lily falou.

- Como isso é possível? – perguntei incrédula.

- Magia negra. – ela respondeu. – Ela vem com um preço, ela tem uma missão que espíritos ligados ao morto deu.

- Espíritos ligados ao corpo? – minha mãe perguntou.

- Familiares mortos. – Lily falou simples.

- Esther e Mikael. – Elijah.

- E a missão é nos matar? – meu pai arriscou.

- É. Não sei qual original está canalizando, não sei onde está o corpo. – Lily se apressou em dizer.

- Como assim qual original? Só tem o Finn morto! – falei.

- Você vê o Kol aqui? O verdadeiro Kol? – Lily perguntou e eu entendi. – Vocês só precisam encontrar o original, quebrar a ligação e matar a Chloe.

- Uma simples tarefa, lógico. – Rebekah falou irônica.

- O quê? Não são capazes? A grande família Mikaelson não é capaz de encontrar um simples corpo? – ela perguntou dando um riso no final.

- Cala a boca! – Kol falou com tédio.

Parece que Lily atendeu ao pedido do meu tio, já que ficou imediatamente calada. Mas logo percebi que não era nada disso. Os olhos de Lily ficaram focados em um só lugar, até que seus olhos ficaram brancos por completos. Era assustador. Aquilo não combinava com o rosto angelical de Lily, parecia que eu estava vendo um filme de terror. Ela parecia uma estatua terrivelmente assustadora. Eu e minha família a olhávamos se perguntando o que estaria acontecendo. Será um feitiço? Ou pior, uma nova profecia? Lily subitamente me tira de seus pensamentos, desabando desacordada no sofá da sala.

- Lily? – a chacoalhei levemente, mas não ouve resposta. – LILY! – gritei tentando acorda-la, até que dá certo. Ela arregala os olhos e senta novamente ofegante.

- Eu tenho que parar de ter essas visões do inferno! – ela murmurou para si mesmo, mas obviamente ouvimos. – Eu não acredito nisso. – murmurou novamente enquanto passava suas mãos no rosto.

- O que você viu? – perguntei.

- Eu... Eu não posso contar! – ela falou derrotada. – Eu já aprendi que não posso contar o futuro das pessoas, eu sempre me ferro!

- É... sobre mim? – perguntei hesitante e receosa pela resposta que receberei.

- Hope. – ela suspirou cansada. – Os espíritos já me puniram por ter revelado uma única profecia, uma profecia boba, não posso sofrer de novo! Por favor, entenda! – ela pediu.

- Tudo bem. – murmurei derrotada. Pela reação dela, pelos olhos tristes, tenho certeza que ela não viu uma cena feliz do meu futuro!

- Só tome cuidado com as suas escolhas, mesmo que no final você faça a escolha certa. – ela falou misteriosa, mas logo deu um gemido de dor. – Viu? Já me puniram por ter falado um detalhe!

- Você... você disse que prevê as mortes das pessoas. Você previu a morte da minha filha? – minha mãe perguntou visivelmente preocupada. Essa simples pergunta fez que todos encarássemos Lily, que engoliu em seco com a pergunta.

- Eu não... Eu não disse que só previa mortes, Hayley. – ela falou gaguejando. É obvio que viu a minha morte. – Eu prevejo de tudo, não somente mortes. – ela falou. – Embora, mortes seja mais comum. – murmurou baixo.

- Afinal, como você pretende nos ajudar? – Emma perguntou.

- Já fiz demais! Contei sobre a Chloe, falei o que ela faz para conseguir poder, dei uma solução. – respondeu.

- Você não nos deu a solução! – meu pai retrucou.

- Lógico que dei! – também retrucou. – Vocês já sabem o motivo disso tudo, sabem o que tem que descobrir. Sei que vocês são capazes de descobrir tudo isso! Eu vou poder ajudar, mais. – ela falou calma.

- E os seus pais? O que acham disso? – Elijah perguntou curioso.

- Por que eu tenho a impressão que isso seja um interrogatório policial? – perguntou. – Eu contei a verdade para eles, contei tudo e fizeram o que foi esperado. Me puniram, me baniram da família, me expulsaram de casa, mas mesmo assim disseram que me ajudariam a matar a Chloe. – contou com os olhos levemente marejados. – Eu estou sozinha agora. – concluiu. – Me considere uma aliada. – falou dando um sorriso falso.

Eu escutava tudo atentamente, mas minha cabeça estava perdida em meus pensamentos. Eu cresci achando que era imortal, mas a reação da Lily e suas palavras sobre a profecia me fizeram ter a terrível sensação de que a visão era sobre mim e minha morte. Que escolha eu farei que me levará a morte? O que me levaria a desistir de tudo e morrer?