1. Spirit Fanfics >
  2. Idiotices Setembrinas >
  3. Zero!

História Idiotices Setembrinas - Zero!


Escrita por: taozing

Notas do Autor


hey hey hey!~~
hoje é meu aniversário e também é dia de sekai!!
sábado a nay me falou de um tal "no fap september" que é um desafio de ficar setembro inteiro sem se masturbar e eu fiquei ????? WHY ??????? e aí quis fanfic, li kawaii desu da namorada (aka proliiixa), bateu vontade de escrever namoradinhos otakus virjões já que eu mesma sou uma /risca e aí pensei, quem melhor que sekai????
ONDE TÁ SUBLINHADO VCS LEEM COMO SE ESTIVESSE RISCADO TÁ BOM o spirit nao tem formatação riscada e eu só percebi isso depois de escrever tudo zzzzzz

boa leitura e espero que gostem~~

Capítulo 1 - Zero!


— Ei, Sehun. — Jongin chacoalhou o amigo amuado perto de si. — Sehun!

— Hmm? — Sehun resmungou sonolento.

— Sabia que tem um desafio chamado no fap september que consiste em ficar setembro inteiro sem se masturbar?

— Quê? — Sehun esfregou os olhos. — Por que alguém faria isso?

— Não sei — Jongin riu, digitando algumas coisas no celular. — Chanyeol tá me desafiando. Cê acha que devo aceitar?

— Não.

Jongin ficou com uma cara de tacho e Sehun suspirou.

— Cê já aceitou, né, seu cuzão?

— Já — Jongin murmurou. — Mas, cara, me entende! O prêmio é muito bom!

— Qual? — perguntou, sem muito interesse. Queria dormir, pô!

— O que quiser do outro.

— Jongin, mano, tu tem certeza que quer apostar isso com o Chanyeol? Com o Chanyeol?

— Que que tem?

— Tem aquela obsessão bizarra dele contigo. Se tu perder, bicho, vai dando adeus às suas pregas.

— Ah tá que um bebezão como o Chanyeol vai foder alguém. — Jongin soltou uma risada, desligando o celular e deixando-o debaixo do travesseiro. — Tá mais fácil ele querer quicar em mim.

— Aí a gente vai ter que concordar. — Sehun riu também. — Agora, será que a gente pode dormir?

— Pode, pode.

— Nunca achei que ia ter que te convencer a dormir. O jogo realmente vira, meus amigos.

— Cala a boca.

Que comece o no fap september!

 

*

 

Diário da punheta zero, dia 1

Está tudo calmo por aqui. Nenhuma movimentação. Chanyeol sugeriu que, além de não batermos punheta, a gente também devia ficar sem ver pornô, mas gritei um NÃO PORRA neguei veementemente.

 

— Que tá fazendo? — Sehun perguntou, sentando-se na mesa enquanto mastigava uma maçã. Jongin ergueu os olhos de seu caderno/diário improvisado/anotações da punheta zero e fitou o melhor amigo.

— Um diário do desafio — respondeu. — A gente tem que deixar tudo registrado, até se ficar com vontade e tal.

— Hm — resmungou. — Isso não é meio invasivo, não?

— Como assim?

— Escrever tudo sobre sua vida sexual resumida a cinco contra um e deixar o Chanyeol ler.

— Ciúme? — Jongin sorriu de canto.

— ...C-claro que não. — Desviou o olhar, as bochechas ganhando uma coloração rosada. — Só acho estranho.

— A gente tem que ter alguma prova, sabe? — Jongin esticou os braços atrás da cabeça.

— Como sabem que o outro não tá mentindo?

— Bom, por enquanto não dá pra saber. Mas no fim do mês, se alguém estiver de bom humor, já dá de saber que tocou pelo menos umazinha — riu da própria desgraça, e Sehun afirmou com a cabeça.

— Já falei que acho isso uma idiotice sem tamanho, né?

— Já.

— Isso é muito idiota, Kim Jongin.

— Eu sei, Oh Sehun. — Deu um peteleco na testa do outro. — Ainda bem que você é meu melhor amigo, porque se fosse inimigo...

— Eu ia tá adorando isso tudo. — Retribuiu o peteleco. — Ia adorar te ver sofrer.

— Obrigado, amigo. Sua amizade vale muito pra mim agora.

— Dramático.

Aff, a gente não pode nem apreciar a amizad— ai!

Sehun correu da mesa rindo enquanto Jongin seguia-o para retribuir o cutucão no nariz.

 

*

 

Diário da punheta zero, dia 2

Nada. Em dias que não tiver nada, nem vou escrever nada. Alou repetição de palavras, ainda bem que isso não é uma redação.

 

Talvez o maior problema de todos fosse que Jongin era meio... otaku nerd gamer virjão antissocial, não necessariamente nessa ordem. Ele estava terminando o ensino médio, com os hormônios dos dezoito anos borbulhando na pele, nunca tinha namorado nem transado — se tinha beijado três bocas era muito — e tudo que tinha de experiência era os hentais que assistia debaixo do cobertor quando todo mundo ia dormir, já que passava a maior parte do tempo trancafiado no quarto. O guri não sabia nem a própria sexualidade ainda! Vinham perguntar “e aí gato, vamo fechá?” e Jongin só sabia pensar “pô bicho queria só ir pra casa jogar erogê com o Sehun”.

Ah, sim, e tinha o Sehun também. Aquele seu melhor amigo de infância, que Jongin viu crescer até demais, que Jongin acompanhou no primeiro beijo, no primeiro porre e na primeira cagada capilar. Que veio desesperado um dia porque “Niniiii, eu acho que sou meio viado!”, se jogou todo no colo de Jongin e ficou chorando as pitangas da bissexualidade. Jongin aceitou de boa, meio que já sabia, o jeito que Sehun olhava para caras bonitos era bem óbvio, mas ainda assim ficou feliz de ser o primeiro a saber. Sehun já tinha aceitado aquela vidinha de gostar de menininhas e menininhos, e aí usava isto a seu favor na hora de escolher o erogê do mês — “gosto de homem e de mulher, cê escolhe o que cê quiser”.

(O erogê do mês era um pacto entre Sehun e Jongin de escolherem um jogo erótico e terminarem em um mês. Jogos que precisassem de mais tempo podiam ser estendidos por mais um mês. Já estavam tão acostumados a jogarem juntos que nem ficavam mais com vergonha quando as calças apertavam e os volumes subiam dentro das cuecas.)

Tá que Chanyeol não era muito diferente de Jongin... caramba, talvez o cara estivesse até pior que Jongin, porque aquele ali era bacharel em jogos e entretenimento digital e PhD em virgindade crônica e otakisse. Chanyeol era do tipo que participava das corridas Naruto da cidade, usava frases de animes no dia-a-dia, inventava cosplays diferentes para cada evento e, se bobear, ainda ganhava todos os concursos.

Mas isso não significava que ia ser fácil sobreviver a setembro. Teoricamente, transar estava liberado, mas, como já explicado acima, tanto Chanyeol quanto Jongin eram os dois virjões com atestado de honra ao mérito, então só lhes restava a punheta mesmo. E ficar um mês inteirinho sem calejar as mãos... um verdadeiro desafio.

Uau.

 

*

 

Um mês inteiro sem se masturbar? — Baekhyun riu. — Boa sorte, neném.

— Vou precisar, noona. Vou precisar. — Jongin suspirou, se atirando na cama. Sehun sacolejou sobre o colchão, mas não desviou a atenção de seu mangá.

Pra que isso, afinal?

— Tem prêmio no fim do mês.

— Ah... e o que é?

— O que quiser do outro.

Baekhyun soltou uma risadinha safada.

— O que quiser, é? Hmm, agora entendi por que vocês entraram nessa...

— Ei, o que tá insinuando?

— Insinuando? Eeeeu?

Jongin acabou rindo também.

— E me ligou pra quê, hein?

— Você é da sala do Chan, né? Será que cê pode ficar de olho nele por mim?

— Aff, como assim!? Quer que eu siga o menino no banheiro pra ver se ele não tá tocando uma lá? Credo, Jongin!

— Não! Que horror! — Jongin teve um arrepio de desgosto só de imaginar Chanyeol indo se amar no banheiro da universidade. — É só pra ver se ele tá anotando direitinho os dias, se ele tá vendo alguma coisa suspeita no celular...

— O que eu ganho com isso?

— ...Todo o meu amor?

— Tentador, mas não me parece o suficiente.

Tch! E o que você quer?

— O Sehun, aquele bebezinho lindo. Ele ainda é bi?

Jongin descolou o celular da orelha e pôs a mão em cima da tela. Olhou para Sehun e perguntou:

— Ei, tu ainda é bi?

Sehun franziu o cenho e piscou devagarinho.

— Como assim ainda sou bi? Sempre fui e sempre vou ser.

— É a Baek que tá perguntando, também não entendi. Pera, deixa eu ver com ela. — Pôs o telefone de volta na orelha. — A gente não entendeu o que tu quis dizer com isso.

— Ué, às vezes a gente acha que é uma coisa e é outra. Enfim, é ou não?

— É.

— Ótimo! Quero ficar com ele.

Jongin suspirou.

— Quando?

— O quanto antes! Sempre quis dar uns beijinhos nele, ele parece ter uma pegada tão...

— Tá bom! — interrompeu, constrangido. Não queria ouvir essas coisas de seu melhor amigo, qual é! Virou-se para Sehun, sem se dar ao trabalho de tirar o celular da orelha dessa vez. — Baek quer ficar contigo.

— Quer? — Sehun folheou o mangá, desacreditado.

— Sim. Quando que vocês podem se encontrar?

— Hoje. Agora. — Riu em deboche, achando que era mentira.

— Ele falou que hoje. Agora.

— Perfeito! Assim que eu sair da faculdade, passo aí na sua casa pra pegar meu meninão! Não deixa ele fugir, hein—

Jongin desligou na cara de Baekhyun e bufou longamente. Oh, céus! Aquele devia ser o castigo por ter jogado Zelda sem prestar atenção na soundtrack, com certeza.

 

Diário da punheta zero, dia 4

Hoje fiz um trato com Baekhyun, ela vai espionar o Chan na universidade pra ter certeza que ele não tá pulando cerca. Ela ficou com o Sehun na minha frente, deram altos beijão, fiquei até triste. Isso que Sehun só acreditou que era verdade quando Baek apareceu na minha casa, imagina se ele tivesse se empolgado. Também quero

 

*

 

Jongin estava viajando na maionese na aula de Física quando uma bolinha de papel caiu sobre a mesa dele.

“Ei, qual vai ser o erogê do mês?”

Jongin se virou com a maior cara de cê tá brincando comigo né para Sehun, sentado no canto da sala, que ergueu as sobrancelhas e balançou a cabeça, exigindo uma resposta. Furiosamente, Jongin respondeu:

“EROGÊ???? EU TÔ NA PORRA DE UM DESAFIO PRA FICAR SEM PUNHETA E TU VEM ME FALAR DE EROGÊ?????

E R O G Ê?????

PORRA SEHUN”

E a resposta que Sehun deu ameaçou destruir aquela amizade de anos:

“meu irmão, quem não pode bater punheta é tu, eu tô lindo livre leve e solto doido pra meter a mão na botija entendeu”

— Eu achei que fôssemos melhores amigos! — Jongin fez drama, apontando para um Sehun aéreo no fim da aula, todo perdidinho.

— De quê tu tá falando, bro? — perguntou, piscando os olhinhos e olhando ao redor, vendo todo mundo sair para o intervalo.

— Do erogê! — segredou, enraivecido e triste por estar sendo traído logo por Sehun.

— Ah — Sehun resmungou, levantando-se e puxando Jongin para fora da sala. — Que que tem?

— Que que tem que cê tá planejando me destruir! Me conta, foi o Chanyeol que te mandou fazer isso, né?

— Quê? Cê tá ficando paranoico, Nini. Eu tô só mantendo nossa tradição de anos.

— A gente vai ter que fazer uma pausa nela. — Jongin balançou nervosamente as mãos. — Eu não posso cair em tentação!

— Cara. — Sehun segurou nas mãos de Jongin e o olhou no fundo dos olhos. Encararam-se por longos segundos, num clima estranho, minado de desconhecido, até Sehun sussurrar: — Lembra de Wagamama?

W-Wagamama? Wagamama High Spec?

— Esse mesmo.

— Que que tem? — Engoliu em seco. Oh, Wagamama High Spec era um dos erogês que mais tinha mexido com a cabecinha de Jongin, por mais bobo que fosse.

— Saiu outro.

— O-outro Wagamama?

— Uhum. Um fandisk. Continua a história das quatro heroínas principais e de mais duas sub-heroínas.

Ai, aquilo era golpe baixo! Por que tinham que liberar um erogê daqueles logo quando Jongin anunciava greve da bronha com risco de pagar mico se caísse em tentação?

— Saiu, é? — Jongin balbuciou, suando frio. Ah, só de pensar em rever sua waifu Mihiro, com aqueles peitões bonitos e aquela mão boa para cozinhar, cercada de animaizinhos, toda bonitinha, chamando Jongin de senpai...

— Saiu, cara. Cê tem certeza que não quer jogar?

Jongin se sentiu num daqueles dating sims, em que ele tinha apenas duas opções de resposta e ambas afetariam completamente o resto de sua jornada no jogo. Tremendo, pousou a mão no ombro de Sehun e suspirou, olhando nos olhos dele.

— A Mihiro é minha.

Sehun sorriu.

 

Diário da punheta zero, dia 7

Sehun me disse que saiu Wagamama novo. Tomei no cu, mas vou me arriscar a jogar e ver no que dá.

 

*

 

Era sábado à noite e Sehun e Jongin estavam fazendo o que garotos da idade deles faziam: jogando videogame e entupindo as artérias de gordura. Quando enjoaram de CS:GO, Sehun fechou o jogo e olhou para Jongin largado em sua cama com o notebook no colo, alternando entre olhar para a tela e se sujar de molho; um idiota, sinceramente, Sehun nunca ia entender como tinha se apaix...

Oi, quê?

— Ei — Sehun chamou, atraindo a atenção de Jongin. — Quer rever a Mihiro?

— J-já? — Jongin arregalou os olhos, fazendo Sehun rir.

— Vem cá.

Jongin engoliu o hambúrguer junto a todo o seu medinho de perdição e chegou perto de Sehun, observando-o plugar outro fone no computador e passá-lo para Jongin — “não tem graça só ouvir os gemidos de um lado do fone”, era o acordo deles. O computador de Sehun ficava numa mesa bem baixinha, então eles tinham que sentar no chão para usá-lo; não reclamavam, porém, porque era até mais confortável daquela forma e economizava espaço no quarto. Sehun conferiu que os pais já estavam dormindo, apagou a luz do quarto, acendeu a luminária da escrivaninha e abriu o fatídico Wagamama High Spec: Overclock.

Eles jogavam assim: primeiro Sehun escolhia uma waifu e jogava até conseguir ficar com ela, depois Jongin fazia o mesmo em outro slot, aí conversavam até entrarem num consenso de “essa história é mais promissora”, e então iam combinando as respostas até terminarem.

E, bom, era um alívio a waifu de Sehun de Wagamama ser meio broxante — “logo a Toa, sério, Sehun?” —, então Nini não teve lá tantos problemas de início; foi um pouco triste ouvir os barulhinhos de beijo e uns gemidinhos, mas tudo bem, nosso guerreiro foi forte e aguentou... pelo menos até Sehun se virar, todo quente e vermelho, e sussurrar um “vai, é sua vez”.

Jongin não soube dizer se o pau subiu pela adrenalina do momento, pela ansiedade de rever sua amada Mihiro, ou por ver Sehun daquele jeitinho, ofegante e claramente excitado, todo imerso na atmosfera do jogo, as bochechas queimando e um voluminho visível até na baixa luz do quarto. Jongin quis fazer umas coisas doidas, coisas que envolviam pegar no rosto de Sehun e beijá-lo até o ar faltar, jogá-lo na cama e fazê-lo gemer mais que a Toa, deixar ele ferver de tesão e amor...

— Jongin? — Sehun murmurou, despertando o outro de seu transe.

Veja bem, era razoável Jongin estar daquele jeito. Faziam seis, sete, oito, nove dias que ele não aliviava o borbulhar dos hormônios! Era justificável ele estar daquele jeito, todo cheio de tesão para cima do melhor amigo, a cueca melada de pré-gozo e o suor escorrendo pela derme, a respiração falhando na garganta.

— Sim, sim — ofegou, pegando o mouse e abrindo um jogo novo.

Mal conseguiu rever a tela de abertura sem sentir as mãos formigando de vontade de darem um foda-se àquela palhaçada toda de no fap september e mandar ver lá embaixo. Mas não, Jongin foi forte, seguiu firme na missão.

Uns quinze minutos depois, quando as coisas ficaram mais maliciosas no jogo, Jongin soltou um longo suspiro e encarou Sehun.

— S-Sehun, cara... — resmungou. — E-eu acho melhor a gente parar.

— Mas cê nem ficou com ela ainda — Sehun respondeu, vidrado na tela.

— Eu não vou aguentar, Sehun. — Jongin engoliu em seco, passando a mão pelo rosto para limpar um pouco do suor.

— Aguenta sim. Só mais um pouquinho, vai.

Puta que pariu, a voz manhosa e arrastada de Sehun era um golpe baixo certeiro, honestamente, Jongin achou que fosse gozar ali mesmo, sem nem se tocar, de tão duro que estava. Jongin seguiu o jogo, tentando pensar em qualquer coisa que fosse broxante, até perceber que, quanto mais ele desfocasse do jogo, mais daria respostas erradas e mais demoraria para ele conseguir ficar com Mihiro. Aí não teve jeito, concentrou-se todo no jogo e quando Mihiro finalmente beijou o jogador, foi como um orgasmo mental; Jongin só não berrou um aleluia porque os pais de Sehun estavam dormindo, e se eles acordassem e pegassem os dois jogando erogê àquela hora indigna da madrugada, iam passar por maus tempos.

— Não foi tão difícil, viu? — Sehun deu aquele sorrisinho bonitinho, salvando e fechando o jogo. Jongin quis encher a carinha dele de soquinhos.

— Tá me zoando? Foi mais difícil que Dark Souls!

Sehun riu, desligando o computador. Levantou-se e foi em direção ao banheiro, parando no batente para dizer:

— Pode se arrumar aí pra dormir, eu vou só tocar umazinha e já venho também.

Jongin podia ter ido dormir sem essa.

 

Diário da punheta zero, dia 9

Hoje joguei erogê, beijei a Mihiro e não me masturbei. Acho que mereço um troféu, sério.

Senti uns negócios estranhos perto do Sehun mas acho que é culpa desse mês maldito

 

*

 

Diário da punheta zero, dia 10

Tô na casa do Sehun e a gente tá só jogado falando merda. Acho que hoje eu fico tranquilo.

 

— Ei, cara — Sehun chamou em certo momento. Jongin, estirado no chão, só se deu ao trabalho de resmungar um “hmmm?”. — Lembra aquela vez que eu tropecei na educação física e cê me carregou no colo até a enfermaria?

— Lembro. Que que tem?

— Eu acho que nunca falei isso, mas... — Sehun hesitou. — Aquilo foi a coisa mais legal que alguém já fez por mim, bro.

— Sou seu melhor amigo, cara. Era o mínimo que eu podia fazer.

Sehun respirou fundo, ficando nervoso e ansioso com o rumo que aquela conversa podia tomar.

— Às vezes eu me pergunto... se outra pessoa faria o mesmo por mim.

— Aonde quer chegar com isso?

— Nenhum lugar. Tô só falando.

Silêncio.

— Sehun...

— Hm?

— O que você vai fazer quando terminar a escola?

— Eu quero muito ser ilustrador, cê sabe. — Sehun bagunçou os cabelinhos pretos. — Mas não sei se meus pais vão concordar.

— Sei.

— E você?

— Não sei ainda. — Virou-se de barriga para baixo, emburrando a cara na almofada de “I ♥ GAMES” que a mãe de Sehun tinha dado a ele. — A faculdade do Chanyeol-hyung parece muito foda, mas não sei se quero fazer isso...

— Se você for, a gente vai poder estudar no mesmo prédio — Sehun falou com um sorrisinho.

— Não acredito que nem na faculdade vou me livrar de ti — disse, e os dois riram.

— Vim pra ficar, hyung. — Mostrou a língua em deboche, fazendo Jongin rir mais e, cá entre nós, ficar todo bobinho porque Sehun quase nunca o chamava de hyung e era uma delícia ouvir o chamamento na voz mansa e arrastada dele. — Essa fase que a gente tá é uma merda, né? — Sehun murmurou baixinho, desabafando. — A gente não tem certeza de nada, não sabe nem pra que que tá vivo, e já vem um monte de gente pressionando a gente a tomar decisão importante.

— Nem fala. — Jongin suspirou. — Não sei nem decidir entre pizza de quatro queijos e de pepperoni e povo vem me dizendo pra escolher a profissão da minha vida, que isso. Só queria ficar em casa jogando um pouquinho.

— Pepperoni é muito melhor, Kim Jongin.

— Pra mim empata com quatro queijos. Será que dá pra respeitar meus gostos peculiares?

— Não dá, não consigo entender eles.

— Quer que eu te mostre?

— Um quarto vermelho de pizzas. Você me amarra e me força a comer as pizzas.

— Seria meu sonho?

— Quero.

— Mas assim... no homo.

Seguiu-se um ataque de gargalhadas porque os dois eram ridículos e só pioravam na companhia um do outro. Às vezes ficavam tristes de terem ficado sozinhos na escola, já que seu hyung Chanyeol e sua noona Baekhyun tinham terminado o colégio e já entrado na faculdade, mas não era como se eles precisassem de mais alguém para ficarem bem. Que fique entre eu e você, estavam até felizinhos de estarem passando tanto tempo juntos, só os dois, Sehun e Jongin amuados dentro do quarto falando besteira; os corações palpitavam enlouquecidos de amor e os olhares que trocavam traziam muito mais que amizade, bem como os sorrisos escancarados nas carinhas bonitas marcadas de espinhas e cabelos bagunçados e demais contratempos da idade pareciam iluminar um a face do outro, contagiando-os da alegria de estar perto.

— Jongin.

— Hm?

— Obrigado, cara.

— Pelo quê?

— Por... — hesitou. As bochechas se avermelharam e os olhinhos foram desviados para o outro lado. — Sei lá, estar aqui. Esse tempo todo.

Jongin encarou Sehun e o coração foi na garganta. Tinha mais coisa ali naquela frase... não tinha?

Jongin estava ficando piradinho.

— Eu que agradeço, bro. Não deve ser fácil me aguentar — brincou. Sehun virou o rostinho em sua direção e sorriu largo.

— Não é mesmo — respondeu baixinho, suavemente, e Jongin sentiu o rosto esquentar.

 

Diário da punheta zero, dia 10

ALGUÉM ME AJUDA EU TÔ FICANDO DOIDO

 

*

 

Monkey D. Chan: may day may day

Jongin: ACABOU??? SE RENDEU????

Monkey D. Chan: (foto beijando um menino, com língua aparecendo e tudo, uma nojeira)

Monkey D. Chan: boa sorte sobrevivendo sozinho rs

Jongin: que

Jongin: QUE

Monkey D. Chan: tô namorando (coração)

Monkey D. Chan: manda oi pro kyungsoo

Jongin: NAMORANDO

Jongin: COMO TU ARRUMA NAMORADO LOGO NO NO FAP SEPTEMBER?????

Jongin: oi kyungsoo com todo o respeito mas você por acaso tem algum problema de querer namorar o idiota do chanyeol

Monkey D. Chan: sei que isso é inveja

Monkey D. Chan: ainda bem que pode transar, né, uau, que alívio

Monkey D. Chan: agora se me dá licença vou ali dar até meu cu esfolar

Jongin: INFORMAÇÃO DEMAIS

Monkey D. Chan: divirta-se rs

 

Diário da punheta zero, dia 13

CHANYEOL EU TE ODEIO MUITO PORRA

 

*

 

Jongin e Sehun estavam paradinhos nas arquibancadas da quadra da escola, Jongin lendo mangá no celular e Sehun chupando um pirulito enquanto assistia entediado o treino de vôlei masculino. Os caras eram muito ruins, sério, a maior diversão ali era tentar descobrir quem era pior.

— Caralho — Jongin disse de repente, balançando a cabeça. Sehun espiou o celular dele e sorriu ao perceber que era o final do capítulo.

Mais alguns minutos se passaram, até Jongin começar a deslizar freneticamente o dedo para o lado, em busca da próxima página que não viria — não aquele mês, pelo menos. Aí Jongin grunhiu, frustrado, e voltou algumas páginas para reler os últimos momentos do capítulo, admirou a última página e por fim guardou o celular no bolso. Sehun já sabia essa sequência toda de cor.

— E aí? — perguntou, enrolando a língua no pirulito.

Tão bom! — Jongin exclamou, num tom choroso e devoto, passando as mãos pelos cabelos morenos. — A história só fica cada vez melhor, um arco é mais bem desenvolvido que o outro, eu não acredito que a Yana Toboso inventou os mang—

Sluuuuurp.

Jongin piscou os olhos, distraído com a chupação de pirulito se passando logo ali, na boquinha inchada e babada do seu melhor amigo, tão perto do menino que caiu na besteira de jurar não bater punheta por trinta dias e já estava firme e forte na metade do mês.

Sehun esfregou o pirulito na língua, salivando bem, e aí sugou tudinho com vontade. Esperou Jongin continuar a falar, mas, ao ver que o amigo olhava desnorteado para seu pirulito, tirou o doce da boca e ofereceu:

— Quer?

Jongin não conseguia desviar o olhar da boca molhada e vermelha de Sehun, caralho, merda, puta que pariu! Queria sim, ah, se queria! Afirmou lentamente com a cabeça, hipnotizado. Sehun estendeu a mão com o pirulito na direção de Jongin, e Jongin, sem tirar os olhos da boquinha bonita do mais novo, pegou no pulso dele e chegou mais perto, grudando os lábios dos dois.

Sehun grunhiu, surpreso, e acabou deixando o pirulito cair no chão. Beijando. Jongin estava o beijando. Jongin. O beijando.

Porra.

Jongin se afastou, vermelho e ofegante, olhando temeroso nos olhos de Sehun; fez menção de começar a se desculpar — Sehun conhecia o melhor amigo o suficiente para saber que ele ia murmurar um “d-desculpa”, pegar suas coisas, sair correndo e ignorar Sehun por duas semanas, e Sehun simplesmente não podia deixar isso acontecer. Sehun jogou os braços sobre os ombros de Jongin e voltou a beijá-lo, misturando o gosto de morango com a hortelã de uma das milhões de balinhas que Jongin metia na boca durante as aulas. As línguas se tocaram e Jongin gemeu baixinho, os dedos se firmando nos quadris de Sehun quase que em alerta, como se quisesse o avisar de que, se continuassem daquele jeito, a calça ia apertar.

— Eu... — Sehun sussurrou assim que se separaram, um fio de saliva arrebentando entre eles. — Eu tava falando do pirulito. — Riu.

— Ah — Jongin murmurou, sorrindo. — Tava bom mesmo. O pirulito.

— É, eu gosto desse sabor — falou, a respiração batendo no rosto de Jongin. — Quer provar mais um pouquinho?

 

Diário da punheta zero, dia 15

Hoje eu beijei o Sehun. O lado bom é que ele beija bem e eu tô feliz. O lado ruim é que meu pau tá muito duro e não posso fazer nada.

Alou Sehun vem me ajudar

 

*

 

Sehun e Jongin saíam se beijando por aí. Fosse no banheiro da escola, no quarto de Jongin, num cantinho escondido da arquibancada, no meio da rua voltando para casa quando não tinha ninguém por perto...

Eles tinham meio que se declarado, também. No meio de uma dessas pegações, Jongin soltou um “cacete, gosto tanto de ti que dói”, e Sehun só precisou rir para Jongin saber que o sentimento era recíproco.

 

Diário da punheta zero, dia 19

Não tem nada a ver com punheta, mas achei válido registrar aqui que eu tô namorando EU TÔ TÃO FELIZ PUTA MERDA MEU PRIMEIRO NAMORADO Sehun é meu melhor amigo e agora é meu melhor namorado — e o único também, não dou conta de mais de um... acho.

Sehun é oficialmente meu husbando e eu tô feliz pra caralho.

 

*

 

Jongin: hyung

Monkey D. Chan: sim?

Jongin: (foto com Sehun no colo, as bocas grudadas, baba escorrendo, uma nojeira)

Jongin: CHUPAAAAAAAAAAA

Monkey D. Chan: (foto com o queixo apoiado na braguilha de uma calça preta, olhando para cima)

Monkey D. Chan: pretendo, assim que você parar de encher rs

Bloquear Monkey D. Chan?

Não é possível enviar mensagens ao contato bloqueado Monkey D. Chan.

 

Diário da punheta zero, dia 20

Chanyeol eu te odeio porra

 

*

 

O acordo do mês de setembro foi: a história da Mihiro tá melhor, vamo.

Por isso que Sehun e Jongin se encontravam enrolados num casulo-cobertor, a luz do quarto apagada, a luminária parceira de todas as horas eróticas acesa e o computador com dois fones plugados exibindo a tela de abertura de Wagamama High Spec: Overclock. Jongin e Sehun já tinham entupido as veias de batata frita e refrigerante mais cedo — e se beijado com gosto de ketchup —, então só lhes restava jogar o erogê do mês para completarem a noite.

— Quer começar? — Sehun perguntou, olhando para Jongin. O mais velho respirou fundo, pegou o mouse e respondeu:

Só vamo.

Foram. Tiveram uma ou outra discussão na hora de decidirem as respostas, mas, até então, estavam indo bem... muito bem, bem até demais, perigosamente bem. Jongin ficava tão felizinho de ver a Mihiro rindo toda animada que até se esqueceu momentaneamente o que acontecia quando se ia bem demais em erogês... até Mihiro resolver tirar a blusa e Jongin arregalar os olhos e engolir em seco.

— Caralho, já tem cena de sexo? — Sehun exclamou, surpreso, mas não decepcionado. — Vai, ela é sua waifu. Esse momento é teu.

Jongin mordeu os lábios e seguiu o baile. Mihiro tirou a saia, olhou por cima do ombro envergonhada, chamou Jongin de senpai, gemeu quando Jongin beijou-a, tirou o sutiã, se deitou na cama, deslizou a calcinha pelas pernas... e o pau de Jongin foi lá na testa.

Quando a cena terminou, Jongin respirou com dificuldade e limpou o suor do rosto com as costas da mão, encarando miseravelmente seu membro duro curvando dentro da cueca. Virou-se para olhar Sehun, o corpo fervendo inteiro quando Sehun piscou olhinhos nublados de tesão em sua direção, o pau igualmente duro se tornando mero detalhe frente à face queimada de desejo.

Sehun pulou em cima de Jongin, desplugando os fones sem querer e fazendo o mais velho dar uma cotovelada no botão de desligar da CPU num ato de desespero ao ouvir a musiquinha do jogo soar pelo quarto. O silêncio não durou muito: logo barulhinhos estalados de beijo começaram a ecoar entre as quatro paredes, Sehun bagunçando os cabelos de Jongin e Jongin arrastando as mãos pelo torso de Sehun, os corpos se grudando afoitos.

— J-Jongin — Sehun gemeu no ouvido do mais velho, se agarrando nos ombros dele e espremendo os olhinhos. — A-ah, hyung...

Puta que pariu.

Jongin rolou no chão e inverteu as posições, ficando por cima de Sehun, facilitando o ato de esfregar com vontade os membros ainda cobertos pelas cuecas molhadas. Sehun pousou uma mão sobre a boca para conter os gemidos e Jongin se apaixonou mais uma vez por ele.

— J-Jongin... s-se outra pessoa te masturbar, não tem problema, n-né? — Sehun murmurinhou. Jongin sorriu malicioso.

— Não.

Sehun retribuiu o sorriso.

 

Diário da punheta zero, dia 23

Finalmente gozei. TE AMO SEHUN SEU LINDO ♥

 

*

 

Até que o no fap september não era tão ruim quando se tinha um husbando para dar cabo da carência e tesão acumulado. O problema é que Jongin esperou vinte e três fucking dias para finalmente dar atenção ao seu companheiro lá debaixo, então agora o guri estava com o tesão de mais vinte e dois dias prontos para descontar; unindo isso ao fato de, bom, Jongin finalmente estar namorando Sehun e estar feliz pra porra, temos um Jongin bem frustrado e querendo uns agradinhos. A. Todo. Segundo. 

Sehun ficava só de cueca para jogarem e comerem gordura, Jongin ficava duro. Sehun sentava em seu colo, Jongin ficava duro. Sehun descia a boca num pirulito, Jongin ficava duro. Sehun gemia, todo bonitinho, “N-Nini-hyung!”, no meio da beijação, Jongin ficava duro. Sehun bufava irritado com aquela dureza toda e adivinha? Jongin ficava duro.

— Assim não dá, Jongin. — Sehun cruzou os braços, se largando na cama de Jongin. — Não posso fazer nada que você vem com esse pinto pra cima de mim.

— Desculpa — pediu, fazendo um beicinho. — É que eu tô há quase um mês sem afogar o ganso, me entende um pouco...

Sehun acabou rindo do “afogar o ganso”. Seu namorado era um idiota mesmo, como que foi se apaixonar por ele, deus!?

— E também não é culpa minha se meu namoradinho é mais perfeito que o Papyrus. — Jongin se deitou ao lado de Sehun.

— Não acredito que você acabou de me comparar a um esqueleto crianção que usa uma roupa ridícula.

— Para! Cê sabe que ele é meu preferido. — Buscou a mão de Sehun, entrelaçando os dedos, trazendo-a para beijar as costas da mão dele com carinho. — Assim como cê sempre foi meu preferido pra tudo.

Sehun se derreteu todinho.

— Sou mais o Sans — Sehun respondeu, virando as mãos dos dois para dar um beijo nas costas da mão de Jongin também. — Mas você vai ser sempre meu favorito. De tudo.

O coração de Jongin nunca bateu tão rápido quanto o momento que Sehun se aproximou para beijar sua boca devagarinho.

 

Diário da punheta zero, dia 25

Eu tô apaixonado pra caralho.

 

*

 

Chan-hyung: MANDA SEU NAMORADO ME DESBLOQUEAR

Chan-hyung: JÁ DEU TEMPO

Sehun: (foto com o Jongin no colo e uma mão enfiada dentro das calças dele)

Sehun: assim que a gente terminar aqui~ (coração)

Chan-hyung: NOJO

Sehun: vingança* kkkkk

 

Diário da punheta zero, dia 26

Tô namorando a pessoa certa.

 

*

 

— Finalmente tá acabando setembro, hein? — Sehun disse com um sorrisinho para o namorado, que confirmou veementemente com a cabeça.

— Nem me fale! Wake me up when september ends.

Sehun riu. Empurrou a porta da loja de doces e os olhinhos brilharam; ah, Sehun era um viciado em doces! Os atendentes até já conheciam ele, já nem precisavam mais explicar onde ficava cada coisa, só acenavam com a cabeça e diziam “boa tarde, Sehun”, deixando o menino se divertir em seu pequeno paraíso açucarado.

Sehun ia arrastando Jongin pela loja, apontando para os diferentes tipos de doces e fazendo explicações que Jongin honestamente não dava a mínima, mas ele não reclamava porque era bonitinho ver Sehun todo empolgado daquele jeito. Quando chegaram na seção de degustação, Jongin foi forçado a engolir umas balinhas de ursinho — “parecem contigo, Nini!” — e a assistir a um Sehun malicioso chupar uma bengalinha doce enquanto o fitava no fundo dos olhos. Jongin suou frio e matou o namorado umas quinhentas vezes só com o olhar, alertando-o para parar com aquela palhaçada a não ser que quisesse matar Jongin de vergonha, e Sehun acabou gargalhando.

— Sabe, Sehun — Jongin disse antes de passarem no caixa para pagarem pelos doces que tinham coletado loja afora. — Acho que a gente tem que levar um presente pro Chanyeol.

Jongin, tentando segurar o riso, mostrou um saquinho de balas de gelatina barata em formato duvidoso. Sehun se apoiou num balcão e se encolheu para não rir alto e incomodar as outras pessoas na loja.

— Ele é um hyung muito legal, sabe — continuou a palhaçada, rindo. Sehun suspirou e meneou a cabeça, analisando o saquinho.

— Acho que quem merece é o Kyungsoo, por ter coragem de namorar aquele porre do Chanyeol — Sehun afirmou, e Jongin riu mais. — Isso deve ser horrível demais. Vamos levar.

Saíram gargalhando como os dois bobos que eram. Deram as mãos, a sacolinha de doces balançando no punho de Sehun, e foram passear por ali enquanto conversavam bobagens e davam uns beijinhos quando não tinha ninguém olhando.

Quando escureceu, foram para a casa de Sehun, aproveitar a última sexta do mês para verem um filme ruim e se atolarem de doces e demais comidas prejudiciais à saúde. Tomaram um banhozinho quente, se amontoaram nos cobertores e assistiram baboseiras até os pais de Sehun irem dormir, aí se entreolharam e conversaram “erogê?” “erogê” com aquela troca de olhares.

Fizeram todo o ritual de luzes e fones e arregalaram os olhos ao verem que, por não terem salvado da última vez que jogaram, tinham que refazer toda a última cena — a cena de sexo com a Mihiro.

Spoiler: mal deu tempo de salvar e tirar os fones quando Jongin jogou Sehun no chão e encheu o pescoço dele de beijos.

 

Diário da punheta zero, dia 29

Uh lá lá, não é que me dei bem nesse mês sem bronha?

 

*

 

Estavam reunidos no muquifo que Chanyeol ousava chamar de quarto, sentados numa rodinha no chão, Chanyeol e Jongin portando seus diários do no fap september, Kyungsoo bebendo uma cervejinha, Sehun comendo umas balas de goma com gosto de fruta e formato de flor.

— Boa noite a todos — Chanyeol anunciou, na sua voz mais séria e formal. — Esta noite marca o encerramento da jornada de dois nobres guerreiros, Park Chanyeol e Kim Jong—

— Como que cê aguenta namorar ele? — Jongin interrompeu, finalmente vendo sua oportunidade de tirar aquela dúvida com Kyungsoo.

— O cu dele é apertadinho e ele chupa sem engasgar, vou reclamar de quê? — Kyungsoo falou, dando mais uma golada de sua cerveja. Chanyeol ficou inteiro vermelho e Jongin e Sehun seguraram as risadas; ah, gostaram de cara de Kyungsoo!

— C-com licença, um pouco de respeito na minha casa seria apreciado — Chanyeol disse, todo envergonhado.

— Isso nem merece ser chamado de casa — Sehun murmurou, estufando a boca com balas. — Tem rato no lixão vivendo em lugar melhor que isso.

— O esgoto das Tartarugas Ninja é mais limpo e arrumado que isso — Jongin continuou, olhando em volta.

— Vou ter que concordar, mô. A cama faz uns rangidos bizarros, as portas tão quase despencando e tem mancha de vômito no carpete — Kyungsoo completou.

— Enfim! — Chanyeol abanou as mãos, querendo encerrar o assunto. — Está encerrado o no fap september! Jongin, mostre seu diário!

Jongin sacou seu diário e leu-o em voz alta — com direito a bochechinhas coradas e sorrisos bobos nas partes em que mencionava Sehun e dizia o quanto estava doidinho por ele. Aí Chanyeol leu o seu, que era um pouquinho mais extenso e... gráfico. Kyungsoo incentivava o namorado a ler tudo, palavrinha por palavrinha, das putarias que Chanyeol escreveu ali que eles fizeram durante aquele mês, e até Jongin e Sehun já estavam encolhidinhos de vergonha alheia... mas era engraçado ver um grandalhão de dois metros de altura e vozeirão como o Chanyeol daquele jeito, todo amuadinho e vermelho, gaguejando e escondendo o rostinho nas mãos e bagunçando os cachinhos embaralhados, então a vergonha logo passou. De que tipo de ringue Chanyeol tinha arranjado Kyungsoo?

— Bom, e aí? — Sehun perguntou quando Chanyeol finalmente terminou de ler o diário, suando frio e corado até o último cachinho. — Os dois ganharam, né?

— Eu acho que Chanyeol-hyung perdeu, porque ele arranjou namorado antes — Jongin disse e Chanyeol arregalou os olhos.

— Quê!? Não tinha nada nas regras dizendo que era proibido namorar! — defendeu-se.

— Mas você gozou primeiro, então, pela lógica, você perdeu.

— Isso não faz sentido nenhum!

Os quatro se entreolharam.

— Baekhyun... — Sehun se manifestou. — Baekhyun disse que você saiu da sala uma vez pra ir no banheiro e ficou a aula toda lá.

Chanyeol engoliu em seco e olhou de canto para Kyungsoo, que prendeu uma risada e emborcou a garrafa de cerveja, desviando o olhar.

— I-isso foi... culpa do Kyungsoo — Chanyeol balbuciou. — Ele ficou me mandando mensagens no meio da aula, e eu fui pro banheiro pra ligar pra ele e ver o que ele queria, e... e-ele ficou falando sacanagem.

— Chanyeol gozou sem nem se tocar, uma gracinha — Kyungsoo completou, e Chanyeol se afundou no chão, morto de vergonha. Sehun e Jongin ergueram as sobrancelhas e seguraram gargalhadas.

— Por que não botou isso no diário? — Jongin perguntou. Chanyeol suspirou e se negou a responder, consumido de vergonha, mas ainda bem (tosse) que Kyungsoo era seu namorado! Tratou de responder:

— Porque depois disso eu fui buscar ele na universidade e a gente fodeu o dia inteiro, foi tanta foda que ele deve ter esquecido dessa ligação. Né, bebê?

Chanyeol cedeu ao braço aberto de Kyungsoo e se aconchegou no peito dele, sendo abraçado pelos ombros com vontade, enquanto Kyungsoo dava mais uma golada da cerveja e sorria para o namorado. Sehun e Jongin se olharam, conversando pelos olhos; concordavam que Chanyeol e Kyungsoo eram um casal bem engraçado, quer dizer, eram opostos de aparência e personalidade!, mas pareciam se completar como quebra-cabeça. Uma gracinha, disseram um para o outro com os olhos, e aí trocaram sorrisinhos pequenos.

— Pera aí — Chanyeol interrompeu o momento amorzinho, mencionando sair do abraço de Kyungsoo e sendo puxado de volta, ficando por ali sem força nem vontade de contestar. — Você mandou a Baekhyun me espionar?

— Mandei, ué. — Jongin deu de ombros. — No amor e na guerra vale tudo.

— Afinal, quem ganhou essa merda? — Kyungsoo perguntou. — Os dois? Ninguém? Sofreram sem punheta pra nada?

— Acho justo os dois fazerem um favor pro outro, já que os dois aguentaram — Sehun disse e Kyungsoo concordou com a cabeça.

— O que cê quer, Chanyeol? — Jongin quis saber. Chanyeol mordeu a boca, pensando.

— No próximo evento, você vai vestido de Haru Inamori.

— Quê!? — Jongin se levantou, arregalando os olhos. — Quê!?

— Me ouviu — Chanyeol sorriu convencido.

— Ah, é? Então você vai de Sawatari Shizuku! — Apontou para Chanyeol, que ficou boquiaberto e deu um pulo.

— Nem pensar! — protestou. — Nem morto!

— Vai sim! Se eu for, você vai ter que ir também!

— ...Não pode ser a Kagarino Kirie? — Chanyeol fez um beicinho.

— Não! Shizuku e ponto final!

Kyungsoo olhou todo perdido para Sehun e gesticulou os lábios num “de quê porra eles tão falando?”. Sehun sorriu e respondeu “nukigê”. Kyungsoo, obviamente, continuou não entendendo nadinha, e Sehun riu baixinho, chegou perto do outro e explicou num murmúrio “jogo erótico, só sobre sexo, sem história”. Kyungsoo ergueu uma sobrancelha e afirmou com a cabeça, sem querer sorrindo malicioso ao encarar o namorado grandalhão discutindo com Jongin sobre as tais personagens dos joguinhos, enquanto Sehun ria, achando graça da briga. Sehun se lembrava de quando os três descobriram a série Bishoujo Mangekyou e acharam que era boa ideia jogarem todos os jogos de uma vez só, os três, juntinhos no quarto de Sehun. O tanto de punheta batida naquele dia ficou para história.

— Posso dar uma sugestão? — Kyungsoo interveio, se pondo de pé também. — Os dois podem usar essas roupinhas aí, mas só pra mim e pro Sehun. Menos vergonha em público, mais tesão em particular, e todo mundo sai ganhando. Hm?

Jongin e Chanyeol se entreolharam. Sehun arregalou os olhos e assoviou, olhando de um jeito bem safadinho para Jongin, que lhe mostrou a língua, mas acabou sorrindo minimamente. Chanyeol meneou a cabeça e fez um biquinho.

— Eu acho... que é a melhor opção, né? — Chanyeol balbuciou, encarando Jongin.

— Claro que é. — Kyungsoo riu malicioso, dando um tapa na bunda de Chanyeol. — Compra uma roupa bem baratinha, não garanto que ela vá ficar inteira depois que eu te ver.

Jongin e Sehun riram; se Kyungsoo era desse jeito na frente deles, imagina quando estava sozinho com Chanyeol!? Uau, vai que é tua, Park!

— A gente vai fazer cosplay de BiMa pros nossos namorados — Jongin disse, rindo. — A que ponto chegamos?

— Ao melhor de todos — Sehun respondeu, se agarrando nos ombros de Jongin e dando um beijinho na bochecha dele. — Falei que era um desafio idiota.

Jongin olhou para Sehun e sorriu como o idiota apaixonado que era.

 

Diário da punheta zero, dia 30

SOU UM VENCEDOR!!!!!! ...e um perdedor também, acontece.

#VemInamori

 

*

 

— Pra quê mesmo que você quer comprar batom?

— Porque eu e Chanyeol temos que pagar o mico do desafio, já que os dois ganharam — Jongin respondeu, encarando perdido a página de maquiagens aberta no notebook. — Anda, tem alguma marca que seja boa e que não seja uma facada no bolso?

— Você vai usar uma vez só? Eu te empresto um, seu bobo. Tenho vários. Qual o mico?

Jongin ruborizou.

— ...Coisa idiota.

— Pra combinar com o desafio? — Baekhyun riu.

— É.

— Entendi. E, vem cá, você e o Sehunzinho tão namorando, né?

— Uhum. Inveja?

— Só um tiquinho. Parabéns, neném. Você merece.

— Obrigado, noona.

— Passa aqui pra pegar o batom.

— Tá bom.

Baekhyun desligou e Jongin sorriu. Sehun se jogou todo em cima de Jongin, arrancando uma risada do namorado.

— Que foi? — Jongin indagou baixinho, acariciando os cabelos alheios. Sehun o fitou, os olhinhos brilhando, os dentinhos rasgando a boca num sorriso.

— Você é um idiota.

Jongin gargalhou e tratou de encher Sehun de beijos por toda parte. Três palavrinhas who perto de uma declaração dessas?

(O erogê de setembro durou até novembro, sabe, muitas distrações).

 

FIM


Notas Finais


obrigada por ler ♥


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...