História I'm here. - Confuso.

Enquanto olhava pela enorme janela da lanchonete,  esfregava nervosamente suas mãos uma na outra.

Estava ansioso, e tentava a todo custo esconder. Apesar de não fazer nenhum sentido ficar assim, era apenas a namorada de seu melhor amigo.

Suspira nervoso, desde quando começara a se sentir nervoso em relação a Júlio? Todas as vezes que ao menos pensava em nele, seu estômago revirava, além de começar a transpirar mais de que o normal.

- Senhor vai querer algo? - Pergunta o garçom o assustando, ao aparecer ao seu lado de repente. 

- Por agora não! - Diz Igor, normalizando a respiração alterada, devido o susto.

O garçom assente e logo se afasta, Igor  agradece pelo mesmo não falar nada. Já estava ali esperando há algum tempo, e não havia pedido nada.

Olha novamente pela janela, porém não observava mais o movimento na rua, que era pouco. Mas sim, o céu nublado e sem cor.

Aquele dia, era perfeito para ficar em casa. Era um dia chuvoso e frio, gostava daquele clima,  apesar de ser deprimente.

- Igor!  - Ouve chamar, e se vira para a garota loiro a sua frente, que sorria para si.

Rebeca era uma garota bonita, tinha que admitir.  Seu corpo era pequeno e delicado, porém não deixava de ter curvas sinuosas. 

- Oi! - Diz sorrindo e se levanta, cumprimentando-a com um beijo no rosto. - Senta!

Rebeca assente sorrindo, e se senta em sua frente. Faz um sinal para que fose atendida,  e não demora muito para que um garçom apareça.

- Senhorita! - Diz ao chegar, sorrindo para garota. Igor não pode notar que aquele sorriso tinha segundas intenções,  assim como Rebeca que cora.

- Um cappuccino para mim por favor! - Diz sorrindo educadamente. - E você?  Vai querer algo? - Pergunta ao virar para Igor.

- Uma coca por favor! - Diz e o garçom assente, e com um ultimo sorriso em direção a Rebeca se afasta.

Uma conversa cotidiana começa a se formular entre os dois,  que não passa de banalidades.  Enquanto esperavam seus pedidos.

Ao que não demora muito a chegar, com o mesmo garçom sorridente de antes.

- Então Igor. ..- Começa Rebeca, após dar um longo gole em seu café. - Te chamei aqui para falar sobre Júlio. 

Igor assente atento, enquanto tomava um gole de seu refrigerante.  Tentando deixar suas mãos ocupadas, que tremiam muito e poderiam denunciar seu nervosismo. 

- Bem...- Diz a garota com a voz trêmula. - A-Acho que ele me traiu!

A reação de Igor foi imediata, acaba engasgando enquanto tomava seu refrigerante, derrubando uma boa quantidade em si e na mesa.

Rebeca o olha sem entender, e o ajuda na missão de se secar.

- Porque você acha isso? - Pergunta fazendo um pequeno esforço para deixar sua voz firme.

Imagens da noite em que tiveram juntos, invadindo sua mente, fazendo seu estômago se contrair.

Será que Júlio havia lembrado? Como Rebeca havia descobrido?

- Ele está distante...- Diz sua voz estremecendo levemente, enquanto seus olhos começam a se encher de lágrimas. - Não fala muito comigo como antes. ..

Igor começa a se sentir enjoado, e desvia os olhos para longe.

Foi ele que causou aquilo.

E ele sabia disso.

Como poderia ter causado isso? Sentia vontade de chorar e pedir desculpa. Mas não conseguia reunir coragem o suficiente para isso.

- Enquanto dorme comigo...- Diz Rebeca, uma grossa lágrima solitária escorrendo silenciosamente pir seu rosto. - Ele chama por alguém,  que sei que não sou eu.

Igor leva mão a barriga, sentia como se tivesse levado um soco ali, e tivesse ficado sem ar.

- Me ajuda Igor!  - Pede reprimindo um soluço. - Não quero perde-lo!

Igor se sente tonto, como poderia ajudar, sendo que ele era o causador daquilo? 

Mas ela não sabia disso, isso era perceptível, pois não o procuraria se soubesse.

- Como eu posso...- Começa com a voz fraca, mas não consegue completar. 

- Descobre para mim quem foi.- Diz seus olhos injetados de raiva. - Só descobre para mim, quem foi!

Igor estremece ao ver a garota com tanta raiva, mas assente.  Se perguntando como faria isso.

- Obrigada Igor! - Diz a garota se levantando, e o abraçando com um sorriso mais alegre no rosto.

- De nada! - Responde não pode deixar de ser sentir o pior merda do mundo.

- X - 

Nunca imaginou que poderia haver um dia de que ficaria tão feliz ao chegar  em casa.

Depois de fechar a porta, Igor se arrasta até a sala onde se joga no sofá,  fechando os olhos.

Sua cabeça latejava desde a hora que terminara a conversa com Rebeca. Fora a pior conversa de sua vida, nunca se sentira tão mau na vida.

Ouve um barulho da porta de sua casa sendo destrancada. Geme cansado, só hacia duas pessoas que tinha a chave do seu apartamento. 

A primeira era sua mãe,  e depois o Júlio.  E torcia mentalmente para que não fosse o segundo.

- Igor seu cuzão! - Ouve e não pode deixar de socar o sofá,  com sua falta de sorte.- Ih cuzão, o que você faz ai?

Quando abre os olhos, se põe a procurar por Júlio sem sair do lugar. E acaba o localizando na cozinha, onde retirava várias garrafas de dentro de algumas sacolas.

Suspirando se senta, e passa as mãos pelo rosto. E quando olha para frente novamente,  encontra Júlio sentado a sua frente na mesa de centro, com uma garrafa já aberta.

- Você não me parece bem! - Diz o olhando preocupado,  e Igor sorri sarcasticamente.

- Você não faz ideia!  - Diz olhando para o maior.

- Nessas horas não há coisa melhor a de fazer. - Diz sorrindo, estendendo a garrafa na direção de Igor.- Do que beber.

Igor olha para a garrafa em dúvida,  talvez não fosse a hora mais indicado para o fazê-lo. Mas após olha para Júlio,  que sorria afetuosamente para si, e sente como se borboletas flutuassem por sua barriga.

- A que se foda! - Diz para si mesmo, desviando os olhos.

Agarra a garrafa, e a entorna de uma vez, dando um grande gole. Sente a bebida descer queimando, o ragando por dentro.  Mas logo se sente mais leve.

- É. - Sorri para o maior. - Você tem razão!