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História Imperatriz - País do Fogo


Escrita por: KaeruJun

Notas do Autor


O desenho da capa do Capítulo foi feito por mim para representar a roupa que Hinata está usando neste primeiro capítulo.

Capítulo 1 - País do Fogo


Fanfic / Fanfiction Imperatriz - País do Fogo

O dia amanheceu cinza em Konoha. As ruas estavam pouco movimentadas, e uma neblina pairava pelas vielas. Antes da chegada dos Hyuuga, Konoha era apenas uma cidade pequena, tomada pela violência e desordem. Quando Hyuuga Hiashi assentou-se no local, o território passou a ser reconhecido e tudo mudou. Os Hyuugas eram uma das quatro Famílias de maior renome do País do Fogo, junto dos Uchihas, Uzumakis e Senju. Após um ataque do Clã Ootsutsuki, onde o herdeiro deles queria desposar a primogênita do líder, Hinata, a força, os Hyuugas foram forçados a abandonar o território. Assentaram-se em Konoha, cujo solo fértil e a proximidade com dois rios os fez prosperar numa velocidade incrível. Em menos de um ano, Konoha já era o segundo maior Império do País do Fogo, perdendo apenas para o Império de Oto, dominado pelos Uchihas.

No Palácio, o clima era instável. E pesado. Os Líderes de outros Clãs já chegavam para o enterro do Imperador, e é claro, para cortejar sua primogênita: Hinata Hyuuga.

Com apenas 19 Anos, Hinata sentia o peito apertado como nunca na vida. A morte de Hiashi, como pai, já era uma dor imensurável. Agora, como Imperador? Era a ruína, o fim de sua vida. Hinata seria forçada a algo que vinha evitando a 4 Anos, desde sua primeira menstruação: o casamento. E com ele, uma vida infeliz como uma mulher sem voz, submissa que deveria apenas gerar herdeiros para o grandioso Império de Konoha.

Enquanto penteava os longos cabelos azulados, Hinata pensava em seu futuro, no futuro do Império. O Império de Konoha estava em suas mãos, precisava ser sábia para tomar uma decisão.

- Sábia... como a mamãe.

A fala pesarosa saiu como um sussurro. Lembrar da mãe lhe era uma lembrança dolorida a qual evitava. A mãe de Hinata morreu no parto de sua segunda filha, Hanabi. Após a perda da mãe, Hinata desenvolveu um sentimento superprotetor com a irmã caçula, como se visse nela a figura de sua própria mãe. Em contra partida, seu pai desenvolvera um ódio inexplicável pela própria filha caçula. Hiashi culpava Hanabi pela morte da esposa, e aquilo o transformara num verdadeiro monstro.

- Nee-san, o Conselho está reunido. Os Líderes dos Clãs já chegaram.

A voz de Hanabi abrindo a porta assustou Hinata, que deixou o pente cair.

- Hanabi!! Não entre nos quartos sem bater. E se eu estivesse nua?

- Já te vi nua, nee-san. Eu tomo banho com você.

A fala inocente da pequena fez Hinata revirar os olhos enquanto ria. Hanabi tinha apenas 10 Anos, mas possuía a maturidade de alguém bem mais velha que ela. Por vezes, Hinata pegava-se pensando na quão boa líder Hanabi seria caso tivesse nascido um menino. Com certeza não seria rejeitada pelo pai, afinal, ele teria um herdeiro homem!! Era uma dádiva para uma mulher conceber um filho homem, e diziam as parteiras que quando a mãe morria no parto era sinal de que o bebê seria um homem forte no futuro. Aquele pensamento fez subir um arrepio na espinha de Hinata.

- Não está arrumada ainda. Os Conselheiros vão brigar se você aparecer feia...

Hanabi fez uma careta ao lembrar das broncas dos Conselheiros. Hnata suspirou, assentindo. Preferia passar dias no estábulo, com os cavalos, do que levar uma bronca dos Conselheiros. Mas infelizmente, teria de aguentar aquela bronca. Não estava pronta. Não se sentia pronta. Ela sabia o que ocorreria na conversa com os líderes: decidiriam o futuro do Império, e com isto, o seu futuro marido e Imperador. Hinata não estava disposta a se entregar a um homem que nem mesmo conhecia.

Então, por um dia apenas, decidiu ser livre. Desobedecer a ordens e fazer o que tivesse vontade. Estava de luto, merecia esse descanso.

- Hanabi, avise aos Conselheiros que estou indisposta. Faremos a reunião no jantar.

E sem dar tempo de a caçula pensar, Hinata a colocou para fora e fechou a porta. Foi até o guarda-roupas e pegou sua roupa mais confortável: um kimono leve, na cor lilás, que combinava com seus olhos, e ia até um pouco abaixo do joelho. O kimono lhe era aberto nas duas laterais abaixo da cintura, para facilitar seus movimentos das pernas. Por baixo, colocou calças acolchoadas e folgadas em um tom cinzento de azul, e por cima, uma meia ¾ na cor branca. Para preencher o kimono, utilizou uma faixa roxa, num tom mais escuro do que o do tecido do kimono, e que combinava com suas laterais. Os Conselheiros desaprovavam aquelas vestes, diziam não ser dignas de uma Princesa. Mas hoje, Hinata não era uma Princesa. Era apenas uma jovem com um futuro incerto que resolveu sair para caçar.

Prendeu os cabelos em um coque junto com a franja, deixando a testa a mostra. Colocou o colar com o símbolo de seu Clã e o beijou de leve. Era uma herança de sua mãe a qual ela guardava com muito carinho.

Foi até sua cama e pegou o arco e a aljava (bolsa onde se guardam as flechas) que ali estavam. Sabia que receberia uma baita bronca por estar atirando, mas no momento, não se importava. Hinata se quer deveria saber atirar, mas por ser uma dama da corte, tinha lá seus privilégios. Quando criança, implorou para aprender. Alegava ser para sua defesa pessoal, para que em caso de ataque, conseguisse defender a si própria e a irmã mais nova. Após muita insistência, o próprio Hiashi lhe ensinou a atirar. Após isto, praticou sozinha, escondida de todos.

Pendurou a aljava sobre um dos ombros e pegou o arco. Saiu de seu quarto, passando pelos corredores do imenso palácio e arrancando olhares de desaprovação e pena de seus empregados. Parou Ko, um dos empregados de seu pai, e pediu-lhe que selasse seu cavalo e lhe aguardasse na saída principal. Ele assentiu, se curvou e saiu logo em seguida.

Foi até a cozinha, enfiando frutas e pães dentro duma pequena bolsa que carregava nas costas. Seria o suficiente para manter-lhe alimentada durante o dia. As cozinheiras encaravam-lhe com pesar, pois sabiam a bronca que levaria por este comportamento rebelde. Mas no fundo, a entendiam. A garota havia acabado de perder o pai, não estava em sã consciência.

Saiu pelo portão principal, onde os Conselheiros reuniam-se com os Líderes dos Clãs para dar-lhes as boas vindas. Ao vê-la passar pelo portão principal, todos a encaravam boquiabertos. Em outras reuniões, os Líderes haviam visto uma Princesa delicada, com a face pintada, kimonos longos e luxuosos e adereços a ouro nos cabelos. Uma Princesa tímida e recatada, que jamais falava sem a permissão do pai e estava sempre a cobrir o rosto com um leque, afinal, aquilo instigava curiosidade nos homens. Uma Princesa que foi ensinada a se calar e respeitar, a ser obediente e passiva, a ser calma e elegante. E acima de tudo, a ser submissa.

Mas aquela não era a Princesa que haviam conhecido. Hinata vinha sem nenhuma pintura no rosto, sem kimonos chiques ou adereços de luxo. Hinata não trazia a expressão passiva no rosto. Estava determinada.

- Princesa Hinata!! Quanta insolência aparecer assim perante os Líderes, recomponha-se imediatamente.

Hinata pareceu ignorar a voz de um dos Conselheiros. Ao ver Ko se aproximando com o cavalo, foi em sua direção e afagou o animal. O cavalo se chamava “Mushi” (Vaca, em japonês). Um breve trocadilho por suas manchas pretas em meio a pelagem branca, que o tornavam semelhante a uma vaca de porte atlético e sem tetas.

- Não se atreva a montar neste animal!! Perdeu completamente a cabeça, mulher? Volte para dentro imediatamente, está nos envergonhando e desonrando a memória de seu pai!!

Os gritos furiosos dos Conselheiros despertaram um medo interno em Hinata. Ela estremeceu, mas não parou de se mexer. Montou no cavalo, convicta. Sem que percebesse, deixou seu colar cair no chão. Passou a trotes leves ao lado dos Conselheiros e disse:

- Estarei de volta ao anoitecer. Pela manhã, convoque uma reunião com todos os Daimyos e Líderes dos Clãs. Não me desobedeça.

- Está me dando ordens? Ficou louca de vez? Garota insolente!!

Hinata estreitou os olhos ao homem que havia lhe dito isto. Ela o reconhecia, já o havia visto em outras reuniões. Era Fugaku, Líder do Clã Uchiha. E no momento, sua maior ameaça.

Estreitou os olhos para ele e trotou ao seu encontro. As veias ao redor dos olhos da Hyuuga a deixavam assustadora, e isto fez Fugaku tremular. Hinata viu isto, e sorriu de canto.

- Sou a primogênita de seu Imperador, portanto, sua herdeira por direito. Não se esqueça a quem serve e obedece, Fugaku.

E antes que obtivesse mais uma resposta desaforada, Hinata saiu cavalgando o mais rápido possível. Todos estavam em choque com as atitudes. Onde estava a frágil e delicada moça de feição gentil que encontraram meses atrás?

Enquanto Hinata se afastava, um jovem aproximou-se do local onde ela havia montado. A queda do colar não passou despercebida por Naruto, filho do meio de Minato, Líder do Clã Uzumaki e Daimyo da Aldeia do Redemoinho. O rapaz ajoelhou-se no chão e pegou o colar, observando-o atentamente antes de guarda-lo no bolso. Aquilo parecia importante a jovem Hyuuga, e pretendia devolvê-lo. Na verdade, torcia para encontra-la novamente. Aquele comportamento instigou Naruto a querer conhecer ainda mais a pequena herdeira do grande Império do Fogo. 



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