História If I was you (Ezarel - Eldarya) - Isso é ciúme?

Pov. Ezarel

Diana caiu em meus braços, pois a segurei antes que pudesse atingir o chão. Eu sei que foi idiotice da minha parte beijá-la e depois fazê-la esquecer, e ainda por cima desmaiar, mas eu não podia! Não podia permitir isso sabendo que estaria dando essa vitória a ela (Deixa o orgulho, poxa!!!); sabendo que, ao final desse ato meu (não) involuntário e (não) inconsciente, ela entenderia tudo e perceberia que EU a havia beijado! De jeito nenhum!

Coloquei a cabeça para fora do laboratório e conferi se não tinha ninguém, para em seguida colocá-la em qualquer canto do lado de fora e derramar um líquido arroxeado em sua boca. Era uma poção ilusória, que fazia com que falsas marcas aparecessem pelo corpo de quem a ingerisse -- quando não se tem muito para fazer, para mim, criar poções novas é uma ótima forma de passar o tempo. -- Não derramei tudo em sua garganta, só o bastante para "criar" uma marquinha de mordida em seu pescoço. Quer saber como pensei nisso? Lembrando daquela história que não me saía da cabeça de quando o Nevra a mordera e dissera que fora um Vampet. 

Pov. Diana

Acordei com o barulho de uma voz masculina me chamando. Forcei a vista, que ainda estava turva, e deparei-me com Nevra me observando, parecendo extremamente preocupado. Eu encontrava-me em uma maca na enfermaria.

-- Uhn... Nevra...? -- Chamei. Ele levantou, arregalou os olhos e rapidamente  (beeeeem rápido mesmo) se posicionou ao meu lado e tomou minha mão entre as suas. Me senti reconfortada, porém inquieta, com esse gesto.

-- Oi. Até que enfim acordou. -- Beijou minha testa e sorriu ternamente. Notei que a malícia não se apoderava dele naquele momento. -- Fiquei preocupado de que demorasse mais para despertar. Você passou a manhã quase inteira nesse estado.

--... Nesse estado...? -- Do que ele estava falando?

-- Você não se lembra? -- Pareceu surpreso. -- Não se lembra que foi mordida por um Vampet? 

-- Como assim, mas que Vampet você está falando? -- Ainda tentava entender. Isso era esquisito, afinal, não me lembrava de ter visto um desses hoje.

-- Ez disse que viu na hora em que foi mordida. Então ele foi me chamar. -- Explicou.

-- E você tem certeza que o louco do Ezarel não tentou foi me envenenar? -- Disse desconfiada. -- Ele me odeia mesmo! Seria um jeito bem fácil de sumir comigo da vida infeliz dele. -- Ia me levantar, contudo fui impedida pelos braços fortes do vampiro, que sustentou-me facilmente.

-- Não. A gatinha aqui vai pra cama agora descansar. -- Fiquei frustrada por um segundo, mas sorri singelamente em seguida. Acho que ele interpretou isso errado. -- Não fique tão animada, princesa. Eu não irei dessa vez com você pra cama, mas guarde o que tem a oferecer pra uma outra hora.  -- Piscou pra mim e, enquanto eu corava, ele saiu comigo no colo dali.

Mesmo "tudo" tendo sido explicado, ainda me sentia estranha, como se algo tivesse sido ocultado de toda essa explicaçãozinha.

Ele me colocou na cama, passou a mão em meu cabelo e sorriu. Desconfio eu que esse sorriso veio com uma pontada de malícia.

-- Sabia que você está super sexy assim? Eu poderia agarrá-la agora se não estivesse nesse estado e se eu não fosse um cara respeitável. -- Acariciou meu rosto e se virou pra sair.

-- Você não é um cara respeitável, Nevra. Você é um pervertido, safado, tarado e mulherengo. -- Passei a mão no rosto, fechei os olhos bem apertados e suspirei.

-- Pare de me elogiar, senão vou ficar envergonhado. -- Riu e fez uma cara de convencido.

-- Ah, saia daqui, vai. Xô! -- Fiz um gesto com a mão e me virei de lado. -- Tchauzinho.

-- Ah, quê isso gata?! Me expulsando? -- Andou até a porta. -- Eu sou muito bom em persuadir garotas a me deixarem ficar...

-- Cai fora, Nevra! -- Gritei manhosa.

Ele riu maliciosamente e passou a mão pela franja. 

-- Ei, Nev... Obrigada por... Me trazer aqui. -- Disse.

-- Rsrsrs, de nada princesa. -- E saiu.

Fiquei analisando a porta um tempo, pensando no que aconteceu. Pude sentir uma palpitação mais rápida no meu coração ao estar perto do vampiro. Mas afinal... Eu gosto dele? Não me lembro disso.

-- Nevra... -- Pronunciei. Talvez esse cuidado todo que teve comigo agora tenha mudado a minha impressão sobre ele.

Pov. Ezarel

Observei Nevra se retirar e sair por um caminho oposto ao que veio. Na certa indo encontrar outra pra cair na sua ladainha de sempre.

Fitei Diana na cama, completamente vulnerável e esquecida de tudo o que acontecera. Desde que chamei esse vampiro para apanhá-la e levá-la para a enfermaria, tenho observado-os de longe, seguindo-os pra ver como a coisa ia se desenrolar. Ao vê-los tão próximos, com seus corpos (muito, aliás) colados enquanto ele a carregava desacordada, me provocou um certo incômodo que... NÃO!!! Isso não pode ser ciúmes... PODE???