História I'll stay by your side (Narusasu) - You promise?

*Naruto* 

Depois de alguns segundos Sasuke pega no sonho enquanto falava, analiso sua expressão e meu coração dói pela dor que ele está sentindo, mas o que eu poderia fazer para ajudá-lo nesse momento? Só de estar ao lado dele já sirvo pelo menos para um possível conforto?  

Enquanto Sasuke se agarra a mim em seu sono, minha mente não me deixa descansar e a pergunta que não quer calar é o que ele queria dizer antes de dormir? Quais as possibilidades de ser um “eu te amo”? Eu não deveria estar pensando em algo assim, nesse momento tão crítico. 

Apesar de parece estar tendo alguns pesadelos, Sasuke consegue dormir até o amanhecer, já eu nem consegui cochilar por trinta minutos, minha mente está um turbilhão com essas coisas que aconteceram tão repentinamente e além do mais me sinto encasquetado com o fato de que Shisui não atende o telefone, será por minha culpa?  

Porém, não pude ligar para ele, desde que quero cortar esses laços invisíveis que nos ligam, se eu não me afastar ele não vai esquecer. No final a única coisa que posso fazer por Sasuke no momento é estar ao seu lado e nem sei se isso será de alguma ajuda. 

Quando voltamos para dentro da capela Itachi nos avisa que Shisui finalmente atendeu e que está vindo para o enterro pelo menos, mas Itachi parece estar escondendo algo e pela sua expressão já imagino o que deve ser, mas não digo nada pois eu não posso me intrometer na situação familiar deles. 

Sasuke para ao lado do caixão de sua mãe sem dizer ou fazer nada, apenas fica olhando para ela, com a expressão que eu só o vi fazer duas vezes na minha vida, a primeira vez foi quando o pai dele morreu e a segunda quando eu o magoei dizendo que tudo havia sido apenas um jogo para mim. 

Ele só se afasta do caixa quando os encarregados da funerária aparecem para levar o caixão para o cemitério, ele volta a ficar do meu lado mais não diz nada.  

-Você vem com a gente Itachi?  

-Não, você e Sasuke podem ir juntos que eu vou com meu amigo – ele diz apontando para um cara que está afastado. 

-Vamos Sasuke? – digo pegando na mão dele. 

-Vamos – sua voz sai como um sussurro, Itachi afaga o braço do irmão e se afasta. 

-Como você está se sentindo? 

-Triste e irritado – ele diz sem olhar para mim. 

-Porque irritado? 

-Você não percebeu? Só pela cara de Itachi já posso ver que Shisui talvez não chegue a tempo para o velório, a onde ele estava? Porque não atendeu? Aposto que ele não quis, já tempo que ele vem sendo egoísta em relação a nossa família. 

-Porque ele não iria querer atender vocês?  

-Eu não sei, mas ele se afastou de nós, já deve fazer uns três anos que não nos vemos e que ele tampouco veio ver nossa mãe – quando paramos no sinal eu pego na mão dele e faço com que ele olhe para mim. 

-Não fica assim... Eu não sabia que ele estava desse jeito, pois para mim ele dizia outra coisa...  

-Ele mudou muito, ele não é mais o meu irmão considerado e amável – ele aperta minha mão de leve – Obrigado por me escutar. 

A conversa com Sasuke sobre Shisui fica martelando na minha cabeça, o que me faz lembrar que no estrangeiro ele estava andando com um grupinho nada bom, mas ainda assim para mim ele parecia o mesmo de sempre.  

O momento do enterro chega e Shisui não aparece, Sasuke não parece preparado para dar o adeus final, mas quem está preparado para um momento como esse? Em todo o momento ele segura na minha mão como se precisa disso para não desabar. 

-Adeus mamãe – ele diz depois que enterram o caixão completamente. 

Todo começam a ir, mas Sasuke continua ali parado segurando na minha mão e olhando para o túmulo, sem dizer uma palavra se quer, ouço a voz de Itachi exaltada atrás de nós, mas nenhum de nós olha para trás. 

Shisui aparece do nosso lado com a pior das expressões, ele olha para mim, depois para Sasuke e depois para nossa mão agarrada, ninguém diz nada. 

-Não pensou duas vezes antes de correr para os braços do seu querido – diz ele. 

-Do que você está falando? – digo – É melhor você não começar com esse papo. 

-O que você está fazendo aqui para começo de conversa? – ele diz virando para mim. 

-Cala a maldita da sua boca – diz Sasuke – Você não tem o direito de questionar nada aqui, vamos Naruto? – ele diz me puxando. 

-Espera, quem disse que você pode falar assim comigo? Eu sou seu irmão mais velho. 

-Irmão mais velho? Isso é uma piada ou o que? Você não vem para casa há três malditos anos, você não compareceu ao enterro da sua própria mãe e agora quer voltar a ser da família? – ele se aproxima de Shisui –O Naruto era quem estava nos apoiando nesse momento, não você – ele aponta o dedo na cara de Shisui. 

A expressão de Shisui muda, ele está claramente irritado com as palavras de Sasuke ou ele está mais irritado pelo fato de que eu estou aqui? Ele pega na blusa de Sasuke e levanta a mão como se estivesse se preparando para dar um soco na cara dele, mas antes que ele o faça Itachi aparece e segura no braço dele. 

-Aprenda a aceitar quando estiver errado e não se atreva Shisui, pois Deus sabe como eu estou irritado com você nesse momento – a voz de Itachi está completamente diferente de como ele é normalmente, até Shisui estremece. 

-Nii-san, você precisa de companhia hoje?  

-Itachi, se você quiser pode vir para nossa casa – digo para mudar de assunto rapidamente. 

-Vocês estão morando juntos? – diz Shisui. 

-Não sabia que vocês estavam morando juntos, mas fico feliz em saber que meu irmãozinho está bem boas mãos – diz Itachi passando por cima de Shisui – Eu agradeço, mas vou ficar na casa do meu amigo que já havia me convidado, depois eu te ligo para ver o que vamos fazer em relação a casa e há outras coisas que eu quero conversar com vocês – ele olha diretamente para mim – Cuida do meu irmãozinho, ok? E obrigado por estar aqui conosco. 

-Não foi nada, qualquer coisa que vocês precisarem, é só me pedir. 

-Até mais Nii-san, vou esperar sua ligação. 

Itachi apenas concorda com a cabeça, solta Shisui abruptamente, fazendo com que ele caia para trás e vai embora. Sasuke ignora a cena e me puxa em direção ao carro sem olhar para trás, ele está realmente bravo, ele não solta a minha mãe até termos que entrar no carro. 

-Que tal irmos comer algo para que você possa repor suas forças? – digo assim que entramos no carro. 

-Eu não estou com fome... Eu só quero ir para casa e me deitar, principalmente porque amanhã temos que trabalhar e eu ainda não fiz o que é necessário e urgente... 

-Esquece o trabalho, você não precisa ir nessa semana. 

-Sim, eu preciso, pois se eu ficar sozinho, eu vou ficar remoendo toda essa situação – ele diz olhando para mim – Eu vou ficar pensando na minha mãe e no Shisui e eu não quero – ele pega na minha mão – Por favor. 

-Bom, se você quer... Quem sou eu para impedir, mas que tal você descansar um dia? Eu vou estar com você – olho nos olhos dele – Eu prometo. 

Ele me encara por alguns segundo e apenas concorda com a cabeça, depois dessa nossa conversa ele não diz mais nada, apenas fica olhando a paisagem pela janela do carro, perdido nos próprios pensamentos até chegarmos em casa. 

-Você está bem? – digo quando ele não se dá conta que já chegamos – Você está tão pálido, talvez eu devesse te levar a um hospital. 

-Estou, eu só estou cansado – ele diz finalmente se mexendo – Foi um dia longo. 

Preocupado tanto com o estado físico quanto o mental dele, o pego no colo antes que ele possa se quer sair do carro. 

-O que você está fazendo? Eu consigo andar... 

-Como imaginei – digo ao encostar meu rosto no dele – Você está febril – eu continuo com ele no colo e ele não diz mais nada sobre, apenas se agarra a mim. 

-Onde está Yuki? – ele diz assim que botamos o pé dentro de casa. 

-Eu pedi que a cuidadora ficasse com ele até amanhã, não se preocupe – digo levando-o direto para o banheiro do meu quarto – Você precisa tomar um banho morno e trocar de roupa, e depois nós vamos comer algo e descansar juntos, ok? 

-Ok 

Começo a ajudá-lo a tirar a roupa e me surpreendo com o que vejo, ele ainda tem e usa o colar que eu dei a ele há anos atrás, isso faz com que meu coração acelere e uma pitada de felicidade toma conta de mim. 

-Você consegue se lavar sozinho? – digo enfiando-o debaixo do chuveiro. 

-Consigo. 

Deixo-o fazer todo o processo sem deixar de observá-lo, caso ele me necessite. Não pergunto sobre a questão do colar, já que não é o momento e nem sei se devo perguntar sobre na verdade. 

Depois que ele termina o ajudo a se secar e colocar o pijama, ele não diz uma palavra se quer durante o processo, o que me faz começar a ficar ainda mais preocupado que antes. Ele está cansado? Triste? Ou ficou ainda mais doente?  

-Sasuke, me diz como você está se sentindo... Estou começando a ficar preocupado – digo assim que o ajudo a se sentar na cama. 

-Eu... – então ele começa a chorar – Porque minha mãe teve que morrer? Porque Shisui ficou assim? Porque estou com tanto medo de que você desapareça?  

Eu abraço, suas lágrimas não param, ele chora descontroladamente como se estivesse aguentando a séculos, ao mesmo tempo que ele se agarra a mim com todas as forças que ele ainda tem. 

-Eu não vou a lugar nenhum – sussurro para ele – Você não precisa ficar com medo. 

-Você promete? – ele se afasta e eu limpo as lagrimas dele. 

-Eu prometo – beijo seus lábios de leve e as lágrimas param repentinamente – Você parou de chorar – sorrio. 

-Sim – ele diz olhando nos meus olhos – Outra vez... 

Antes que eu possa entender do que ele está falando, ele me beija, um beijo mais demorado, com uma das mãos ele toca na minha e seus dedos se entrelaçam nos meus, planto minha mão livre no rosto dele, correspondendo o beijo, sentindo aquela corrente elétrica no meu corpo como no passado. 

Nos afastamos apenas quando já estamos sem fôlego, então ele me abraça enterrando o rosto no meu peito, posso sentir o calor exalando do seu corpo. Coloco minha mão na testa dele e vejo que ele está queimando de febre. 

-Sasuke, você tem que se deitar, sua febre está piorando – faço com que ele se deite e me levanto para pegar um medicamente para ele. 

-Não vai, por favor – ele diz segurando minha mão – Eu não quero... ficar sozinho... de novo  

-Sasuke? – ele continua segurando minha mão, mas já pegou no sono – Você ainda sente algo por mim? – beijo a testa dele, ansiando por uma resposta que eu nem sei se virá em algum momento.