História Ill Remember You? - Demissão -Part 2

                              “A paixão aumenta em função dos obstáculos que se lhe opõe.”

-William Shakespeare.

P.O.V Louis Tomlinson

É errado ouvir a conversa dos outros por trás da porta?

É.

É errado. Mas minha curiosidade é muito mais forte.

Onde eu estou? Com o ouvido colado na porta do quarto da Angel. Não me culpem, vim conversar com ela e ouvi umas conversas do outro lado.

-O que você vai fazer? O Louis não vai desistir. Ele não vai deixar você se afastar. –Zayn? O que ele está fazendo ali?

-EU NÃO SEI, TÁ LEGAL? –Angel. A voz dela estava esquisita, com se ela quisesse chorar...

-Mas, o que você acha que vai adiantar se afastar? –Zayn.

-Sei lá, quem sabe ele se esquece de mim, e segue em frente... Arruma alguém que seja a menina perfeita pra ele. –Que? Eu nunca faria isso. Não conseguiria mesmo se quisesse.  –Eu continuo não sabendo o que fazer. Já tive essa conversa duas vezes hoje, e em ambas e mais nessa, vai ser a mesma resposta: Eu não sei o que fazer. Eu estou dividida entre o que meu coração e minha mente dizem. Meu coração diz que é para mim lutar, tentar enfrentar o Henry pra poder ficar com o Lou de novo. Mas minha mente diz que se eu fizer isso, vou acabar com tudo que o Lou construiu, vou acabar com o sonho dele. –aah, meu amor! Você sabe o que eu quero? Você sabe qual o meu sonho hoje?

-Angel... –Liam? Ah, legal. Virou reunião no quarto dela agora. –Você vai mesmo pedir demissão? O que vai ser de nós sem você... –ESPERA AI! DEMISSÃO?

Quase que involuntariamente minha mão foi para a maçaneta da porta e a girou.

-Você realmente deveria começar a trancar a porta, Angel. –falei assim que entrei. Ela estava sentada na cama, com a cabeça baixa. E o Liam e o Zayn escorados na parede com os braços cruzados. –Que história é essa de demissão?

P.O.V Angel Cross.

Tinha chegado no quarto do hotel em que estávamos hospedados e me jogado na cama, até me assustar com o Liam e o Zayn escorados na parede ao lado da porta falando que precisávamos conversar. E do nada o Louis invade meu quarto.

-Errrrr... –Liam. –Vamos Zayn?

-Acho que eles tem que conversar mesmo. –o Zayn falou, deixou um beijo na minha testa e saiu junto com o Liam fechando a porta e deixando um Louis curioso e de braços cruzados no quarto junto comigo.

-Angel? –ele me chamou e eu olhei pra ele. –Acho que você me deve uma resposta.

-É o que você ouviu. Eu vou pedir demissão, Louis! Vai ser melhor.  –me levantei da cama.

-Só se for pra você! Eu não suportaria ficar sem ver você, mesmo que seja ver você de longe. Mas sem você não dá pra ficar! –fiquei em silencio e ele respirou fundo. –Está brava comigo não está?

-Não! Não estou você não fez nada para que eu ficasse brava com você. Eu só estou triste e estressada por cause desse negócio todo do contrato...  eu te amo, tanto, e você cumpriu muito bem a sua promessa de me fazer feliz. Fez, e pra caralho. Até que isso durou. Mas eu não vou deixar nada afetar você por minha culpa, Louis.

-Você não vê mesmo não é? –ele passou a mão pelos cabelos.

-O que eu não vejo?

-Que sem você não existe eu! Nunca existiu. E nem nunca vai existir. Não depois de tudo que nós passamos. E agora parece que cada “Eu te amo” que já falamos um pro outro é uma adaga que se finca no meu coração, só por saber que eu não vou poder demonstrar isso por algum tempo. –ele veio para mais perto de mim, e me segurou pelos ombros, me fazendo olhar em seus olhos, por alguns segundos até me perdi naquela imensidão de azul. –Eu sei que tudo que você está fazendo é pensando em mim, e de verdade, eu fico muito feliz de você pensar em mim, eu sei que faz pensando que é o melhor pra mim, mas seja egoísta, pense em você, só em você e fique. Por que você sabe, que esse é o melhor pra você. Ao meu lado, mesmo que de longe. Mas se você for tão cabeça dura quanto eu sei que é. –ele deu um sorrisinho, como se gostasse da minha teimosia. –E continuar fazendo o melhor pra mim, acredite o melhor e ter você perto.

-Mas e tudo que você conseguiu... Seu sonho... –ele me interrompeu.

-Sabe qual o meu maior sonho agora? Hoje? –neguei. –Você. Seu beijo todos os dias. Ouvir você dizendo que me ama sempre que acha que tem que fazer. E ficarmos juntos. –ele colocou uma mecha do meu cabelo pra trás. –Entenda que eu arriscaria tudo pra ter você comigo.

Ele assim como eu, chorava silenciosamente.  Não era fácil para nenhum de nós falar sobre isso. O quão fácil tudo mudou, de como nosso namoro perfeito, não por sermos um casal fofo, mas por nos amarmos. Tornou-se nessa... O que temos mesmo? Estamos tão próximos quanto dois estranhos, só que dois estranhos que se amam fodidamente.

-M-me desculpa? –solucei. –Me desculpa por ter sido tão idiota, tão trouxa. –desvencilhei-me dos braços dele. –Eu s-só queria fazer o melhor para você, eu só queria poder aliviar tudo isso, e acabei machucando quem  eu menos queria. Machucando você e me machucando. Ah eu sou tão, mas tão idiota... –ele me obrigou a ficar quieta quando me abraçou.

O abraço dele, sempre vai ser a única coisa capaz de me acalmar em qualquer situação. E parece que isso é tudo o que eu precisava para desistir dessa ideia maluca de demissão, que sinceramente, agora, parece a maior besteira do mundo.

-Calma, meu amor. –ele sussurrou. –Só não deixa eu te perder? Você prometeu que eu nunca ia te perder.

-Você não vai me perder, Boo. –senti ele sorrir pelo apelido bobo de quando erámos pequenos. –Vou ser sua, sempre vou ser. Por toda minha vida, e se existir uma vida depois dessa, vou ser, e depois dessa, e depois... só que isso tudo é muito maior que nós, não podemos fazer nada.

-Eu te amo, Angeles. –sorri, um sorriso verdadeiro e espontâneo de verdade depois de semanas.

-Eu também te amo, William. Meu William. –ficamos em silencio um tempo, só no abraço. Sentindo a presença um do outro. Só nós dois. Angel e Louis. E por momentos, isso pareceu ser o suficiente. –Por que as coisas tem que ser tão difíceis para nós dois?

-Eu não sei...  Não sei... Mas eu vou lutar por eu e você, Angel. –ele, relutante, soltou o abraço e ficou me olhando por algum tempo. –E se você quer continuar com essa ideia de se afastar, tudo bem, vou respeitar isso.

-Eu não vou. –falei dando de ombros e ele sorriu.

-Não? Mesmo?

-Sim. Já imaginou o desastre que ia ser se eu deixasse vocês escolherem as roupas por si?! –falei e ele riu concordando.

-Sabe a hora que eu falei que um dos meus principais sonhos agora era te beijar? –ele perguntou e eu assenti. –Poderia realizar um sonho meu não é? –falou picando os olhos inocentemente e eu ri chegando mais perto dele e acariciando seu rosto.

-Isso não é nem um pouco certo. –sussurrei com nossos lábios quase colados.

-Não tem que ser certo ou errado. Tem que ser o que seu coração quer. –ele sussurrou de volta e juntou nosso lábios iniciando um beijo.

Sorri entre o beijo, assim como ele. É isso que causamos um no outro, sorrisos roubados. Suspiros bobos. E mesmo com todas essas coisas ruins acontecendo. Nosso amor continua o mesmo. Quem sabe, até mais forte. Vai ser difícil? Vai. Mas agora eu cheguei a conclusão que enfrentaria o mundo com só uma mão se ele segurasse a outra.