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História I'm Ômega! - Corte


Escrita por: Luka_001

Notas do Autor


Oi, lindas! Tudo bom? Espero que sim^^ Hoje eu realmente vim cedo kkkk.

Hoje não tenho muito a dizer, esse capítulo é mais ameno, mais SasuSaku, isso. Espero que gostem.

Boa leitura e, todo crédito a linda Mary Liberts!

Capítulo 39 - Corte


 

 Sakura terminava de lavar uma pequena xícara na pia, sentindo-se realmente cansada e fraca. Ela olhou para o céu completamente nublado pela janela e fechou os olhos com força, respirando fundo, seu queixo tremendo de frio, enquanto a água gelada molhava seus dedos.

Ela sentia fome. Muita fome. Ao ponto de se sentir enjoada.

A última vez que comera algo provavelmente havia sido na escola, na manhã do dia anterior.

Ela se levantou há pouco tempo e assim que saiu do quarto, decidiu tentar ocupar sua cabeça.

O clima estava especialmente frio naquele dia, e se não fosse pela lareira a apenas trinta centímetro de seu corpo ela provavelmente não teria conseguido dormir.

Ela suspirou, sentindo o estômago roncar, ignorando aquilo ao seu máximo.

Se não fosse pela garota da biblioteca que a ajudara, ela certamente estaria pior. Karin foi realmente muito gentil ao dividir seu lanche com ela.

A princípio, Sakura recusou, mas como não sabia se faria outra refeição no dia, resolveu ceder, ficando realmente grata a ela por aquilo.

A xícara que a Ômega lavava escorregou de sua mão, caindo dentro da pia e partindo-se em vários pedaços, por reflexo, Sakura tinha tentado pegá-la, mas acabou por tocar somente nos cacos.

Ela soltou um pequeno grunhido pela dor, arregalando os olhos ao olhar para as mãos e ver a cor vermelha se espalhar por entre seus dedos, enfiando-as em baixo de água corrente rapidamente, grunhindo.

Mesmo com a pouca luz, Sakura conseguiu ver os cortes em seus dedos, junto com a grande quantidade de sangue que escorria entre eles, principalmente no seu indicador direito, onde tinha o corte mais fundo.

Andou na direcção da sala escura, enquanto tentava se acalmar e parar o sangramento. Não havia nenhuma caixa para primeiros socorros ali, ela sabia, e teria que lidar com aquilo sozinha.

Sentou-se no sofá, engolindo em seco para tentar fazer o nó em sua garganta se dissipar. Ela soltou o ar lentamente entre os lábios, sentindo os cortes arderem.

Sakura olhou ao redor, tirando a sua respiração pesada, a casa estava em silêncio, a lembrando que estava só. E lembrar disso fez o nó em sua garganta voltar. Odiava estar tão sozinha. Sentia-se abandonada. Deixada de lado. Onde seu pai estava, afinal? Será que ele a abandonou? Ele se cansou dela, e tal como sua mãe, a deixou?

Tais perguntas assombravam sua mente e só o facto de cogitar tal ideia lhe deixava desesperada. Ela não tinha mais ninguém além de seu pai, e mesmo que ele fosse do jeito que era, mesmo com seu comportamento, ele era a única pessoa que ela tinha.

Seu peito doeu ao deixar escapar um soluço, ela balançou a cabeça para os lados rapidamente, levantando o rosto para não deixar as lágrimas escorrerem pelo seu rosto.

Ela abriu uma das mãos, usando a pouquíssima luz vinda da lareira já quase apagada, para tentar ver se o sangramento havia parado, mas os cortes continuavam sendo tomados pelo sangue, o maior na ponta do seu dedo tão forte que chegava a gotejar.

Ela ficou preocupada com a quantidade de sangue que saía, manchando totalmente sua roupa.

A Ômega tentou fechar a mão outra vez e soltou um pequeno grito, fechando os olhos fortemente e se deixando chorar, ainda tentando esquecer do frio e da fome apenas para não se sentir pior, apesar de que, sua mente traiçoeira acabava trazendo tais pensamentos.

Sakura encostou o queixo nos joelhos junto ao peito e permaneceu de olhos fechados, com as mãos espremendo o tecido da sua camisa. Ela tentou por diversas vezes parar as lágrimas, mas, por mais que já tivesse conseguido se acalmar um pouco, elas simplesmente não cessavam, como se estivesse enfim, colocando para fora toda a angústia guardada dentro de si.

Depois de algum tempo, ela  voltou de novo os olhos para a palma das pequenas mãos, suspirando um pouco alivíada em ver que não sangrava mais.

Levantou, ficando arrepiada ao sentir o chão gelado em contacto com seus pés e andou lentamente até a cozinha, enxugando as bochechas com a manga da camisa.

Ela mudou o rumo, andando na direcção do quarto, desistindo totalmente da ideia de tirar os cacos da pia. Entrou no banheiro, já tirando a roupa, e se dirigiu até o box , para lavar o sangue em seus braços.

Grunhiu de dor quando a água fria tocou seus ferimentos.

Ela podia aguentar muita coisa, mas não iria sequer tentar tomar banho de água gelada naquele frio. A não ser, claro, que quisesse ficar resfriada pelas semanas seguintes.

Alguém bateu na porta e Sakura sentiu um leve frio na barriga, se olhando no espelho, sem conseguir se ver com nitidez por causa do escuro.

Talvez pudesse ser seu pai, e aquilo realmente a deixou nervosa.

Ela vestiu um moletom grande, se certificando de estar usando calça daquela vez e não cometer o mesmo erro que cometeu quando Sasuke apareceu ali no outro dia. Secou mais uma vez o rosto com as costas da mão e respirou fundo ao se dirigir até a sala, enfiando as pequenas mãos nos bolsos.

Abriu uma pequena brecha da porta, colocando apenas uma parte do rosto nela, como sempre fazia por medo de ser algum estranho.

O Uchiha levantou o rosto e Sakura franziu a testa.

Sasuke estava mesmo tentando amizade com ela?

Aquela tinha sido uma das coisas mais estranhas que já havia acontecido consigo. Depois do Heat, Sakura esperava que eles pudessem manter o máximo de distância ou nunca mais olhar um na cara do outro, mas até aquele momento Sasuke parecia não ter o mesmo pensamento.

Como se passar o cio junto à ela tivesse despertado algum impulso dentro de si, que não deixava com que ele deixasse Sakura em paz por muito tempo.

A Haruno suspirou, se encostando no batente da porta e enfiando a mão nos bolsos novamente, mas ainda um pouco em alerta.

Ela não confiava em Sasuke. Não queria confiar. Apesar de terem passado o cio juntos, ela não poderia simplesmente esquecer tudo que ele havia feito. Foi bom. Muito bom. Mas não era como se pudesse apagar todas as humilhações, todos os insultos dele… Ela não podia simplesmente esquecer tudo que ele fez.

– Hm… – A menor voltou a franzir a testa, olhando para Sasuke fixamente, esperando ele entender que estava aguardando o momento em que ele falaria alguma coisa.

– Escola…?

Sakura ficou olhando pro seu rosto, fixamente, sem acreditar que ele estava mesmo fazendo aquilo.

– Eu… – Ela fez uma pequena pausa, continuando a fitá-lo. – Não acha que ainda é cedo?

Não tinha celular ou relógio para ter certeza das horas, mas sabia que era muito cedo para ir à escola. E muito cedo para Sasuke já estar acordado.

– Hm… É que… Eu preciso de ajuda. – Ele disse, e Sakura finalmente entendeu, soltando um pequeno riso baixo e suspirando.

– Você está aqui só por isso então, estou certa? – Perguntou, em voz baixa, olhando para o chão.

– O quê? Não… – Ele balançou a cabeça. – É só que, a gente vai ter um trabalho mais tarde, e eu não faço ideia de como resolver… – Sakura cortou sua fala, deixando o resto da porta se abrir e cruzando os braços como o Alfa fazia.

– Sasuke, eu também não sei resolver, eu não assisti a aula ontem.

– Eu tenho o conteúdo escrito. Posso te mostrar. – Ele arqueou as sobrancelhas, indicando a mochila nas costas.

Sakura suspirou mais uma vez, tentando controlar a vontade de simplesmente bater a porta na cara dele.

– A gente pode ir tomar café… Ainda temos tempo antes da escola. – Trocou o peso da perna, engolindo em seco, enquanto estalava os dedos, nervoso.

Sakura desviou os olhos mais uma vez. Aquela proposta definitivamente não podia ser recusada. Ela sentia tanta fome que se dissesse “não” seria completamente ridícula. Mal podia se manter de pé e não conseguia esperar até o lanche da escola. E também, não sabia se teria a sorte de alguém pagar para ela, como no dia anterior. Ela suspirou pesadamente, sua situação era tão miserável que sentia pena de si mesma.

– Você é melhor que eu com esse tipo de coisa. – Sasuke continuou, ainda estalando os dedos. – Vai entender assim que ler algumas das anotações. – Ele balançou a cabeça positivamente, tentando encorajar a menor a aceitar.

Sakura semicerrou os olhos para ele, tentando se decidir. Não faria mal aceitar algo vindo de Sasuke por um dia, faria?

– Por favor…? – O Alfa continuou, franzindo as sobrancelhas e a fitando em súplica.

A menor demorou até responder alguma coisa, olhando do chão para seus olhos diversas vezes, sem conseguir encará-lo por muito tempo.

– Só… Espera eu me trocar, tudo bem? – Ela disse, vendo Sasuke suspirar aliviado, assentindo rapidamente.

Ela deu espaço para que o maior entrasse no lugar frio e escuro, preferindo deixar a porta aberta para que ele pudesse ver alguma coisa, dando-lhe as costas e indo na direcção de seu quarto.

Sasuke se sentiu realmente mal ao perceber que a casa ainda não tinha energia e a Ômega ainda dormia junto a lareira, como se sua consciência pesasse por presenciar sua situação e não fazer mais a respeito.

Ele caminhou devagar até o sofá, sentando-se e colocando a mochila sobre o colo, enquanto pegava o celular e verificava as horas.

Faltava algum tempo para as seis da manhã, e ele esperava que desse tempo de Sakura entender as novas fórmulas. Eles estudavam aquela disciplina juntos, então existia a possibilidade de ficarem na mesma equipe, mas também existia a de o trabalho não ser em equipe.

Sasuke depositou o celular ao seu lado no sofá e pode sentir algo molhar a parte de trás dos seus dedos, seus olhos rapidamente se direccionaram a uma pequena mancha escura logo abaixo do seu telefone. Ele se levantou rapidamente quando viu seus dedos sujo de vermelho, arregalando os olhos e jogando a mochila de volta nos ombros.

A Ômega apareceu, concentrada em desamarrotar a camisa do uniforme, se dirigindo para a cozinha sem olhar para o Alfa, se aproximando já com a mochila nas costas.

– Sakura? – Ele a chamou, cautelosamente, ainda olhando para o sangue e um sentimento de medo o atingiu.

A Ômega parou o que fazia, observando-o e franzindo a testa para a forma que ele estava agindo, Sakura arregalou os olhos quando viu algo vermelho nas mãos do maior. 

Sasuke andou rapidamente até ela. – Você está ferida? – Ele perguntou, olhando para a menor e procurando rapidamente algum machucado em seu corpo.

Sakura suspirou, fechando os olhos e dando meia volta. Por um segundo, ela achou que Sasuke tivesse se machucado.

– Não é nada. Não se preocupe. – Ela disse, com a voz baixa, respirando fundo pela tontura que voltou a atingi-la, talvez um pouco mais forte. Parou de andar, fechando os olhos e pousando as mãos machucadas na cintura. – Eu estou bem. Você pode… – Respirou fundo outra vez. – Lavar suas mãos ali. – Apontou lentamente para a cozinha, tendo quase certeza de que se desse mais alguns passos, iria de encontro ao chão.

– Sakura… – Ele se aproximou rapidamente, ficando de frente a pequena. – Você está pálida. – Tocou seu rosto suavemente, observando-a com atenção, vendo ela dando pequenos passos desajeitados, como se tentasse se equilibrar. – Hey… Você já comeu algo, Saky?

A de olhos verdes levantou o rosto, com os olhos semicerrados, como se ela tentasse se focar em Sasuke e não no mundo girando ao redor.

– Eu… Eu estou bem… – Ela murmurou baixo e se apoiou no Alfa, encostando as palmas das mãos geladas em seu peito, enquanto respirava quase ofegante, arquejando, sem conseguir responder a pergunta do maior.

Seus dedos tremiam contra o peito do mais velho e aquilo fez a atenção dele se voltar para suas mãos, notando os pequenos cortes avermelhados. Ele as pegou entre as suas próprias mãos e examinou com o estado da Ômega.

– Eu vou te levar pro meu carro agora, tudo bem? – Sakura concordou com um leve aceno de cabeça, fechando os olhos outra vez. – Consegue andar? – Ele perguntou e Sakura assentiu um pouco mais convicta, se afastando do Alfa e começando a caminhar paulatinamente para a entrada da casa, com Sasuke vindo atrás de si.

A menor entrou no carro assim que Sasuke o destravou, se encostando na porta do carro e depositando a cabeça no vidro da janela, olhando para o Alfa do lado de fora com o rosto franzido em angústia.

Sasuke deu a volta e entrou também, colocando a chave da casa sobre a coxa da pequena e abrindo o porta-luvas de forma rápida, tirando uma pequena caixinha branca de lá e uma um pouco maior, com o que Sakura julgou ser lenços, ficando ligeiramente surpresa por Sasuke ter aquilo ali.

Ele passou um dos paninhos brancos cuidadosamente sobre a palma da sua mão e por seus dedos, e apesar de ter doído no início, aquilo fez a Ômega se sentir ligeiramente melhor. O Uchiha tirou alguns band-aids da caixa menor e começou a enrolar com cuidado em seus dedos machucados, Sakura apenas o observava.

Depois de limpar o sangue das suas próprias mãos, o Alfa ligou o aquecedor do carro e pôde notar um profundo suspiro de alívio vindo da menor, que se ajeitou no banco para que o ar quente chegasse até ela com mais rapidez e facilidade.

Sasuke não demorou muito para começar a dirigir, perguntando uma ou duas vezes se Sakura estava bem, vendo ela assentir mesmo sabendo que a resposta era não.

Sakura apenas percebeu que eles haviam parado quando Sasuke tocou seu pulso, chamando-a com a voz baixa e dizendo que eles já tinham chegado.

Ela se sentia muito ridícula por parecer tão fraca e frágil, pelo seu corpo não ter energia suficiente para estar “normal”.

Sasuke não gostava exactamente de como Sakura aparentava. Ela parecia realmente magra, e seu rosto permanecia abatido, com olheiras grandes e sem cor, assim como aconteceu no cio.

Ele assistiu a Ômega sair do automóvel lentamente. Ela tentou arrumar o uniforme amarrotado mais uma vez, fitando o Alfa quando ele se aproximou, depositando uma das mãos no meio das suas costas para guiá-la.

Ela não sabia se sentia-se grata por entrar num lugar tão quente e com um cheiro tão bom, ou se sentia-se envergonhada por ter uma atenção sobre si de uma vez só. As pessoas olhavam para ela e Sasuke sem sequer disfarçar, cochichando uns com os outros.

Sakura sabia que seu cheiro estava lá. Ela só não esperava que ele continuasse chamando a atenção.

Ela olhou ao redor, parando de andar assim que passou pela porta, sentindo-se envergonhada.

Sasuke permanecia com a mão em suas costas e quando percebeu que Sakura havia parado, deslizou para seu ombro, afagando-o, trazendo a Ômega para perto e murmurando algo como “Tá tudo bem, eles só estão com inveja, ignore-os” em seu ouvido, fazendo Sakura se sentir um pouco mais leve.

O Uchiha a puxou para uma mesa no canto do estabelecimento e logo uma garota andou até eles. Sasuke pediu algo que Sakura não prestou atenção.

Ele se levantou, lhe falando algo, e voltou um pouco depois com uma pequena garrafa de água nas mãos, entregando a Sakura e fazendo ela beber alguns goles, aquilo fez a Ômega se sentir melhor, mas a tontura permanecia, quase virando uma dor de cabeça.

A garçonete colocou alguns itens na mesa e ela olhou para Sasuke, respirando fundo.

– Hm… O que… Você queria me mostrar? – Ela perguntou, inspirando o delicioso cheiro de panquecas que vinha do prato à sua frente.

– Que tal se a gente comer primeiro? – Ela viu o maior arquear as sobrancelhas, tomando um gole do líquido em seu copo. – Ainda temos tempo. – Colocou o celular na mesa, mostrando as horas a pequena, vendo-a ficar um pouco mais relaxada.

Sasuke empurrou um dos copos e um dos pratos com panquecas em sua direcção, começando a comer o conteúdo do seu próprio prato, incentivando a menor, mais uma vez.

Sakura pegou o copo, fitando o canudo branco. Bebeu um pouco do líquido que tinha em seu copo, fechando os olhos ao sentir o gosto de morango contra sua língua, tendo quase certeza de que Sasuke lhe observava.

Ela cortou algumas das panquecas e levou os pedaços até a boca, mastigando bem, antes de engolir, sem conseguir olhar directamente para os olhos negros à sua frente.

Quando estava quase na metade do prato, Sakura notou algo de diferente e levantou o rosto. Sasuke não olhava para ela, concentrado em cortar as panquecas em seu prato, mas sorria. Não era nada muito exagerado. Ele não mostrava dentes ou deixava o sorriso se alargar muito, sempre o reprimindo, como se sorrir definitivamente não fosse aceitável. Mas Sakura percebeu.

Antes que a menor pudesse voltar a olhar para o seu prato, Sasuke a flagrou, seus olhos encontrando os da Ômega por um único segundo, fazendo Sakura se atrapalhar com os seus talheres por alguns instantes.

Sasuke tirou o caderno da mochila, o folheando sem muita pressa, lendo o conteúdo de algumas páginas antes de voltar a passar as matérias. Ele virou o caderno na direcção de Sakura, colocando no meio da mesa e vendo ela o pegar, enquanto tomava o milk-shake em seu copo, e afastava um pouco o prato para conseguir  apoiar o caderno na beirada da mesa.

Sasuke observou, ficando quieto enquanto ela lia e franzia a testa, se concentrando e parando de comer por um instante. Se focou somente nela durante todo aqueles minutos, prestando atenção a cada um dos seus movimentos.

Ela pediu por uma caneta e Sasuke arqueou as sobrancelhas, fingindo estar olhando para o próprio celular quando ela o fitou, tirando o lápis da mochila e engolindo em seco quando Sakura tocou em seus dedos para pegá-los.

– Yeah… Acho que eu entendi. – Ela murmurou, assentindo para o Alfa e esboçando um pequeno sorriso.

Sakura o chamou e Sasuke levantou-se, indo sentar ao seu lado na mesa. Nos primeiros 15 segundos de explicação, Sasuke mal conseguia entendê-la, estava mais concentrado em aspirar o cheiro inebriante da pequena, mas ele continuou tentando prestar atenção ao que ela dizia.

Sakura riu e ele franziu a testa, sem saber o motivo, mas ficando envergolhado por saber que a Ômega havia pedido para olhar para o caderno e ele apenas tinha continuado olhando-a, hipnotizado.

Sakura tentou explicar da forma mais clara possível, tentando se lembrar das aulas que tivera com aquilo algum tempo antes, observando Sasuke olhar para ela fixamente e concordar com a cabeça ao ouvir a menor perguntar alguma coisa, mesmo que não parecesse estar entendendo.

Ela estava realmente perto do Alfa. Seus cotovelos se tocavam e ela podia sentir o calor que emanava do corpo dele.

Sakura finalmente se sentia confortável. O lugar era quente e aconchegante e ter comido alguma coisa depois de tanto tempo fazia ela se sentir muito melhor, a sensação de tontura indo embora em pouco tempo.

Um pouco mais tarde, ao entrar no carro, ela respirou fundo fitando as horas no painel do automóvel e abraçando a mochila em seu colo.

Sasuke não falou muito depois de dar partida, assentindo sem motivo algum para a pequena ao seu lado durante a trajectória, fazendo Sakura se perguntar, talvez mais de uma vez, o porquê de ele parecer tão estranho.

Um pouco antes de chegarem na escola, Sasuke começou a franzir o rosto numa expressão de dor, tirando a mão direita do volante para massagear uma das têmporas, seu corpo ficando um pouco tenso de repente.

– Tudo bem? – Sakura perguntou, com a voz baixa, sem olhar directamente para ele, fitando o volante.

– Sim… Eu só… – Ele estalou a língua, balançando a cabeça em negação e voltando a pousar as duas mãos no ponto que Sakura encarava, apertando-o e passando a prestar atenção na estrada.

Eles chegaram consideravelmente cedo no estacionamento. Sasuke ficaria lá e esperaria a hora de entrar chegar, se não fosse pela pequena pulando do carro no momento que chegaram.

– Onde você vai? – O Alfa perguntou, com a voz rouca e calma, e Sakura se virou para ele, com a testa franzida, enquanto arrumava a mochila nas costas.

– Eu preciso ficar na biblioteca. – Deu de ombros. – Não posso voltar as classes se meu cheiro ainda está forte. – Sasuke assentiu, concordando e baixando os olhos para as mãos em seu colo, depois de Sakura fechar a porta.

A pequena já fazia seu caminho para a entrada da escola, quando ouviu Sasuke sair do carro pedindo para esperá-lo e arrumando também sua mochila nas costas.

Ele praticamente não parecia o mesmo de alguns minutos atrás, sua feição havia mudado e Sakura não sabia se podia fazer algo por ele, mas Sasuke não parecia querer ajuda.

Quando chegaram à biblioteca, o Alfa sequer pegou algum livro para folhear, apenas deitando a cabeça sobre os braços em cima da mesa e observando Sakura se concentrar em seu livro.

– O que está lendo? – Sussurrou e a Ômega levantou as irís verdes para ele, sorrindo um pouco tímida.

Ela apontou para a capa do livro e Sasuke riu sem fazer muito barulho ao perceber que era um antigo livro destinado para crianças, mais precisamente, “A bela e a fera”, com direito a figuras.

– Eu preciso voltar aos Mitsashi. Tem muito tempo que não vejo nenhuma das crianças. – Comprimiu os lábios um contra o outro, voltando a olhar para as páginas.

– Mas, porquê o livro?

– Me pediram para ler algo uma vez, mas eu não podia ler um livro sem saber se não teria nada inapropriado. Eu poderia levar algum desses clássicos para eles ouvirem antes de dormir. – Ela não voltou a fitá-lo. Sasuke fez cara de interrogação. – Eu pretendo mudar de turno. Acho que passar a noite por lá será melh…

– Você não vai voltar pra minha casa? – Ele perguntou, arqueando as sobrancelhas, se sentando ereto na cadeira.

– Eu não… Não sei… – Sasuke engoliu em seco, prendendo o ar nos pulmões. – Eu só vou mudar de turno. Mas ainda preciso falar com a Senhora Mikoto, não é nada certo.

– Eu não acho que deves fazer isso. – Ele disse, talvez um pouco nervoso. – Você não encontrou com aqueles Alfas por lá? E se acontecer de novo? Eles podem te machucar…

– Eles não podem chegar perto de mim. – A Ômega murmurou. – Tenho o mandato de restrição.

– Sakura! Isso nem sequer está pronto ainda. – Ele exclamou, ainda sem aumentar o tom, mas a cor e expressão em seu rosto mostrava toda sua preocupação.

– Sasuke. – Ela respirou fundo, fechando o livro. – Eu sei o que pode acontecer, mas eu preciso trabalhar. Você já viu como eu estou vivendo? Eu não posso continuar dependendo de alguém para me alimentar ou de lenha para acender a lareira o tempo todo. – Ela franziu o rosto, irritada, e Sasuke se calou para ouvi-la, se sentindo mal mais uma vez por não poder fazer nada. Por outro lado, tinha quase certeza que Sakura não gostaria se ele fizesse. Seria muito pior.

Sakura continuou, sua voz saindo, pela primeira vez em muito tempo, alta e clara, e Sasuke se perguntou como ela tinha forças para falar palavras tão duras sem fraquejar. Nem ele mesmo conseguiria, não sem ser arrogante.

– Aqueles caras não vão encostar em mim de novo, muito menos alguém dessa escola! – Falou convicta. – Eu tenho que acreditar nisso ou definitivamente não vou durar por muito tempo.

 


Notas Finais


Hmmm, o que será que está acontecendo com o Alfa, ein?

Comentem aqui o que vcs acham, favoritem se estiverem gostando e, amanhã não terá postagem. (Peço já desculpas) amanhã irei na casa da minha irmã, ela me pediu ajuda com um trabalho, passarei lá o final de semana, então, não terei tempo para postar. Desse modo, nos vemos na segunda apenas. Peço desculpas por isso U_U.

Tenham um excelente final de semana ^0^/


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