História Im Dressed in Black - Burn the Pages - David

Cheguei em Escarpa na hora do almoço. Eu ainda ria lembrando da cara da Cat quando disse que eu ia pilotar o helicóptero.
-Você não é a unicia que tem dotes - disse pra ela quando contei. Como já me acostumei ela ficou brava, mas depois riu comigo.
Fui ao encontro da minha familia com o Dudu falando todos animado ao meu lado.
-O que sera que sua mãe vai achar da Cat? Acho que ela vai ficar feliz... A Cat é bem mais simpática que a Saracura e...
-Dudu como você fala cara.
-Foi mal mano, mas é que eu to animadão pra esses dias aqui. Olha pra gente, estamos parecendo duas folhas de papel sem tomar sol.
-Vai ser bom, vamos voltar pra Paris da cor do pecado - brinquei entrando na onda dele.
-Isso ai é com a Cat, despenso essa informação.
-Tio - ouvi a voz do Abner me chamando.
Ele veio correndo na minha direção.
-E ai garoto - peguei meu sobrinho no colo e o abracei. Que saudades eu tava. Não o via desde as férias pós Copa e aqueles dias eu nem aproveitei ele pela tristeza que eu tava sentindo.
Minha mãe, meu pai e minha irmã se aproximavam sorridentes.
-Tia Rê - Dudu logo correu pra minha mae a abraçou.
-Oi garoto, como você esta?
-Estou ótimo tia.
-Bacana você falar com a minha mãe antes de mim
-Own meu Deus. Vem aqui meu filhos amado.
Abracei minha mãe e me senti em casa de novo. Sem o trauma da copa, sem Sara... Só eu e ela.
-Você só fala com a sua mae?
Abracei meu pai e minha irmã e fomos pra casa. Era aniversario da minha mãe e o bolo já esperava pela gente no quintal.
Estava sendo tao bom rever minha familia, amigos que minha mãe tinha convidado pra passar esses dias aqui que ate estranhei quando minha mãe me chamou pra andar.
-Fala dona Regina - disse depois de estarmos afastados de todos. - o que a aflige?
-A mim nada. Só fiquei pensando em como você estaria depois do que ouve com a Sara.
-A mãe, nos primeiros dias foi difícil mas ai apareceu a Catarina.
Minha mãe deu um enorme sorriso. Contei a ela da historia do atropelamento e de como fui me apaixonando por ela a cada dia que passavamos juntos.
-Espera, você atropelou a moça?
-Serio que de tudo a senhora só ouviu isso? - perguntei rindo.
-Não eu ouvi todo resto mas... - ela parou e me olhou - essas coisas só acontecem com você né filho? - ela disse acariciando meu rosto.
-Eu a amo mesmo mãe. É tao diferente de tudo que já senti que...
-Não precisa explicar, ta escrito na sua testa. E na dela também, pelas fotos que eu vi. Ela parece uma boa moça.
Ouvir isso, me bateu um breve pânico só de imaginar o que aconteceria se a dona Regina soubesse o que a Cat era na verdade
-Filho, não precisa ter presa. Ta obvio que vocês se gostam e se sentem bem um com outro. Não precisa atropelar nada, de novo, - sorri com a piadinha - Deus faz as coisas a tempo dele e do jeito dele então... Ele vai dar um jeito pra que vocês fiquem juntos.
Era ate irônico ela me dizer isso sem saber da metade que já tínhamos passado esses dias.
-Obrigado mãe.
-Mas então, por que ela não veio com você?
-Ela quis passar o Natal com a familia e os amigos. Dias 26 ela vêm.
-Ótimo, já vou deixar o quarto dela arrumado.
-Mãe...
-David, já sabe.
-Dona Regina e suas regras - abracei ela e fomos voltando onde estavam todos.
Quartos separados. Eram as regras. Mas eu ia dar um jeito de ficar com ela. Na primeira distração da dona Rê eu examinou as janelas.