História I will Tell you... I love you! - Ride.

Mesmo com o que Troye disse, eu acho melhor apenas sair, sei que se eu ficar por muito mais tempo, posso afastar a todos de mim... Mesmo sequer conhecendo eles, nunca duvido que as coisas podem piorar quando se trata de mim e da minha vida.

- Até mais, gente. - Eu digo, dando um meio sorriso, olho para Troye, e sua cara definitivamente não é das melhores. 

Mesmo sem a resposta de todos, viro para a direção oposta a que estavam, e ando, eu não sei exatamente pra onde, mas acho que qualquer lugar serve. 

- Ty, por favor! - Troye disse, e colocou suas mãos geladas sobre as minhas. (Por mais quente que estejam os dias ultimamente, isso parece nunca mudar). 

- Eu não consigo, Troye. - O garoto parou de andar e me fitou. Paro também para o observar, eu quero saber onde isso vai dar. - Me desculpa, mas não sou do tipo de pessoa que consegue se enturmar, ou que consegue se manter próximo, mesmo que consideravelmente com as pessoas. Eu tento me manter distante, e sabe o por quê? - Olho diretamente em seus olhos e espero por sua resposta. 

- Eu só queria que você tentasse. Você sequer tenta. - Mas que merda ele está falando? Pressiono minhas mãos contra o meu rosto com toda força que tenho. - Sempre que algo piora, ou não sai como você espera, você desiste, Ty. Por favor, para! 

- Só... - Sinto lágrimas quentes preenchendo meus olhos, então continuo os pressionando. - Me deixa ir, você já devia saber que não iria dar certo. 

Troye continua aqui, me olhando

- Tá, tanto faz. Eu já deveria estar ciente de que é impossível mudar alguém, que não quer ser mudado. - Troye vira de costas pra mim, e caminha até o grupinho. 

Eu sei que tudo o que ele disse é verdade, mas, parece que todas as palavras que saíam de sua boca, me cortavam como uma navalha. A navalha que por muito tempo foi minha "amiga", e que me fazia "carinho" com sua lâmina cortante, se virou contra mim. Afinal, parece que todos sempre se viram contra mim. 

Mas enfim, acho que vou para um lugar calmo e que de preferência não tenha ninguém. 

ØØØ

O som da água, batendo entre si. Os peixes que nela habitam, a calma que isso transpassa. 

Adoro ficar na beira desse rio, o observando. Nunca vi ninguém além de mim aqui, sem contar que ele fica em uma floresta. Por esses e outros motivos que venho pra cá, quando tudo fica estressante e eu preciso relaxar. Aqui consigo compôr com tranquilidade. 

I start to part two halves of my heart in the dark and I

  Don't know where I should go

 And the tears and the fears begin to multiply

 Taking time in a simple place In my bed where my head rests on a pillowcase 

 And it's said that a war's led but I forget. 

Tudo o que consegui compôr até agora, tenho pensado em muitas coisas, então tem sido fácil compôr esses dias, cada dia uma nova inspiração, um novo verso. Um novo título. 

Acho que essa nova composição vai se chamar "Blasphemy".

Continuo a escrever e cantar algumas músicas já escritas. 

Escuto um barulho se aproximar, mas acho que não é algo para me preocupar, afinal, estou no meio de uma floresta, onde tem vários animais que fazem barulho.

Sinto mãos em meus olhos o tapando. 

Me assusto, e sinto o arrepio percorrer meu corpo. São mãos quentes e macias, descartando a opção de ser Troye... Mas, eu conheço apenas Troye. Tiro então as mãos de meus olhos e respiro aliviado ao ver que é Joshie, não, espera. É o joshie. Meu deus! 

- Ãhnn... - Eu disse, e o vi sorrir atrás de mim. - Oi? 

Quem acaba de conhecer uma pessoa e já se acha no direito de certas "brincadeiras"?

- Oi. - O garoto se senta do meu lado, e me olha. - Desculpa, é que te vi sair, e meio que te "segui", vi também pra onde você veio e tive a opção de escolher continuar ou não... Mas gostei dessa floresta, ela é estranhamente bonita, mas assustadora. 

- Você me seguiu? 

- Sim! - Joshie abriu um sorriso de orelha à orelha, franzindo o cenho. 

- Isso é meio estranho, você sabe, né? 

- Desculpa. - Seu sorriso se fechou na hora. 

- Tá, tanto faz. Mas por que você veio se nem me conhece? Você sabe meu nome, apenas. 

- Sei lá, eu só não tinha muita coisa pra fazer, então... Vim conhecer o garoto que sumiu do nada. 

Okay, era realmente necessário me lembrar da "fuga"?

- Ah... Sobre isso, eu só não queria estragar tudo. 

- E não estragou, mas não posso negar que teria sido bem melhor se você continuasse lá com a gente. 

Coloco minhas mãos sobre meu rosto, ao lembrar daquela sensação que tive mais cedo. 

- Mas enfim, ouvi você cantar. Você canta bem. - Oh, Deus. A quanto tempo será que ele estava ali? 

Tiro minhas mãos de meu rosto e encaro o garoto, que me olhava atenciosamente. 

- Espera, você me ouviu cantar?  Não pode ser. 

- O que? Vai me dizer que ninguém nunca te ouviu cantar. 

É claro que já me ouviram cantar, meus vidros de xampoos já devem estar de saco cheio até. 

- Lógico que já me ouviram. 

- Quem? 

- Meu banheiro inteiro. 

Joshie riu e então disse:

- Não quer cantar mais pra mim? Posso ser seu ouvinte particular. 

Me senti corar, não que fosse algo explícito ou que outras pessoas entenderiam se eu tentasse explicar, mas isso significa muito pra mim. 

- Cala a boca, Joshie! 

- Joshie? 

- Troye disse que você se chamava Joshie. 

Agora eu estou me sentindo um idiota, Troye tinha que me foder? (Não literalmente, somos apenas amigos, juro). 

- Tá tudo bem! - Joshie ria de uma forma super fofa. - Me chame como você quiser. 

- Ãhnn, okay. - Dou um meio sorriso, e espero ele falar algo. 

Joshie começou a tirar seu tênis, sua camisa e finalmente seu short. O olho com estranheza. 

- Eu não quero ser estuprado... Por favor

Cala a boca, Tyler. Olha o que você está falando. 

Joshie gargalhou. 

- Também não quero estuprar ninguém. Só quero nadar. 

Percebo que seu abdômen é bem definido, percebo também uma tatuagem que cobre todo seu braço direito. 

- Você não vem? - Joshie disse, e deu um pulo na água, fazendo com que alguns respingos viessem em mim. 

- Definitivamente não. 

- Qual é, você não sabe nadar? 

- Não te interessa, Joshiezinho. - Aquela frase transbordava irônia. 

- Se você se afogar, eu te salvo. 

Eu o olho e rio, será que eu devo mesmo pular ali, com Joshie? Algo me diz que não, mas eu não ligo. 

Começo a tirar meu tênis e minha blusa, mas ao contrário de Joshie, permaneço de calças e camiseta.

- Cara, para de ser chato. Eu realmente não vou te estuprar. 

Eu coro e ao perceber isso Joshie ri. 

Tiro minha camisa, enquanto Joshie me olha. 

- Ãhn... Isso já é estranho o suficiente, tem como você parar de olhar, por favor!

–Seu desejo é uma ordem! – Joshie diz e mergulha.

...