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História Ilusões - Capítulo XV - Tarada e chata


Escrita por: apxrodith

Notas do Autor


Capítulo reescrito e revisado.

Boa leitura <3

Capítulo 15 - Capítulo XV - Tarada e chata


A cena era chocante, e eu não sabia o que fazer. À minha frente tinha um homem sangrando, um homem que eu mal conhecia, e mesmo eu sentindo que precisava ajudá-lo, não sabia se era seguro para mim.

— Por favor — Ele gemeu, com a mão na barriga. — Me... Argh! Me ajuda, Sophie.

Foi um estímulo, de certa forma. Fui até ele e rodei seu braço em meu pescoço, e conduzi Harry até o sofá. Fechei e tranquei a porta logo em seguida, e quando me virei, percebi com mais clareza o sangue no rosto e  nas mãos do Styles.

— Vou pegar uma caixa de primeiros socorros. — Digo e saio apressada até o banheiro, voltando instantes depois com a caixinha na mão. — O que aconteceu? — Pergunto me sentando ao lado dele, no sofá.

Harry não me respondeu enquanto eu passava o pano úmido em seu rosto, e nem quando passei o álcool e outros líquidos. Só fez algumas caretas e reclamou o quanto estava ardendo e o quanto eu estava sendo insensível quanto ao toque em seu rosto.

— Não vai me dizer o que aconteceu? — Disse e peguei a mão dele, com alguns pequenos cortes e sangrando.

— Briguei com alguns idiotas. — Ele tentou sorrir. — Eu consigo cuidar disso, obrigada. — Afastou sua mão da minha e tirou o pano úmido da minha mão, começando a esfregar o tecido no sangue úmido.

— Não me convenceu. — Olho para o movimento brusco que ele fazia, mas não parecia incomodado, então deixei que continuasse. — Como posso te ajudar se nem sei o que aconteceu?

— Já disse: briguei com uns idiotas. É tudo o que você precisa saber. — Entregou-me o pano, agora vermelho, e eu o depositei em cima da pequena mesa de vidro à nossa frente.

Desisti de insistir no assunto. Eu sentia que não ia conseguir arrancar mais alguma informação dele, então só rezaria para que nada daquilo envolvesse o Zayn.

A camisa dele estava manchada de vermelho. E, se me lembro, ele pressiovana aquela mesma área quando eu abri a porta.

Levo a mão até os botões da camisa e começo a desabotoar. Harry sorri para mim.

— Apressada, senhorita Blãe.

Reviro os olhos pra ele e continuo desabotoando.

— Me diz que não levou um tiro. — Quando termino com os botões, suspiro mentalmente ao perceber que ele não levara um tiro, afinal. Mas parecia que uma cicatriz havia sido aberta. — Não posso cuidar disso, Harry. Não sou médica.

Ele faz uma careta e se livra da camisa verde por inteiro.

— Não posso ir para um hospital.

— Pode sim, eu posso chamar uma ambulância. Isso pode ser grave.

— Teria que... — Ele para de dizer com uma careta, pega o pano que usamos há minutos atrás e pressiona no ferimento. — Teria que relatar o que houve comigo.

— Brigou com alguns idiotas, não foi? É só falar isso, aparentemente. — Ergo uma sobrancelha e cruzo os braços.

— A questão é quem foram os idiotas. Isso eu não posso falar.

Olho o pano. O sangue se espalhava mais rapidamente, e quase não dava para ver outra cor que não fosse o vermelho no tecido úmido.

Suspiro.

— O que quer que eu faça? — Indago, observando os olhos verdes e intensos do homem.

— Vou te dar as instruções. Primeiro, vai ter que aquecer uma faca.

Fico confusa, mas resolvo só seguir os passos.

⋆⋆⋆

— Até que ficaram boas. — Harry diz quando termina de vestir a camisa de meu irmão, com um sorriso satisfeito no rosto. — É jovial, me lembra dos bons tempos.

Franzi o cenho diante da fala dele. Parecia ser, no máximo, uns cinco anos mais velho que eu, e mesmo assim falava como se tivesse quarenta.

— Vinte e sete.

— O quê?

— Minha idade. Pareceu estar se perguntando qual era.

— Está melhor? — Digo olhando para sua barriga, onde estaria a faixa que coloquei.

O método que ele me ensinou parecia ter funcionado, e me perguntei se ele já tinha passado por esse tipo de situação antes. O que me fez indagar se Zayn já tinha passado por isso.

Não me lembro de ter visto alguma cicatriz naquela mesma região em Malik, mas, se me lembro, já tinha visto uma cicatriz nítida nas costas dele.

— Estou sim. — Ele responde, com um curto sorriso no rosto.

— Dorme aqui hoje. Para se recuperar.

— Eu posso ir embora.

— Amanhã você vai embora, Harry. Descansa, é o melhor a se fazer. — Cruzo os braços encarando ele. — Vou te prender aqui, se necessário. — Sorrio, arrancando uma retribuição dele também.

— Está bem, Blãe. — Ele diz se sentando na cama de Collin.

— Acho melhor não sentar aí. Meu irmão tem se divertido bastante ultimamente. — Faço uma pequena expressão de nojo, mas Harry mal se importa.

— Grande Collin. — Ele sorri e se levanta. — Onde posso repousar, então?

Eu havia citado o nome do meu irmão pra ele?

— Eu não...

— Eu estou ficando com sono. Acho que vou ficar no sofá. — Ele se levanta e anda até a porta com certa dificuldade.

— O quê? Não! Pode ficar no meu quarto.

— Tem certeza? — Harry se vira pra mim com as sobrancelhas franzidas. — Não quero abusar da sua gentileza.

— Fica me devendo uma. — Eu sorrio e conduzo ele até meu quarto. — Quer comer ou tomar alguma coisa?

— Vodka caíria bem. — Ele sorri mostrando os dentes brancos e perfeitos e as covinhas.

— Não tenho esse tipo de bebida aqui em casa. — Sorrio. — Infelizmente, meus pais não permitem que seus filhos bebam álcool. Não embaixo de seu teto, pelo menos.

— Você não é tão certinha assim. Gosto disso. — Harry deita na cama com dificuldade. — Vinho?

Reviro os olhos.

— Vou te trazer um chá.

Saio do quarto e desço as escadas antes de uma resposta, e penso enquanto a água ferve.

Não tinha a mínima ideia de como Harry tinha se envolvido numa briga daquelas, mas isso me fazia ficar preocupada com Zayn. Ele sumiu por uma semana e Harry foi uma das últimas pessoas que eu vi que conversou com ele. Zayn parecia muito irritado naquela madrugada.

A água borbulhando me afasta dos devaneios, e preparo o chá para levar ao amigo de Zayn.

No quarto, Harry mexia em seu celular, o que descartou a tentativa de um assalto da minha lista mental de possibilidades.

— Tem falado com o Zayn? — Pergunto, entregando o chá para ele.

— Não. Não se preocupe, ele está bem. Deve estar ocupado agora, se é que me entende. — Ele deu uma curta risada antes de tomar o chá.

— O que? — Sem ciúmes, certo? Eu não tinha nada com Zayn além de uma tentativa falha de amizade e sexo casual (ou quase isso). Não tínhamos um relacionamento e eu não deveria sentir ciúmes dele.

— Ai, desculpa! — Harry exclama. — Eu esqueci que vocês namoravam. E, bem, estou surpreso. Zayn não namora desde... Desde que eu o conheço.

Isso deveria ter me aliviado, mas eu não sabia como me sentir em relação a isso. Talvez continuar falando de Zayn fosse uma má ideia.

— Não namoramos.

— Só sexo casual?

— Harry! — Repreendo ele.

— Okay, desculpa! — Ele ri. — Vamos finalizar este assunto.

— Concordo. Não sei nada sobre você.

— E o que quer saber?

— Bom...

Passamos muitas horas conversando, até o momento em que comecei a fechar as pálpebras sem nem perceber. Harry me mandou ir dormir e eu só obedeci por estar extremamente cansada.

Mas a conversa rendeu. Descobri um pouco sobre sua infância, onde ele era uma criança órfã, mas que nunca se deixou abalar por isso, e que ele, ao contrário do círculo de amizade no qual está, é um dos poucos que não fuma.

“Niall é o mais certinho dos cinco, mas eu tenho minhas dúvidas”, ele disse.

Mesmo não aprofundando no tópico, descobri que Zayn não é tão sozinho afinal. Confia em Harry, Niall, e um tal de Louis e Liam, no qual ele confia muito, aparentemente.

Então, quando fui dormir, fiquei mais tranquila por saber que Zayn não era tão solitário quanto fazia parecer.

E por saber que Harry era uma pessoa tarada e chata, mas suportável e legal ao mesmo tempo.



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