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História I Would Change - I Need to See


Escrita por: KimLeira

Notas do Autor


oi~ cheguei com o próximo capitulo!
leiam as notas finais, por favorzinho!
espero que gostem!

Capítulo 7 - I Need to See


6 de agosto de 2017

Já tinham se passado mais de três meses desde o ocorrido. Mingyu ainda não tinha acordado. Eles tinham percebido que ele estava em coma apenas algumas horas depois que a cirurgia acabou, e até aquele momento ele não tinha dado sinais de melhoras. Seu corpo permanecia no mais profundo estado de inconsciência, permanecendo vivo apenas devido aos aparelhos daquela sala de hospital. Os médicos que trabalhavam ali já não tinham muitas esperanças de que o jovem acordasse, mesmo que muitos continuassem a visitá-lo torcendo para que um milagre acontecesse àquele garoto que já tinha se tornado uma parte de todos.

Devido ao tempo em que ele estava internado, as enfermeiras responsáveis haviam desenvolvido um certo carinho por ele, e ele era muito bem cuidado. Cortavam seus cabelos que permaneciam crescendo, davam banho e deixavam algumas flores espalhadas por ali, que ficavam ao lado dos vários presentes deixados pelos alunos dele. Quando souberam do acidente de seu querido professor, todos os jovens decidiram que iriam apoiá-lo o quanto pudessem, e mesmo três meses depois, todos ainda compareciam ao hospital para poder vê-lo por um instante.

A família de Mingyu também não saía de lá desde o ocorrido. Os pais passavam noites ali, rezando para que seu filho voltasse logo. A irmã chorava pelos cantos, evitando que o casal mais velho a visse tão frágil pela falta que o irmão lhe fazia. Não vinha sendo nada fácil para o senhor e a senhora Kim. Principalmente, porque a última vez em que eles tinham se falado, há alguns anos atrás, tinha sido definitiva para o afastamento do filho.

Eles nunca tinham entendido a paixão do garoto pela dança, e não apoiaram de modo algum quando ele decidiu fazer faculdade daquilo. Eles queriam que o filho fizesse medicina, e tiveram uma briga tão feia na época, que depois daquilo nunca mais tinham tido nenhum tipo de contato com o garoto. E vendo-o ali, indefeso, adormecido, foi quando a realidade os atingiu. Eles estavam perdendo o filho deles, e eles tinham falhado com ele, o abandonando quando ele precisava de apoio. Os dois aparentavam estar vivendo um pesadelo, e era isso, de fato. A filha tentava o máximo que podia fazer com que o sofrimento não fosse tanto, já pouco esperançosa de ver seu irmão bem novamente, mas sabia que nada do que ela fizesse poderia amenizar a situação.

Mas, de todas as pessoas que estavam ali, esperando que o jovem retornasse, Wonwoo era quem mais parecia estar indo de mal a pior numa violência absurda. Nos dias seguintes ao acidente, o Jeon deixou que todo o sentimento que ele havia reprimido por anos a fim de superar o fato de ter perdido o grande amor de sua vida voltasse à tona, lhe trazendo uma sensação de pura impotência, incapacidade e culpa. Ele tinha machucado aquele garoto anos atrás, e agora ele não tinha sido suficientemente bom para fazer com que ele ficasse bem. Era como se ele fosse o grande causador de todos os problemas do outro, e agora ele estava em coma, porque ele não tinha conseguido salvá-lo.

A dor e o medo que ele sentia eram tão sufocantes, que ele mal conseguia dormir à noite. Passava seus dias vivendo no automático, cuidando dos pacientes que tinha que cuidar, fingindo que estava tudo bem, quando na verdade seu coração e sua cabeça pareciam estar vivendo em um terrível filme de terror. Todos os dias, ao final do expediente, quando as visitas já tinham ido embora, ele retornava ao quarto daquele homem que ele ainda tinha tanto carinho, e chorava, implorando para que ele acordasse e desse um daqueles sorrisos que, ele sabia, mesmo depois de tanto tempo ainda seria capaz de trazer a mais perfeita alegria para si. Mas ele nunca acordava. E a dor só aumentava.

Cada dia que se passava sem que Mingyu acordasse, era uma fração de Wonwoo que se ia. Ele não imaginou que se sentiria tão afetado em vê-lo daquela maneira, mas o fato era que nada tinha doído tanto quanto doía naqueles três meses. Era uma tortura voltar ao quarto do hospital checar os sinais vitais do moço alto que estava ali, na esperança de que houvesse algum tipo de avanço e perceber que absolutamente nada havia mudado.

Ele permanecia desacordado e Wonwoo, racionalmente, sabia que tinha feito o possível para que ele ficasse bem. Mas ele não conseguia evitar a sensação de que o culpado por aquilo tudo era ele. Talvez, se ele tivesse esperado outro médico chegar para realizar a cirurgia, as coisas teriam sido diferentes. Talvez, se ele não tivesse trocado de turno com seu colega de trabalho, ele não teria sido o médico responsável. Ele sabia bem que seu vínculo com o outro poderia ter sido fatal, e apesar de saber que fez o seu melhor, tinha medo de que isso pudesse ter feito com que ele não acordasse.

Todas as noites, em casa, sozinho, a mente do jovem médico fazia questão de lembrá-lo de cada um dos momentos que eles haviam passado juntos. Lembrava-o de tudo. Cada beijo, cada toque, tudo voltava de maneira extremamente real à memória dele. Lembrava-o, também, de cada erro que ele havia cometido, de cada vez que tinha feito o outro chorar. E ele sabia que talvez nunca tivesse a oportunidade de dizer a ele o quanto sentia muito por ter estragado tudo. Lembrar de todas aquelas coisas era extremamente dolorido, porque ele tinha se esforçado imensamente durante todos aqueles anos para superar e aprender a lidar com a ideia de ter perdido aquele homem. E agora tudo estava de volta: a dor, a culpa e a sensação de vazio que existia em seu peito desde quando tudo tinha acontecido, há muito tempo atrás. Era como se seu próprio corpo o estivesse boicotando para fazê-lo sofrer.

E aquilo tudo estava o matando aos poucos. Cada dia que se passava, era mais difícil de lidar com aquela enxurrada de sentimentos ruins que o atingiam. Era como estar se afogando em um mar de puro desespero e terror. Era difícil de dormir, porque tinha medo de ter mais um daqueles pesadelos que tinham se tornado comuns, nos quais ele via Mingyu sendo enterrado. Era difícil acordar, porque se lembrava da realidade. Era difícil ir trabalhar, porque sabia que teria novamente que lidar com o fato de que Mingyu não tinha melhorado. Era difícil fingir profissionalismo na frente dos outros, porque tudo que ele queria fazer quando estava naquele quarto era chorar. Ele só queria que aquilo acabasse.

E aquele era mais um dia em que ele acordava querendo que tudo estivesse bem. Torcendo para que ele chegasse lá e Mingyu tivesse reagido. Ele havia feito aquele pedido tantas vezes antes de se deitar, que talvez alguém o tenha escutado.

 

 

Ele ouvia vozes distantes em seu subconsciente a todo momento. Eram todas vozes conhecidas de si. E ele fazia um esforço terrível para responder às palavras que lhe eram ditas, muito embora ele não conseguisse, realmente, entender nenhuma delas. Eram somente sons, que traziam um certo conforto para seu coração. Sua mente parecia completamente em branco, ele não raciocinava, mesmo que tentasse fazê-lo. Tentava falar, se comunicar com as pessoas que ele sentia ao redor, mas som algum saía de sua boca. Tentava abrir seus olhos, tentando se livrar da escuridão assustadora na qual ele estava imerso. Tentava se mexer, e não conseguia. Era como se seu próprio corpo não obedecesse os comandos que seu cérebro dava. Ou seria seu cérebro que não conseguia fornecer nenhum comando coerente?

Sua cabeça fazia um esforço imenso para fazê-lo reagir, mas ele permanecia com aquela sensação de sonolência profunda, mesmo que fizesse o máximo para sair dali. Vez ou outra era capaz de sentir alguém tocando sua mão, e sempre que acontecia ele tentava apertar a mão de volta, sem nenhum tipo de sucesso. Era frustrante, e muito perturbador.

A maioria dos toques que recebia, ele não era capaz de reconhecer. Mas havia um toque em específico, muito fraco e difícil de identificar, mas que por algum motivo, ele sentia seu cérebro querer reagir de alguma forma. Como se fosse um toque que ele quisesse muito poder sentir da maneira correta, e seu corpo se esforçava ao máximo para acordar todas as vezes em que sentia aquele toque. Era estranho, porque ele também não era capaz de reconhecer aquela mão que o tocava todos os dias por volta do mesmo horário, mas alguma coisa em seu interior vibrava. Mas por mais que ele tentasse, ele não conseguia reagir, não conseguia abrir os olhos para ver quem era o dono daquele carinho que lhe era dado.

Até aquele momento.

Foi tão fácil quanto acordar depois de algumas horas de sono, e tão difícil quanto vencer uma guerra mental contra si mesmo.

Já há algum tempo que sua mente vinha se esforçando fortemente para fazê-lo acordar. E parecia impossível. Quanto mais ele se forçava a abrir seus olhos, mais parecia que eles jamais se abririam. Era terrível e ele se sentia sufocado com aquela escuridão eterna. Se sentia perdido ao ouvir vozes ao fundo sem nem ser capaz de entender o que era dito. Se sentia impotente e fraco todas as vezes que tentava se mexer ou verbalizar alguma coisa, mas não conseguia. Mas naquela dia, tinha algo diferente acontecendo.

Sentiu sua mente se sobressaltar ao escutar uma voz masculina grossa. Aquela voz lhe causou um forte arrepio. Ele conhecia aquela voz de algum lugar. Não sabia porquê, mas teve a sensação de estar sentindo saudade daquele tom de voz. Fez o maior esforço que pôde, querendo ouvir ainda mais aquela espécie de música que invadia sua cabeça. E de repente, ele entendeu uma frase.

“Eu queria tanto que você acordasse, Mingyu”.

Por algum motivo desconhecido, seu coração se acelerou em seu peito e seu corpo inteiro reagiu no momento em que sentiu aquela pessoa segurar de leve a sua mão. Era aquele toque. Aquele que ele vinha tentando descobrir o dono há muito tempo. Com seu interior borbulhando e se contraindo de forma dolorosa, lutando o máximo que era possível para que ele saísse daquele sono profundo, ele tentou segurar aquela mão de volta.

E conseguiu.

Foi como se ocorresse uma explosão dentro de si. Ele sentiu cada pequena célula de seu ser acordar. E então ele abriu os olhos, pela primeira vez depois de tanto tempo.

A princípio, ele não conseguiu focar em nada do que via. Era tudo muito branco. Todos os lugares em que seus olhos confusos olhavam, era um mar branco. Demorou até que se desse conta de que se encontrava em um quarto de hospital. Sua cabeça doía como nunca havia doído, provavelmente pelo esforço sobre-humano que vinha fazendo. Ele não entendia o que estava acontecendo. Não se lembrava de nada e não fazia ideia do motivo de estar ali. Estava machucado? Doente? O que tinha sido aquele período em que permaneceu dormente? Milhões de questionamentos passavam pela sua cabeça e ele sentia que ela poderia explodir a qualquer instante.

Mas tudo pareceu parar por um momento quando sentiu sua mão se esfriar, por ter sido solta daquela aperto que lhe parecia tão agradável. Ele virou os olhos lentamente até a pessoa que estava a sua frente e levou alguns instantes até conseguir fazer sua visão se focar no homem de cabelos pretos que se encontrava ali sentado em sua cama o olhando assustado.

E então seu corpo pareceu derreter por completo, enquanto seu coração deu um salto em seu peito tão grande que ele ficou com medo de que fosse morrer ali mesmo. Sua mente confusa parecia ainda mais bagunçada e a única coisa que ela conseguia informar a ele era “Este é o Wonwoo”.


Notas Finais


gostaram? <3
espero que não tenha sido decepcionante kkkk
bom, queria avisar vocês que, apesar de postar esse capitulo, ainda vou manter a fic em hiato por algum tempo. como eu tinha dito, esse capitulo já tava quase pronto então resolvi postar, mas não me sinto com condições de escrever ainda. me desculpem ;-; esperem só mais um pouquinho, sim? prometo que não vou demorar!
até o próximo capitulo!


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