1. Spirit Fanfics >
  2. Imortais Sagrados >
  3. Capítulo Dezoito

História Imortais Sagrados - Capítulo Dezoito


Escrita por: GhostMel

Notas do Autor


Helloa! *Atrasada* *atrasada* *atrasada*, perdão eu falhei com minha promessa 😢
Bem, bem, a fic chegou aos seus 100 fav e eu tô o puro suco de amor AA 100 pessoinhas que compraram essa historia e embarcaram cmg nessa viagem, não tenho nem palavras pra agradecer A
Pra comemorar e de presentinho pra vocês (mentira, pq não era nenhum projeto que eu tinha prometido) deixei uma minific giyushino mais leve e menos dramática, espero que aproveitem: https://www.spiritfanfiction.com/historia/p-o-s-i-t-i-v-o-19748990

Fica aqui meu eterno agradecimento, meu amor por vcs que leem, favoritam ou comentam e aos novos Imortais e a todos: boa leitura!

SPOILER ALEATORIO DO CAP: mas eu me mordo de ciumeeeeees

Capítulo 19 - Capítulo Dezoito


O choque entre as lâminas de madeira ecoava com uma ferocidade aterradora, no entanto, muito diferente das intenções odiosas de treinamentos passados, Kochou não atacava mais com a raiva, tampouco Tomioka estava irritado. Em verdade, a luta que se desenrolava era, de certa forma, graciosa de se assistir.

A cada dia de treino, Shinobu estava mais e mais próxima de desenvolver seu próprio estilo de luta. Era rápida e não tinha nenhum receio de se aproximar do oponente para lhe provocar com ironias e testar um pouco de sua melhor arma: o terror psicológico. Quantas vezes o pobre Murata não havia se deixado abater pelo simples e repentino acercamento da princesa, como um verdadeiro fantasma?

E não havia como deixar de reparar na elegância dos seus movimentos. Existiam histórias que contavam que reis, imperadores, eram homens escolhidos pelos próprios criadores para guiar seu povo. Tomioka não tinha certeza se havia algo de místico no sangue real, mas cada vez que via Shinobu saltar pelo salão como se batesse asas, sentia-se como um simples e privilegiado mundano escolhido pelo Deus da Luz para apreciar a beleza da criatura que mais se aproximava dele na terra.

Sacudiu a cabeça ignorando novamente aquela sensação inominável que há pouquissímo tempo passara a exigir que Tomioka lhe desse um nome, que reconhecesse que estava ali. Mas ele não devia. Não, não devia. Poderia, até certo ponto, admitir que havia desejo. E como não poderia haver se tratando de Shinobu Kochou? Seria uma atitude tola não admitir que ela era uma mulher atrativa.

À despeito disso, se recusava a nomear a sensação de qualquer coisa que não fosse esse simples produto dos instintos humanos; primeiro: porque a paixão, o amor, não foram feitos para alguém como ele; segundo: se o amor não foi feito para ele, menos ainda o amor por Shinobu Kochou. Tinha de lembrar que ela era uma princesa e ele um pirata, tinha de se pôr em seu lugar. Logo mais, quando tudo estivesse acabado, Tomioka partiria e nunca mais voltaria a pisar nas terras de Persis e Shinobu se casaria com algum nobre, vivendo sua vida livre de riscos e medos.

— Isso me deixou impressionado! Vocês tem uma sicronia incrível! — Murata exclamou quando Tomioka e Kochou cessaram os ataques.

— Do que está falando? — o capitão inclinou a cabeça, desejando que sua mente parasse de dar um sentido problemático à palavras tão simples. Tinham se passado apenas míseros minutos desde que acabara com um conflito interno e agora Murata vinha perturbar sua paz outra vez.

— Ficam bem juntos! — sorriu — Acredito que fariam um belo trabalho em conjunto.

— Você também acredita nisso, Tomioka-san? — cutucou as costas do capitão, em tom de brincadeira — Pois eu acho que logo o superarei em velocidade! Será porque você está ficando velho e lento?

— Não estou velho, tenho apenas vinte anos. — respondeu com algo de contrariedade.

— Ara, isso é ainda mais preocupante, não acha, Murata-san? Alguém tão jovem e já perdendo o vigor...

— Sim, muito preocupante! Talvez Kochou-sama devesse examiná-lo e... — interrompeu a fala logo que recebeu uma mirada ameaçadora de Giyuu — Ou Tamayo-sama! Tamayo-sama também pode examiná-lo, porque ela é médica! — completou nervoso.

— Creio que a única forma de levarmos Tomioka-san para um exame seria o amarrando enquanto ele estiver gravemente ferido ou desacordado. É tão cabeça-dura!

O capitão simplesmente revirou os olhos e se pôs a organizar o equipamento de treino. Ele sabia que quando ambos começavam a tagarelar — e falar dele, para ser mais preciso — a concentração estava perdida para sempre. Mas, por ora, perdoaria a desfeita de seus aprendizes. O fim da tarde se aproximava, e ainda que não dissesse, Tomioka estava orgulhoso do progresso de Kochou e Murata. Que houvesse, então, um descanso.

— Ah... Tomioka-san? — o soldado chamou a atenção capitão — Acaso poderia me permitir deixar o posto mais cedo? — Tomioka estreitou os olhos em direção a Murata — É que... estou esperando encontrar alguém esta noite... então eu gostaria de poder sair um pouco mais cedo... — Murata suava frio.

Com efeito, tudo não passava de uma imensa mentira; e os arquitetos por trás desse plano maquiavélico eram Sabito, Kanae e o espírito casamenteiro que neles habitava. A herdeira de Persis, a princípio, tensionou se negar a participar do pequeno e simples plano do imediato. Tensionou tirar toda esperança que Sabito carregava junto às ideias para esse relacionamento impossível, mas, num impulso completamente egoísta, Kanae desejou que sua irmã pudesse experimentar plenamente todas as emoções que o dever com Persis havia lhe negado. Que não amasse! Mas que vivesse o desejo. Que se permitisse sentir! Era melhor que carregar um coração vazio. Não haveria arrependimento depois, pois não existia um 'depois' e era inaceitável que Shinobu continuasse a dizer 'não' para a pouca vida que lhe restava.

Estava se arriscando a magoar alguém, ela sabia. Se ao menos os dois não tivessem demonstrado interesse um pelo outro, Kanae recusaria a oferta infudada de Sabito. Mas não queria deixar sua irmã partir sem que vivesse as próprias emoções, não quando ambos estavam dispostos, porém receosos demais para dar o primeiro passo. Kanae se agarrou a ideia de que tanto Shinobu quanto Giyuu se separariam antes que um sentimento maior se desenvolvesse. O capitão logo estaria de volta ao oceano e jamais saberia o que o futuro reservava para a princesa. O pensamento aplacou sua culpa. Daria seu aval para o pequeno empurrão que o imediato planejara, e se os dois decidissem por viver plenamente o presente, então seria por suas próprias escolhas.

A parte de Murata era bastante simples, se bem que ele era o responsável por toda parte "prática" do plano, enquanto Sabito e Kanae se ocuparam tão somente da ideia. Tudo que precisava fazer era pedir para se retirar um pouco mais cedo, deixando que o capitão e a princesa desfrutassem de um momento à sós. O soldado, ainda que fosse um claro entusiasta daquele par, achou que morreria tão logo expressasse o desejo de deixar seu posto mais cedo, mas no instante em que fez o pedido à Tomioka, teve certeza.

— Sua vigília se encerra com o pôr do sol, é quando você poderá sair. — respondeu severo — Não comprometa seu trabalho. — Murata empalideceu, mas de pronto a princesa interviu:

— Ara, Tomioka-san! Nem todos preferem viver isolados de emoções como você. — se voltou para o soldado, amável: — Pode ir, Murata-san, espero que se divirta!

Murata se quedou congelado no lugar ante uma mirada nada amigável do capitão. Parecia até que Tomioka estava aguardando para saber quem dos dois o soldado obedeceria, embora no fundo soubesse que nem mesmo a maior autoridade e nem o mais sério dos olhares era capaz de suplantar sequer a mais doce palavra da princesa. E assim foi. O soldado murmurou um pedido de desculpas e um agradecimento entre tremeliques e gaguejos antes de correr pelos corredores sem coragem para encarar o capitão.

Giyuu e Shinobu voltaram a caminhar tranquilos, muito embora o capitão levasse um semblante mal disfarçado de desgosto enquanto a princesa tentava conter o riso.

— Sabe, Tomioka-san, quando os pais cantam sobre monstros feios e terríveis nas cantigas de ninar, é sobre você que estão cantando. — brincou.

— Não sou nenhum monstro feio e terrível.

— Te darei razão se resolver contestar o 'feio', mas do 'terrível' não poderemos abrir mão.

— O quê? — Tomioka sentiu as bochechas esquentarem. Havia entendido mal ou ela o havia elogiado? Certo que também havia um insulto, mas à esses gracejos estava mais que acostumado.

— Seguramente, Murata-san concordaria comigo. — Shinobu se voltou para encarar o capitão — Ara, Tomioka-san! Seu rosto está vermelho! — provocou — Assim você ficará gracioso demais para ser o monstro das cantigas de ninar!

A princesa ria do desconcerto de Giyuu enquanto ele tentava apenas desviar dos olhos violetas. Ainda estavam parados no meio do corredor quando uma voz conhecida e longe de ser querida chamou a atenção.

— Shinobu-chan! Oh, minha querida Shinobu-chan! Desde que cheguei não tive o tempo necessário para ver como estava de fato. Imperdoável de minha parte, mas aceite minhas desculpas, Shinobu-chan! — Douma se ajoelhou dramaticamente ante a princesa.

— Não há necessidade de se preocupar, Douma-san! Por favor, levante-se. Sei que esteve ocupado com os relatórios de meu pai...

— Isto não é desculpa para ter te negligenciado. Rogo que me perdoe, Shinobu-chan!

O sátrapa agarrou as mãos de princesa com desespero, assustando-a. O capitão se manteve quieto e distante, se resignando a acompanhar a cena alguns passos atrás, em sua característica postura de braços cruzados e expressão fria. No entanto, a pressão que seus dedos estavam exercendo sobre sua pele, deixava claro que a imagem a sua frente o desagradava. Desagradava muito.

— Agora está tudo bem. Tomioka-san e Murata-san chegaram em tempo.

— Ah, sim! — Douma manteve o agarre em torno das mãos da princesa e mirou o capitão com um sorriso agradecido — Ouvi sobre a façanha daquela noite, Tomioka fez um incrível trabalho! Graças à você, minha Shinobu-chan está viva, não há nada no mundo capaz de expressar o quanto lhe sou grato!

Giyuu se limitou a aquiescer. Por alguma razão, que pouco tinha a ver com seu interesse em relação à princesa, Tomioka via o sátrapa com extrema desconfiança. Nao era um homem o qual o sorriso chegava aos olhos. Para o capitão, tanto o sorriso quanto os modos de Douma tinham um quê de zombaria, de desprezo. A impressão era tão forte que Tomioka soube, quase de imediato, que o sátrapa era um homem perigoso. Perigoso demais, mesmo para os padrões de homens tão poderosos quanto ele.

— Mas é terrível que não puderam impedir que te machucassem, Shinobu-chan. — a fala pegou o capitão de sobressalto. A intenção daquelas palavras era ferir, e como tal, haviam conseguido tocar fundo na ferida que Tomioka custava a sarar — Se eu estivesse aqui, te juro, ninguém jamais encostaria um dedo em você!

Douma levou uma de suas mãos em direção ao pescoço da princesa para tocar a marca — agora muito menos visível — da corda. A atitude do sátrapa quase fez a postura do capitão vacilar, mas mal havia chegado a encostar os dedos na pele de Shinobu, esta ja havia recuado.

— Por favor, Douma-san, é inadequado que chegue tão perto. — respondeu com seriedade — E, lhe peço, não volte a insinuar que os homens que me protegem falharam. Não podemos ter controle sobre tudo, estou viva, é o que importa.

— Oh, perdoe-me se te dei essa impressão! — e novamente, o falso sorriso se desenhava, cheio de cinismo — Jamais tive a intenção de insultar seus salvadores, estou completamente de acordo com Shinobu-chan!

Num piscar de olhos, toda a falsidade que rodeava o sátrapa sumia quando ele mirava Kochou apaixonadamente. O capitão não conseguia afirmar que tais sentimentos não eram reais, o que tornava Douma um homem ainda mais estranho. Como alguém tão poderoso, que disfarçava sua astúcia em modos simplórios, podia ser tão cego para os sentimentos da princesa? Era mais que óbvio que Shinobu apenas o tolerava.

— Ah! Shinobu-chan, deixe-me contar: muito em breve farei o interrogatório da criada suspeita! Espero que isso te faça sentir mais segura.

— É claro, Douma-san. Agradeço seus esforços. — Kochou tentava se livrar discretamente do agarre do sátrapa, mas suas tentativas eram inúteis.

— Algum problema, Tomioka? — chamou a atenção do capitão, que, mais uma vez, se encontrava inquieto quanto ao interrogatório — Você e... qual era o nome dela? Daki? Ah, vejo que sim! Você e Daki eram próximos?

O sorriso do sátrapa continuava estampado em seu rosto como se acabasse de ter proferido uma pergunta completamente inocente. Entretanto, Tomioka agora tinha certeza, Douma estava tentando lhe atingir. A razão para esse comportamento é que ainda lhe escapava. Até que notou que havia passado tempo demais meditando sobre as atitudes do homem, enquanto aguardavam sua resposta.

Shinobu havia se voltado para ver a expressão do capitão de maneira afoita e ansiosa, e se amaldiçoou por isso, desejando que ele não a tivesse visto daquela maneira. Para sua sorte, Douma parecia ter sido o único a se atentar para seu ato falho.

— Não. — Giyuu estava tão sério, quanto irritado.

— Fico feliz em ouvir isso, assim meu interrogatório não será interrompido como o julgamento! — Douma apertou as mãos de Shinobu ainda mais eufórico — Shinobu-chan, gostaria de me acompanhar em um passeio pelos jardins amanhã pela manhã? Ficaria encantado de poder admirar as belas flores em companhia da mais bela de todas!

— Douma-san...

— Apenas nós dois, Shinobu-chan! Me concederia essa honra?

— Sim, é claro. — Kochou só sentia a imensa necessidade de se livrar do sátrapa, assim que decidiu aceitar o passeio — Pode me soltar, Douma-san. — mas o homem não soltou, pelo contrário, se acercou ainda mais.

— Ah, Shinobu-chan! Você vai me fazer o homem mais feliz do mundo, mal posso esperar para passarmos um tempo juntos sem que...

— Você já pode soltá-la, como Kochou-sama pediu. — a voz grave do capitão ecoou no corredor.

O sátrapa soergueu uma sobrancelha e logo em seguida soltou o ar pelo nariz acompanhando um riso de puro sarcasmo. Ele soltou a mão da princesa, à contragosto, mas mantinha um olhar desafiante sobre Giyuu, como se o incitasse a seguir com sua audácia. Tomioka sustentou o olhar firme, muito embora não tenha se dado ao trabalho de entrar naquele jogo.

— Esperarei pelo amanhã ansiosamente, querida Shinobu-chan! — foi tudo o que Douma disse, antes de se curvar para a princesa e sair.

— Você não precisa me defender sempre. Douma-san é difícil, mas posso lidar com ele sozinha. — falou, desconcertada.

— Te defenderei em qualquer situação que julgue necessária. — Tomioka não a encarava e Shinobu se sentiu grata por ele não ter visto o rubor que tomou seu rosto.

— Está bem. Mas se continuar com essa expressão zangada logo vai perder seu posto de homem frio e antipático e todos dirão que Tomioka-san está com ciúmes! — provocou.

— Eu não estou com ciúmes.

— Tomioka-san, já reparou que sua comunicação é composta de apenas duas formas? Ou você dá ordens ou nega tudo que falam.

— Eu não... — começou, ao que Shinobu o olhou com um semblante vencedor. Giyuu revirou os olhos — Que seja. — ela riu.

Tomioka acompanhou a princesa até seu aposento, onde Sabito aguardava os dois para a troca de vigia. Apesar de não estar certo sobre o motivo, Giyuu bem podia imaginar o porquê de seu irmão levar um sorriso tão tolo na cara.

— Yo! Onde está seu parceiro?

— Deixou o posto mais cedo. — o capitão cerrou os dentes ao lembrar.

— E você permitiu? — Sabito perguntou com falsa surpresa.

— Não.

— Imagino! Com certeza Kochou-sama foi quem o libertou das suas correntes! — o imediato se divertia da feição contrariada do irmão.

— Ele sofrerá as consequências amanhã, dando mais cem voltas no salão de treinamento.

— Giyuu, não precisa ser tão extremo. — Sabito estava quase se sentindo culpado pelo pobre Murata — Até o mais forte dos homens precisa de um descanso para se manter são. — o capitão o ignorou.

— Sabito, pela manhã, Douma e Kochou-sama farão um passeio pelos jardins do palácio. Não os deixe sozinhos, mesmo que ele ordene. — o tom grave na fala fez o imediato encarar Giyuu com certa surpresa, mas o momento de tensão durou pouco, pois a risada de Sabito quebrou completamente o ar severo do aviso.

— Sim, senhor capitão! — bateu continência e logo deu tapinhas nas costas de Tomioka — Não se preocupe, não deixarei que ninguém roube Kochou-sama de você!

— Pare de dizer coisas estúpidas. Apenas fique atento.

— Cumprirei meu dever com honra, senhor! — respondeu enquanto gargalhava.

Giyuu respirou fundo e saiu sem dirigir palavra ao imediato. De fato, precisava descansar ou estaria muito perto de esquecer que era um homem são. 


Notas Finais


RIP Murata, vai pagar o pato

Até o próx cap 💓


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...