-Não, não, eu não, Pietro. Por favor não -Ele implorava enquanto eu controlava a pistola em sua cabeça
-Eu sinto muito -Atirei sem dó e a cabeça dele “explodiu” depois das outras duas balas que acertei -Pronto, Félix. -Lambi a ponta da arma e saboreei o gosto de sangue que embrulhava-me o estômago
-Parabéns, Pietro! O que faço com o outro ali? -Ele perguntou olhando para mim -Quer matar também?
-Hum... não, pode prender ele -Sorri e Félix me desamarrou, foi quando ouvi a voz de Peter novamente
-Você é incrível, Pietro. Não tem dó de ninguém e é isso que te torna incrível -Peter começou a bater palmas para mim
-Para de puxar o saco do garoto, Peter -Félix mudou a expressão e foi até o meu amigo, levantou ele e o levou para outro lugar
-Não liga, ele tem ciúmes de mim -Ele sorriu
-Vocês….? -Não terminei a frase e coloquei a pistola na mesa novamente
-Não, fica tranquilo. Não sou comprometido -Ele riu e foi até a beira do rio que ficava perto dali, fui até lá e sentei ao lado dele
-Você é psicopata, Peter. Bem diferente das histórias que ouvia da minha mãe
-Psicopata, eu?. Não, e as histórias sobre Peter Pan são todas falsas. Ele matou minha mãe, por isso me tornei ele
-Eu sinto muito -abaixei a cabeça- Por que se tornou ele quando deveria fugir dele?
-Fiz oque mais me arrependo...pra esquecer, eu me tornei ele. Sabe por que?. Porque eu o matei aqui nessa beira de rio
-E construiu a sua Terra do nunca aqui? -Olhei para Peter
-É, eu disse pra ele “Até nunca” e aqui estamos, no nunca. Quer dar um mergulho?
-Não, eu não sei nadar
-Tudo bem, eu te ensino. Vem, vamos logo -Peter tirou a blusa
-Tá bom -Tirei a blusa e o cordão de flauta colocando-os na beirada do rio
-Aquele cordão…-Peter pegou meu cordão e começou a girar -“R.P” está escrito aqui... pelos Deuses! -Ele largou o cordão e começou a correr em direção a cabana. Peguei minhas coisas e fui atrás dele
-Peter...o que aconteceu? -Bati na porta várias vezes
-Me deixa em paz, Pietro. Sai daqui -A voz dele estava trêmula, parecia estar chorando
-Como faço pra dormir aqui?
-Pede ajuda pro Félix. Vai embora
-Tá, já tô indo.
Procurei Félix em todo lugar mas não o achei então voltei para o rio, estava observando a lua e pensando em Peter quando ouvi um sussurro
-Ei, garoto. Meu amigo precisa de ajuda -Era uma voz feminina, doce e meiga e eu reconhecia
-Uma garota aqui?. Quem é você? -Me esquivei para trás
-Não te interessa -Ela saiu de trás da árvore e a luz da lua revelou quem era a garota
-Camila?. O que você tá fazendo aqui? -Perguntei assustado
-Pietro! -Ela correu até mim e me deu um abraço -Alguém conhecido... é uma longa história, lembra do meu irmão?
-O Miguel?
-Sim, ele precisa de ajuda
-O que houve com ele?
-Ele foi atacado, por um... flautista mágico.
-Flautista mágico?. Você não faz ideia de quanto isso é ruim...
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