História I'll Be There For You - A Spiderwitch Fanfic - Aquele Em Que Peter Conheceu Sua Idola

Tínhamos acabado de chegar no complexo depois de dois dias fora, eram duas da manhã e essa tinha sido uma missão bem complicada.

A Hill tinha sido descoberta quando estava voltando de Budapeste e foi capturada e torturada, ela estava muito ferida e isso deixou toda a equipe revoltada.

Tivemos bastante trabalho para invadir o lugar, mas conseguimos acabar com todos; aquela missão tinha sido bem pessoal, não fizemos prisioneiros.

Conseguimos resgatar Hill, mas ela ainda estava apagada.

A colocamos na enfermaria e todos foram descansar, bom, todos exceto eu.

Após tomar um banho rápido eu volto até a enfermaria e fico por ali dando plantão e vigiando a Hill.

Fico a olhando por tanto tempo que começo a me perguntar o que eles poderiam ter feito para fazer com que uma mulher forte como um touro como a Hill acabasse nesse estado.

Eu definitivamente não gostaria de passar por algo desse tipo, não sei se resistiria tanto tempo como ela.

Mil e uma teorias passam pela minha cabeça, mas isso não serviria de nada; só poderia ter certeza de algo quando ela acordasse.

Eu suspiro e ao olhar para o relógio digital pregado na parede percebo que já eram quatro da manhã, provavelmente os garotos já deviam estar se levantando para o treinamento.

E mais uma vez um suspiro escapo de mim, eu estava em zero condições de ministrar um treinamento para eles hoje.

Respiro fundo buscando coragem, me ponho de pé e saio rapidamente da enfermaria com passos firmes e silenciosos indo até a cozinha.

E como suspeitava a Wanda já estava por lá, como sempre.

Ela me olha e eu falo – bom dia Wanda – e ela responde – bom dia.

Eu encho um copo da agua e após o tomar eu falo – olha hoje, não teremos treinamento, preciso tomar conta da Hill; você pode voltar a dormir.

Ela me olha surpresa e pergunta – ela está bem?

E eu respondo – provavelmente, você sabe que vazo ruim não quebra, ela só não acordou ainda.

Ela sorri e eu continuo – vocês podem descansar hoje, mas só por hoje; nem se acostumem -  nós sorrimos uma para a outra.

Ela então começa a guardar as coisas que tinha pego para fazer seu café da manhã e sai em direção ao seu quarto.

Eu aproveito que estou por ali e faço uma sanduiche rápido e depois de comer tomo outro copo da agua e saio.

Assim que cruzo a soleira da porta eu esbarro em alguém; quando olho para a frente noto que era Peter.

Ele me olha desesperado como se eu fosse matá-lo, o que normalmente me agradaria, adoro colocar medo nele; é bem divertido.

Mas não hoje, estou cansada demais para isso.

Ele então fala – me desculpe senhorita Romanoff, foi sem querer, eu juro – e eu respondo – relaxa Parker, está tudo bem.

Eu o olho atentamente e percebo que ele estava pronto para o treino e me lembro que não tinha falado com ele.

Então falo – esqueci de te dispensar, desculpe; hoje não vai ter treinamento, acabei de avisar a Wanda; faça como ela e volta a dormir!

Por que? – Ele pergunta.

E eu respondo – eu estou cuidando da Hill – ele me lança um olhar avaliativo, do tipo que eu costumo lançar para os outros e isso me incomoda um pouco; agora eu sei como é a sensação.

E ele pergunta – posso lhe fazer companhia? – Isso me deixa um pouco surpresa e eu pergunto – por que quer me fazer companhia?

E ele responde – bom, eu já estou acordado mesmo, fora que você parece que está precisando conversar um pouco para desopilar.

Eu solto um sorriso mínimo e então respondo – ok garoto, me acompanhe!

Nós andamos em direção a enfermaria, assim que entramos eu vou direto as poltronas perto da cama e logo ele se senta ao meu lado.

Eu suspiro um pouco ao olhar para o estado da Hill e depois olho para o Peter e pergunto – te olhando agora eu percebi que nunca te perguntei, mas por que você resolveu ser um vigilante mascarado Parker?

Ele fica um pouco em silêncio e após refletir ele responde com uma seriedade que eu ainda não tinha visto no seu rosto.

Eu acho que começou ainda na minha infância, eu sempre sofri bullying e desde muito novo vi as injustiças do mundo por ser pequeno, tímido, franzino, nerd, órfão e por aí vai; mas em contraponto eu sempre tive o meu tio Ben que me ensinou a sempre ver o lado bom do mundo e das pessoas, ele me ensinou a nunca perder a fé e a esperança; mesmo quando tudo parecer perdido.

Ele suspira e então continua – então ele morreu, por minha causa – ok, isso me deixou bastante surpresa e eu precisei perguntar – como assim?

E ele responde – quando eu ganhei meus poderes lá em dois mil e doze eu tinha apenas quinze anos, era muito mais novo e imaturo do que hoje; de repente eu me senti confiante, eu não era mais o nerd oprimido, eu podia ser o maioral dessa vez.

Ele pausa para respirar e continua – nunca mais iriam me colocar dentro do armário, ou iriam enfiar minha cara na privada, ou iriam me pendurar numa arvore pela cueca; dessa vez eu humilhei os valentões, mas isso não era o suficiente, eu queria me sentir poderoso; então me inscrevi em uma competição televisionada de luta livre para poder ganhar dinheiro, foi assim que surgiu o nome Homem Aranha.

Ele suspira e aperta os punhos e continua – porém o sucesso me subiu à cabeça e eu acabei me esquecendo das minhas obrigações, me tornei mais agressivo e estava obcecado em descobrir a verdade sobre o projeto do meu pai com o Connors.

Isso chama a minha atenção e eu pergunto – Connors não era o homem lagarto gigante? – E ele responde – o próprio, resumindo a história o meu pai estava trabalhando junto com o Connors em um projeto de cruzamento genético de espécies; mas quando ele viu o potencial destrutivo do projeto ele se demitiu da Oscorp e precisou fugir junto com a minha mãe e pouco tempo depois eles morreram em um acidente de avião.

Ele faz aspas com as mãos quando fala a palavra acidente me dando uma dica bem sutil para não dizer ao contrário e então ele continua.

Voltando a história, sem saber de tudo isso e querendo saber mais sobre o passado eu acabei ajudando o Connors a completar a formula já que depois de me observar ficou claro que o cruzamento entre espécies era possível.

Ele fica em silêncio e eu completo – se não fosse por você, ele jamais teria se tornado aquele monstro e quase transformado toda a cidade – ele faz que sim.

Uau – eu solto e ele continua – bom, meus tios sofreram muito com isso, nessa época eu acabei brigando sério com eles e fugi de casa; mas o tio Ben era tão teimoso quanto eu e veio atrás de mim.

Eu estava em uma loja de conveniência e acabei deixando um ladrão fugir porque o dono da loja foi grosseiro comigo, eu achei que seria justo – ele sorri de forma irônica, mas continua – na esquina da loja esse ladrão deu de cara com o tio Ben que ao perceber a situação tentou impedi-lo; não preciso dizer que não deu muito certo.

Enfim, moral da história, por minha causa o meu tio morreu e suas últimas palavras para mim foram “filho, lembre-se sempre, com grandes poderes, vem grandes responsabilidades; se você é capaz de fazer algo para ajudar alguém e não faz e coisas ruins acontecem, então elas acontecem por sua culpa”

Ele me olha com um olhar quebrado e fala – aquilo me quebrou inteiro por dentro, era o meu amado tio me culpando pela morte dele; aquilo foi horrível, mas me deu o choque de realidade que eu precisava.

Então foi assim que o Homem Aranha deixou de ser um lutador de luta livre para se tornar um vigilante mascarado? – Eu pergunto e ele responde.

No começo sim, eu queria vingança contra aquele ladrão; depois contra todos os ladrões que todos os dias tiravam alguém querido de uma família, mas com o tempo a raiva foi passando e eu me tornei menos vigilante até chegar no ponto de hoje que eu estou mais para o amigo da vizinhança.

Eu balanço a cabeça para mostrar que entendi e falo – você é um bom garoto Peter, acredito que vá ser um grande homem no futuro se continuar trilhando esse caminho; dizem que quando estamos para morrer adquirimos clareza sobre tudo, acredito que o seu tio sabia de alguma forma sobre o seu segredo e por isso ele te confiou aquelas últimas palavras, não para lhe culpar; mas para despertar a chama do herói dentro de você.

Eu pauso para respirar e então continuo – ele acreditou no seu futuro e eu também acredito!

Ele me olha surpreso e pergunta – por que? – E eu respondo – esse tempo em que você está aqui, fora tudo o que você já fez pela cidade me fez enxergar quem você é e todo o seu potencial; você será um grande herói no futuro e eu como sua treinadora farei o que estiver ao meu alcance para lhe ajudar.

Ele então começa a chorar e me abraça e ok isso me assusta; eu fico meio travada sem saber como reagir.

Ele me solta e eu pergunto – por que está chorando? – E ele responde – ninguém nunca foi tão legal assim comigo, geralmente as pessoas nem prestam muita atenção em mim; então muito obrigado por isso senhorita Romanoff.

Ok, isso foi legal; mas depois de toda essa sessão sentimental era bem estranho que ele continuasse me chamando assim.

Então eu falo – pode me chamar de Natasha ou de Nat se preferir, Peter.

Ele me olha claramente surpreso e pergunta – tem certeza? – Eu sorrio de leve e respondo – sim, eu tenho – e ele responde – obrigado pela confiança senhorita Roma... digo Nat.

Eu sorrio para ele e decido ficar um pouco em silêncio e ele faz o mesmo, acho que estava refletindo sobre tudo.

Ficamos assim por um bom e longo tempo enquanto vigiávamos a Hill, mas o sono e o cansaço estavam começando a me tomar.

Então eu ouço ele falar – pode ir descansar um pouco, eu fico aqui com ela e prometo que assim que ela acordar vou correndo lhe chamar.

Eu olho para a Hill um pouco receosa e depois de volta para ele, a proposta parecia bastante tentadora e eu respondo – eu não sei...

E ele fala – quando ela acordar, você vai querer estar bem e disposta para estar com a sua amiga; ela é sua amiga, não é?

Eu faço que sim e ele continua – vá descansar um pouco então, eu juro que não vou sair daqui – eu suspiro e respondo – tudo bem, mas qualquer coisa de anormal me acorde; entendeu Peter?

E ele responde – sim senhora! – Ok, isso foi estranho; eu balanço a cabeça e sorrio para ele e saio.

Enquanto caminhava até o meu quarto eu começo a pensar no meu passado, em como se não fosse por Clint e Hill eu estaria morta, relembro o que eu tive de abrir mão para mantê-lo a salvo.

Logo balanço a cabeça para espantar esses pensamentos, isso era passado e eu não posso deixar essa velha ferida abrir e me tomar de novo.

###

Depois que a senhorita Romanoff, digo Nat saiu eu peguei meu celular e aproveitei que estava tão perto da minha idola que resolvi assistir a serie em sua homenagem.

Eu estava tão focado na série, era aquele episódio em que o Barney tem que ficar sem usar o terno por causa de uma mulher bonitona que ele estava afim.

Eu só percebi que algo estava diferente quando meu sentido aranha apitou, mas aí já era tarde demais; pois logo depois eu senti uma faca no meu pescoço.

Então eu ouço a voz, a voz dela que eu nunca pensei que ouviria pessoalmente me perguntar – quem é você? Me responda antes que a minha mão escorregue.

Eu engulo em seco e tento me mexer de leve, mas logo percebo que qualquer movimento besta e ela abriria meu pescoço antes que eu pudesse fazer qualquer coisa.

Respiro fundo e respondo – eu sou Peter Parker, o novo recruta, estou sendo treinado pela senhorita Romanoff; digo Nat, definitivamente eu ainda não me acostumei com isso – ouço ela suspirar no meu cabelo e então ela tira a faca do meu pescoço e torna a se deitar.

Eu passo a mão pelo meu amado pescocinho e a olho meio incrédulo e pergunto – em primeiro lugar, de onde diabos você tirou aquela faca? E em segundo lugar, por que acreditou em mim tão rápido?

Em primeiro lugar, uma mulher sempre tem os seus segredos Peter – ela dá uma piscadinha me deixando constrangido e continua – e em segundo lugar, eu já conhecia o famoso Peter Parker.

E eu pergunto – famoso?

E ela responde – sim, eu era o braço direito do Fury e ele pediu a minha opinião sobre você na época em que ele lhe quis na formação original da iniciativa Vingadores no lugar do Thor – eu abro a boca um pouco surpreso e ela continua – fora que eu conheci os seus pais.

Ok, isso chama a minha atenção e eu pergunto – como assim conheceu os meus pais? – E ela responde – Richard e Mary trabalharam na SHIELD antes de irem para a Oscorp; eram bons agentes, mas quando você nasceu eles decidiram que para cuidar de você precisavam de uma vida mais sossegada e então foram dispensados.

Eu me encosto de vez na poltrona e suspiro ao descobrir mais essa parte do passado escondido dos meus pais.

Parece que mesmo depois de mortos eles não cansam de me surpreender.

Acho que ao perceber o meu estado ela tenta aliviar o clima perguntando – o que estava assistindo? – Eu fico um pouco constrangido, mas decido que era melhor não mentir para a mulher que quase me degolou.

Eu pego o celular e entrego a ela que assim que vê o que é coloca uma expressão assustada no rosto e fala – eu não acredito que alguém aqui sabe sobre esse lado da minha vida, meu Deus que vergonha!

E eu pergunto – por que tem vergonha? – E ela responde – porque eu sou uma superagente da SHIELD e uma Vingadora, quem me respeitaria se soubessem que minha identidade secreta é uma atriz superfamosa?

E eu respondo – eu!

Ela me olha surpresa e pergunta – perdão, o que disse? – Eu sorrio e respondo – eu disse que eu a respeito, na verdade eu sou muito seu fã e posso ou não ainda estar um pouco revoltado com o final, o Teddy não merecia a Robin – ela sorri e eu continuo.

Mas sério, eu já era seu fã mortal e agora que eu sei que a minha idola é uma Vingadora; você com certeza se tornou a minha terceira Vingadora favorita.

Terceira? – Ela pergunta e eu respondo.

Desculpa, o Tony e a Nat chegaram bem antes na minha vida – ela então gargalha com força o que acaba por me fazer rir por ter conseguido arrancar essa reação dela.

Ela se acalma e fala – bom senhor Parker, isso é justo; façamos um acordo!

E eu pergunto – que acordo? – E ela responde – se você guardar o meu segredo dos outros eu prometo tirar uma foto com você e te dar um autografo.

Eu fico todo empolgado, mas vai tudo por agua abaixo quando eu me lembro que o segredo já tinha vazado.

E então eu respondo – isso seria incrível, mas temos um pequeno problema – e ela pergunta – qual?

E logo respondo – acontece que essa semana, antes de saber quem você era eu resolvi apresentar a série a Wanda; foi ela quem me contou que você é uma Vingadora.

Ela então suspira e fala – droga a Maximoff vai me expor, mas que merda! – Eu então falo – me desculpa – e ela responde – relaxa, não foi sua culpa.

Então pergunto – mas, por que seria tão ruim os outros saberem sobre o seu trabalho incrível como atriz? Não são seus amigos? – E ela responde – o Stark e o Wilson iriam me zoar até o ano três mil por isso, preciso manter o respeito aqui dentro.

Me desculpe dizer isso, mas o Tony não precisa de nenhum motivo para zoar alguém além dessa pessoa respirar e o mesmo se aplica ao Sam; a senhorita é uma atriz excelente fora que a Robin é muito fodona, desculpe o linguajar.

E ela responde com um – relaxe, não sou o Steve.

Então eu continuo – enfim, você só tem do que se orgulhar; fora que o seu papel recente em desventuras em série, também foi sensacional; caramba, agora que caiu a minha ficha, lá você também é uma superagente ou seja você pode atuar com toda a propriedade do mundo; na boa você tem mais é que se orgulhar desse lado da sua vida.

Ela sorri e responde – obrigado por isso Peter, acho que você pode estar certo; mas preciso refletir sobre isso.

Eu faço que sim com a cabeça e então meu estomago ronca e eu me lembro que não tinha tomado café ainda e então ela fala – vai comer Parker!

E eu respondo – sim senhora! Vou só chamar a Nat porque assim eu tenho muito mais medo dela do que de você.

Ela então começa a rir e fala – só me dê tempo e eu faço a Romanoff parecer um ursinho carinhoso.

Eu engulo seco e pergunto – mas a foto e o autografo ainda estão de pé? – O riso se transforma em gargalhada e ela faz sinal para eu sair o que eu levo para o lado positivo.

Eu corro no quarto da Nat e bato na porta até ela aparecer e quando ela abre a porta e me vê comenta – eu espero que por esse desespero todo a Hill esteja enfartando.

E eu respondo – nah, ela só acordou conversou um pouco comigo e depois que meu estomago roncou me expulsou de lá e disse que faria você parecer um ursinho carinhoso.

Ela faz sinal me parando e fala – respira Peter, ok eu já estou indo; pode ir comer em paz – eu faço que sim e me viro para sair e ouço ela falar – obrigado por ficar lá com ela.

E eu respondo -  por nada – então vou direto para a cozinha comer.

###

Entro na enfermaria e vejo Hill deitada encarando o teto como se pudesse ver além dele e pergunto – ele tietou muito? – Ela sorri e responde – moderado, por que não me disse que o segredo tinha vazado?

Porque você estava em coma e porque eu só estou descobrindo agora – respondo e logo continuo – quem mais descobriu esse seu lado artístico?

Wanda – ela responde com uma feição de desagrado e eu comento – nunca entendi essa sua birra com ela.

Ela revira os olhos e comenta – não é birra é só que ainda não confio nela – e eu pergunto – por que?

E ela responde – porque um mês atrás estávamos lutando contra ela e o irmão, porque o Clint me contou o que ela fez com você e com o resto da equipe; eu não tenho um coração tão bom quanto o de vocês.

Eu suspiro e respondo – compreensível

E ela continua – fora que eu tenho certeza que ela vai querer expor o meu segredo para os outros só de sacanagem.

E eu comento – olha eu treino a Wanda e o Peter todos os dias e pude perceber que ela mudou e está se esforçando para ser uma pessoa melhor, tudo bem não confiar nela; mas você podia pelo menos fazer um esforcinho?

Ela me encara e eu falo – se quiser eu falo com ela para guardar o seu segredo.

Hill suspira e responde – bom, isso não será necessário.

Por que? – Eu pergunto e ela responde.

O Peter me convenceu de que não seria algo tão ruim assim se os outros da equipe soubessem desse meu lado.

Não acredito nisso, eu e Clint estamos tentando te convencer a anos e nada e o pirralho consegue em uma única conversa – ela torna a sorrir e responde – digamos que ele tem mais charme que vocês dois juntos.

Eu sorrio e respondo – vai ver é isso.

Na verdade, eu só vi a sinceridade dele e como ele me mostrou o seu ponto de vista; entende? – Eu faço que sim e pergunto.

Mas então por que você está com essa cara de quem nasceu e não gostou? – E ela responde – essa é a minha cara padrão Nat, mas na verdade eu estou assim porque ainda tenho receio sobre o que os outros vão pensar sobre mim e se ainda vão me respeitar.

Eu suspiro e me aproximo da cama dela e falo – eles vão continuar te tratando normalmente Hill, você tem que colocar isso na cabeça de uma vez por todas; aqui não é a SHIELD, os Vingadores são uma família e você faz parte dessa família; apenas relaxe.

Ela suspira, mas concorda e logo depois pergunta – como você reagiu ao perceber que o novo recruta era o filho dos Parkers?

Dessa vez sou eu quem suspiro e respondo – um pouco surpresa não vou negar, não sabia nada sobre eles desde que saíram da SHIELD; mas fiquei feliz de saber que o filho deles cresceu e se tornou um bom homem e um herói.

Ela concorda e comenta – embora eu jurava que a Mary tinha comentando uma vez que era estéril – e eu respondo – não sabia dessa, convivi muito pouco com ela como você bem sabe; vai ver eles adotaram, isso é o de menos.

Verdade... – ela responde.

Nós ficamos em silêncio por um tempo até que ela pergunta – vou ter que ficar aqui por quanto tempo hein? – E eu respondo – não faço a mínima ideia, sua medica é a Sexta Feira; mas acho que daqui para o fim do dia ela deve te liberar.

Ela deita a cabeça no travesseiro e bufa frustrada, parecia uma criança pequena.

Eu então sento na poltrona ao lado da sua cama e pego meu telefone e vou jogar um pouquinho.

###

Eu estava no quarto desde que a Natasha cancelou o treinamento, já tinha feito minhas orações, já tinha lido e até desenhado um pouco; mas o tédio me tomava.

E uma estranha inquietude que eu bem sabia não ser minha.

Esse sentimento só podia ser derivado do tédio do próprio Peter, sério ele só pode ser hiperativo; porque não é possível que ele nunca pare quieto.

Eu sabia que a Hill estava lá embaixo e eu estava ponderando se iria lá zoar com a cara dela ou não, mas quanto mais eu pensava nisso, menos fazia sentido zoar com ela.

Tipo ela é uma atriz incrível, fora que não sei se ela quer que os outros saibam disso e talvez se eu expor isso ela fique com ainda mais raiva de mim.

Os meus sentimentos misturados com os do Peter já estavam me enlouquecendo, então me levanto e decido ir falar com ele para ver se ele consegue me ajudar e se eu consigo ajudá-lo a sair desse tédio.

Eu vou até o seu quarto, mas ele não estava lá.

Então começo a procurá-lo até que o encontro nos fundos do complexo aonde os pedreiros estavam trabalhando e eu pergunto – o que está fazendo aqui?

E ele responde – explorando o complexo, descobri que ele ainda não está nem na metade e que o Tony pretende expandi-lo até se tornar algo colossal.

E aqui vai ser o que? – Eu pergunto e ele responde.

Pelo o que eles me disseram, vai ser uma piscina semiolímpica para que toda a equipe possa relaxar à vontade.

Eu assovio surpresa ao notar o tamanho do buraco no chão e começo a imaginar o tamanho da piscina e comento – espero que fique pronto logo, vai ser bom ter finalmente algo divertido por aqui.

Ele sorri e pergunta – quem é você e o que fez com a esquentadinha?

E eu pergunto – por que a pergunta? – E ele responde – porque a senhorita não tem cara de quem curte uma piscina, olha essa sua pele de branca de neve.

Eu reviro os olhos e respondo – em primeiro lugar a minha pela é assim porque eu vivia em um pais no norte da Europa e em segundo lugar eu praticamente era vizinha da branca de neve já que ela é alemã.

Ele começa a rir o que acaba me contagiando e quando nos acalmamos ele fala – relaxa Wandinha, sua pele é linda; gosto desse tom de branco.

Ok, por essa eu não esperava e fico um pouco constrangida e ele percebe e fica sem reação e ô merda, acho que ele sentiu meu constrangimento pela conexão.

Ele então se vira de volta para a futura piscina e muda de assunto – mas, afinal de contas o que te traz a este humilde mortal?

Eu embarco na onda dele e respondo – Hill, estou em um impasse.

Noto sua expressão mudar para algo mais sério e ele pergunta – é algo relacionado ao segredo dela?

Eu faço que sim e respondo – mas estou em dúvida.

E ele pergunta – por que?

Porque depois de ver ela atuando eu percebi que a Hill não é uma mulher máquina como eu achava, ela tem um talento incrível e eu acho que ela devia contar para os outros; mas ao mesmo tempo que eu quero contar isso eu tenho medo dela ficar com ainda mais raiva de mim se eu falar – eu respondo.

Peter fica em silêncio por um tempo e então responde – deixa eu ver se eu entendi direito, você acha que a Hill devia tomar coragem e expor esse lado dela para os outros, mas tem medo dela ficar com raiva de você por isso; entendi direito?

Eu faço que sim e ele continua – acho que você devia ir conversar com ela e colocar todos os pingos nos is.

Como assim? – Pergunto e ele responde.

Vocês duas estão pressupondo o que a outra pensa, ou como vão agir e nenhuma das duas estão fazendo a coisa mais óbvia e sensata que é sentar e conversar; vai lá e fala com ela de peito aberto, confia em mim esquentadinha a sinceridade as vezes desarma um exército.

Eu reflito sobre o que ele disse e respondo – você tem razão, obrigado pelo conselho Pete – e ele responde – sempre que precisar esquentadinha; só recomendo que vá logo, daqui a pouco o Tony vai chegar e aquela enfermaria vai ficar bem agitada.

Eu faço que sim e me viro para sair, mas antes volto até ele e o dou um abraço rápido e sinto como ele ficou surpreso; o que me arranca um sorriso.

Ele estava tão surpreso que seus braços estavam travados sem me abraçar de volta e então eu falo – abraça direito antes que eu te bata Parker!

Ele então devolve o abraço e eu falo – obrigado – e ele responde – por nada.

Então eu desfaço o abraço e saio de lá mais rápido que uma bala sem nem olhar para trás.

...

Chego a enfermaria e noto que a Natasha estava na poltrona ao lado da Hill que estava deitada vendo tv.

Ambas me olham e Hill pergunta – o que foi? – E eu pergunto – posso falar com você a sós?

Ela parece surpresa, mas faz que sim e olha para Natasha que fala – tudo bem, já entendi o recado; sei quando não sou mais bem-vinda em um lugar.

Eu reviro os olhos com o drama dela que quando passa ao meu lado fala – tô de olho viu Maximoff – eu engulo em seco e ela sai.

Então eu me aproximo da Hill e falo – eu vim falar sobre o seu segredo – e ela responde – se veio debochar é melhor não.

E eu respondo –não, eu não vim debochar; na verdade eu conversei com o Peter e ele falou que nós duas não nos gostamos muito porque nunca conversamos, então eu decidi dar esse primeiro passo.

Ela me olha desconfiada e pergunta – por que? – E eu respondo – eu estou cansada desse clima de guerra entre a gente.

Ela então faz sinal para eu continuar a falar e eu respiro fundo e respondo – bom desde que eu cheguei aqui não tive nenhuma dificuldade de notar que você não simpatiza nem um pouco comigo e estava tudo bem, eu te achava meio um robô humano mesmo.

Eu suspiro e continuo – mas então o tempo passou e eu pude perceber o quanto, todos se importam com você e como foram correndo em seu auxilio, o Peter me mostrou o seu outro lado e eu vi como você é uma artista incrível; resumindo eu vi o seu lado humano que você tanto se esforça para esconder.

Ela me olha atentamente e então pergunta – e o que você pretende fazer com essa informação? – E eu respondo.

Nada, absolutamente nada – percebo que isso a choca e então continuo – esse é um segredo seu e se quiser que ele continue assim é seu direito, mas se por um acaso a minha opinião vale de alguma coisa; eu acho que você deveria revelar esse segredo para a equipe.

Por que acha isso? – Ela pergunta.

E eu respondo – porque quando eu cheguei aqui me disseram que os Vingadores são uma família e eu pude notar isso e comprei a ideia, e você faz parte dessa família e honestamente; eu já perdi a minha uma vez, então se eu posso ajudar alguém dessa nova família a ser feliz, então eu vou ajudar.

Ela me lança aquele olhar que parecia que estava vendo a minha alma e então responde – obrigado por ser honesta comigo Wanda, eu prometo que vou pensar nisso.

Eu faço que sim com a cabeça e quando ia falar algo a porta se abre de forma escandalosa e por ela passa Stark e os outros que fala – bruxinha, acabou o momento confissões; preciso falar com a general.

Eu reviro os olhos e me levanto e a Natasha para ao meu lado e fala – Wanda, por favor vai chamar o Peter para mim enquanto a gente discute algumas coisas importantes aqui.

Eu faço que sim e saio.

###

Eu estava sentado de cabeça para baixo no teto do meu quarto quando sinto uma bolinha de papel direto no meu olho, eu suspiro e comento – eu definitivamente não sei porque o meu sentido aranha não te vê como ameaça.

Ouço o sorriso dela que logo depois fala – porque ele é mais sensato que você e sabe que eu não sou uma ameaça.

E eu respondo – anrã, tô sabendo.

Ela então fala – anda vem, a Natasha mandou te chamar.

Eu suspiro e me desgrudo do teto e caio de pé no chão e Wanda solta um – uau – eu sorrio e respondo.

Porque a surpresa, gatos caem de pé, não sabia?

Ela revira os olhos e fala – tá certo dona aranha – ela vira de costa, mas eu consigo ver o sorriso e levo isso como uma vitória.

Então eu ando até ela e passo o braço por seus ombros e digo – vamos esquentadinha.

Ela então dá um peteleco no meu nariz e quando eu penso em tirar o braço ela o puxa de volta e fala – anda logo Parker.

Eu sorrio e respondo – depois diz que não é esquentadinha – ela me dá um olhar e eu falo – calei, entendi!

Ela sorri e eu sorrio de volta e vamos até a enfermaria.

...

Assim que chegamos lá eu reparo que todos os Vingadores estavam lá, bom todos os que estavam na terra no momento.

Enfim, todos estavam lá para fazer uma visita a senhorita Hill, isso me faz perceber que eles são realmente uma família; uma família de desajustados, mas ainda sim uma família.

Dava para ver que ela estava emocionada com toda essa demonstração de afeto; eu sorrio e então sinto os pensamentos da Wanda fluindo para mim e eram pensamentos de felicidade como os meus.

E isso me deixa ainda mais feliz.

Noto que a Nat e o senhor Stark estavam olhando diretamente para mim e Wanda, Nat estava com a sobrancelha levantada como quem pergunta algo e o Tony estava com um sorriso malicioso.

Eu então sigo o olhar deles e reparo que ainda estava abraçado a Wanda e desfaço rapidamente, ela me olha estranhando, mas logo depois segue o meu olhar e fica tão constrangida quanto eu o que arranca um sorriso do Tony.

O que atrai a atenção dos outros que reparam na nossa presença.

Hill nos olha e então fala – gente tenho um pronunciamento a fazer.

Todos olham atentamente para ela que faz sinal para nos aproximarmos e então começa.

Recentemente dois fedelhos descobriram uma parte da minha vida que eu guardava a sete chaves, uma parte que todos desconhecem; bom quase todos, Nat e Clint conhecem, mas isso não vem ao caso.

Ela pausa como quem tenta tomar coragem e então continua – bom eu nunca compartilhei com vocês por ter vergonha; mas esses dois pirralhos me convenceram de que posso confiar essa parte da minha vida a vocês.

Todos nos olham deduzindo que ela falava da gente e então Hill pergunta – Peter, Wanda; podem fazer as honras e colocar aquela música?

Wanda põe um sorriso no rosto e pega o controle e vai ligando a tv enquanto eu conecto o celular e coloco o clipe da música “Let’s Go To The Mall”.

Então o vídeo começa a tocar o trecho do episódio aonde o Barney expõe a Robin e segue a cena até o momento aonde ele pausa a cena e diz que a Robin era atriz pornô e o Tony comenta – olha Hill eu nem sei do que isso se trata, mas eu tenho que concordar com o loirinho; nessa cena você caprichou na cara de aluna safada, nem sabia que você conseguia fazer ela.

Todos olham para ele que pergunta – que foi? – E todos apenas o ignoram e voltam a olhar para a tv e a cena continua revelando a música e a melhor parte era observar a reação de surpresa deles.

Logo depois a Nat começa a cantarolar a música e eu e Wanda entramos na onda o que faz Hill sorrir e começar a cantar a música.

E logo todos estavam vendo a própria Robin Sparkles cantando e quando ela termina o Steve fala – uau, você canta muito bem Maria.

Ela agradece e logo todos estavam a elogiando, inclusive o Tony.

Ela então explica um pouco sobre como era uma atriz e a conversa fica animada, eu então me aproximo dela e estendo um caderno e pergunto – e aquele autografo, rola ou não rola?

Ela sorri e me pergunta – e como você quer que eu assine? – E eu respondo – no papel com o seu nome verdadeiro e na foto com o nome artístico.

E ela pergunta – e eu posso saber quando foi que eu concordei com uma foto? – E eu respondo – meio minuto atrás, todo mundo viu; não foi gente?

Todos sorriem, mas concordam e ela responde – está bem seu pirralho cara de pau – eu sorrio e assim eu chego no auge do meu dia, ganhando um autografo e uma foto com a minha idola.