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História I'm a Walker - Encontrei a Beth!


Escrita por: Sandi_Oliveira

Notas do Autor


Olá, pessoas, espero que estejam curtindo o feriado e que o capítulo possa deixar ele ainda melhor
Boa leitura!
Dica de trilha sonora: Yesterday - The Beatles

Capítulo 14 - Encontrei a Beth!


Fanfic / Fanfiction I'm a Walker - Encontrei a Beth!

POV/ ZACHARY WALKER

Agora aqui deitado em uma cama com lençois mal cheirosos de um casal desconhecido, observando o pó nos feixes de luz que entram no cômodo através da janela com a Beth dormindo no meu peito nu enquanto faço carinho em suas costas também nuas, me sentindo mais leve e mais feliz que nunca, penso no que o Daryl me disse sobre eu já ter encontrado o que procurava, agora entendo o que ele quis dizer com isso e finalmente posso dizer pra mim mesmo que meu trabalho acabou, cumpri minha missão, finalmente encontrei a Beth.

Há um silêncio ensurdecedor no carro, nós dois ainda estamos absorvendo tudo o que aconteceu ontem, e tem muito o que se absorver. Depois que saímos da casa encontramos nosso carro do jeitinho que deixamos, desatolamos ele e agora estamos voltando pra casa, e esse silêncio todo está começando a me incomodar, então coloco pra tocar um CD que está no carro desde que o encontrei. Assim que a música começa a Beth me olha com um sorriso se formando no rosto, ela reconheceu a música, e assim que Joe Cocker começa a cantar eu o acompanho tão alto e horrível quanto da última vez.
−YOU ARE SO BEAUTIFUL TO ME, YOU ARE SO BEAUTIFUL TO ME, CAN’T YOU SEE? − continuo cantando enquanto a Beth ri e ás vezes olha pra baixo fazendo uma negativa com a cabeça.
O mais engraçado de tudo isso é que sempre achei essa música ridícula, eu nunca a levei a sério, mas a ouvindo agora enquanto olho para Beth sorrindo, eu entendo cada palavra do que ele diz, e é aí que percebo que eu finalmente entendo as músicas de amor, que antes eram bregas e idiotas, agora expressam exatamente o que sinto.
Assim que a música acaba e outra começa a Beth abaixa o volume para falar comigo:
−Eu tava pensando no meu pai.
−O que tem ele?
−Ele deve tá uma fera comigo.
Eu e essa minha mania de esquecer em que mundo estamos, é óbvio que ele deve está puto, eu tirei a filha mais nova dele de um lugar seguro e a arrastei mundo a fora no meio dessas coisas podres que antes eram pessoas. Isso é o suficiente para me deixar nervoso, já começo a ensaiar mentalmente discursos e pedidos de desculpas. E enquanto estou me preparando pra bomba que nos aguarda na prisão vejo um Walmart e falo para Beth:
−A gente podia dar uma passada lá − aponto na direção do Walmart.
−Não sei, não, o bilhete que deixei pro meu pai dizia que eu voltaria antes de escurecer, já tô mais de 12 horas atrasada.
−Mais um motivo pra ir então.
A Beth olha pra mim ponderando o que eu disse e por fim concorda.
Estaciono o carro o mais próximo da entrada que consigo, e pegamos nossas mochilas, preparamos nossas armas e por fim com muito cuidado entramos no hiper mercado com receio de descobrir o que nos espera lá dentro. Eu vou na frente e peço para Beth cobrir minha retaguarda, aqui dentro é extremamente escuro, mesmo agora que estou com minha lanterna ligada, quanto mais fundo entramos, mais escuro fica.
Escuto um barulho como o de alguém caminhando de forma vagarosa entre entulhos, me viro para a Beth e pergunto cochichando:
−Você ouviu isso?
Ela afirma com a cabeça e depois aponta para frente fazendo uma diagonal para a esquerda na direção da sessão de enlatados, a duas sessões da que estamos.
−Veio de lá − diz ela cochichando.
Aceno positivamente para ela com a cabeça e vou andando até o fim do corredor, depois viro a esquerda indo para a sessão de enlatados, tentando fazer o mínimo de barulho possível, a Beth me acompanha e vem vindo logo atrás de mim. Assim que chego nos enlatados vejo lá no fim do corredor uma criatura tão encolhida que não sei dizer exatamente o que ela é, então me aproximo com a lanterna e minha Glock apontando para ela, e quando chego próximo o bastante para ter visibilidade consigo ver que se trata de um ser humano, e pelo tamanho é uma criança, não consigo ver o rosto dela porque usa algo na cabeça que cobre seu rosto, então me aproximo mais, enquanto a criança permanece imóvel, e com isso vejo o que ela está usando na cabeça, é um boné de baseball, não é só um boné, eu reconheceria esse boné em qualquer lugar, com as abas desgastadas e as inicias BW (Beth Walker) na viseira. Então meu coração se enche de algo que acredito não sentir desde que cheguei até minha casa em Macon. Me aproximo, me agachando para ficar na altura dos olhos dela com minha arma já no coldre.
−Vai ficar tudo bem, sou eu Beth.
A Criança levanta a cabeça e me olha nos olhos e percebo que ela pode ser qualquer coisa menos minha irmã, é um garoto de uns 8 anos de idade, de cabelos enrolados, olhos castanhos claros e muito assustado, automaticamente me levanto, pego a Glock e aponto para o menino.
−ONDE VOCÊ CONSEGUIU ESSE BONÉ!?
A criança faz bico e seus olhos começam a lacrimejar, instantaneamente me arrependo do ato, mas já é tarde demais, o menino começa a chorar, devolvo minha Glock para o coldre, e vejo a Beth me ultrapassando depois de me empurrar para o lado.
−Tá tudo bem, você tá seguro agora… − A Beth fala para o menino tentando acalmá-lo.
Me sento no chão já não ouvindo absolutamente nada da conversa dos dois, coloco as mãos no rosto, me sentindo envergonhado e decepcionado e nos meus olhos escorre muito facilmente e de forma constante lágrimas, eu pareço uma torneira. Me sinto completamente sem chão, imaginar ter encontrado ela aqui e agora e depois sentir quase como se eu tivesse visto o corpo dela, como se o fato do boné estar com esse garoto fosse de certa forma uma sentença de morte para ela, o boné, um dos objetos que me fez acreditar que ela ainda podia estar por aí com ele, agora na cabeça de um garoto do qual eu quase atirei.

A volta pra prisão é silenciosa, mas diferente do silêncio anterior quando no carro só estava Beth e eu, esse silêncio vem acompanhado de um clima sufocante, eu dirijo enquanto no banco de trás o garoto que agora sei que se chama Luke está deitado no colo da Beth enquanto ela faz carinho em sua cabeça, vejo isso pelo retrovisor, porque agora sinto que é impossível conseguir olhar diretamente para ela ou para o menino.

Assim que chegamos na prisão somos recebidos pelo Hershel, que abraça Beth e diz que depois eles vão conversar, depois ela e o Luke entram para o bloco de celas, enquanto eu descarrego o carro com alguns suprimentos que peguei do Walmart depois da minha crise de choro. O Hershel vem até mim quando já estou terminando de pegar tudo e organizando de forma que eu consiga levar de uma vez lá pra dentro.
−O que… − interrompo o Hershel.
−Me desculpa, mas agora não Hershel − falo e depois saio abarrotado de suprimentos os levando até nossa dispensa.

Depois de levar os suprimentos fui para o meu bloco de celas e estou aqui até agora deitado, já deve ser por volta das 23h, eu não tenho vontade de fazer nada, falar com ninguém, eu só quero ficar sozinho, mas meu desejo não é concretizado já que acaba de entrar na minha cela o Hershel, ele senta na minha cama
−A Beth me contou sobre o que aconteceu no Walmart − ele para de falar talvez esperando que eu me pronuncie, mas não é o que faço −Não deixa isso te consumir garoto, você tem feito um grande progresso desde que chegou aqui, não regrida, não agora − ele se levanta depois de dar alguns tapinhas na minha perna e vai embora.
Eu não sei o que fazer, não sei o que eu devo sentir, eu mal consigo pensar, minha cabeça dói, parece que tudo está girando. Eu preciso dormir, mas não consigo, como eu amaria ter agora uma garrafa de qualquer coisa pra me fazer apagar, eu só quero me desligar, dormir e nunca mais acordar.

Pelo visto o cansaço me venceu e eu consegui dormir um pouco, umas 2 horas pelo menos, digo isso porque dá pra ver que ainda não amanheceu, estou dormindo de lado como normalmente faço, mas percebo que tem alguém na cama comigo, me abraçando por trás, olho para a mão que está na minha cintura, e rapidamente reconheço, é a Beth, claro e quem mais poderia ser? Essa noite eu não fui até sua cela então ela deve ter vindo até a minha, a gente não troca nenhuma palavra sequer desde o Walmart, achei que ela poderia estar com medo ou talvez raiva de mim, pelo que rolou com o menino, mas aparentemente as coisas estão bem, é o que espero. Me viro para ficar de frente para ela e por consequência dos meus movimentos ela acaba acordando, de frente um para o outro a Beth diz:
−Oi, como você tá?
Respondo com uma expressão de mais o menos, expremendo os lábios e apertando os olhos.
−E o garoto? − pergunto
−Ainda bem assustado, mas ele vai ficar bem. Eu perguntei pra ele sobre o boné.
Olho atentamente para Beth esperando que ela continue.
−Ele disse que encontrou a um tempo atrás, e que não sabe de quem era e não tem nenhuma informação sobre ele.
−A minha irmã tá morta, num tá?
−Zack, não… − interrompo Beth.
−Eu só preciso que me digam isso em voz alta, porque eu sei que todo mundo acredita nisso, mas eu continuo insistindo, só fala, talvez com isso eu pare de alimentar esperança e caia na real.
−Pára Zack, eu não posso afirmar isso, não até termos alguma evidência.
−Evidência? Ela é uma garotinha de 7 anos sozinha numa merda de mundo como esse, isso pra mim soa mais forte que qualquer evidência.
−Você não precisa de ninguém pra parar de alimentar esperança, porque você já parou, você já acredita que ela morreu, mas eu vou te dizer uma coisa que meu pai disse assim que encontramos esse lugar: se você não tem esperança qual o sentido de viver?


Notas Finais


Espero que tenham curtido, se não favoritou, favorite =D
Expressem a opinião pelos comentários, pois amo saber o que estão achando
Próxima sexta tem mais, intê mais ;)


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