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História I Will Never Be Far - Duskwood - Capítulo XVI


Escrita por: OneKhalisse

Capítulo 16 - Capítulo XVI


Fanfic / Fanfiction I Will Never Be Far - Duskwood - Capítulo XVI

BELLA

Agora que estamos parados na entrada da floresta, sinto minhas mãos começarem a suar. Dou um passo à frente, e me viro para observar os outros que assim como eu, estão com uma expressão indecisa no rosto

- Prontos?

Todos respondem que sim em uníssono, seguindo seus caminhos. Lilly e Cleo ficaram com a área mais próxima ao hotel, Jessy e Dan com o lado do rio, Thomas, Richy e eu, com a parte mais fechada da floresta. Parece uma má ideia, levando em consideração a situação de Richy, mas ele conhece bem o lugar, teremos menos chances de nos perder com ele. Após alguns minutos, chegamos a uma região bem mais densa. Há muitos troncos caídos no solo, dificultando nossa caminhada. Olho para Richy, e o vejo tentar passar a perna por cima de um deles.

- É mais difícil do que achei que seria. Não devia ter vindo, só estou nos fazendo perder tempo. – Ele diz com a voz cansada.

- Para com isso cara. Já estamos chegando. - Thomas se aproxima e puxa o braço de Richy para que ele se apoie.

Continuamos, agora, a passos mais lentos. Chegamos a uma segunda clareira, onde aparentemente o solo é menos acidentado.

- É melhor ficar aqui. Bella e eu vamos um pouco mais para dentro.

Richy parece querer questionar a decisão, mas acaba aceitando.

- Tudo bem. Tenham cuidado.

Quando nos afastamos, percebo que esse local é diferente dos que já passamos. Aqui, as árvores parecem mais velhas. Sons de animais podem ser ouvidos com mais clareza, e nossos passos não ecoam mais graças ao solo úmido. Após alguns metros, não tenho mais Thomas em meu campo de visão. Contorno uma imensa árvore a sua procura, mas um barulho diferente me assusta.

- Thomas?! – o chamo, já sentindo a ansiedade se intensificar.

- Estou aqui!

Dou mais um passo em direção a sua voz, percebendo que o som metálico saiu debaixo de meus pés. Olho para eles, mas vejo apenas folhas sob a sola de meus tênis.

- O que foi? – Thomas diz ofegante.

- Tem algo embaixo de mim.

- O que?

Ele me observa com uma expressão confusa, enquanto me agacho passando a mão sobre o local. Thomas para ao meu lado, fazendo o mesmo sem questionar. Após tirar uma camada de folhas, uma chapa de metal aparece. Olho para Thomas, que me fita com a mesma expressão atônita.

- O que é isso?

- Não sei, vamos tirar todas as folhas. – Respondo, já removendo algumas de cima do metal.

Aos poucos, uma estrutura retangular aparece. Não há uma fechadura, a placa parece solta. Thomas a pega pelas laterais, levanta-a com facilidade. Embaixo, há um buraco de um pouco mais de um metro de profundidade.

- Que droga é essa? Uma caixa? – ele pergunta. 

Eu a pego com receio, colocando no solo entre mim e ele. Thomas olha para o objeto com estranheza, enquanto eu abro lentamente a tampa. Dentro, há vários objetos antigos e algumas joias. Puxo uma aliança de dentro, esperando encontrar um nome. Para minha sorte, há.

- Isso parece aquele lance de cápsula do tempo.

- Sim, parece. Mas por que colocariam joias? – falo ainda analisando a aliança entre meus dedos.

- Não sei. Acha que devemos levar?

Antes que eu responda, outro objeto me chama atenção. Pego o pequeno caderno, e sinto a respiração falhar quando o folheio.

- O que tem aí?

- Nomes. - O entrego a Thomas.

- Nomes?

- Sim, muitos nomes. E estão riscados, como...

- Se estivessem mortas? – sua voz é baixa e pensativa - Acha que isso vai nos ajudar a encontrar Hannah? – ele continua passando as páginas, talvez procurando pelo nome dela - Tudo bem. Pega ela, e vamos... 

Nesse momento, um barulho assusta a nós dois. O som vai ficando cada vez mais alto, até um grupo de pássaros passar no céu. Olho para eles, e ao ver o tom negro de suas penas, os reconheço: Corvos.

- Vamos sair daqui, Bella. Esses objetos, os pássaros, tudo me parece bem sugestivo. – Ele fecha o caderno rapidamente, o colocando de volta na caixa.

- Vamos.

Thomas abre a mochila, e joga nossa descoberta dentro. Nos afastamos o mais rápido que conseguimos em direção à clareira onde Richy ficou. Mas quando chegamos lá, não o encontramos.

- RICHY?! – Thomas grita - Onde ele se meteu?

- RICHY?!

O chamo novamente, mas também não tenho resposta. Fico ainda mais temerosa, quando começo a ouvir o som de galhos quebrando. 

- Vem! - Thomas agarra minha mão com força, e dispara pela trilha de volta. Enquanto eu tento acompanhar seus passos largos, o barulho continua nos seguindo, fazendo com que Thomas acelere ainda mais.

- Droga! Precisamos correr Bella, vai na frente. Só corra, não olhe para trás nem me espere.

- O que? – Engasgo, tentando recuperar o fôlego.

- Só corre, por favor. - Começo a tremer, e ele empurra meu corpo para frente - Vai!

Minhas pernas ganham vida. Começo a correr, sentindo o coração bater tão forte contra meu esterno, que chego a ficar sem ar. Faço como Thomas me pediu, não olho para trás, mas quando começo a não ouvir seus passos pesados atrás de mim, diminuo o ritmo. Me aproximo de uma árvore, para me esconder atrás dela, e durante algum tempo não consigo vê-lo. O medo de que algo possa ter acontecido com ele, fala mais alto. Dou um passo para o lado, decidida a fazer o caminho de volta para procurá-lo, mas quando me movo, sou puxada para trás. Minhas costas batem contra uma superfície rígida e macia ao mesmo tempo. Antes que eu consiga gritar, uma mão cobre minha boca.

Me debato, tentando me soltar, totalmente dominada pelo medo. Meu corpo começa a ceder ao pânico, quando sinto sua respiração quente próxima ao meu ouvido.

- Calma Bella.

 

RICHY 

- DROGAA!!

Tento andar o mais rápido que essa coisa idiota em minha perna permite, já começando a me sentir um pouco mais aliviado ao avistar os fundos do hotel. Quando Bella e Thomas saíram, comecei a procurar por pistas, mas poucos minutos depois  ouvi o barulho de folhas sendo esmagadas. Nasci nessa cidade, brincar na floresta era meu passatempo preferido, sabia que aquele som pertencia a passos. Pensei em chamar por eles, mas desisti quando imaginei que poderia ser outro alguém. Para minha sorte, havia um pequeno morro próximo a mim, com uma espécie de vala logo atrás. Antes que eu pudesse pensar no que estava fazendo, me joguei dentro dela.

Fiquei de joelhos de um jeito meio desajeitado, olhando sorrateiramente por cima do meu esconderijo. A pessoa estava de preto, dos pés à cabeça, e pela altura e porte físico era claramente um homem. Desde o início, me senti apreensivo, não tive medo, mas quando o vi indo em direção aos dois, ele tomou conta de mim. Meu primeiro instinto foi sair de onde estava, e pará-lo, mas nesse momento eu não conseguiria fazer nada.

Mesmo que isso tenha feito eu me sentir um merda, o esperei se afastar para sair em busca de ajuda. Agora, estou aqui, me arrastando como um covarde a procura de alguém.  Antes de chegar ao jardim do hotel, avisto Cleo e Lilly.

- LILLY! - grito seu nome, e ela se vira para mim com olhos arregalados.

- Richy? Onde estão Bella e Thomas? – Cleo pergunta, correndo até mim.

- Na floresta. Eu o vi! Onde está Dan? Precisamos encontrá-los!

- Ah minha nossa! – Cleo puxa o celular do bolso, discando com agilidade sobre a tela.

- Como assim você o viu? - Lilly pergunta.

- Ouvi passos e me escondi. Tinha um cara lá, todo vestido de preto com um capuz na cabeça. Esse troço idiota não me deixou fazer nada... Merda Lilly, precisamos encontrá-los. - Digo, eufórico.

- Espera, ele estava de capuz? Era um moletom preto? – sua pergunta soa como uma afirmação, me deixando surpreso.

- Você também o viu?

- Que? - ela pisca algumas vezes, movimentando os olhos rapidamente.

- Como sabe que a blusa era um moletom?

- Eu... – Lilly começa a gaguejar, mas logo se recompõe. - Quando estávamos vindo para cá, vi um cara na rua que estava vestido assim. Pode ser apenas alguém caminhando na floresta.

- O QUE? Você só pode estar brincando comigo! Acha que alguém em sã consciência iria entrar na droga dessa floresta, depois de tudo que aconteceu?! – digo irritado.

- Eu sei lá, Ricky! Só estou nervosa.

Ela se afasta, ficando de costas para mim.

- Dan está indo para lá, vamos!

Cleo retorna até nós, tomando a frente do caminho. A sigo até perceber que não consigo ouvir os passos de Lilly atrás de mim. Me viro, e a vejo andar lentamente alguns metros atrás.

- O que aconteceu? – digo em um tom acusatório.

- Nada. Vamos lá.



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