História Ieroween, a brincadeira - A verdadeira história sobre o fantasma da biblioteca e... G?

A verdadeira história sobre o fantasma da biblioteca e... – G-Gerard Way?

“Caralho! Então esse cara é o irmão do meu melhor amigo? Como assim eu não o reconheci?!”

- E aí, cambada? – Mikey cumprimentou os amigos assim que se encontraram na porta da escola. – Meu irmão está aqui, ele vai levar a gente de carro. Vocês jantam lá em casa e depois a gente leva vocês embora, pode ser?

- Opa, eu topo, tô varado de fome. – Pete se pronunciou. – Acreditam que a gente teve que limpar a sala de equipamentos inteira? E amanhã teremos que limpar equipamento por equipamento. Exploração isso. – o rapaz dizia indignado.

- Eu não tô com fome, mas mesmo assim topo a janta e a carona. – Bob disse simples.

- Eu também topo. – Frank falou tranquilamente.

Ele pouco se lembrava do irmão de Mikey, já que raramente se viam. Por mais amigos que fossem, pouco frequentavam a casa dos Way. Isso porque o combinado era do irmão mais velho levar os amigos dele para casa, enquanto Mikey ia na casa dos seus amigos, o que não era nenhum problema, já que eles não saiam mesmo da casa do Pete.

Mikey olhou no relógio impaciente.

- Cadê Gerard, ein? A biblioteca já fechou! – Frank tentava processar as palavras do amigo, mas seus olhos se prendiam na imagem a sua frente. No corredor alegremente conversando vinham Ray, o grandão que os ajudou no intervalo, e G!

- Desculpem a demora pessoal, eu não sabia que o Ray ainda estava aqui.

- Você não é o único que tem trabalho a fazer. – Ray disse brincalhão. – E aí pessoal? – cumprimentou os meninos que retribuíram animados.

Os rapazes se despediram rapidamente e logo Gerard entrou no carro, com um sorrisinho no rosto que aparentemente só Frank notou.

- Vamos pra casa? – Gee perguntou pra Mikey que havia sentado ao seu lado.

- Sim. Depois levamos o pessoal pra casa deles, o Pete e o Frank são vizinhos e o Bob mora por perto também. – Mikey respondeu, mesmo sabendo que Gerard sabia onde os meninos moravam, já que quase sempre era ele quem levava e buscava o irmão na casa deles.

Frank estava sentindo o rosto vermelho e uma vontade enorme de chorar. Quer dizer que o desgraçado era fantasma porra nenhuma e apenas o usou?! E pior ainda é que o cara é irmão do seu melhor amigo?! Frank se revoltava por não ter percebido isso antes. Mas bem que aquele sorriso lhe era familiar.

O caminho foi relativamente silencioso, o que foi atribuído devido a canseira e fome que os meninos alegavam sentir. Ao chegarem na casa da família Way, Donna já havia preparado o jantar, já sabendo que os amigos do filho mais novo viriam também. Ela não sabia sobre a detenção, pois Mikey acabou inventando algum a história qualquer na qual ela incrivelmente acreditou, mas talvez só porque Gerard confirmou os fatos.  Afinal como os bons irmãos que são, um sempre ajudava o outro quando se metiam em confusão.

Após o jantar os garotos estavam conversando um pouco na varanda da casa até Frank sentir sede.

- Mikes, será que cê pode arranjar um copo de água pra mim?

- Pode pegar lá na cozinha Frankie, qualquer coisa só pedir pra minha mãe, ela deve estar lá ainda. – Iero assentiu e foi até a cozinha.

Não encontrou Donna, porém achou um copo e o filtro, e se serviu.

- E aí, Frankie. – o pequeno estremeceu ao ouvir a voz e sentiu seu sangue todo correr para seu rosto.

- G – g – g?! – exclamou se engasgando com a água.

- Isso mesmo? Sério que você não me reconheceu? Na semana passada mesmo eu dei carona pra vocês enquanto iam pra uma festa. – era verdade, Gerard realmente deu carona pra eles na semana passada, porém Frank se distraiu tanto conversando com Ray que nem prestou atenção no motorista.

Frank abaixou a cabeça constrangido.

- Tudo bem. – Gerard riu. – Você parecia assustado com algo, por isso eu ofereci ajuda. Aconteceu alguma coisa?

- E- eu... Não gosto muito daquele lugar. – Frank disse mais vermelho do que antes e Gerard riu alto.

- É por causa da lenda, certo? Eu sei, até porque muitas pessoas acreditam nessa lenda. Mas não se preocupe, não é verdade.

- N-não?! – Frank ergueu o rosto encarando Gerard. – Mas então por que todo mundo acredita nela?

- Bom, porque parte da história é real. Vou te contar a história verdadeira. Kendall era uma das melhores amigas da minha avó Elena, junto com Judy. Elas sempre iam na biblioteca, mania essa que eu herdei de minha avó. Realmente foi numa manhã chuvosa, e realmente estava molhado o chão. Porém Kendall escorregou e apenas quebrou o braço, por causa da posição em que caiu. Deu certo que era final de ano e no ano seguinte Kendall se mudou de estado por causa da faculdade. Como ela já havia sido aprovada em todas as matérias, ela parou de ir a escola por cauda do braço machucado, e por isso nasceu essa lenda. Minha avó sempre contava isso pra mim e para o meu irmão, mas acho que ele nunca espalhou a história porque achava divertido o medo das pessoas irem até lá. Inclusive nós até conhecemos Kendall, uma vez que ela veio visitar vovó. E ela quase morreu de tanto rir com essa história.

Frank olhava para o nada com cara de paisagem tentando processar tudo o que ouvira. Então quer dizer que era tudo... mentira?! Decepcionante! Embora Iero estivesse imensamente aliviado ao ouvir isso.  Encarou Gerard novamente.

- E você? Por que disse que não sai de lá?

- Porque a biblioteca sempre foi meu lugar favorito e... Bom, sou eu quem escreve as resenhas semanais sobre o livro do momento, que sai no jornal aos sábados. Então eu sempre tiro o intervalo pra ler e escrever um pouco da resenha. E é por isso que tem aquela mesa lá no fundo, para ninguém me atrapalhar já que não posso perder o prazo e gosto sempre de tá com tudo pronto nas quinta-feira até as seis da tarde, para entregar tudo sossegado no dia seguinte.

- Hum... Legal Gee.

- Mas o que você acha de repetirmos o que fizemos hoje lá na biblioteca, ein? – Gerard perguntou com um sorriso safado e Frank o olhou assustado, sentindo o rosto arder.

- É-é... e-eu... – Iero estava se sentindo realmente envergonhado.

- Calma docinho. – Gerard disse tentando confortá-lo, embora fosse fofo vê-lo assim. – Sua detenção vai durar a semana toda, certo? Nós vamos nos conhecendo melhor por esses dias. Eu uso a desculpa de que preciso esperar o Mikes, não se preocupe. – Frank assentiu ainda envergonhado. Ele não sabia se ficava feliz ou nervoso por saber que veria Gerard durante a semana toda.

- Hey pessoal. Podemos ir embora? – Pete entrava na cozinha com cara de sono.

- Vamos, vamos sim. – Gerard respondeu desviando sua atenção de Frank e de como ele era fofo em tudo que fazia.

O caminho foi mais animado e todos conversavam, incluindo Gerard. Mikey decidiu que dormiria na casa de Pete, e ficou apenas Frank no carro, que um pouco relutante aceitou ficar a sós com Gerard, afinal sua casa era logo na rua de trás.

- Então nos vemos amanhã? – Gerard perguntou parando na frente da casa de Frank, dessa vez com um sorriso doce nos lábios.

- S-sim. – Frank respondeu coradinho e Gerard sorriu. Céus, esse garoto é mesmo tão fofo quando tá com vergonha. 

- Você é lindo, Frankie. – Gerard deixou escapar e notou o garoto ficar mais corado ainda. – Desculpe. – pediu passando a mão nos cabelos, sem graça.

- N-não, tudo bem. A gente se vê amanhã, Gee. – o garoto disse tirando o cinto de segurança, mas ainda sem abrir a porta do carro.

Se encararam por uns segundos até Gerard se aproximar e deixar um selinho nos lábios de Frank, que acabou transformando em um beijo profundo. Se separaram e Frank sorriu sapeca, embora parecesse um pouco tímido ainda.

- É... Nos vemos amanhã então. – Gerard respondeu e Frank deu uma risadinha, se aproximando do maior e lhe dando mais um selinho, abrindo a porta do carro em seguida e descendo.

- Tchau Gee, e até amanhã. Obrigado pela carona. – se despediu e correu para a casa, pois estava muito frio e já começava a nevar.

Enquanto dirigia de volta pra casa Gerard teve certeza de duas coisas: pela primeira vez na vida ele não queria que as aulas fossem canceladas por causa da neve. Afinal ele se isso acontecesse ele perderia a oportunidade de passar a semana com Frank na biblioteca. E a segunda é que definitivamente ele acabaria se apaixonado por esse menino. Mas quanto a isso, Gerard não via problemas. Afinal ele sempre nutriu um grande interesse nesse amiguinho do seu irmão mais novo, desde a primeira vez que o viu, há uns dois anos atrás quando Frank se mudou para a escola dele. E sorrindo apaixonado, mesmo sem perceber, Gerard foi embora, ansioso pelo dia seguinte, para o momento em que ficaria com Frank novamente, mesmo que dessa vez fosse apenas para ajudá-lo a guardar os livros de fato.