1. Spirit Fanfics >
  2. (Im)perfeição - Melanie Martinez- OneShot >
  3. Capítulo único

História (Im)perfeição - Melanie Martinez- OneShot - Capítulo único


Escrita por: Sunshine_-_

Notas do Autor


ONESHOT DA MELZINHA PQ SIM

Capítulo 1 - Capítulo único


Meu nome é... Bem, meu nome não interessa agora. Sempre me chamavam de "bebê chorona", não que isso não me incomodasse, foi com certeza a pior fase da minha vida inútil.

Meu parto foi normal, mas eu não, longe disso. Desde bebê, bem chorona, minha mãe não gostava de mim, eu fui um erro. Meus cabelos eram puxados a cada vez que eu ameaçava derramar uma lágrima. Não culpo minha mãe, ela bebia demais, queria esquecer da filha chorona e do filho teimoso que tinha. Sua tática para não perder sua paciência comigo era, por fim, "ou come, ou passa fome", e eu sempre acabava por comer aquela comida horrível. Depois da comida, as lágrimas. Depois do vômito, as lágrimas. Sentia que alguém estava ligando a torneira dos meus olhos, sempre confundi meu coração com meu cérebro, e a consequência era as lágrimas e meu apelido de "bebê chorona". Eu não escutava nada ao chorar, eu só chorava. Eu não ligava, só chorava. Cheguei à conclusão de que chorar era normal, e que o problema não era eu, eram eles.

E sim, "bebê chorona" foi um apelido que durou.

Mas ao passar do tempo, eu fui esquecendo disso e todos que me chamavam assim também.

Minha família sempre foi a pior. Meu pai traía minha mãe, que fingia que não sabia de nada, para que suas "amigas perfeitas" não soubessem de como nossa família é horrenda. Minha mãe, que bebia para esquecer de tudo, até da traição, tratava à mim e ao meu irmão como dois monstrinhos. Falando em meu irmão: sim, ele também não é perfeito. Falta de ensinação dos pais resultaram em ele andar com gente ruim, que levaram ele à escolha de fumar maconha. Eu era pequena, não entendia como aquilo era tão errado, apenas sabia que aquilo não era pra mim. E eu? Eu sempre estive longe da perfeição. Fui quieta, chorona, sozinha e teimosa. Apesar de reclamar tanto que minha mãe não queria que soubesse como somos, eu nunca tive coragem de contar pra alguém sobre minha família. A única coisa perfeita para mim naquela casa era a MINHA casa, a minha casa-de-bonecas. Eu tinha bonecos suficientes para representarem aquela família, a minha família. Fingia que a mamãe cozinhava alegremente enquanto o papai lia seu bom jornal, enquanto seus dois filhos felizes brincavam alegremente e com saúde. Com certeza, a única coisa perfeita...

Cresci... Cresci...

O pior dia da minha vida chegou... A dor de acordar com medo, com medo dos barulhos que vinham da cozinha. Sim, eu me levantei e fui até lá. Dois corpos fedorentos e sangrentos estavam por baixo de dois panos brancos, já manchados pelo sangue. Era o meu pai. E sua amante. Meu primeiro ato foi me controlar para não gritar. Eu iria, mas o nojo e a vontade de vomitar vieram antes. Pus minha mão em minha boca e comecei a derramar pequenas lágrimas. Mas tudo apagou. Acordei amarrada na minha cama, com minha mãe em minha frente. Colocou em minha boca uma mamadeira, mas não era leite. Aquilo era xarope. Um forte xarope em uma mamadeira. E quando o bebi, eu dormi. Acordei no dia seguinte como se aquilo fosse... um sonho. Mas, a verdade foi dita depois de anos. Minha mãe estava bêbada, e resolveu por hora, dar um fim naquela traição. Aquilo era como um soco, doía, só que no coração, então dou-me a chorar toda vez que lembro.

E continuei crescendo...

Até sentir pela primeira vez aquilo que os adultos chamavam de "amor". Eu tinha ido num parque de diversões. Minha primeira experiência foi o carrossel. Ha-ha... Eu não ia conseguir subir a tempo naquele pônei se eu não tivesse a ajuda daquele lindo menino. Ajudou-me a subir e andamos perto um do outro, ele em minha frente e eu o observando atrás. Eu sentia que eu nunca chegaria perto dele. Ele era encantador. Quando nosso tempo acabou, ajudou-me a descer e me acompanhou brevemente pelo parque, me dando um pequeno algodão-doce. Perguntou se eu iria com ele até o fim, se eu abandonaria tudo para lhe acompanhar num eterno carrossel. "Sou jovem demais!" respondi. "Oh, doce garota, é questão de tempo para que veja que, quando o ingresso é comprado, não há mais volta", disse calmamente ao fim. Foste embora, roubando meu algodão-doce e meu coração junto. A primeira paixão é a que fica na memória...

Cresci mais ainda...

Fui uma menina não muito inteligente. Era péssima em português. Os "ABC's" nunca foram meus amigos. Mas, em minha pequena classe, existia aquele aluno exemplar, com seu diploma de letras, sempre rindo das criancinhas burras e ingênuas. Eu era uma delas. Ele atirava seus aviões de papel em minha direção, eu mandava ele ir se ferrar, ele e seus ABC's, mas ainda se achava melhor que eu. Suas poesias ruins impressionavam à todos, enquanto eu apenas dizia "Que se foda os seus ABC's!". Foi quando recebi ajuda. Virei ótima aluna das aulas de português. E, quando recebi a nota mais alta da prova, gritei para ele "Soletre meu nome na geladeira agora, Jimmie!". Rasguei seu dicionário, ri dele e fiz piadas que estragaram sua fama. O pequeno garoto alfabeto tinha ido pra merda. Viu-me passar de uma pequena garotinha para alguém maior.

Jimmie no caso estudou comigo por anos, acabou por fim pedindo trégua e pediu para que fossemos amigos. Foi então quando me apaixonei. Me fissurei pelo garoto alfabeto. Cheguei cada vez mais perto. Viramos bons amigos. Andamos de bicicletas juntos. Lhe ensinei a andar. Amei cada passo seu. Amei quando me chamava de "burra do caralho" pelas merdas que eu fazia. Amei tudo. Amei até quando deu seu primeiro tombo, quando tirei as rodinhas de sua bicicleta para ele. Amei tudo o que ele fazia. Jimmie era incrível.

Bem... Foi incrível até um tempo.

Até eu resolver dizer que o amava. Amor não correspondido. Amor não valorizado. Eu não queria ter dito. Isso foi um erro. Deus, agora tenho e vou lavar minha boca com sabão. Eu não queria ter dito. Não, não, não e não. Eu lembro de querer dizer, mas agora, eu não queria ter dito nada disso. Cansei por fim de sempre deixar a água quente para ele. 

Em um dos meus pacatos aniversários, me animei completamente. Escrevi o os convites com muita empolgação! Coloquei meu coração em cada letra do convite. Hora atrás de hora, ninguém chegava. A festa estava incrível sozinha. O silêncio predominava. Cá entre nós, só ouvia-se o barulho das minhas lágrimas indo contra o chão. O bolo estava lindo. Os balões em cores pastéis. Os ursinhos organizados em ordem de tamanho. Pelo menos iria sobrar mais bolo pra mim. Pra sempre. Ninguém apareceu. Definitivamente eu estava sozinha. Eu chorei, chorei muito. "É minha festa e eu vou chorar o quanto eu quiser!", gritei para os meus ursinhos.  Eu chorava de tristeza, ria de alegria (por causa do bolo que pra mim havia sobrado), eu achei estar morrendo. Desisti. Destruí o bolo. Os ursinhos. As decorações. Estourei os balões. Por fim, apaguei as velas...

Arranquei por fim, as decorações da festa. As joguei no lixo e arrumei a casa. Tomei um banho, troquei a roupa. Saí de casa, esfriando a cabeça do dia solitário que eu acabara de ter. Andei olhando para os lados, chão e céu, pensando "maldito erro da minha mãe de ter me parido!". Passei por um mercado. Um pequeno mercado. A moça do caixa lambia um pirulito e me olhava com seus olhos negros como a noite. Parecia saber de algo importante. Comprei o que eu precisava e fui até o caixa. Paguei e, ao fim, a moça dos olhos negros entrou em minha mão um frasco. Um frasco de um estranho líquido azul. "Veneno...", pensei. Olhei para ela, que assentiu como se fosse um conselho, como se dissesse "Você precisa, little girl". Pus o "veneno" no bolso e agradeci. Peguei minhas compras e saí andando pela rua. Parei em um carrinho de sorvete ali na frente do mercado e escolhi um sorvete de morango. Tal moço, vendendo o sorvete, negou-me pedido e deu-me um sorvete de creme de casquinha. Estranhei, mas pensei que o de morango estaria em falta. Dei de ombros e lhe entreguei o dinheiro, mas mais uma vez ele negou e me deixou levar de graça. Sorri sem mostrar os dentes e dei frios passos, andando lentamente. Dei a primeira lambida, que me fez a visão ficar turva e tudo se apagou.

Acordei em um baú cheio de ursinhos. Entrei em pânico. Onde eu estaria? Saí do baú e vi que me encontrava numa cozinha de paredes rosas e pequenas pinturas infantis nas paredes aveludadas. Na pequena geladeira azul bebê, escrito estava algo parecido com "Tens pouco tempo para fazer biscoitos! Está calculado!". Amassei o papel e abri a geladeira. Peguei os ingredientes e pus sobre a pequena mesa amarelo fraco, no meio da cozinha. Comecei com os ingredientes e quando percebi eu já estava quase chorando enquanto fazia os cookies. Eu estava sendo provavelmente vigiada. Me levantei da mesa e senti algo cair: o veneno. Olhei para os lados e pus o líquido azul na mistura dos cookies. Eu ganhei sorte de uma hora para a outra. Fiz a doce e venenosa massa dos cookies e fiz suas formas: estrelas, corações, sorvetinhos, balinhas... As coloquei no forno e um tempo se passou. Peguei os biscoitos já prontos e os coloquei sobre a mesa. Logo, o moço malvado veio em "minha cozinha". Se sentou ao meu lado e mexeu em meu cabelo. Riu maleficamente e pegou um dos cookies. Colocou por inteiro em sua boca e passou a se engasgar. Eu, por minha vez, comecei a rir e me mexer em minha cadeira, enquanto ele caía lentamente pelo chão. Me levantei e apertei o seu pescoço, enquanto eu ria e gritava. Peguei o leite da geladeira e toquei em sua boca, seu rosto e sua roupa. Saí rindo do local, dançando balé e fechando a porta rosa bebê atrás de mim.

Eu nunca mais fui a mesma depois disso. Um sequestro, uma mudança. E a minha, foi grande.

Voltei para casa e para minha vida normal. Foi nojento ver que Jimmie namorava uma linda garota, vadiazinha básica. Fui uma garota má. Tentei convencê-lo de que ele não a amava. Ela me dava nojo. "Fique longe do que não é seu!", mandou a garota. Mas como? Ele sempre fora meu. Calei a menina. Acertei-lhe um tapa e pus minha mão em sua boca. "Você me dá nos nervos, menina!", berrei. Jimmie a defendeu. "Você não a ama! Pare de mentir!", implorei puxando sua camiseta azul. Mas ele não cedeu. Ele não podia amá-la, ele ME ama. Mas eu estive errada...

Acreditei que o problema fora minha aparência, descobri vendo um programa sobre cirurgias plásticas. "Crianças nascerem com a cara da mãe é um desperdício! Ganhe o rosto perfeito!" Perfeição... Perfeição... Eu quero o rosto perfeito. Implorei para minha mãe pagar-me uma cirurgia plástica, mas um "não" veio como resposta. Me isolei em meu quarto. Peguei um caderno velho e escrevi tudo o que eu sentia. "Um rosto bonito me torna alguém melhor? Eu deveria me vender à perfeição que minha família sempre sonhou? Mas, se bem que, o importante é que por dentro eu vou ser a mesma! É apenas um pouco de plástico... Será que uma nova face vem com uma garantia? Eu deveria ficar, mesmo que o meu rosto não fique junto?", escrevi ao monte de outras coisas. Cheguei ao ponto de ter sede de ser linda. Mas a pergunta que não me deixava dormir era "um rosto bonito me tornaria uma pessoa melhor?"

Depois de muito raciocínio, pensei "minha mãe tanto me maltratou pela perfeição, eu não devo me vender à dor". Discordei do programa. Orgulho define. Afinal, não havia ninguém que eu queria parecer.

Comecei a sentir orgulho. Orgulho da louca que era. Quando pensava exagerar, vinha em minha mente palavras de algum lugar, "E daí se sou louca? As melhores pessoas são!". Sinceramente, começaram a ter medo da louca que sou, e então comecei a pôr medo. Odeio estar segura, eu agora tenho medo dos normais. Pensam que sou psicopata, pensam que vou embora. Diga ao meu médico que tem algo errado...

Foram em meio dessas loucuras que conheci o meu mais novo amor. Por sorte, morava perto de mim. Pedia-me para ir a sua casa, pois tinha joguinhos para jogar comigo. Brincamos de "pique-esconde", sempre com dificuldade de respirar debaixo dos lençóis. Mas me cansei. Ele apenas queria brincar. Não se comunica, não se importa, apenas quer brincar. Eu não ligo! Para ele sou apenas uma companheira de jogos! Quem acha que eu ligo para ele está errado! Se bem que... Se eu trouxer os meus jogos, será que ele me deixaria jogar? Não quero jogar sem ele!

E destravei um vício por ele. O cuidei. O viciei por mim. O amei, era o meu ursinho Teddy. Mas então. De um tempo para o outro passou a ser violento. Ele era quieto e confortante, depois, não pudera concordar. Tudo foi doce. Até tentar me matar. Eu era louca, mas não o suficiente para me viciar em um assassino. Desisti. O abandonei. Me afastei. Mas ele não desistiu. Passei a achar facas debaixo dos meus travesseiros, fotos minhas recortadas, aparecendo dentro de minha casa. Engraçado como não acreditei nas coisas que disse que faria comigo enquanto dormia. Fiquei pasma, assustada, despreparada. De um doce ursinho, foi para um assassino. Nada normal.

Minha saída foi contar para a minha mãe. Ela e meu irmão já estavam fartos daquele lugar, então nos mudamos para outro lugar da cidade, uma parte calma. Com três votos, nos mudamos.

Foi quando o problema começou. Eu tinha me viciado no assassino. Eu me viciei no louco Teddy Bear. Ele tinha todos os ingredientes, todo o açúcar que eu precisava. Eu me tranquei no meu novo quarto. Sentia saudades das loucuras que me prometia. Então, eu dizia para minha mãe que eu daria uma volta e ia de táxi até sua casa. "Você fugiu de mim, amor, agora, eu não preciso mais de você!", Me deu como resposta quando lhe implorei para me deixar entrar. "Eu não sou um bolo para você me descartar quando não quiser mais!", insisti. "Seu açúcar me enjoa!!", berrou. "Mas e a fatia de paraíso que eu te dei todas as noites?", continuei. "Não. Existe. Mais." Simplificou.

Foi então quando eu notei. Eu sou menos que um cubo de açúcar. Menos que um pedaço de bolo para ele. Minha decisão foi esquecê-lo.

Eu o mataria da minha memória e da minha vida. Eu realmente queria o matar, para enfim enterrar todas as coisas doces que havia me dito. Sim, eu chorei quando "ele se foi", mas eu precisava matá-lo de mim, excluí-lo da face da minha Terra. Pois sim, ele estava morto para mim. Mas se, antes de eu matá-lo de mim, eu dissesse novamente que o amava, ele pensaria que eu era louca.

Afins depois disso, fui levada para um psicólogo pelo meu irmão, a loucura tinha me levado à pontos mais altos do que o normal.

Meu nome é... Bem, meu nome agora, lhe interessa. Meu nome é Melanie Adele Martinez, mais conhecida como cantora, compositora e diretora de cinema, Melanie Martinez.

Por que não contei meu nome antes? É fácil julgar meu nome se não conhece minha história. Agora que conheces minha história, tem minha confiança para espalhar meu nome...

Hoje, meus fãs se denominam "Cry Babies", sem saberem a real história por trás deste nome. Mas não conte para ninguém! Imperfeição não é algo agradável de se contar...


Notas Finais


Espero que tenham gostado
beijosssssss


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...