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História I'll be your pillar - Capítulo único


Escrita por: meenavschortzen

Notas do Autor


Os personagens de Amor Doce não são minhas criações, e sim da Chinomiko. A Miya, ao contrário, é uma personagem original minha. Postei essa fanfic originalmente no Nyah!, mas como faz muito tempo que não entro lá, resolvi portar aqui também. Espero gostar do site e da companhia de vocês :D

Capítulo 1 - Capítulo único


Miya não conseguia frear seus pensamentos naquela manhã. Sentia algo em suas entranhas remexendo, fazendo-a se sentir um pouco nauseada, e ao mesmo tempo irritada. Se pelo menos houvesse tramado contra aquelas pessoas que a receberam tão bem no colégio, mas...

Pegou um pedaço de borracha e apagou furiosamente a folha a sua frente, quase rasgando as de baixo também. Estava escrevendo para tentar tirar de dentro de si a raiva, a tristeza, a decepção. Sua respiração estava descompassada, seus sentimentos eram agridoces. Imaginava seu corpo sob o efeito de diversas cordas, que esticavam seus membros para todos os lados.

Como não pude perceber que não acreditariam em mim?

Às vezes odiava ser tão boazinha. Todos pareciam olhar para ela e não conseguiam enxergar suas intenções, enxergavam apenas uma garota estúpida que corria de um lado para o outro tentando agradar a todo mundo. Debrah havia conseguido o que queria desde o primeiro dia: colocar todos contra ela, e pôde contar com uma ajuda especial da própria para enterrá-la.

– Argh, como eu me odeio! – Miya explodiu olhando para as páginas manchadas de lágrimas e para os borrões que eram suas palavras. Cobriu o rosto com uma mão, sentindo uma cólera não muito convincente. Ela sabia bem que o que mais a afetava não era a raiva, e sim a tristeza.

Aquele sentimento começou a embrulhá-la num abraço difícil de se desfazer, cansando os pulmões e os nervos de Miya. Ela, depois de dias, se permitia chorar. A batalha havia sido ganha por uma menina pérfida, que precisava realmente passar por cima dos outros... E ninguém conseguia compreender isso.

O desespero foi tomando conta do corpo, agora frágil, da garota, e ela abraçou suas pernas em cima de sua carteira na sala de aula vazia. Mesmo que não quisesse ficar naquele lugar, que se tornara o sinônimo de prisão para ela, não queria se mexer. Queria afastar os demônios que pareciam dançar ao redor de sua cabeça no meio de sua crise, e tentou dissipar as ideias ruins.

De repente, ouviu o som de passos no corredor. Miya se assustou, olhando rapidamente para a porta. Achava que não havia mais ninguém na escola naquele meio tempo, entre o turno da manhã e o da tarde. Enxugou depressa o seu rosto e virou-se de costas para a porta. Ia desfazer aquela pose, mas não fora rápida o bastante; os passos cessaram no que parecia ser o vão da porta. Ela tentou conter os barulhos que andara fazendo quando estava chorando, na esperança de a deixarem em paz, de confundirem-na com alguma aluna da tarde, até que escutou uma voz familiar.

– Miya? O que está fazendo aqui?

A garota congelou na carteira, ainda olhando para um canto distante da sala, não mostrando o rosto para o representante de turma. Pigarreou, mas não sabia o que dizer em seguida. O silêncio começava a se esticar entre os dois, e refletir nas quatro paredes da sala. Seu coração batia acelerado no peito, e ela já não sabia dizer se era por sua explosão anterior ou por saber que Nathaniel estava bem atrás dela.

– Ei, está tudo bem? – Ele se aproximou devagar, tocando o ombro da garota. Ela estremeceu ao toque, recuando um pouco de sua mão. – Miya... Fale alguma coisa, por favor.

Nathaniel ficou de joelhos próximo da garota, firmou ainda mais uma mão em seu ombro e, com a outra, virou o rosto dela para ele. Ele arregalou um pouco os olhos ao examiná-la. Nathaniel podia sentir o sangue correr um pouco mais rápido por uma veia em seu pulso.

– Miya?! Minha nossa, o que aconteceu?! Respire fundo – ele proferia as palavras sem seguí-las muito a risca; o rosto dela, completamente vermelho e banhado em lágrimas, deixava-o nervoso. Talvez até um pouco histérico.

Ela olhou-o por um momento, tentando não chorar mais, mas a expressão no rosto do rapaz não ajudava em nada; os soluços vieram sem pedir licença. Ele agarrava seu ombro com urgência, e Miya não conseguia reagir de outra maneira; cobriu o rosto com as duas mãos e se entregou à crise de choro.

Nathaniel olhava-a com certo desespero, mas ao mesmo tempo controlou suas ações. Ver Miya daquele jeito fazia-o perder um pouco o chão; ela, que sempre fora um exemplo de confiança, de bondade... Não merecia sofrer, nem pela menor coisa que fosse. Alguém tão generosa não podia ser atingida em cheio pelo desespero daquela forma tão feia, tão comovente...

– Você não precisa esconder seu rosto de mim – ele disse de maneira dura, mesmo que tentando ser gentil. A garota voltou-se lentamente para ele, meio que surpresa com o tom duro que usara. – Desculpa, eu não quero te machucar... Eu só não consigo ver alguém sofrer desse jeito sem querer ajudar. Principalmente você...

Ela olhou para Nathaniel com olhos vidrados, como se não tivesse entendido o que ele queria dizer, mas não pronunciou palavra alguma. Os soluços ainda se faziam presentes, mas as lágrimas quentes agora eram rarefeitas. Estranhamente, o representante de turma conseguia deixa-la calma e aturdida ao mesmo tempo.

– Ee-er, quer dizer... Você é uma garota tão... boa, não merece ficar assim.

Aquela palavra... Miya fechou os olhos e deixou mais algumas lágrimas correrem por suas bochechas. Rapidamente abriu os olhos, encarando-o duramente.

Maldita palavra...

– Não diga uma coisa dessas... – ela falou baixinho, sem muita expressão. – Eu mereço sofrer agora. Eu causei isso.

– Não diga isso você! – ele limpou as bochechas avermelhadas da estudante, molhando suas mãos. – Seja lá o que tenha acontecido, você não merece se martirizar! Ninguém merece! Está me entendendo?

Ela assentiu, sentindo o rosto esquentar aos poucos. As mãos de Nathaniel ainda estavam pousadas em seu rosto, o que causava certo constrangimento por parte dela. Tentou desviar o olhar, mas ele ajeitou seu rosto com delicadeza, para que se olhassem nos olhos.

– Você quer conversar sobre o que aconteceu?

– Não é possível que você não saiba... – Ela apertou seus joelhos com as mãos. – Todo mundo na escola sabe o que a... Debrah fez.

– Debrah? – Ele perguntou, tentando não carregar sua voz de desdém.

– Ela... E... – ela pausou a fala para uma inspiração mais profunda, meio trêmula. – Ela conseguiu o que queria, fez com que todos na escola ficassem contra mim. E-eu só queria que acreditassem em mim... Eu não fiz coisas ruins... Ou fiz?!

– Que eu saiba – ele olhou-a com calma – você é a garota mais altruísta por aqui. E eu sei o que você está sentindo agora... Já passei por momentos assim.

– A Debrah... Teve a coragem de me contar toda a sua trajetória na escola, como manipulou todo mundo, como... fez você sofrer. Ela me contou, Nathaniel, ela me contou o que houve entre você e o Castiel! E... ela não tinha um pingo de compaixão na voz. – Miya cobriu a boca para não denunciar o quanto estava tremendo, mas não adiantava tentar esconder algo dele.

– Você não precisa fingir que está tudo bem pra mim, ok? – Ele disse. – Miya, você não tem noção do quão incrível é. Ou não se deixaria abater assim...

Eles permaneceram um tempo apenas se encarando, fazendo um silêncio cômodo crescer aos poucos entre eles. As palavras de Nathaniel ecoavam na mente de Miya, fazendo com que ela sentisse coisas estranhas dentro de si.

– Quanto ao Castiel... Realmente, nós brigamos por causa da intromissão dela. Ele continuou zangado comigo mesmo depois dela ir embora, mesmo depois dela abandoná-lo... Isso não é culpa da Debrah, portanto. Ele escolheu assim. Eu até poderia ter tentado me reaproximar dele, mas você sabe como ele é...

– Éé... Sei. – A imagem de Castiel, aos gritos no corredor, tomou a mente da garota. Ela balançou a cabeça em negativa, como se assim pudesse esquecer o que estava lembrando. – E-ela fez com que ele brigasse comigo também... E como aconteceu com você, ele não quer conversa. Talvez nunca mais queira...

– Ele é um idiota se pensa assim! – Brandou Nathaniel irritado, não conseguindo manter a calma habitual. – Miya, você tem a mim. Sei que também tem Rosalya e Lysandre. Podemos não ser muitos, mas nós três somos seus pilares, então vamos te erguer de novo.

A garota sorrira minimamente, tentando se conter. Ele também retribuiu um sorriso, esse mais acolhedor que o dela. Miya, então, pegou uma das mãos de Nathaniel, que ainda estavam em seu rosto, e beijou-a demoradamente. Ele parou um pouco de sorrir e ficou estático, observando-a. Logo as maçãs do rosto do loiro ficaram vermelhas, mas ele havia voltado a sorrir. E ainda mais do que antes.

– Somente você poderia me fazer rir numa hora dessas... Nath. – A menção do apelido do rapaz fez com que ambos agissem um pouco tímidos, mas riram um pouco da situação constrangedora.

– Eu vou te levar para casa, agora. – Ele ajeitou o aperto entre as mãos dos dois e pousou a outra ao lado do corpo. Levantou-se no chão, sentindo os joelhos em frangalhos, mas não reclamou. Esperou que ela se levantasse após guardar suas coisas em sua mochila, sem, no entanto, desatar a união das mãos.

– Não adianta discutir com você, não é? – A garota pôs a mochila no ombro direito, após levantar da posição incômoda. Ela também não reclamara.

– Não mesmo. – ele exibia um tom de voz um pouco presunçoso, que fez Miya rir um pouco.

Os dois foram andando, de mãos dadas, para fora da escola. A garota temeu, por um momento, que alguém os visse daquela maneira e pensasse alguma coisa, mas ela sabia que se comentasse com ele seu temor, Nathaniel simplesmente apertaria sua mão ainda mais forte. A confiança que ele exalava, de vez em quando, fazia com que ela se sentisse bem. Como se por alguns instantes não precisasse se preocupar com nada. Seu coração estava tocando uma arpa, tranquilo, numa sinfonia que parecia contagiar os dois por todo o caminho.

Não demorou muito até chegarem ao apartamento de Miya, parando perto dos degraus de entrada. A garota voltou-se para ele, olhando intrigada para Nathaniel. Como se lendo a mente dela, o loiro tocou a nuca com a mão livre, um pouco desconfortável.

– Sabe, morar perto do colégio faz com que as pessoas saibam onde você mora... Eu já te vi voltando da aula, então eu sabia aonde ir.

– Você é... inacreditável. – Ela rira mais relaxada, não sabendo processar a informação que Nath acabara de fornecer.

– Vamos dizer que eu sou apenas observador...

Eles ficaram em silêncio novamente, olhando um para o outro. Miya tentou desviar o olhar, mas não foi muito longe; transferira sua atenção para as mãos unidas. Observá-las tão atentamente fazia com que o contato parecesse artificial, agora. Ela desfez o contato ressentida, encarando os olhos castanhos de Nathaniel. Ele permanecia com uma expressão diferente, com um olhar que ela nunca vira. Ele a olhava com ternura.

– Miya... É-é... – Ele pegara em sua nuca novamente, aparentemente nervoso. – Talvez eu não devesse falar isso agora, mas eu não estou me aguentando...

Ela olhou-o com curiosidade, esperando que ele falasse alguma coisa. O rosto dele estava vermelho como o cabelo de Castiel, o que poderia te-la feito rir, se ele não tivesse cessado a distância entre eles e a beijasse nos lábios.

Miya ficou muito surpresa, mas ao mesmo tempo sentiu uma calma inexplicável. Os lábios de Nathaniel pareciam exercer um poder tranquilizante sobre ela. A garota largou a mochila com um baque surdo no chão e pousou uma das mãos na nuca dele. Ela fechou os olhos, logo retribuindo o beijo, pedindo passagem com a língua, que foi logo concedida.

Nathaniel pousou suas mãos na cintura da garota ao mesmo tempo em que andava para frente, fazendo-a tombar as costas na parede de tijolos amarelos do prédio. As línguas dos dois começaram a se conhecer, num primeiro momento tímidas, mas depois já familiarizadas. Pôs uma das mãos ao redor do rosto da garota, colando mais os corpos, sentindo os batimentos cardíacos dela.

Miya inspirou profundamente durante o beijo, inalando o cheiro da pele do garoto. A sensação dos corpos colados um ao outro, assim como a dos lábios, inseparáveis, fizeram ela se sentir completa. Não achava que o representante de turma também sentisse o mesmo que ela, e ter certeza disso espantou qualquer preocupação anterior. Os lábios e a língua se moviam com sincronia, alternando uma massagem no interior da boca de Nathaniel com leves mordidas no lábio inferior dele. Sentia um frio na barriga, uma sensação que parecia uma tortura, mas ao mesmo tempo uma delícia.

Os dois passeavam as mãos pelos corpos um do outro, conhecendo um pouco mais aquela pessoa que tanto lhes era importante. Nathaniel sentia o coração bombear rápido, e por um instante sentiu medo por tamanha felicidade que sentia naquele momento. Partiu o beijo lentamente e pousou a testa na dela, estranhamente realizado. Esperaram que recuperassem os fôlegos e se olharam, como se pela primeira vez.

Ela tinha um olhar doce, encarando-o com um sorriso bobo no rosto, que fez o coração dele aquecer. Ele alargou a boca num baita sorriso, transbordando felicidade. Entrelaçou seus dedos com os dela, sem saber o que dizer em seguida. Miya beijou-o de leve mais algumas vezes, porque não queria que aquele momento passasse.

– Eu... Não sabia que você sentia algo por mim, Nathaniel... – Ela comentou um pouco sem ar, sorrindo de orelha a orelha.

– Eu também não sabia que você me correspondia... – Ele sorriu ainda mais para ela. – Tenho que confessar, é um alívio saber disso.

A garota gargalhou gostosamente, sem conseguir se frear, o que deixou Nathaniel com o coração preenchido. O sorriso dela era muito importante para ele.

– Também acho. É um alívio enorme, você não tem noção. O meu dia estava péssimo, mas você conseguiu melhorar tudo – ela olhou-o nos olhos. – Você sempre consegue isso.

– Miya, não fique mais triste, por favor. Isso me afeta diretamente... E eu sinto vontade de machucar qualquer um que chegue perto de você para te fazer mal. Como eu disse, eu vou ser seu pilar, de agora em diante. Você tem três constantes na sua vida, saiba disso.

Ela acariciou os dedos de Nathaniel, enquanto olhava aqueles olhos bonitos, que carregavam agora um brilho diferente, que nunca vira antes. Ela então, lembrando-se subitamente, perguntou a ele a afirmação que lhe causara curiosidade:

– Então... Nath... – Ela viu um sorriso vindo do garoto, como se encorajando-a a usar o seu apelido. – Você disse que queria falar alguma coisa, mas... Estávamos um pouco ocupados e acabamos não conversando.

Nathaniel riu, balançando de leve a cabeça.

– Eu ia te chamar para sair, mas acabei agindo por impulso antes de conseguir falar alguma coisa...

– Você ia? Não vai mais?

– N-não, eu vou. Quero te convidar para ir ao parque amanhã. Sei que vai fazer um dia bonito, e quero um tempo a sós com você para... Conversar.

– Hmm... Vamos da escola, então? – Ela lhe sorriu, já imaginando o que queria dizer conversar.

– Te espero depois da aula então. – Proferiu ele, com a voz mais profunda.

Os dois se despediram com mais alguns beijos, não querendo se separar. No dia seguinte eles estariam juntos novamente, sobrevivendo juntos até que tudo se resolvesse novamente.


Notas Finais


E aí, o que acharam? :D Espero que tenham gostado tanto quanto eu gostei de escrever essa história! Vejo vocês na próxima fic?


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