1. Spirit Fanfics >
  2. I Will Never Be Far - Duskwood >
  3. Capítulo XXIX

História I Will Never Be Far - Duskwood - Capítulo XXIX


Escrita por: OneKhalisse

Capítulo 29 - Capítulo XXIX


Fanfic / Fanfiction I Will Never Be Far - Duskwood - Capítulo XXIX

RICHY

- Chegamos. - Dan aponta para a casa - E agora? Vamos entrar?

- Sim. Não viemos até aqui para ficar admirando a fachada. - Lilly responde, se aproximando da varanda.

Confesso que não consegui pensar em nada durante todo o caminho para cá. Meu lado racional está em estado de alerta diante da situação, mas meu cérebro parece querer pensar em apenas uma coisa: A mão de Jake ao redor da de Bella. Gostaria de dizer que ele está fazendo isso de propósito, apenas para mostrar que eu perdi, mas não. Jake parece simplesmente esquecer que o mundo existe a sua volta, enquanto está com ela. E não posso julgá-lo por isso.

- RICHY?! - A voz de Cleo me tira do devaneio - Você me ouviu?

- Não. Desculpe.

- Perguntei se você conseguiu entrar na casa. Lembra que fez o desafio quando era criança?

- Não. A porta estava fechada.

- Coloco essa tábua velha abaixo, facinho. - Dan diz convencido.

Quando todos se viram para a casa, sinto uma sensação ruim. O local está intacto, parece que foi conservado desde a última vez que o vi.

- Vamos logo, não estou gostando desse lugar. - Jessy tira as palavras de minha boca.

Dan pisa nos degraus, e a madeira range, assustando a todos nós.

- Caralho! 

Thomas reclama, fazendo Dan cair na gargalhada. Ele olha para nossos amigo, furioso.

- Não vão começar uma briga, por favor. - Lilly intervém - Vamos Dan, já que está com tanta coragem, faça as honras. Abra a porta.

Eles se encaram durante algum tempo, parecendo estar em uma espécie de duelo. Mesmo que ainda exista mágoa entre os dois, a forma como se olham, é diferente. Só espero que meu amigo tenha mais sorte que eu. Dan se afasta, colocando a mão sobre a maçaneta. Quando a move, o clique da porta sendo aberta arranca suspiros de todos.

- Está... aberta. - Jessy sussurra - Temos que entrar? 

Ela praticamente choraminga as palavras. Bella se aproxima, e  segura sua mão.

- Vai ficar tudo bem. Não se preocupe, eu entro primeiro.

- Não. Eu faço isso.

Jake fala pela primeira vez desde que chegamos aqui. Ouvir sua voz, é o suficiente para fazer a raiva fervilhar dentro de mim novamente. Bella abre a boca para rebater, mas ele faz um movimento negativo com a cabeça.

Dan se afasta para que ele passe, e Jake baixa o capuz enquanto empurra a porta para dentro. Ela abre fazendo um barulho digno de filmes de terror. Quando ele ilumina o local com uma lanterna, posso ver alguns móveis repletos de poeira.

- Esse lugar é nojento. - Cleo fala fazendo careta, inclinando a cabeça por cima do ombro de Bella, para olhar o interior da casa.

- Vamos lá - Jake entra, e vejo todos passarem pela porta sem questionar, enquanto eu fico para trás.

- Você não vem? - Thomas me pergunta, antes de entrar.

- Sim.

Após alguns passos, paro na porta, me virando para olhar a densa floresta atrás de nós. Um vento frio passa pelo lugar, fazendo as folhas se movimentarem e meu corpo se arrepiar. Será que os outros podem sentir isso também? Ou apenas eu tenho a sensação de que estou prestes a ser encurralado.

 

JAKE

- AHHHH! - Jessy grita histericamente.

- PUTA MERDA JESSY! - Dan exclama, com a mão no peito.

- Um rato passou na minha frente! - Ela choraminga, agarrada ao braço dele.

- Fica calma, é só um bicho! - Lilly reclama.

- Mas eu tenho medo de ratos! - A aspereza de Lilly, a deixa chateada. Richy se aproxima, colocando um braço sobre seus ombros - Esse lugar é muito nojento. Por favor, não tem nada aqui, vamos sair.

- Só mais alguns minutos. 

 Lilly pede, se aproximando de uma parede. Quando a ilumina, algo me chama a atenção.

- Espera. - Ela para, e me olha por cima do ombro - Tem algo escrito ali.

Passo por Lilly, e coloco minha mão sobre o lugar, limpando a poeira para que as letras fiquem mais visíveis. A tinta preta está desgastada, mas ainda consigo ler as palavras sem dificuldade.

- “Todos os pecadores serão punidos”.

- A lenda.  - Bella se aproxima, e passa os dedos sobre as letras - De acordo com a lenda, o homem sem rosto só persegue pessoas que cometeram algum pecado.

- Se isso fosse verdade, a cidade teria sido praticamente dizimada. - Dan ri.

-Por que acha que isto está escrito aí? - Cleo pergunta.

Enquanto eles levantam suas teorias, observo o local ao redor da frase, e foco a luz da lanterna no chão. Há um tapete ali. Ilumino o restante do piso, e percebo que não há outro local coberto. Não sou um exímio decorador, mas o fato de ter um tapete próximo a uma parede aleatória em uma casa, chama a atenção de qualquer um. Puxo o objeto, fazendo uma nuvem de poeira subir.

- Ei cara! - Dan reclama - O que está fazendo? - Ele tenta falar enquanto tosse.

Eu não respondo, apenas fico de pé, e jogo o tapete para longe. Há uma espécie de alçapão escondido ali.

- O que é isso? - Bella põe a mão em meu braço.

- É o que vamos ver.

- ESPERA! - Jessy grita - E se tiver mais bichos aí?

- Precisamos ver o que é. - Thomas responde.

- Eu vou sair daqui! 

Jessy tenta se afastar, mas Richy a segura pelo braço.

- Eu disse que vai ficar tudo bem. Fique calma.

Puxo a argola fixa na tábua, e a tampa abre com um barulho estridente, espalhando mais poeira. Cubro meu nariz com a parte interna do cotovelo, e ilumino o interior do local. Quando visualizo o que está lá dentro, sinto um calafrio passar por meu corpo.

- AH MEU DEUS! - A voz horrorizada de Bella, chama a atenção de todos.

- PUTA MERDA! - Dan exclama, com olhos arregalados.

- ISSO É DE VERDADE?! - Jessy engasga, prestes a chorar.

- De... de quem é isso? - Lilly aponta para o monte de ossos, e me olha em busca de uma resposta.

- Isso pode ser a Hannah? - Thomas pergunta, desesperado - Não pode ser ela! Não, minha Hannah está viva, eu sei que está. Ela...

Bella se aproxima dele, e o segura pelos ombros.

- Thomas, olha para mim, calma. Esse esqueleto parece estar aí há muito tempo. Não imagino que seja Hannah.

- Como pode ter certeza disso? - Cleo pergunta por cima das lágrimas.

- Hannah sumiu a poucos meses, isso parece estar aí a anos.

Mesmo que não tenha deixado transparecer, estava tão desesperado quanto os outros achando que aquilo poderia ser o que sobrou de minha irmã. Mas, ao ouvir as palavras de Bella, olho novamente para dentro daquele buraco e percebo que ela tem razão. Quem quer que esteja ali, morreu a muitos anos, não pode ser Hannah.

- Então vamos sair daqui. 

- Jessy tem razão. - Dan põe as mãos nos ombros de Lilly - Mesmo que não seja Hannah, uma pessoa foi morta, e jogada aí. A polícia precisa saber.

- Não acho que a polícia vá...

Um barulho do lado exterior da casa, interrompe Richy, e todos os rostos se voltam para a porta fechada atrás de nós. O som de passos sobre as tábuas da varanda, fica ainda mais alto. Automaticamente, puxo Bella para junto de mim. Me viro para Lilly, e antes mesmo que a chame, ela já se aproximou. A envolvo com um dos braços, e desligo a lanterna. Os outros parecem entender minha ação, e fazem o mesmo.

Demora um pouco para que meus olhos se acomodem a escuridão. A luz ainda entra pelas frestas da janela, me permitindo ver a silhueta de todos ali.

- O que vamos fazer? - Dan pergunta em um sussurro.

- Precisamos ver o que é. Não podemos ficar aqui encurralados.

- Você acha que é ele? - Lilly pergunta, agarrada a meu casaco.

- Não sei. - Ouço o barulho de passos novamente - Tenho que me aproximar da janela e ver quem pode ser. Pode vir comigo Dan?

- O que?! - Richy exclama.

- Preciso de alguém que seja ágil Richy. Você está com o pé quebrado.

- E daí? - ele pergunta com raiva, e Cleo segura seu braço.

- Pare com isso. Jake está certo.

Não consigo o visualizar perfeitamente, mas sinto seu olhar furioso sobre mim. Dan coloca a mão em seu ombro, e fala com a voz firme.

- Não é hora para isso. - Dan vem até mim - O que quer fazer?

- Vamos até as janelas ao lado da porta. 

- Ok.

Me desvencilho de Lilly, mas Bella segura minha mão com força.

- Você não pode fazer isso. E se ele estiver armado?

- Nada vai acontecer, ok? Pode ser um animal, ou qualquer outra coisa.

- Jake...

Seguro seu rosto entre as mãos, e colo suavemente meus lábios nos seus.

- Vai ficar tudo bem, eu prometo.

 

DAN

- Se ele entrar, pegue algo pesado, e espere meu sinal. - Jake instrui.

- E o que você vai fazer?

- Atrasá-lo.

- Tudo bem. 

Ele se afasta, e vai até a janela à direita da porta, enquanto caminho para a esquerda. Estava ansioso no início, mas agora, devo confessar que o que estou sentindo é medo. O que me faz achar perturbadora a calma de Jake. 

Deveria tê-lo odiado. Não só por ser um cara suspeito, ou foragido do governo, mas por ser um empecilho na felicidade de meu amigo. Mas ao contrário de Richy, para mim, é mais fácil analisar a situação de forma racional, e saber que Jake não tem culpa nenhuma em tudo que aconteceu. Confesso que até gostei um pouco do cara, sua coragem beirando a loucura, é admirável.

Me aproximo das frestas da janela, e ao visualizar a parte externa, não vejo nada. Olho para Jake, e ouço o barulho da maçaneta sendo girada. Meu coração praticamente para no peito. 

 - Agora. - Jake sussurra.

Olho para os lados em busca de algo, e visualizo um pedaço de madeira próximo a mim. Antes que consiga fazer contato visual com Jake novamente, a porta se abre. Me viro, a tempo de vê-lo ficar de frente para ela. O QUE ELE ESTÁ FAZENDO!



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...