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História I'm the Devil - Capítulo único.


Escrita por: freakpanda

Notas do Autor


Esta é minha primeira one shot.
Eu desenvolvi ela muito rápido, digamos que em dois dias, e por isso não sei se está a altura de uma boa história.
Agradeço a minha irmã que me deu muito apoio e ficou ouvindo o barulho constante das teclas: Obrigada, Maria!
Sem mais enrolação, tenha uma boa leitura!

Capítulo 1 - Capítulo único.


- Suga, vamos ganhar passagem direta para o inferno.

- Você concordou assim como eu, V. Não venha com essa agora.

- Você tem toda razão! Vamos terminar logo com isso – Falou passando as mãos pelo cabelo – Ainda preciso ligar para o Kookie.

- Quanto mais cedo nos livrarmos do trabalho, mais tempo você terá com o garoto. Agora para de fazer drama e me ajuda com isso. Sua preocupação vai acabar estragando tudo, escute o que eu estou lhe dizendo.

 Taehyung bufou e esfregou freneticamente as mãos na calça, indo ajudar Yoongi.

 

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- Jungkook? Vai demorar muito para terminar esse banho? Eu ainda quero estar jovem quando o Yoongie e o Tae chegarem! – Pude ouvir Hoseok gritando de seu quarto.

- Já estou saindo, hyung! – Grito de volta.

Pego minha toalha e enrolo na cintura. Vou de fronte ao espelho e começo a me olhar. Logo em seguida, pego minha escova de dente e a pasta: já era a terceira vez que eu escovava os dentes. Se eu estava nervoso? Podemos dizer que sim.

O meu nervosismo não era em relação a Taehyung. Já namorávamos há seis meses, tempo suficiente para ele conhecer minhas manias e entender meu jeito diferente de fazer as coisas. No começo foi estranho ter alguém interessado em saber dos meus hobbies e preferências. Conheci-o através de Hoseok, o garoto repetente da minha sala, que com o tempo, tornou-se meu melhor amigo.

Lembro-me da sexta em que conheci Taehyung. Hoseok me arrastou até uma boate para que eu conhecesse seu novo namorado, um “tal” de Yoongi, que ele dizia ser o amor de sua vida. Eu tinha quinze anos e foi a primeira vez que usei uma identidade falsa.

Odiei assim que entrei no local: as luzes passeando pela pista de dança, a música alta, o cheiro de álcool e cigarro, eram demais para mim. Hoseok puxou minha mão até um canto do bar, onde havia um garoto de cabelos negros. Sem pensar duas vezes, pulou no garoto, beijando-o.

- Kookie, esse aqui é Yoongie. Vamos, não fiquem ai parados, cumprimentem-se – Hoseok olhava para nós dois, esperando atitude de algum dos lados.

Yoongi estendeu a mão e eu a apertei. Seu toque era frio assim como seu olhar, me causando certo assombro e é isso que me incomoda até hoje. Seu semblante é indecifrável e como quase nunca saímos para encontros duplos, saber que vou ver o garoto depois de tanto tempo me causa certo desconforto.

Fiquei de “vela” por alguns minutos, até que um garoto de cabelos castanhos se aproximou de nós. Ele era lindo. Não que eu gostasse de admirar homens, mas às vezes um ou outro me chamava à atenção. Minha família não sabia da minha sexualidade, nem dos meus hobbies, nem de nada sobre mim. Eu raramente encontrava o apoio deles. Taehyung me ofereceu tudo isso e eu mais que depressa agarrei com as duas mãos.

Naquela noite eu experimentei várias “primeiras vezes”: a primeira identidade falsa, a primeira vez em uma boate, a primeira dose de bebida alcoólica, o primeiro beijo, a primeira paixão. Taehyung me pediu em namoro no dia seguinte.

Meus pensamentos foram levados para longe pelo grito de Hoseok:

- Pelo amor de Deus, Jungkook, o que você faz tanto nesse banheiro?

- Estou pronto, hyung!

E estava mesmo. Eu tinha a péssima mania de fazer outras coisas enquanto pensava. Coisas inconscientes como desenhar. Hoje, no caso, foi trocar de roupa.

- Pronto Hobi hyung, feliz?! - Digo saindo do banheiro e abrindo os braços para exibir minha roupa.

- Até que enfim! – A campainha toca – Finalmente chegaram, vamos!  - Hoseok me puxa e vamos juntos em direção à porta.

 

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Barman de uma boate, não era isso que Jimin esperava de sua sexta à noite. Mas, a ideia foi sua, inteiramente sua.

Saiu do banho esfregando a toalha em seus cabelos. Olhou para o relógio: 18:49, estava atrasado.

Correu até sua gaveta pegando a primeira cueca que viu, junto com um par de meias brancas. Vestiu a calça preta e a blusa branca de botão. Ajeitou a gravata borboleta e repartiu as madeixas loiras ao meio. Olhou uma última vez para o espelho, suspirando pesadamente.

 

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Yoongi ia dirigindo com Hoseok no banco do passageiro. Eu estava atrás, com Tae ao meu lado.

Eu olhava pela janela do carro, vendo as luzes dos comércios acessas, quando senti uma mão em minha coxa direita e logo virei para Tae.

- Você vai gostar do lugar que vamos, é muito especial! – Taehyung acariciava minha coxa com o polegar e sorria do modo que só ele sabia fazer.

Eu sorri de volta, tentando ignorar um Hoseok e um Yoongi cantando a música preferida deles. Parecia que alguém havia pisado em gansos.

O carro virou uma esquina. O lugar era nostálgico: a boate em que conheci o Tae.

Assim que estacionamos o carro, abri a porta e dei a mão para Tae, entrando no local. O ambiente não havia mudado tanto, a música continuava alta, mas o cheiro de bebida e cigarro era quase imperceptível.

Fomos até o bar e pedimos quatro bebidas. Hobi virou o copo de uma só vez e puxou Yoongi para a pista de dança.

- Parece que somos só você e eu, coelhinho. – Pude sentir seu hálito quente contra meu ouvido, logo sendo puxado pela cintura até uma das mesas ao lado do bar.

Assim que sentei, Taehyung apertou minhas coxas e segurou em minha cintura, iniciando um beijo afoito. Eu mais que depressa passei meus braços por seu pescoço, afundando meus dedos nos fios de sua nuca. O beijo tinha gosto de Vodka, o que me fazia querer experimentar cada vez mais seus lábios.

Quando foi necessário se afastar, vi Tae virar seu copo e fiz o mesmo. Ele foi novamente em minha direção, passando o nariz pelo meu pescoço. Eu me arrepiei por completo, fechando os olhos, logo sentindo leves selares em minha nuca, subindo para minha orelha,  onde recebi uma mordida.

- Você será só meu essa noite, não é coelhinho?

- Ahã. Respondo ainda de olhos fechados.

Hoseok e Yoongi se aproximam rindo igual duas crianças e se sentando na mesa.

- Vocês bem que podiam parar de se pegar aqui e irem buscar outra bebida para nós. – Assim que Yoongi percebe a cara que Tae fez, retira do bolso algumas notas – Ei, eu pago! – Diz entregando o dinheiro.

- Vem Kookie, pelo jeito não vamos ter paz aqui. Diz levantando-se de mãos dadas comigo, indo em direção ao bar.

- Quatro de Vodka, por favor. – Tae diz se debruçando no balcão e logo em seguida se vira para mim me abraçando.

Enquanto abraçava TaeTae, fiquei de frente para o Barman. Ele era um homem de estatura média, cabelos loiros e olhos extremamente pequenos. Quando fui ler seu nome no crachá, Taehyung me puxou para um beijo e eu retribuí de bom grado.

- Senhor, as suas bebidas. – O Barman se virou, e eu não pude ver seu nome novamente.

Fomos até a mesa e entregamos os copos. Hoseok e Yoongi viraram de uma vez e voltaram a se beijar.

- Depois falam de nós. Digo bebendo um pouco.

- Não fique assim, logo estaremos em casa e ninguém irá nos atrapalhar. – Tae diz, bebendo todo o conteúdo do copo.

Eu comecei a sentir meus olhos pesarem e minha cabeça girar. Olhei em volta e tudo estava se movendo lentamente. A única coisa que lembro é de deitar no ombro de Tae antes de apagar.

 

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A sala era pequena e escura. Seria um completo breu se não fosse pela pequena luminária de luz amarelada no centro dela.

Sob a luminária, encontrava-se quatro cadeiras de metal e sobre elas, quatro corpos amarrados pelos pulsos e tornozelos. De frente para as quatro pessoas, era possível notar uma quinta: o homem agora vestia um terno preto e seus cabelos loiros ainda estavam repartidos.

Uma estranha movimentação indicou que um dos quatro amigos havia acordado. Sem entender muita coisa, avistou o homem a sua frente e começou a gritar, acordando os demais. Era Hoseok que gritava sem parar por estar confuso, zonzo e amarrado. Os demais compartilhavam da mesma agonia, misturada com um sentimento mais recente, o medo.

Ninguém dizia uma palavra. Estavam todos em completo silêncio, assustados com o que estava acontecendo. Jungkook foi o primeiro a notar que aquele homem era familiar, mas sua cabeça latejava tanto que mal conseguia se lembrar.

- Qual o seu problema, cara¿ Por que está fazendo isso conosco? - Era Yoongi que dizia quase rosnando. Seu rosto estava vermelho.

- A pergunta certa a fazer é quem eu sou. Após isso você teria todas as suas dúvidas liquidadas, Suga. – O homem tinha uma voz calma e aguda.

O modo como o homem chamou Yoongi o abalou. Ele não sabia ao certo como alguém além de Taehyung conhecia seu apelido.

- E quem é você, então?

O homem sorriu, abrindo os dois braços e olhando em volta até repousar os olhos em Yoongi:

- Eu sou o diabo!

O choque das palavras acertou os quatro garotos. O silêncio reinou novamente. O homem loiro pegou uma cadeira e colocou de frente para eles, entre Taehyung e Hoseok.

- Que caras de espanto são essas? Taehyung e Yoongi sabiam que mais cedo ou mais tarde esse encontro iria acontecer. – Um sorriso de deboche formou em seu rosto.

O nervosismo era tanto, que o ambiente começou a esquentar. Filetes de suor escorriam pelas têmporas de Jungkook. Os outros garotos já estavam encharcados e o diabo a sua frente parecia não receber os mesmos efeitos.

Hoseok começou a chorar. Eram lágrimas de desespero. Yoongi ia começar a abrir a boca para tentar acalmá-lo quando foi interrompido.

- Ei pequeno Hobi, não precisa chorar, apesar de que eu também choraria se tivesse feito tudo aquilo. O arrependimento é pesado, não é mesmo? Achou que ninguém nunca iria descobrir?

- Não fale assim com ele! – Yoongi gritou.

- Ah, pobre Yoongi! Tão inocente! – Falou se levantando e pegando um pirulito no bolso. Abriu e colocou na boca. – Se eu fosse você, não defenderia tanto seu “namoradinho”. E você, V – Diz dando ênfase na letra – Por que tão quieto? Tem medo da verdade?

Taehyung continuou imóvel. Ele não olhava para os lados, com medo de encarar os outros garotos. Por fim abaixou a cabeça e permaneceu assim.

- Vou tomar isso como um sim. – Sorriu com o pirulito na boca e uma das mãos no bolso da calça, balançando de um lado para o outro o corpo.

O homem percebeu o olhar de Jungkook em si e se aproximou do menino. Jungkook, sem pensar duas vezes, afastou o rosto de perto do homem, virando-o de lado.

- Ah, Jungkook, você é o mais puro e ingênuo dos quatro. Um garotinho desamparado que foi  se apaixonar justo por esse ser humano imundo – Diz apontando para Taehyung – Não precisa ter medo de mim, eu nunca machucaria você. - O homem passa o pirulito pelo rosto do garoto e o coloca de volta na boca. – Quanto aos outros três, já não posso garantir nada.

- O que quer de nós? - Hoseok diz entre soluços.

- Por favor, Hoseok, para de chorar, já deu. – O homem eleva seu tom de voz, fazendo Hoseok se calar e olhar para ele. – Eu não sou muito fã de verdades, somente quando elas são extremamente perturbadoras como as que vou contar aqui.

O homem puxa a cadeira para mais perto dos amigos e se senta cruzando as pernas e olhando para cima.

- Por onde começar...? Que tal com uma história¿ Era uma vez dois garotos que não tinham dinheiro para quase nada. Extremamente pobres financeiramente, e com a cabeça cheia de projetos, decidiram que iriam arranjar um emprego. Os pobres garotos não imaginavam que o salário que ganhavam na pequena mercearia não dava para alcançar nem o menor dos sonhos, por isso, decidiram trabalhar de manhã em um asilo próximo.

Taehyung continuava com a cabeça baixa e era possível ver seu rosto ficando vermelho. Yoongi, por sua vez remexia-se na cadeira, sem encarar o homem.

- No começo, era difícil acordar tão cedo para ajudar os velhos. Era mais difícil ainda tolerá-los. Até que certo dia, uma das senhoras contou sobre sua filha. Uma mulher rica, já com seus sessenta anos, solitária, que gastava toda sua fortuna com garotos de programa, festas e bebidas. Enquanto a conversa fluía, descobriram o endereço da mulher. Naquela noite, Yoongi convenceu Taehyung que era uma boa ideia se disfarçarem de prostitutos e irem até a casa. E foi o que fizeram: entraram na casa, mataram a moradora e em seguida roubaram seus pertences.

Jungkook e Hoseok arregalaram os olhos. Não acreditavam no passado de seus namorados, achava que o homem estava blefando. O homem por sua vez, continha um belo sorriso nos lábios, enquanto contava a história.

- E não pararam só aí. Foram cerca de dezessete idosos mortos em um ano. Dois somente hoje, antes mesmo de vocês entrarem naquela boate.

Hoseok voltou a chorar, Jungkook permanecia imóvel. Yoongi e Taehyung não tinham nenhuma expressão em seus rostos.

O homem loiro se divertia com tudo aquilo, era um deleite para sua alma. Mas, a melhor parte ainda não havia chegado.

- Acham que isso é tudo? Ainda não contei sobre o amiguinho de vocês – Disse olhando para Hoseok , chegando perto dele. – Como anda as vendas pela internet? Soube que as melhores drogas são vendidas por você. Extremamente puras...

- Para com isso! – Hoseok sussurrou – Para com isso! – Dessa vez foi um grito que ecoou por toda a sala.

- Isso é sério Hobi? - Foi a vez de Yoongi perguntar.

- Cala a boca! Você é um assassino, não tem o direito de dizer nada!

- Ah, que adorável! O doce som de uma briga. “O sujo falando do mal lavado”.  Você e o Taehyung são os únicos que não podem dizer nada aqui, afinal fazem coisa pior. – O homem tira o pirulito da boca e ri.

- Para de torturar a gente! – Dessa fez foi Taehyung que se pronunciou.

- Por que? Isso é tão divertido! E eu nem disse a melhor parte! – Voltou-se para Jungkook – Como é saber que depois que você sai da casa do Taehyung, ele liga para o Hoseok quase em desespero para ter uma boa foda? Como eu disse pequeno, ele é um ser humano imundo.

Agora foi a vez de Jungkook chorar. Todo o medo e angustia que guardava se apoderaram de seu peito o fazendo desejar que tudo aquilo acabasse.

- Desculpa Kookie. Eu sempre amei o Hobi. Era a única forma de ficar perto dele. – Taehyung sussurrou.

- Mas que porra é essa? Eu não acredito nisso! – Yoongi chorava como uma criança. – Quando sairmos daqui eu vou matar vocês dois! Desde quando essa palhaçada acontece? - Seus gritos ecoavam no ambiente.

- Desde que nos conhecemos. – Hoseok se pronunciou.

- E por que você ainda estava comigo? - Yoongi dizia em desespero.

- Porque eu também te amo, Yoon.

Yoongi chorava desesperadamente. Todo o ódio consumiu seu coração, que se tornou mais frio do que antes de conhecer Hoseok.

A cena vista pelo próprio diabo era comovente em outros olhos: Jungkook chorando com o rosto virado para não encarar ninguém; Taehyung com a cabeça baixa, sem fazer nenhum movimento, quase como um cadáver; Hoseok pedindo desculpas a Yoongi, que chorava descontroladamente como nunca havia chorado. O diabo só pôde se virar e levar sua cadeira até o canto da sala, ficando parado em frente a eles novamente, apreciando a vista.

Não demorou muito até que passos pesados fossem ouvidos através da sala. A porta foi arrombada e a polícia entrou. Cerca de dez militares entraram junto com dois policiais civis. Logo os três garotos mais velhos foram presos, enquanto Jungkook recebia a ajuda de dois enfermeiros que entraram logo em seguida. Em seus uniformes era possível ler o nome da instituição: Clínica Park Seung Min.

- Quem amarrou vocês nessa sala? - Era o policial com o nome de Namjoon que havia perguntado.

- Ele! – Jungkook apontou para o homem parado ao seu lado com o pirulito entre os lábios.

Todos se viraram com semblantes confusos, alguns com um sorriso travesso no rosto. O delegado chamava-se Seokjin, e foi ele que se aproximou do garoto, olhando em seus olhos.

- Filho, não há ninguém aí! Vocês estavam sozinhos quando chegamos. - Em seguida vira-se para os enfermeiros. – Levem o garoto para outro lugar o mais rápido possível, não deixe que a imprensa o veja.

Em seguida, pediu para que os militares levassem Yoongi e Taehyung para fora e fez Namjoon tampar o rosto de Hoseok, afinal, o garoto estava envolvido em outros crimes.

Seokjin deu uma última olhada para a sala e saiu atrás de Namjoon.

 

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- Dr. Park, o senhor foi brilhante! Nunca vi um caso dar tão certo como esse! – Era Namjoon, todo sorridente, bebericando seu copo de café.

- Obrigado Namjoon! E por favor, me chame apenas de Jimin!

- Não dei muita moral para todo esse projeto que você estava desenvolvendo, mas agora devo dar meus parabéns. – Seokjin dizia sentado com o braço repousando sobre o encosto da cadeira.

- E o garoto, como está? - Namjoon perguntava.

- Ele está sobre sedativos no momento, acordará ainda hoje. – Jimin disse.

- Ainda não acredito que prendemos dois seriais killers e de brinde um traficante de drogas! Ontem entrou para a história. – Seokjin sorria de orelha a orelha.

Jimin despediu-se dos dois policiais e seguiu para sua clínica.

 Parecia brincadeira quando começou a desenvolver seu projeto durante a faculdade de psicologia, que consistia basicamente em uma espécie de reflexão psicológica, e que logo foi apelidada de “tortura psicológica” pela polícia.

Quando terminou o curso, Jimin não se contentou apenas em trabalhar em seu consultório. Ouvir os problemas comuns de pessoas comuns o entediava. Foi nesse tempo que ele pensou em ser policial, e lá estava Park Jimin correndo atrás de outro sonho maluco.

Em novembro do ano passado, ouviu através do noticiário que uma senhora de sessenta anos havia sido assassinada e roubada dentro de sua própria casa. Jimin sabia que eram ladrões inexperientes, pois, quem deixaria para trás as joias que valiam bem mais do que o dinheiro que encontram na casa?!

Logo apresentou seu projeto para Seokjin, que já estava preocupado com a segunda morte em uma semana, feita pelos mesmos suspeitos, provavelmente. O desespero levou o delegado a aceitar sua ajuda. Passava dias e noites atrás de pistas, paradeiros, ou qualquer coisa que conectassem ambos os casos.

Um dia, cansado de tudo, foi até uma das boates mais famosas da cidade e avistou quatro garotos. Um deles aparentava ser menor de idade, o que o fez prestar ainda mais atenção. Como não viu nada de suspeito, resolveu deixar passar. Sabia que estava sendo um péssimo policial, mas também já foi jovem e como não viu o garoto ingerir nada, deixou passar. Assim esperava, pois a situação que se encontrava não o deixava ter o total controle de sua mente.

Depois de dois meses estressantes, retornou para a boate e encontrou os mesmos garotos. Porém, eles esbanjavam mais do que da outra vez. Compravam várias bebidas e até mesmo suas vestimentas estavam melhores. Jimin desconfiou de tudo e começou a investigar, como o bom curioso que era.

Sua curiosidade o colocou na pista certa e logo descobriu muito mais coisas do que devia. Descobriu endereços, números, hobbies e até mesmo a relação de cada garoto com o outro. O que mais o motivou nessa loucura foi Jungkook, o garoto tímido, excluído pela família, que achou conforto nos braços de Taehyung, um garoto egoísta, que mal se importava com os sentimentos de Jungkook, mas disfarçava tão bem para alcançar seu único objetivo.

Quando reuniu provas suficientes, Seokjin liberou Jimin para colocar seu projeto em prática. Na noite de sexta feira passada, colocou cerca de cinco de seus homens mais confiáveis dentro da boate para ajudarem o doutor no que precisasse.

 Descoloriu os fios e se disfarçou de Barman, esperando o momento certo para colocar o coquetel de substâncias em suas bebidas que os fariam apagar por um tempo. Logo em seguida, os retirou de lá com a ajuda dos homens contratados por Seokjin e os levou até uma sala escura em um prédio em construção a duas quadras da boate.

Jimin sorria enquanto estacionava em sua clínica. Entrou, vestiu o jaleco e pegou a prancheta de seu paciente predileto: o garoto que havia observado a tanto tempo.

 

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Minha cabeça doía. Meu corpo estava mole. Abri os olhos com dificuldade, devido à luz que entrava pela janela. Quando meu olhar tomou foco, pude ver que não estava no meu quarto. As paredes eram brancas. A minha direita, havia uma enorme janela com cortinas brancas, e a minha esquerda, um criado mudo e mais atrás uma poltrona. Em frente à cama em que estava, havia um quadro de um balão azul e rosa e sua moldura era dourada.

Aos poucos fui sentando na cama e me lembrando de tudo que havia acontecido. Levei minhas duas mãos à cabeça, mas não chorei, apesar da vontade ser enorme.  

Kim Taehyung era um cretino que usou meu corpo e destruiu meu coração, e Hoseok era um grandíssimo filho da puta por fingir ser meu amigo esse tempo todo. O ódio consumia-me. A única coisa que me aliviava no momento era saber que eles estavam presos.

Ouvi a porta ser aberta e uma enfermeira entrou com uma bandeja contendo comida. Atrás dela vinha o médico, ou o homem que eu achava ser o médico, pois vestia um jaleco e segurava uma prancheta.

- Jungkook? Como se sente?

Levantei meu olhar para o médico e paralisei. Se rosto era o mesmo do homem que nos havia torturado naquela sala, porém seus fios eram negros.

Ele viu meu assombro, voltando logo a dizer:

- Eu sei que você passou por muita coisa naquele lugar, mas não estou aqui para lhe interrogar, isso é trabalho para a polícia. Eu estou aqui para tratar você de todo o choque que sofreu. Quero ajudar você a superar tudo aquilo Jungkook, só preciso que confie em mim.

Sua voz era igual a do diabo.

Eu não sabia se estava louco. Talvez esse homem pudesse me ajudar a encontrar respostas para minhas insanidades.

- Eu confio em você. – Proferi por final.

Ele abriu o sorriso mais encantador que eu já havia visto.

- Ótimo! Mas antes deixe eu me apresentar, sou Park Jimin, seu doutor e novo amigo.

Ele estendeu sua mão e eu a apertei, retribuindo o sorriso. Jimin era um nome realmente adorável.


Notas Finais


Obrigada por chegar até aqui! Espero que tenha gostado da história!
Achei bom ressaltar algumas coisas que ficaram meio perdidas:
- A menção ao diabo refere-se a primeira parte da história, lá na fala do Taehyung. A polícia sabia o que estavam aprontando, mas aquilo foi uma coincidência.
- Jungkook se apegou tanto a Tae e Hobi, que não percebeu que eram eles que lhe traiam, e que Yoongi nunca iria lhe fazer mal.
- O prédio no qual a sala se encontra foi alugado, a polícia simplesmente não saiu invadindo tudo.
- Jimin apaixonou-se por Jungkook conforme foi investigando a vida do garoto. Seu lado profissional ajudou a desenvolver a paixão: um garoto com problemas psicológicos, sem a ajuda da família e carente de afeto.
- Jimin tem 26 anos, Jungkook, 16. Yoongi tem 22 e Taehyung também. Hoseok tem 18. Todas são idades ocidentais.
- Jungkook, por ser carente de afeto, também se apaixona por Jimin.
- Jungkook não percebe que o Barman também é semelhante ao diabo e ao médico por estar muito zonzo e se lembra de pouca coisa da noite na boate.
- Namjoon e Seokjin fingem não ver Jimin pois faz parte do projeto dele.

Bom, é isso, espero que tenham gostado!
Beijos <3


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