História Ill Never Let You Go - Forever - Ive made mistakes, Im just a man

POV Justin

Acordei no dia seguinte com uma bela dor de cabeça, resultados de remédios pra dormir e álcool, depois que a Michelle entrou naquele elevador com o Chaz, meu mundo caiu, naquela hora eu senti uma angústia muito grande no meu peito, me tranquei no quarto e deu no que deu.

Com alguma dificuldade, me levantei da cama apenas para tomar um comprimido pra dor de cabeça, depois voltei a me deitar e a fitar o teto pensando em como eu teria a minha garota de volta.

Era quase na hora do almoço quando o Ryan veio me procurar.

- Não pretende ficar o dia todo aqui, pretende? – ele perguntou abrindo as cortinas.

- Por que não ficaria? – perguntei colocando a mão na frente dos olhos por causa da claridade.

- Porque você não pode ficar o dia todo na cama, seu bosta e lembre-se que você tem um voo as seis.

- Como se isso fosse boa coisa – revirei os olhos – Onde ela está?

- Saiu mais cedo, estava sozinha se é isso que quer saber.

- Pra onde ela foi?

- Disse que precisava esfriar a cabeça – ele deu de ombros – Nós vamos comer fora, está afim?

- Melhor não, prefiro ficar aqui – falei indo pro banheiro.

Ele me olhou com uma mistura de desconfiança e tristeza.

- Não faz nenhuma besteira tá! Aguenta aí, cara – ele me deu tapinhas no ombro e saiu.

Tomei um banho demorado e resolvi sair do quarto pra ir almoçar.

- Justin! – era Selena.

- E aí Sel – sorri sem mostrar os dentes – Como vai?

- Eu estou bem, mas acho que você não pode dizer o mesmo – ela falou me analisando – Aconteceu alguma coisa com você e a Michelle? Vi ela saindo apressada hoje de manhã.

- Não é nada... É só – hesitei, não sabia se me abria com minha ex namorada sobre uma crise com a minha atual namorada – Deixa pra lá.

- Justin, sabe que eu ainda sou sua amiga e que você pode contar comigo.

- Está tudo bem, só precisamos nos acalmar um pouco e pensar no que fazer, é sério, se eu precisar eu te procuro.

- Tudo bem, estou indo almoçar com as meninas, não quer vir junto?

- Não, obrigado. Hoje eu vou ficar por aqui, me desculpe.

- Ok! Vê se melhora essa carinha – ela sorriu e se foi.

Como eu queria evitar conversas constrangedoras no elevador eu desci de escada e fui até o restaurante, mas assim que eu vi um casal de mãos dadas eu resolvi que seria melhor pedir comida no quarto.

Meu dia se resumiu em ficar no quarto, hora falando com alguém da produção, hora tirando alguma coisa no violão, hora pensando em como eu faria para ser perdoado. Foi simplesmente horrível olhar para o céu azul e não poder passear de mãos dadas com a namorada ou apenas aproveitar o dia para ficar na preguiça.

Quando deu a hora do voo que nos levaria pra Argentina, eu desci com as malas prontas, não avistei Michelle e nem Chaz, o que me fez ficar meio irritado com isso. O voo todo foi em silêncio, um silêncio mais desconfortável e triste do que o normal, na saída da cidade eu falei com algumas fãs e elas comentaram ter visto Michelle mais cedo, me questionaram sobre isso, mas eu preferi não falar nada.

Chegando em Buenos Aires eu fui direto pro hotel como sempre, já estava me cansando disso.

- Eu sei que você quer saber onde eles estão – Chris falou chegando ao meu lado no corredor.

- Hã?

- Mi e Chaz, você não disse uma palavra o caminho todo, sei que está bolado com isso – ele disse calmamente.

- Eles estão juntos? Você com certeza sabe de algo – falei esperando ele falar o que eu queria ouvir, ele riu.

- A única coisa que eu sei, é que Chaz é fiel a Rebecca e Michelle só esta com uma puta raiva de você, não esperava que ela voasse até aqui no mesmo avião que você né?! Eles vieram um voo mais cedo.

- Foi mal, só estou de cabeça quente – falei soltando o ar.

- Se quer saber, ela ainda te ama. Mas você foi um completo filho da puta, canalha...

- Tá bom Chris. Eu sei! – o interrompi.

- A questão é que, você só precisa surpreender ela, mostrar que tudo aquilo não passou de uma noite de drogas e bebidas e que você não estava no seu melhor estado. Eu sei que você vai pensar em algo.

Dito isso, Chris me deu dois tapinhas no ombro, um meio sorriso e entrou no quarto. Eu fiquei com aquelas palavras na cabeça, entrei no quarto e depois de um banho rápido eu fiquei tentando compor algo, finalmente eu estava conseguindo inspiração, acho que um coração partido nessas horas ajuda muito.

Três dias depois...

Hoje foi dia de show e apesar da animação das Beliebers a Michelle ficou na minha cabeça do inicio ao fim do show, consegui disfarçar bem a tristeza, mas ela continuava lá. Há três dias eu não via ela, estava cada vez mais preocupado que ela tenha me deixado e ninguém me disse nada. Como meu show foi de tarde eu voltei lá pelas seis pro hotel, tomei um banho e fiquei no quarto como sempre. Depois daquele dia eu não fazia nada senão ir do show pro quarto e vice-versa.

Quando dei por mim a noite já havia chagado, eram 21h45 e eu nem me dei conta, deixei meu violão e meu caderno de composições de lado e fui até a mala, mas uma voz familiar me fez parar e me recostar na porta, era ela.

- Não precisa se preocupar, cara, eu estou bem, só quero tomar um ar – ela dizia.

- Vê lá, não quero ter que sair correndo atrás de você outra vez – uma voz masculina disse, com certeza era o Chaz.

- Relaxa mamãe, eu não vou aprontar – ela disse por fim e eu ouvi seus passos.

Logo em seguida, o barulho de uma porta se fechando e daí o silêncio. Era minha chance, ela não tinha ido embora, eu precisava ver a minha Michelle, precisava tentar.

Coloquei uma calça jeans e uma jaqueta por cima da regata branca, calcei meus tênis e saí, meus passos pelo corredor eram apressados e eu estava nervoso. Assim que saí do hotel eu senti o vento gelado da noite, olhei para os lados e não vi nem sinal da Mi, o  pior era que eu nem sabia o que ela estava vestindo.

- Ei, amigo – chamei o segurança.

- Sim – ele me olhou indiferente.

- Viu uma garota morena e baixa passar por aqui?

- Não senhor, a última garota que passou por essa porta era loira.

- Obrigado mesmo assim – fiz um aceno com a cabeça e entrei.

Ela ainda estava aqui, percorri os olhos pelo hall de entrada e nada, fui até o restaurante, a piscina, sala de jogos, área de leitura, sala de música, nada... Suspirei frustrado e fui até o jardim de trás do hotel.

(Coloquem a música)

Era um belo jardim de inverno com várias flores e bancos, alguns postes metálicos com luz artificial davam um charme a mais ao lugar, dei poucos passos em direção a pequena fonte e eu a vi. Michelle estava sentada de costas pra mim fitando a fonte com um anjo encima, ela vestia calça escura, moletom e seus cabelos estavam levemente bagunçados, como sempre, sorri com aquilo.

Me aproximei a passos lentos e silenciosos.

- Eu sabia que você viria aqui alguma hora – falei em um tom baixo.

Percebi ela ficar rígida e levar uma das mãos ao rosto.

- Ficou aqui esperando por mim? – ela perguntou ainda de costas pra mim.

- Não, mas eu estava esperando por isso – falei me aproximando mais alguns passos.

- O que você quer? – ela suspirou se virando pra me olhar.

Nesse momento eu fiquei surpreso, a última vez que eu vi a frieza no olhar da Michelle foi quando o pai dela conseguiu sua guarda e a obrigou a morar com ele. Seus olhos castanhos, antes brilhantes e com vida, agora estavam frios e distantes, sua expressão era de tristeza e cansaço e seus olhos me indicavam que ela estava chorando.

- Quero conversar – comecei.

- Eu não tenho mais nada pra falar com você – ela disse ríspida e tentou sair de lá, mas eu me coloquei na sua frente.

- Mas eu tenho muita coisa pra te falar, Mi. Eu fui um completo idiota e sei que não deveria dar ouvidos aos caras, mas eu precisava de um escape, você não estava lá comigo e eu senti tanto a sua falta...

- Espera aí, deixa eu ver se entendi – ela fez um gesto com a mão e balançou a cabeça negativamente – Você está me culpando por estar chapado?

- Não é isso...

- É isso sim! Você acabou de dizer – ela disse nervosa – Escuta, você tem todo o direito de sair com os amigos e ter um pós show do caralho, mas aquilo foi demais pra mim.

- Michelle, meu amor, eu nunca quis te magoar – falei me aproximando mais um pouco e tentei tocar seu rosto.

- Não me chame da meu amor! – ela gritou brava deixando uma lágrima escorrer – Você tem ideia de como eu me senti?! Como você se sentiria se chegasse na minha casa e visse eu transando com um cara estranho?! Você é um babaca!

- Eu não vim aqui para brigar, por que não está sendo tão dura?!

- Isso não é nem metade do que eu deveria fazer com você – ela disse com tom de deboche – Você me procurou! Eu só estou dizendo o que está entalado na minha garganta.

- Só que você nunca ouve o que te falam quando está com raiva – falei levantando um pouco a voz – Mesmo que a outra pessoa esteja certa.

- Justin, o que você fez não tem explicação – ela disse com a voz trêmula – Eu bem queria que fosse um mal entendido, mas eu vi com os próprios olhos e não consigo deixar de desconfiar de tudo o que você me disse.

- Eu sei que errei, eu nunca deveria ter feito isso com você – comecei a falar com mais calma procurando seu olhar – Mas eu estou aqui agora, de joelhos pra você – me ajoelhei na frente dela, que pareceu surpresa – Pedindo perdão e dizendo eu amo você. Não posso prometer que nunca mais vou errar, eu sou só um homem, cometo erros, mas quero que saiba que independente dos meus atos, eu vou sempre amar você.

Michelle olhou pra mim pasma, seus olhos ficaram marejados e a expressão no seu rosto suavizou levemente.

- Jus-Justin e-eu – ela gaguejou nervosa – Eu não sei mais se confio em você.

Ainda de joelhos, eu peguei suas mãos e olhei em seus olhos.

- Tudo pelo que nós já passamos não foi em vão, Mi. Tudo o que já enfrentamos, tantas pessoas, tantos obstáculos, nós não estamos juntos por acaso.

Nesse momento, ela abaixou a cabeça e deixou algumas lágrimas caírem, por um minuto eu achei que ela fosse se abaixar e me abraçar, e nós voltaríamos pro quarto juntos e esqueceríamos o que aconteceu, mas as palavras seguintes me atingiram como balas.

- Não dá mais, me desculpe – ela disse por fim se soltando de mim e entrando no hotel.

Fiquei olhando ela se afastar de mim não acreditando no que havia acabado de acontecer, fiquei um tempo parado no meio do jardim até sentir as lágrimas invadirem meus olhos, levantei num pulo e saí de lá. Pedi a um táxi que me levasse num bar ou algo do tipo, eu precisava de uma bebida.