História I'm Telling You - Memórias e Planos

Era mais um dia naquele lugar que eu apelidei de inferno.
A Clínica de Briarcliff, localizada em São Paulo, era para pessoas loucas, mas que não eram uma ameaça à sociedade, em alguns casos.
Eu estava lembrando do meu primeiro dia naquela clínica. Eu tinha apenas 5 anos. Eles pediram para eu gravar um vídeo explicando quem eu era e porque era considerada "louca".

                      FLASHBACK:

" - Ok, Melannie. Podemos começar? - um homem perguntou e eu assenti.
- Meu nome é Melannie o'Niell, eu tenho 5 anos. Meus pais foram lá pro céu, viraram estrelas, estrelas bonitas. Eu vejo eles no céu. São as estrelas mais brilhantes de lá, são como as estrelas de Peter Pan.
Eu sinto quando as pessoas vão pro céu. Tudo começou com meus pais indo pra lá. E eu comecei a sentir quando pessoas que eu nem conheço vão pro céu, e eu me sinto triste. - eu desabafei com lágrimas nos olhos. - Como eu sei que as pessoas vão pro céu? Meus pai me contaram. Eles disseram que meus avós foram e que, um dia, todos nós iremos.
- Obrigado, Melannie. - ele disse.
- De nada."
Era incrível como só com 5 anos de idade eu era tão forte. Hoje em dia eu sei que meus pais morreram. Na verdade eles foram assassinados. Eles eram pessoas extremamente poderosas nesse ramo de negócios e com muitos concorrentes e inimigos, acabou acontecendo o que aconteceu.
Eu era muito triste e depressiva. Por isso odiava aquele lugar, eu nunca tive companhia. Até o dia que Rafael chegou, o dia que mudou a minha vida.
Nós tínhamos 12 anos:

                     FLASHBACK:

Eu estava chorando no quarto como todos os dias até que alguém bateu na porta.
" - O que você quer? - eu disse seca.
- Hmm oi... - alguém disse e era uma voz diferente. Era alguém diferente.
- Quem é você?
- Meu nome é Rafael. Por que você estava chorando? - eu sentia preocupação na sua voz.
- Nada. - Eu disse chorando mais. Ele sentou do meu lado e me abraçou.
- Mano, você tem um mapa? - ele perguntou.
- Não, por quê?
- Porque eu me perdi no brilho do seus olhos. - ele me cantou e eu ri muito.
- SERIO? MELHOR CANTADA!! O brilho deve ser lágrimas, mas tudo bem.
- Viu? Já deixei você mais feliz.
- Obrigada.
- Qual seu nome aliás?
- Melannie.
- Mel.
- Ninguém nunca me chamou assim sem ser meus pais. Que saudade dos meus pais... - Eu disse chorando novamente.
- Sinto muito.
- Eu também."
E desde aquele dia eu era uma pessoa mais alegre, mais feliz. Eu com certeza posso dizer que ele era o motivo dos meus sorrisos. Ele era meu melhor amigo.
Tinham se passado 6 anos desde aquele dia e eu já tinha 18 anos. Estava fazendo o de sempre: olhando pro teto, deitada na cama e conversando com Rafael:
- Você soube que temos um psicólogo novo? - eu perguntei. Como dividíamos o quarto, tínhamos o mesmo psiquiatra e fazíamos tudo juntos.
- Não, ué. O que aconteceu com a Sr. Dursley?
- Dizem que ela não aguentou uma sessão...
- Irmãos Waters?
- Irmãos Waters. - os Irmãos Waters eram os mais problemáticos da clínica. Eles pensam e agem juntos, conseguindo fazer muitos planos pra assustar as pessoas. Que eu saiba nunca chegaram a matar alguém, mas eles são capazes. Diziam que ao seus aliados eles eram pessoas completamente diferentes. Eu duvidava. Não achava que eles poderiam ser diferentes de maldosos.
- Mas enfim, soube que ele é maravilhoso, é só tem 20 anos.
- Maravilhoso?
- Gostoso, Rafael. - Eu disse rindo.
- Ah.
Fez um silêncio bem desconfortável. Algo que nunca acontecia com Rafael, então decidi mudar de assunto.
- Então você vai fugir comigo?
- Claro! Que tal a gente repassar o plano?
- Ok.
- Bem, pra conseguirmos a corda e a escada precisamos falar com os Waters. Eles com certeza vão pedir algo em troca, precisamos estar preparados.
- Depois que tivermos o que precisamos, fechamos a porta do quarto e desceremos pela janela com a ajuda da escada.
- Eai chegaremos à casa que seus pais te deixaram de herança e pediremos ajuda ao meu amigo para hackear o sistema da clínica e assim nos liberar e apagar o endereço da nossa casa e nossos dados. - Nós éramos super sincronizados. Temos essa coisa que chamamos de conexão, damos risadas com isso até hoje.